“A soberba nunca desce de onde sobe, mas cai sempre de onde subiu”
FRANCISCO DE QUEVEDO
Por Edson Rodrigues
Os números das eleições municipais de 2020 mostram declínio dos partidos pequenos na quantidade de vereadores eleitos. Os indicadores mostram que que a redução no número de siglas, principal objetivo dos objetivos das últimas mudanças no sistema político (cláusula de desempenho e proibição de coligações proporcionais), pode estar em andamento. Dos 32 partidos que lançaram candidatos a vereador neste ano, os 10 que menos elegeram conseguiram 1,1% das cadeiras das Câmaras Municipais. É menos do que metade do percentual atingido pelas 10 siglas de pior desempenho em 2016: 2,4%.
Com efeitos visíveis nas eleições deste ano, a cláusula de barreira – mecanismo criado por uma emenda constitucional no ano passado para reduzir o número de partidos no Brasil até 2030 – ameaça a sobrevivência de 14 das 35 legendas do país, o equivalente a 40%. Essas siglas não conseguiram ter um desempenho mínimo na votação de outubro.
O governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, (na fotocom Damaso) que esta afastado, também é do PSC
A situação do PSC é ainda mais complicada. Além de ter ficado na 14ª colocação, com apenas 1.510 eleitos nos mais de cinco mil municípios brasileiros, o partido ficou estagnado em relação ás demais legendas e está passando por momentos de desagregação após a prisão do seu presidente, Pasto Everaldo, por corrupção.
BANCADA NANICA
No Congresso Nacional, o PSC ainda enfrenta mais dificuldades, por conta da “cláusula de barreira”, definida na nova Legislação Eleitoral, que estabelece um mínimo de 14 representantes no congresso para que o partido possa ser considerado como “agremiação política” e manter seu registro junto ao TSE. Atualmente, o PSC tem apenas nove deputados federais – um deles é o tocantinense Osires Damaso, eleito com 58.726 votos – e, assim como patinou nas eleições municipais deve enfrentar um cenário ainda pior em 2022.
Para que possam sobreviver, parte dessas legendas negocia para se fundir ou driblar as restrições por meio da aprovação de um projeto que cria a chamada “federação de partidos”. Por outro lado, essas legendas correm o risco de ficar ainda menores logo no início da nova legislatura. A Emenda Constitucional 97 autoriza que os 32 deputados eleitos por partidos atingidos pela cláusula troquem de sigla sem perderem o mandato por infidelidade partidária. E vários partidos grandes estão em busca de novos parlamentares para ficar ainda maiores."
DAMASO
Primeiro, a permanecer o PSC, Damaso terá que se valer de, pelo menos, o dobro dos votos que obteve em 2018, o que, venhamos e convenhamos, é muito difícil para um partido nanico e sem comando nacional, como está no momento, pois não haverá a coligação proporcional, a exemplo das eleições de novembro passado.
Deputado Osires Damaso
Segundo, que o partido já se desintegra. Os parlamentares do PSC procuraram se afastar gradativamente do presidente nacional do partido, Pastor Everaldo. Procurados pela imprensa, a maioria permaneceu em silêncio sobre a prisão de Everaldo e a desmobilização dos demais membros do partido. O PSC tem nove deputados federais e um senador no Congresso Nacional.
Outro deputado do PSC afirmou que "é difícil quando é uma pessoa que você conhece e tem certo convívio. É um tanto constrangedor", disse, ao defender, porém, que a união do PSC é menor do que às vezes possa transparecer. O parlamentar também disse que as conversas entre ele e o Pastor Everaldo se limitavam à sigla, desconhecendo eventuais ações ilegais do colega partidário.
Ou seja, um partido cujo nome é Partido Social Cristão, de viés religioso evangélico, que deveria pregar a união e o apoio aos menos favorecidos, ao ter seu principal líder preso, vê seus principais expoentes, a maioria pastores, abandonar seu correligionário, e afirmar que só mantinham convivência política...
Foram registrados 52 mil casos de Covid em 24 horas; média móvel aponta alta de 35% em 2 semanas
Com Agências
Até agora, foram confirmados 6.386.787 casos acumulados e 173.817 vidas perdidas desde o início da pandemia. Já a média móvel de mortes, também verificada pelo boletim, foi de 529. A média móvel de casos continuou a subir ficou em 38.297.
A contagem de casos realizada pelas Secretarias Estaduais de Saúde inclui pessoas sintomáticas ou assintomáticas; ou seja, neste último caso são pessoas que foram ou estão infectadas, mas não apresentaram sintomas da doença.
O ranking de número de mortes segue liderado pelo estado de São Paulo, que tem 42.290 óbitos causados pela Covid-19. O Rio de Janeiro continua em segundo lugar, com 22.683 mortes, seguido por Minas Gerais (10.051), Ceará (9.629), Pernambuco (9.056).
Os estados que registram maior número de casos são: São Paulo (1.250.590), Minas Gerais (419.655), Bahia (406.189), Rio de Janeiro (357.982) e o Ceará (301.414).
Desde o início de junho, o Conass divulga os números da pandemia da Covid-19 por conta de uma confusão com os dados do Ministério da Saúde. As informações dos secretários de saúde servem como base para a tabela oficial do governo, mas são publicadas cerca de uma hora antes.
Mais de 63 milhões pessoas foram infectadas em todo o mundo. Do total de doentes, mais de 1,4 milhão morreram, segundo a Universidade Johns Hopkins. O Brasil segue como o terceiro país do mundo em número de casos de Covid-19 e o segundo em mortes, atrás apenas dos Estados Unidos.
Entregas fazem parte das ações de modernização da Segurança Pública para a Polícia Civil
Por Shirley Cruz
O secretário da Segurança Pública, Cristiano Barbosa Sampaio, e a delegada-geral da Polícia Civil do Tocantins, Raimunda Bezerra de Souza, iniciaram nesta terça-feira, 1º, em Araguaína e em Araguatins, a entrega das pistolas Glock e salas de depoimento especial. Acompanhando o Secretário e a Delegada-Geral, estava a diretora de Polícia do Interior, Ana Carolina Coelho Marinho Braga, que é responsável pela gestão das oito regionais da Polícia Civil do Tocantins.
Sobre as entregas, o secretário Cristiano Sampaio ressaltou que elas fazem parte do pacote de medidas de modernização da Polícia Civil do Tocantins. “Hoje, estamos entregando parte das 272 pistolas adquiridas recentemente e os equipamentos das salas de depoimento especial e assegurando aos policiais civis melhores condições de trabalho”, disse o Secretário ao afirmar que o resultado dessas entregas será percebido em mais segurança para a população do Tocantins.
Secretário Cristiano Sampaio (C) e delegada regional de Araguaína, Ana Maria Varjal, entregam arma para policial civil de Araguaína
A delegada-geral, Raimunda Bezerra, por sua vez, disse que as entregas são significativas e há muito tempo esperadas pela Polícia Civil do Tocantins. Segundo ela, com planejamento e foco nos resultados, a gestão atual trabalha intensamente para melhorar as condições de trabalho da PCTO e, dessa forma, o combate efetivo à criminalidade.
A entrega das armas e das salas foi iniciada pela manhã, na sede da Delegacia Regional da Polícia Civil, em Araguaína, e contou com a presença da delegada regional Ana Maria Varjal. Lá, foram entregues 40 pistolas e uma sala de depoimento especial para crianças e adolescentes na 2ª Delegacia de Atendimento à Vulneráveis (DAV).
Para a delegada regional de Araguaína, Ana Maria Varjal, além de valorizar o efetivo da Polícia Civil, os equipamentos vão melhorar o ânimo de trabalho do policial civil que estará utilizando o novo armamento reconhecido mundialmente pela eficiência e consequentemente toda a população ganhará com intervenções ainda mais precisas pela polícia civil, que visa sempre a paz social e a diminuição do índice da criminalidade nos municípios.
No período da tarde, as entregas foram feitas para a Delegacia Regional de Araguatins, na região do Bico do Papagaio. Foram 20 pistolas e três salas de depoimento especial para crianças e adolescentes, sendo uma para Araguatins, outra para Tocantinópolis e uma terceira para Augustinópolis. O delegado regional, Eduardo Morais Artiaga, disse que recebeu os equipamentos com enorme satisfação e sentimento de valorização do policial.
Paulo Teixeira vê possibilidade de crime de corrupção na contratação do ex-ministro pela consultoria norte-americana
Por Ricardo Galhardo
O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) que investigue a possibilidade de crime de corrupção na contratação do ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro pela empresa norte-americana de consultoria Alvarez & Marsal.
Segundo o requerimento feito pelo deputado, a lógica da própria Lava Jato justificaria a investigação já que a Alvarez & Marsal é responsável por administrar a recuperação da Odebrecht e Moro, na condição de juiz, autorizou o acordos de leniência e delações premiadas que beneficiaram a empresa, seus sócios e executivos.
"Não há dúvida de que, segundo a lógica que inspirou os trabalhos da Operação Lava Jato, hoje assumidamente liderados pelo então juiz Sérgio Moro, situações dessa natureza seriam em tese caracterizadas como justa causa para investigação criminal pelo delito de corrupção, justificando-se a busca de elementos informativos sobre as vantagens ou promessa de vantagens supostamente solicitadas, recebidas ou aceitas em troca de atos praticados na condição de funcionário público", argumenta o deputado.
Em ofício à PGR, Teixeira pede que sejam apurados "valores e condições" tanto da contratação da Alvarez & Marsal pela Odebrecht quanto de Moro pela consultoria norte-americana.
"Diante desse cenário, é urgente que se apure as relações, as condições e os valores envolvidos nos contratos celebrados entre o Grupo Odebrecht, a consultoria norte-americana Alvarez & Marsal e, agora, o sr. Sergio Fernando Moro. As decisões proferidas pelo então juiz Sérgio Moro provocaram significativos impactos políticos, sociais e econômicos ao país. Sua atuação foi decisiva para que fossem celebrados acordos e concedidos benefícios ao Grupo Odebrecht, seus sócios e executivos. O mínimo que se espera é que os desdobramentos dessa operação sejam trazidos às claras e que haja transparência na conduta dos envolvidos", diz o ofício.
O deputado argumenta ainda que, na condição de juiz, Moro teve acesso a documentos da investigação contra a Odebrecht que ainda não vieram à tona, podem ser motivo de novas investigações e ser utilizados a favor da empresa.
"Além disso, é evidente que, durante o exercício do cargo de juiz federal da 13ª Vara Federal de Curitiba, o Sr. Sergio Fernando Moro teve amplo acesso a documentos e elementos de prova referentes ao Grupo Odebrecht, muitos dos quais ainda permanecem em sigilo e podem ensejar novas medidas investigativas, fato que poderá ser utilizado em benefício da atual administração", diz o documento.
Procurados, a Alvarez & Marsal e o ex-ministro responderam que não vão comentar o pedido do deputado.
“Nunca conte seus problemas a ninguém... 20% não se importam e os outros 80% estão contentes de você tê-los”
LOU HOLTZ
Por Edson Rodrigues
O resultado das urnas vem causando um verdadeiro rebuliço na política tocantinense. O grau de renovação nas “províncias” deixou várias lideranças tradicionais preocupadas com seus planos políticos para o futuro – leia-se, a partir de 2022 –, criando um desconforto geral, principalmente nos que apostaram seus patrimônios políticos em candidaturas próprias ou no apoio a candidatos.
Em Palmas, o deputado federal Osires Damaso ensaiou uma candidatura a prefeito, não conseguiu aliados suficientes para uma boa base eleitoral e, sem musculatura, sua pré-candidatura não decolou, e ele preferiu emprestar seu nome para seus aliados, no interior, para ajuda-los em suas candidaturas a prefeito e vereador.
Já o deputado federal Eli Borges teve um prejuízo maior que seu colega de parlamento, pois bradou, do leito onde convalescia de Covid-19, que era “o candidato do palácio Araguaia a prefeito de Palmas”, acabou deixando escapar sua base política, principalmente “Felipim”, líder que foi um dos responsáveis por sua eleição a deputado federal, deixou as bases do interior do Estado a ver navios e, agora, não consegue mais juntar os cacos, restando, por enquanto, um caminho seguro, que seria uma vaga na Assembleia Legislativa Estadual, em 2022.
KÁTIA ABREU E VICENTINHO JR.
A senadora Kátia Abreu,PP, que acabou de ter alta após passar por momentos difíceis por conta da Covid-19, no hospital Albert Einsten, em São Paulo, fez postagem nas redes sociais redundando o que o deputado federal Vicentinho Jr.,PL, também vem alardeando, sobre “a postura de um político que se coloca como responsável pela eleição de 100 prefeitos”, afirmando que “aprendeu em um livro que ‘a soberba precede a ruína’”.
Senadora Katia Abreu
Cada um tem o direito de expressar sua opinião, mas o que não se pode negar nem apagar foi o fato de que enquanto os dois, Kátia e Vicentinho Jr. olhavam para seus próprios umbigos, dando preferência a candidaturas que os beneficiariam politicamente em 2022.
A questão é que essas postagens de Kátia e de Vicentinho, que não tiveram coragem de citar nome, cargo, cor, altura, filiação, gênero, partido, função de confiança no Congresso Nacional, até “a bisneta da Benzedeira Joana da Misericórdia”, que acabou de vir ao mundo esta semana, sabe que se trata de uma pessoa nascida no dia 28 de abril, ou seja, ganharam um tom de falta de coragem para apontar o alvo, pois será, se não já é, um tiro no próprio pé e um rompimento de uma possibilidade importante de integração de forças.
Senador Eduardo Gomes
Agora, após a eleição, enquanto Kátia e Vicentinho Jr. lamentam os resultados pouco animadores que obtiveram, - Kátia elegeu seis prefeitos, assim como Vicentinho Jr., sendo que três ou quatro dos eleitos pelo deputado federal já estão de “malas prontas” para outros partidos, é em Brasília que os prefeitos eleitos, por todos os partidos, estão fazendo peregrinação em busca de viabilizar seus mandatos.
As indiretas dos dois parlamentares que viram suas representatividades encolher no Tocantins, são vistas, nos bastidores, como “efeito colateral” pós eleição e é certo que tanto Kátia quanto Vicentinho Jr. devem começar a pensar em “planos Bs” para seus futuros políticos. Kátia, uma ex-ministra da Agricultura, ex-deputada federal, ex-presidente da Confederação Nacional da Agricultura, tem experiência política suficiente para traçar outros caminhos para sua carreira pública, podendo tentar permanecer no Senado, fechando alianças como outros partidos, ou tentar, com maiores possibilidades, uma vaga de deputada federal, lembrando que nas próximas eleições majoritárias também não haverá coligação proporcional, mas será uma decisão de foro íntimo.
Deputado Federal Vicentinho Junior
Insistir em permanecer no Senado não é impossível para Kátia Abreu, mas seu temperamento explosivo veio, ao longo de sua vida política, destruindo pontes e cortando alguns laços importantes que poderiam servir para abrir diálogos, e é inegável que perdeu musculatura política e que uma reeleição, hoje, seria, praticamente, operar um milagre. E, como Tancredo Neves falou, “não existe milagre em eleição majoritária. Tudo dependa da base construída”.
DEM
Já o Democratas, da deputada federal Dorinha Seabra, também não voa em “céu de brigadeiro”, e precisa ser oxigenado com uma política de novas filiações e atração de novas lideranças com potencial para disputar vagas na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa. Uma “receita” que se aplica a todos os demais partidos presentes no Tocantins.
Deputada Dorinha
As previsões garantem um mínimo de 50% de renovação nas oito vagas de deputado federal que estarão em disputa em 2022 no Tocantins. Já para deputado estadual, é muito cedo para fazer qualquer previsão, pois é preciso que se conheça quantos deles irão tentar uma vaga na Câmara Federal e quantos farão o caminho contrários.
O certo é que tem muita gente contrariada, decepcionada e irritada com o resultado das eleições de 15 de novembro, ao mesmo tempo em que há pessoas tranquilas, satisfeitas e com a sensação de dever cumprido.
É fácil saber quem está melhor e mais preparado para o embate de 2022.
É bom que todos saibam, aliados e admiradores dos atuais congressistas, que todos podem estar em um mesmo palanque em 2022, pois, na política, a tábua de salvação é estar sempre próximo de quem está com credibilidade e com “cacife”, capaz de agradar todos os lados e ideologias envolvidas.
É só lembrar que quando Tancredo Neves aceitou a indicação de José Sarney para ser o seu vice, os militares se sentiram representados e o saudoso João Cruz já foi candidato a vice-governador na mesma chapa que Siqueira Campos.
Assim é a política.
Fica a dica!