VEJA TRAÇA PERFIL DOS AUTORES DO MASSACRE EM SUZANO.  ISTOÉ RESSALTA O VALE-TUDO PARA A APROVAÇÃO DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA E ÉPOCA TRAÇA O PERFIL DE OLAVO DE CARVALHO

 

VEJA

Barbárie planejada

 

É um desses eventos que ao mesmo tempo exigem e desafiam explicações. Na manhã da quarta-feira (13), Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, e Guilherme Taucci Monteiro, de 17, entraram numa locadora de automóveis e depois na escola que ambos frequentaram em Suzano, no interior de São Paulo, e chacinaram oito pessoas — o dono da revendedora de carros, duas funcionárias do colégio e cinco alunos, cujas vidas foram tão precocemente ceifadas.

 

Guilherme entrou na escola e passou a atirar a esmo, como mostram as imagens captadas pelas câmeras. Luiz Henrique, sem arma de fogo, agiu como um escudeiro do amigo, tentando deter alunos que fugiam — com uma machadinha deu golpes em corpos já no chão e depois a cravou em um dos alunos, que sobreviveu.

 

Uma tragédia que chocou o Brasil, um país que, desgraçadamente, começa a conviver com perturbadora frequência com um mal que se imaginava quase exclusivo dos americanos. “Uma monstruosidade”, tuitou o presidente Jair Bolsonaro, depois de um longo silêncio de seis horas.

 

A dupla de assassinos concentrava elementos comuns aos que cometem esse tipo de barbárie: eles se ressentiam da zombaria dos colegas de escola, não tinham perspectiva profissional e viviam em isolamento social, jogando videogames e frequentando fóruns de internet nos quais se compartilham ódios variados — e dicas de como obter armas, tema que exercia fascínio sobre os assassinos.

 

No entanto, conhecidos e vizinhos não notaram que as frustrações acumuladas dos dois estavam para explodir da forma mais vulcânica e brutal. Houve indícios de que preparavam um show de horrores, mas ninguém os levou a sério — até ser tarde demais

 

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ISTOÉ

Bolsonaro tenta o armistício político

 

Ao final do café da manhã do presidente Jair Bolsonaro com um grupo de jornalistas na quarta-feira (13), o chefe do Gabinete Institucional da Presidência, general Augusto Heleno, não escondia o regozijo. “Essas conversas são fundamentais”, comemorava o general para um grupo de assessores militares que atua na área de comunicação da Presidência da República.

 

“A maioria deles não conhece o presidente. E acaba tendo uma visão equivocada sobre ele”, comentava. Na verdade, a recíproca, não mencionada por Heleno, era também verdadeira: o presidente não conhece a maioria dos jornalistas e, por isso, cultiva uma visão equivocada a respeito deles e do trabalho da imprensa. Ao incluí-los na roda de conversas, Bolsonaro ampliou o grupo de interlocutores. “Estou buscando um casamento com vocês”, declarou o presidente adotando um tom inédito desde a posse ou mesmo antes dela.

 

Essas mesas de diálogos deverão se tornar rotineiras daqui em diante, mas não se restringirão à imprensa, por óbvio. Fazem parte da estratégia que o mandatário começa a compreender como vital — longe da contenda ideológica travada via redes sociais — para deslanchar a parte mais necessária e ao mesmo tempo mais espinhosa e intrincada da agenda governamental: a reforma da Previdência.

 

Para aprová-la, ele propõe, à sua maneira, hastear uma bandeira branca. O primeiro grande armistício mundial foi responsável por cessar a chamada Grande Guerra em 11 de novembro de 1918. O armistício que Bolsonaro quer levar adiante, neste caso, constitui o início de sua primeira guerra pessoal, a batalha pela reforma. Para vencê-la, o presidente convoca ao debate não apenas os meios tradicionais de comunicação, como também empresários, o sistema financeiro e os políticos do Congresso Nacional.

 

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ÉPOCA

Tudo sobre o nada

 

Meu grande ídolo é Sócrates, não ofi lósofo, o meia-direita. Mas fiquei curioso quando Época me sugeriu que eu virasse aluno de Olavo de Carvalho por três meses.

 

Imaginei que, além de me matricular no Curso On-Line de Filosofia, criado por ele e frequentado por dezenas de pessoas que conquistaram poder político neste ano, eu deveria fazer como os discípulos do Sócrates grego: seguir seus passos por aí. No caso deles, era pela praça mais badalada do Mediterrâneo, a Ágora, vendo o chefe mitar em debates com os poderosos de Atenas. No meu, o plano era seguir o mestre pelas caminhadas nas redes sociais, que fazem um registro quase que hora a hora do que passa por sua cabeça.

 

O texto que começa na próxima página é um registro disso, o mais sincero de que fui capaz. Procurei me comportar como acho que um aluno deve se comportar: me abri para aprender, tomei notas, li vários livros, fiz um monte de perguntas. Convivi com outros alunos pelas redes sociais, por vezes fui tomar café com eles. Como regra, não identifico os alunos no texto pelo nome, para não causar problemas para ninguém. Não me escondi: usei meu nome verdadeiro, respondi a verdade para quem me fez perguntas (por exemplo, que pago minhas contas fazendo programa como jornalista).

 

Enquanto eu seguia Olavo, ele estava no centro do Brasil. Viu o pai de um aluno virar presidente da República, nomeou dois ministros, brigou com quase todos os outros, brigou com o partido do presidente, com os oficiais de patente mais alta que a do presidente, com o próprio ministro que havia indicado, viu dezenas de alunos seus ir trabalhar em setores estratégicos do Brasil, encontrou-se com Steve Bannon — líder do movimento populista nacionalista mundial —, varou noites postando ironias, palavrões e filosofia nas redes sociais, pediu dinheiro aos fãs para pagar dívidas, mandou os alunos pedir demissão do governo e ir estudar.

 

Foi assunto todo dia, às vezes tratado com raiva, às vezes com desprezo, às vezes com veneração, quase sempre na capa dos jornais e revistas. Pediu em público a censura à imprensa, a proibição à expressão, o cancelamento de assinaturas, chamou a imprensa e a universidade de inimigas do Brasil, acusou-as de fraude, de crime, acusou o PT de narcotráfico, Jean Wyllys de ser mandante de assassinato, criticou Albert Einstein, Charles Darwin e Stephen Hawking. E deu 14 aulas on-line até certo ponto defilosoa, às quais assisti com atenção, todo sábado à noite.

 

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Posted On Segunda, 18 Março 2019 06:40 Escrito por

Manifestações mobilizaram público abaixo do registrado em atos anteriores do MBL; grupos cobraram apoio de petistas na revolta contra decisão do STF

 

iG São Paulo

 

 

No dia em que a Operação Lava Jato completa cinco anos , manifestantes foram às ruas de várias cidades do País para expressar apoio às investigações. Os atos, no entanto, tiveram baixa adesão neste domingo (17). 

 

Organizados por grupos como Nas Ruas – encabeçado pela agora deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) – e Movimento Brasil Livre (MBL), os atos em apoio à Lava Jato foram agendados para ocorrer em mais de 50 cidades em 22 estados, mais o Distrito Federal.

 

Em São Paulo, o protesto foi marcado para as 14h da tarde, na Avenida Paulista em frente ao Masp. Atrapalhada pela chuva na capital paulista, a manifestação teve público tímido, bem abaixo dos registrados em atos anteriores organizados pelos mesmos grupos.

 

A Polícia Militar não divulgou estimativa de público no ato, informando apenas que a manifestação transcorreu de forma pacífica. O MBL também não apresentou estimativa de engajamento no ato, limitando-se a dizer que "milhares de paulistas" participaram.
O mesmo cenário de esvaziamento foi registrado também em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, conforme apontaram imagens publicadas nas redes sociais.

 

O principal mote das manifestações deste domingo foi a decisão proferida dessa semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que julgou que a Justiça Eleitoral tem a competência de julgar crimes comuns (como corrupção e lavagem de dinheiro) desde que estes estejam ligados ao crime de caixa dois. A sede do tribunal foi o palco da manifestação em Brasília (também sem grande adesão).

 

Os manifestantes levaram às ruas cartazes com críticas ao STF e aos seus ministros. Alguns fizeram referência à polêmica frase dita pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sobre "bastar um cabo e um soldado para fechar o STF".

 

Conhecido pela oposição ao Partido dos Tralhadores, o MBL chegou a cobrar apoio de petistas por meio de mensagens lidas em carros de som e publicadas nas redes sociais. "Cambada de petista que tá vindo agora falar de Queiroz: se ele tiver culpa no cartório, já falou que mexeu na grana para ajudar reeleição de Flávio. O processo dele vai ser livrado também", publicou o grupo no Twitter, referindo-se a investigações envolvendo o ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) Fabrício Queiroz.

 

"Não só o Queiroz, mas todos os 'laranjais' do PSL e até aquele 'caixa 2' dos robôs do Bolsonaro na eleição: todo mundo livre, leve e solto. E aí? Vão Deixar o STF fazer isso mesmo?", completou o MBL.

 

Coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol fez apelo nesse sábado (16) por apoio popular à operação frente à decisão do Supremo. "Cabe à sociedade brasileira, por meio de seus posicionamentos, do Congresso e do governo federal, decidir que país quer para si", disse Dallagnol.

 

Posted On Segunda, 18 Março 2019 06:40 Escrito por

A ingestão do produto ao menos uma vez por semana protege de ataque cardíaco e derrame, mostra estudo americano com voluntários obesos

 

Por Vilhena Soares

 

Um novo estudo traz indícios dos benefícios do consumo do azeite de oliva para o corpo. Dessa vez, o foco é a saúde do sangue. Em análise com indivíduos obesos, pesquisadores americanos observaram que aqueles que tinham o hábito de ingerir o produto pelo menos uma vez por semana mostraram redução na atividade plaquetária, um mecanismo essencial para a redução da coagulação sanguínea e, consequentemente, para a prevenção de doenças cardiovasculares. As descobertas foram divulgadas no Encontro de Epidemiologia e Prevenção da Associação Americana do Coração, nos Estados Unidos, realizado no início da semana, na cidade de Houston.

 

As plaquetas são fragmentos de células sanguíneas que se unem e formam aglomerados e coágulos quando são ativados. Os coágulos contribuem para o acúmulo de placa obstrutiva da artéria, conhecida como aterosclerose, uma condição subjacente à maioria dos ataques cardíacos e derrames. Os pesquisadores determinaram com que frequência 63 obesos, também não fumantes e não diabéticos, consumiam azeite de oliva. A idade média dos participantes era de 32,2 anos, e o índice de massa corporal (IMC) médio, 44,1.

 

A equipe descobriu que os voluntários que comiam azeite de oliva pelo menos uma vez por semana tinham menor ativação plaquetária do que os participantes que ingeriam quantidades menores ou não o consumiam. Além disso, os integrantes do primeiro grupo apresentaram níveis mais baixos de agregação plaquetária. “As pessoas que são obesas correm maior risco de ter um ataque cardíaco, um derrame ou outro evento cardiovascular, mesmo que não tenham diabetes ou outras condições associadas à obesidade. Nosso estudo sugere que a escolha de comer azeite pode ter o potencial para ajudar a modificar esse risco”, reforça Ruina Zhang, estudante de medicina da Universidade de Nova York e uma das autoras do estudo.

 

Fausto Stauffer, coordenador de Cardiologia do Hospital Santa Lúcia Norte, em Brasília, acredita que o estudo mostra dados interessantes, apesar de a pesquisa ter sido feita com um número pequeno de participantes. “Esse é um estudo observacional. Então, não nos permite garantir que o consumo de azeite de oliva está ligado à diminuição da agregação plaquetária. Fora o fato de que o grupo não era tão extenso e todos eram obesos. Ainda assim, vemos indícios que estão relacionados a pesquisas recentes”, frisa.

 

Segundo o médico brasileiro, estudos têm apontado que o consumo do azeite de oliva melhora a função dos vasos do endotélio, uma camada que ajuda a diminuir a oxidação do colesterol ruim. “Também melhora a coagulação, além de diminuir o desenvolvimento do Alzheimer e até a ocorrência de alguns tipos de câncer, ou seja, ele se mostra extremamente benéfico ao organismo. Mas é claro que, se consumido em excesso, pode se tornar prejudicial”, alerta.

 

Aprofundamento
Os cientistas adiantam que mais estudos são necessários. Se comprovada a relação entre o azeite e a proteção sanguínea, acreditam que será possível desenvolver novas estratégias preventivas. A equipe também admite que o estudo tem limitações, como ter se baseado no relato dos participantes. “Até onde sabemos, esse é o primeiro estudo a avaliar os efeitos da composição da dieta, especificamente do azeite de oliva, na função plaquetária em pacientes obesos. Ele pode abrir portas para pesquisas ainda mais detalhadas, que ajudem a entender essa relação entre o azeite e a prevenção da coagulação”, diz Zhang.

 

Stauffer também acredita que o estudo precisa ser aprofundado. “É preciso usar grupos de perfis distintos e que seja escolhida de forma aleatória quem consumirá mais e quem consumirá menos azeite. Dessa forma, teremos uma comparação que esclareça os dados”, opina.

 

"Ele (o estudo) pode abrir portas para pesquisas ainda mais detalhadas, que ajudem a entender essa relação entre o azeite e a prevenção da coagulação”
Ruina Zhang, estudante da Universidade de Nova York e uma das autoras do estudo

Entenda a pesquisa Cientistas americanos observaram relação entre consumo do azeite de oliva e prevenção de ataques cardíacos e AVC

1. 63 participantes obesos, não fumantes e não diabéticos tiveram a frequência com que consumiam azeite de oliva medida. Os voluntários tinham idade média de 32 anso e índice de massa corporal (IMC) médio de 44,1. Indivíduos cujo índice é superior a 30 são considerados obesos

2. Aqueles que comiam azeite de oliva pelo menos uma vez por semana apresentaram menor ativação plaquetária, comparados aos participantes que ingeriam menos o produto

3. Níveis mais baixos de agregação plaquetária também foram detectados naqueles que consumiam azeite com mais frequência

4. As plaquetas são fragmentos de células sanguíneas que se unem e formam aglomerados e coágulos. Esses coágulos contribuem para acúmulo de placa obstrutiva da artéria, conhecida como aterosclerose, a condição subjacente à maioria dos ataques cardíacos e derrames

5. Os cientistas adiantam que mais estudos são necessários para estabelecer mais claramente a relação entre ingestão de azeite de oliva e proteção cardiovascular. A aposta é de que os futuros dados ajudem no desenvolvimento de estratégias preventivas

 

Posted On Domingo, 17 Março 2019 09:44 Escrito por

Ministro da Economia deixa atônitos os presentes à cerimônia de posse do novo presidente do BC ao insinuar a possibilidade de abandonar o cargo se a PEC da Previdência for desidratada. Segundo ele, o atual sistema faliu antes de a população envelhecer

 

Com Agência Estado

 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, sinalizou que uma eventual desidratação da reforma da Previdência poderá fazer com que ele deixe o cargo. Durante cerimônia de posse do novo presidente do Banco Central (BC), parte da plateia ficou na dúvida se o comentário foi brincadeira ou um recado para a classe política.

 

O governo federal encaminhou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê uma economia de R$ 1,1 trilhão aos cofres públicos em 10 anos. Parte dos economistas, porém, acredita que as mudanças no Congresso Nacional devem amenizar bastante os efeitos, possibilitando ganhos de R$ 500 bilhões no período. Guedes afirmou que, se isso acontecer, não será possível implementar a alteração de regimes, de repartição para o de capitalização.

 

Segundo o ministro, o sistema atual está falido e não dá sustentabilidade às contas públicas para as futuras gerações. Guedes comparou o cenário a um avião que vai sem combustível atravessar o oceano. Enquanto a geração atual pula de paraquedas, as futuras gerações ficam na aeronave e vão para o “inferno”.

 

“Estamos num sistema (previdenciário) de repartição que quebrou. Faliu antes de a população envelhecer. Vocês querem trazer seus filhos para isso?”, afirmou. “Se der acima de R$ 1 trilhão, eu digo que estamos numa geração de pessoas responsáveis e têm a coragem de assumir o compromisso de libertar filhos e netos de uma maldição previdenciária. Se botarem menos, eu vou dizer assim: ‘Eu vou sair daqui rápido, porque esse pessoal não é confiável. Não ajudam nem os filhos; então, o que será que vão fazer comigo?’”, completou o ministro.

 

Guedes discursou de forma improvisada durante 40 minutos, mais do que o dobro do tempo das falas de Roberto Campos Neto, empossado para o cargo (Leia mais na página 9). “Como ele fez várias brincadeiras durante o discurso, não ficou claro se ele estava falando sério ou não”, disse um dos economistas presentes.

 

O ministro também disse que a proposta do pacto federativo é importante, mas admitiu que o envio pode ficar para outro momento, se houver a sensação de que está atrapalhando a reforma da Previdência. Ele ressaltou, porém, que o projeto faz parte de um plano abrangente para recuperar as contas públicas de estados e municípios que estão quebrados. A matéria propõe desvincular e desindexar as despesas obrigatórias do Orçamento Federal. Ou seja, desobrigar que a autoridade pública gaste em áreas como saúde e educação. Segundo Guedes, isso serve para dar protagonismo à classe política sobre a gestão de recursos.

 

 

Posted On Quinta, 14 Março 2019 10:02 Escrito por

Ricardo Pieri questionou eficiência da Justiça Eleitoral em julgar crimes como corrupção e, reiterou, que composição dos tribunais eleitorais é 100% de indicações políticas

 

Da Agência Estado

 

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, anunciou que fará uma representação contra o procurador da República Diogo Castor, membro da força-tarefa da Lava-Jato no Paraná, por suposto "ataque à justiça eleitoral". A afirmação foi feita do plenário do Supremo, durante julgamento que definirá se crimes de corrupção devem ser julgados na justiça eleitoral quando relacionados ao caixa 2.

 

Toffoli se posicionou após o advogado Ricardo Pieri Nunes fazer uma leitura de um artigo de Diogo Castor publicado em um site há quatro dias.

 

Segundo o advogado, o procurador questiona a capacidade de a Justiça Eleitoral para processar crimes como corrupção e apontou um trecho que diz que a composição dos Tribunais eleitorais é feita por magistrados 100% provenientes de indicações políticas. O artigo fala que a Segunda Turma do STF vem ensaiando "novo golpe à Lava Jato".

 

O presidente do Supremo, então, interrompeu o advogado e perguntou o nome do procurador. Ao final das falas dos advogados, Toffoli anunciou a representação.

 

"Se os ataques que foram colocados na tribuna (procedem), vou checar, farei e anúncio uma representação ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e à corregedoria do Ministério Público Federal em razão desses ataques do procurador à justiça eleitoral. Não é admissível este tipo de ilação. Críticas no debate jurídico, críticas a respeito de posicionamento técnico jurídico da linha jurídica, isso é necessário, isso faz parte da dialética e por isso que o Supremo e os tribunais são feitos de maneira colegiada. Agora a calúnia, a difamação, a injúria, não serão admitidos", disse.

 

"Não está em julgamento aqui o poder judiciário eleitoral", acrescentou Toffoli, fazendo referência ao processo em discussão no plenário.

 

O ministro frisou, ainda, que "o mesmo Ministério Público que atua na justiça federal é o mesmo que atua na eleitoral, pago pela união, e que a mesma polícia judiciária que atua na federal é a PF que atua também na eleitoral". "Não há que se falar que há uma justiça melhor que a outra", arrematou.

 

Decoro

O ministro Alexandre de Moraes, após a fala de Toffoli e antes de iniciar seu próprio voto, pediu decoro de membros do Ministério Público Federal.

 

"Há necessidade de maior decoro, em especial de procuradores do Ministério Público Federal que vem sistematicamente agindo com total desrespeito a colegas dos ministérios públicos estaduais", disse.

 

"Não é possível achar que a corrupção só se combate enquanto eles exercerem suas funções, desprezando juízes e colegas promotores estaduais. Não existem salvadores da pátria", disse Moraes.

 

Ainda segundo o ministro, "o repúdio geral desse ato nefasto mostra que, apesar desses absurdos, nós estamos caminhando para a paz, a educação, a fraternidade no Brasil".

 

O ministro Dias Toffoli ainda voltou a falar sobre a representação contra o procurador Diogo Castor. E alfinetou o acordo fechado pela força-tarefa da Lava-Jato no Paraná com a Petrobras.

 

"Já pedi para fazer a representação e mais esse mesmo procurador da República é subescritor daquele acordo que criou fundação privada para administrar dinheiro Público. Não vou avançar mais porque isso hoje está na jurisdição de vossas excelências por uma ação apresentada pela própria Procuradoria-Geral da República", disse Toffoli.

 

 

Posted On Quinta, 14 Março 2019 10:01 Escrito por
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