Por Pretta Abreu
Empresas que monitoram as redes sociais começam a identificar uma queda brusca de ataques de bolsonaristas ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal utilizando a internet como arma. Essa redução, que já se aproxima dos 40%, deve-se, segundo avaliações, à decisão do próprio STF de determinar um cerco às notícias falsas, em missão a cargo da Polícia Federal. Além disso, seguidores do presidente da República que agem inflamados pelo ‘Gabinete do Ódio’, temem ser identificados e intimados a depor na CPI das Fake News. A quase totalidade das manifestações, hoje, é atribuída a ‘robôs’.
Após 16 meses de mandato, o presidente Jair Bolsonaro começa uma fase mais dependente dos partidos do Centrão, tendo que reinventar sua base aliada e precisando articular uma tropa de choque para evitar que o debate de um impeachment avance no Congresso. Na avaliação de líderes partidários, a tormenta enfrentada pelo Planalto com a demissão de Sérgio Moro fez o governo iniciar um período na defensiva.
Por Estadão Conteúdo
A mudança da marcha do governo ficou clara na maneira como Bolsonaro reagiu ao pedido de demissão de Moro. Em vez da autossuficiência que sempre demonstrou ao interagir com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada e da postura beligerante das redes sociais, optou por fazer o pronunciamento junto aos ministros.
A alteração no tom entrou no radar de parlamentares. Entre políticos próximos ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que se tornou adversário dos bolsonaristas, circularam sugestões para que o deputado aproveitasse a nova postura defensiva e reagisse aos ataques do “gabinete do ódio” dos quais tem sido alvo.
Por ora, contudo, Maia rechaçou assumir uma postura revanchista. A avaliação de aliados é de que, ao abrir um processo de impeachment, ele poderia municiar a tropa mais radical bolsonarista e fortalecer o discurso do presidente de que tentam derrubá-lo. O acirramento, até aqui, beneficiou o presidente, por isso o Legislativo evita o choque institucional.
Outro sinal claro da inauguração de uma fase de autodefesa do governo está mapeado por parlamentares. As bandeiras de combate à corrupção e à “velha política”, alicerces da ascensão do bolsonarismo ao Planalto, agora esbarram na necessidade de buscar pontes com raposas do meio político. “Como ele vai fazer ninguém sabe, mas espero que ele possa voltar a ter relação com o Congresso, a respeitar mais. É o que a gente espera. Ele pareceu muito na defensiva, se explicando. Talvez a realidade da vida mostre para ele o caminho”, afirmou Paulinho da Força (SD-SP).
“O governo perde um bom quadro, mas não vai significar prejuízo na relação com o Congresso”, disse, por sua vez, Fred Costa (MG), líder do Patriota.
A aproximação com o Centrão vinha sendo azeitada antes mesmo da saída de Moro, porque, para deputados, o governo antevia as repercussões que estavam por vir. “A aproximação dele com o Centrão indica uma mudança, no sentido de procurar ter acordo com os partidos de forma mais aberta”, afirmou o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB). “A sociedade brasileira vai acompanhar de perto”, completou.
Aliados tratam de minimizar futuras concessões que serão feitas por Bolsonaro para sedimentar este apoio, como a entrega de cargos na máquina pública. “Ter indicação é até positivo. Se em uma empresa você tem alguém que foi indicado, tem o currículo brilhante e, de repente, consegue ainda ajudar em quatro, cinco, dez ou vinte votos no Congresso, é bom demais”, afirmou Diego Andrade (MG), líder do PSD na Câmara.
Impeachment
Embora a ruidosa demissão de Moro, que acusou o presidente de tentar interferir na Polícia Federal e cobrar acesso a inquéritos sigilosos, tenha gerado pedidos de afastamento de Bolsonaro, líderes avaliam como precipitado qualquer movimento nesse sentido por enquanto. “O que foi dito por Moro é sério, mas não dá para tratar as colocações como conclusão para um processo de impeachment. Ele tem momento para acontecer”, afirmou o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), autor de um pedido de CPI sobre o caso.
Há ainda, entre parlamentares, um motivo mais pragmático para sobrestar discussões sobre impeachment. Uma ala avalia que a melhor maneira de enfraquecer Bolsonaro até 2022 é mantê-lo à frente do Executivo absorvendo impactos políticos e econômicos das crises que enfrenta. Além disso, para esse grupo mais calculista, que inclui políticos do baixo clero, há de ser mais fácil negociar com um Bolsonaro acuado do que, eventualmente, com o vice-presidente, Hamilton Mourão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Romeu Zema destacou ao Jornal Folha de São Paulo que o Tocantins é exemplo para o país
Por Jesuino Santana Jr.
Em Em entrevista publicada pelo o Jornal Folha de São Paulo nesse domingo, 26, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, destacou o Tocantins como um estado exemplo para o país nas ações de combate à Covid-19, causada pelo novo Coronavírus.
“Por que a mídia até hoje não mostrou o Tocantins, que é o melhor estado do Brasil, com um óbito só? Mas vai em Manaus todo dia mostrar a tragédia. Vamos mostrar o ruim, para servir de alerta, e vamos mostrar o bom, para servir de aprendizado”, afirmou o governador mineiro.
Cabe destacar, que o Tocantins possui registrados dois óbitos por Covid-19 e não um como foi citado por Romeu Zema na entrevista. O primeiro caso ocorreu no dia 14 de março, com uma mulher de 47 anos que estava internada em um hospital da rede privada da Capital. Já o segundo caso, foi registrado no último dia 20, com um morador do município de Paraíso que tinha 68 anos e estava internado em Goiânia (GO).
Ainda conforme Romeu Zema, que segundo o jornal é defensor da flexibilização das medidas de isolamento social em seu estado, cada localidade deve adotar medidas diferentes para o combate à Covid-19.
“O país tem situações muito distintas. Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são os melhores estados, junto com Minas Gerais. Têm uma situação muito diferente do Amazonas, Pernambuco, Rio de Janeiro e Ceará. Não podemos dar a mesma dose de remédio para doentes em situação totalmente diferente. Você está no último grau de alcoolismo e eu tomei meio copo de cerveja, nossa situação é muito diferente”, comparou.
Situação da Covid-19 no Tocantins
De acordo com informações da área técnica da Secretaria de Estado da Saúde (SES), o Tocantins dispõe de 153 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponíveis para atendimento da população. Além disso, conta também com 157 leitos complementares de UTI que estão contratualizados e disponíveis na rede privada para usuários do Sistema único de Saúde (SUS).
No boletim divulgado nesse domingo, 26, o Tocantins contabiliza 67 casos confirmados da Covid-19, nas cidades de Palmas (33), Araguaína (24), Cariri do Tocantins (1), Couto Magalhães (1), Guaraí (3), Gurupi (1), Dianópolis (1), Paraíso do Tocantins (1), Sítio Novo (1) e Tocantinópolis (1).
Dos 67 casos, dois vieram a óbito, 16 estão recuperados e dispensados do isolamento, 46 ainda em isolamento domiciliar e três pacientes estão internados (um na rede pública e dois na rede privada).
Em um momento em que o Brasil enfrenta uma pandemia de Covid-19, que já matou 4.057 e tem outros 59.324 casos confirmados da doença em todo o país, que causou uma paralisação profunda no comércio e na indústria, redundando em milhares de desempregados e colocando o País à beira de uma grave recessão, o assunto que domina a mídia nacional é a queda do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro que, em seu anúncio de demissão voluntária, caiu atirando contra o presidente da República, abrindo uma crise constitucional sem precedentes na história do Brasil.
Por Edson Rodrigues e Luciano Moreira
Já vimos um presidente cair por causa de uma Elba, outra por “pedaladas” e um ex ser preso por causa de um apartamento, sendo que, se a Justiça apertasse mais um pouquinho, teríamos mais um, Michel Temer, salvo pela união do Congresso em uma “blindagem mútua”.
Agora, estamos bem próximos de ver mais um presidente cair, desta vez pelas revelações de um dos seus ministros de primeira-hora, homem escolhido para ser o símbolo de um governo que lutaria com unhas e dentes contra a corrupção, mas que sucumbiu ante o despreparo pessoal e familiar (por que não político, já que os “Bolsonaros –mirins” têm cargos eletivos).
TUDO MUDA
Se a bandeira inicial de Bolsonaro era um governo sem corrupção e sem os acordos e negociatas que trocavam cargos por apoio, hoje ele se vê obrigado a buscar entre os parlamentares quem aceita lhe dar apoio em troca de benesses. E, o pior, não escolhe nomes, partidos, muito menos vida pregressa na hora de garantir o apoio, no melhor estilo da “velha política”, que tanto combatia.
Sem Moro Bolsonaro perde a sua “bandeira” de combate à corrupção, os milhões de brasileiros agradecidos pelos resultados da Lava Jato, que repatriaram bilhões de reais aos cofres públicos e que passaram a apoiar Bolsonaro após a entrada de Moro no governo.
Bolsonaro precisava lembrar, antes de tentar humilhar Moro, que ele, Bolsonaro, já fazia parte da velha política e agiu como tal ao substituir o principal homem da Pasta de Moro sem levar em consideração as ponderações do ministro e, segundo juristas, cometeu crime ao incluir a assinatura eletrônica de Sérgio Moro na publicação da exoneração no Diário Oficial da União.
SÉRGIO MORO
Sérgio Moro ganhou enorme notoriedade nacional e internacional por comandar, entre março de 2014 e novembro de 2018, o julgamento em primeira instância dos crimes identificados na Operação Lava Jato que, segundo o Ministério Público Federal, é o maior caso de corrupção e lavagem de dinheiro já apurado no Brasil, envolvendo grande número de políticos, empreiteiros e empresas, como a Petrobras, a Odebrecht, entre outras.
Em 12 de julho de 2017, condenou o ex-presidente Lula a nove anos e seis meses de prisão, sendo essa a primeira vez na história do Brasil em que se condenou criminalmente um ex-presidente da República, decisão esta mantida em segunda instância.Sua atuação na condução da Lava-Jato rendeu-lhe prêmios e críticas.
Em novembro de 2018, aceitou ser Ministro da Justiça e Segurança Pública no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, tendo pedido exoneração do cargo na magistratura. Em 20 de novembro de 2018, foi nomeado Coordenador do Grupo Técnico de Justiça, Segurança e Combate à Corrupção do Gabinete de Transição Governamental e tomou posse como ministro em 1° de janeiro de 2019. O Ministério da Justiça acumulou responsabilidades do Ministério do Trabalho, que foi extinto no governo Bolsonaro, tais como as competências de concessões de cartas sindicais e fiscalização de condições de trabalho.
Ou seja, Moro era o “justiceiro” de Bolsonaro, o homem que “seguraria a bronca da corrupção” enquanto o Presidente trataria de governar o País. Mas, ao fim, o “casamento” entre Bolsonaro e Moro acabou de forma melancólica, na última sexta-feira (24), quando, em entrevista coletiva, Sérgio Moro anunciou sua demissão e sua saída do governo.
REFLEXOS
A saída de Moro “doeu” muito mais em Bolsonaro que no ex-ministro. Grande parte dos auxiliares militares de Bolsonaro anunciou seu descontentamento com a forma com que o presidente “deixou escapar” e já deixaram claro que devem deixar o governo (nunca houve unanimidade entre os militares sobre a escolha do General Mourão para vice-presidente).
Líderes de vários partidos com quem Bolsonaro vinha tentando conquistar apoio contra o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, já se colocaram em defesa de Moro.
Presidentes da Câmara Rodrigo Maia e do Senado David Alcolumbre
Mas, o pior, é que Moro sempre foi mais popular que Bolsonaro, em todas as pesquisas realizadas e, a ex-líder de Bolsonaro, Joice Hasselmann, líder do PSL, ex-partido do presidente, já lançou a campanha para que Moro se candidate à presidente da República em 2022.
PONTOS A PONDERAR
A questão, agora, é analisar se Moro cometeu algum crime ao “cair atirando” e revelar as tentativas de interferência de Bolsonaro no trabalho da PF.
"Do ponto de vista jurídico e democrático, é preocupante que alguém com conhecimento de fatos graves, só no momento que foi contrariado pessoalmente tenha falado a respeito", diz José Mário Wanderley, doutor em Ciência Política e professor da pós-graduação em Direito da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).
Mesmo assim, segundo Wanderley, não é possível afirmar que Moro cometeu crime de prevaricação ao não denunciar as supostas pressões sofridas, isso porque a mera intenção de Bolsonaro interferir na PF não caracterizaria crime - e, em teoria, Moro deixou o cargo assim que soube da troca do comando, ou seja, quando a intenção se materializou.
"Moro sabe que não pode acusar ninguém de crime sem ter provas, então, ele insinuou o suficiente para um julgamento político, para caracterizar infrações que poderiam fortalecer um pedido de impeachment [do presidente Jair Bolsonaro]", avalia Wanderley. Para o professor de direito da FGV-SP Rubens Glezer, também não houve crime por parte de Moro no episódio.
Já a respeito de Bolsonaro, os especialistas são unânimes ao dizer que, se comprovadas as alegações de Moro, o presidente teria cometido os crimes de obstrução de Justiça e de responsabilidade.
Bolsonaro teria cometido ao menos dois crimes, de obstrução de Justiça e de responsabilidade. Este último, vale dizer, a despeito do nome, a rigor, não é crime e se caracteriza mais como uma infração, que pode levar à perda do cargo político.
Para o professor de Direito Constitucional da Universidade de São Paulo (USP) Conrado Hübner Mendes, se Bolsonaro realmente trocou o comando da PF no contexto mencionado por Moro, o presidente cometeu crime comum, de obstrução de Justiça, e crime de responsabilidade.
Outra questão apontada pelo ex-juiz foi a publicação da exoneração no Diário Oficial com a sua assinatura como ministro da Justiça, sem que ele tivesse ciente disso. "Não assinei esse decreto", afirmou Moro. Além disso, Bolsonaro postou em rede social uma imagem do decreto em que grifa o trecho "exonerado a pedido", dando a entender que Valeixo pediu para sair e que sua demissão teria sido determinada por Moro, o que foi negado pelo ex-ministro da Justiça.
DESELEGÂNCIA
"O que Moro está fazendo aí já é um discurso de quem, a partir desse momento, entrou na oposição. Uma pessoa não passa tantos anos como juiz federal sem saber da técnica jurídica, sem saber o que está fazendo. Ele sabe muito bem. Ele é um enxadrista", conclui Wanderley, fazendo referência a uma possível disputa entre Moro e Bolsonaro na próxima eleição presidencial, em 2022.
O fato é que Moro não precisava ter mostrado as imagens das conversas que teve por aplicativo para a TV Globo. Foi um ato deselegante e que dá margens à outras interpretações sobre suas intenções.
Cabe a nós, meros mortais, aguardar os rumos que a saída de Sérgio Moro do governo de Jair Bolsonaro tomarão. Se o presidente consegue reverter essa situação ou se o ex-juiz federal será candidato a presidente em 2022.
Que Deus nos abençoe!
Dos 10 testes positivos deste domingo (26), nove foram em moradores do Tocantins e outro em um homem de Pernambuco. Guaraí entrou na lista de cidades com a doença
Com Assessoria
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa neste domingo, 26, que o Laboratório Central de Saúde Pública do Tocantins (Lacen/TO) realizou 45 exames para Covid-19, com 10 amostras positivas para as cidades de Araguaína, Guaraí e Palmas, além de um caso que será notificado à Pernambuco, de paciente de São Lourenço da Mata, de 67 anos, que está internado no Hospital Regional de Gurupi (HRG).
Na noite do último sábado, 25, faleceu o caminhoneiro Antoninho Muller, de 56 anos, que residia em Dourados (MS). O paciente havia sido admitido no Hospital Regional de Araguaína (HRA) após transferência do Hospital Municipal de Tocantinópolis, com estado clínico gravíssimo. Seu óbito será contabilizado no Mato Grosso do Sul, estado em que residia, conforme recomendações do Ministério da Saúde.
Araguaína confirmou 04 casos positivos, destes, três são do sexo masculino, dois deles de 42 anos e um de 65; o caso do sexo feminino é de paciente de 30 anos. Guaraí apresentou três casos confirmados, dois do sexo masculino, de 74 (que está hospitalizado na rede privada, em Palmas) e 38 anos, além de paciente do sexo feminino, de 43 anos. Palmas tem dois novos casos, ambos do sexo feminino, de 28 e 31 anos.
Desta forma, o Tocantins agora contabiliza 67 casos confirmados da Covid-19, nas cidades de Palmas (33), Araguaína (24), Cariri do Tocantins (01), Couto Magalhães (01), Guaraí (03), Gurupi (01), Dianópolis (01), Paraíso do Tocantins (01), Sítio Novo (01) e Tocantinópolis (01).
Atualmente, o Tocantins apresenta 02 óbitos, 16 pacientes estão recuperados e dispensados do isolamento, 46 pacientes ainda em isolamento domiciliar e 03 pacientes estão internados (01 na rede pública e 02 na rede privada).
Os dados contidos neste boletim são consolidados com resultados de exames realizados no Lacen e notificações recebidas dos municípios até as 17h.
O Estado possui uma plataforma onde todos podem acompanhar os números de Covid-19 no Tocantins: http://coronavirus.to.gov.br