Bebidas energéticas podem ser um risco à saúde e à vida se ingeridas em excesso e foi isso o que aconteceu com Austin, um americano que, prestes a ser pai, quase morreu após um acidente no qual perdeu grande parte da cabeça.

 

Do Correspondente Nacional

 

A esposa dele, Brianna, relatou no Facebook o drama que a família vive depois da tragédia. Por conta do nascimento do filho, Austin passou a trabalhar muitas horas para conseguir uma renda extra. Contudo, ele passou a beber muito energético, o que acabou provocando uma hemorragia cerebral devido a uma overdose de cafeína.O exagero na bebida pode levar à morte.

 

Na rede social, Brianna conta como se sentiu ao saber que o marido estava no hospital. “Ainda me lembro da minha sogra acordando-me naquela manhã. ‘Austin sofreu um acidente’, disse ela”. A esposa viajou por duas horas até o hospital onde o marido estava e o médico confirmou que Austin tinha consumido muito energético. “Um hábito que ele havia construído quando começou a trabalhar mais horas”, completa Brianna.

 

O homem foi submetido a uma cirurgia e, ao fim do procedimento, todos puderam ver como seu rosto havia ficado: na altura da testa, parte do cérebro sumira. “Eu vi a luz deixar os olhos da mãe dele quando ela viu seu filho imóvel deitado na cama do hospital. Vi o pai dele se acabar de chorar enquanto segurava a esposa”. Além disso, Austin demorou para acordar e Brianna teve o bebê sem a presença do pai.

 

Ela achou que a criança nunca conheceria Austin mas, dois meses depois, ele pegou o filho nos braços. Sobre o encontro, Brianna confessa: “Esse foi o dia em que meu coração recuperou sua felicidade”. Atualmente, Brianna dedica sua vida ao filho e ao marido, permanentemente incapacitado devido às bebidas energéticas. “Estamos aqui. Lutando”, declara.

 

MITO OU VERDADE?

Conheça os riscos do consumo excessivo de energéticos

Não é incomum encontrar homens consumindo latinhas de energético pela manhã para aguentar o ritmo do trabalho após um happy hour animado. Ricos em cafeína, estas bebidas são estimulantes, mas não devem ser consumidas em exagero, pois podem fazer mal à saúde.

 

A cafeína é um estimulante do sistema nervoso central e, por isso, ajuda a deixar as pessoas mais alertas. "Cada latinha de energético equivale a cerca de três xícaras de café, bebida que também é rica na substância. Por isso, o ideal é que a pessoa consuma, no máximo, uma lata e meia por dia, porque cafeína em excesso pode intoxicar o organismo, levando a náuseas, taquicardia, tremores, insônia, irritabilidade e zumbidos", explicou Vladimir Schraibman, especialista em cirurgia geral e gastrocirurgia, do corpo clínico do Hospital Albert Einstein, da capital paulista

 

Alessandra Grisante, nutricionista especializada em Fisiologia do Exercício do Hospital 9 de Julho, da mesma cidade, lembrou que é importante distinguir as bebidas energéticas das bebidas desportivas ou repositoras energéticas. "Estas têm composição diferente, sem cafeína ou estimulantes, com base prioritária de carboidratos (açúcares), visando a reidratação e a reposição da energia perdida durante a prática de esportes, sendo aplicadas de maneira criteriosa e individualizada".

 

O médico alertou que o consumo de bebidas energéticas industrializadas deve ser limitado, afinal, "não é um isotônico". Além disso, a cafeína pode viciar, levando à necessidade de doses cada vez maiores para se obter o mesmo efeito. "Tem gente que fica até com síndrome de abstinência", afirmou. "É preciso deixar claro que, apesar de as bebidas energéticas conterem cafeína, não devem ser ingeridas como o café na rotina diária", concordou a nutricionista.

 

Contra-indicações

Alessandra afirmou que, nutricionalmente falando, não há recomendação do consumo de bebidas energéticas, principalmente para pessoas enfermas, crianças, gestantes, idosos etc. "Os efeitos variam de acordo com a dose ingerida e a sensibilidade de cada um. A quantidade que deixa o jovem eufórico, para um idoso hipertenso pode levar ao aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, com maior risco de morte", explicou.

 

Além disso, a nutricionista do Hospital Nove de Julho comentou que a portaria nº 868/98 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) obriga os fabricantes de bebidas energéticas a informar no rótulo que enfermos e idosos devem evitar seu consumo. Segundo ela, isto ocorreu após a descoberta de algumas irregularidades, como excesso de vitaminas e falta de comprovação das funcionalidades (pontecializadora, estimulante, melhora do desempenho etc).

 

Balada boa

Durante as festas e baladas, muita gente mistura o energético com bebidas alcoólicas para disfarçar o sabor do álcool ou para potencializar o efeito "de alerta" que ela possui. Segundo Schraibman, é justamente aí que está o maior perigo: "temos a depressão do álcool, mascarando seus sintomas, e a potencialização da cafeína. Além disso, a pessoa ingere a mistura e dificilmente se alimenta, levando a casos de desidratação e hipoglicemia. Tem gente que chega a desmaiar!", destacou.

 

Alessandra demonstrou preocupação com a crescente associação entre os jovens: "o energético pode esconder os sinais de intoxicação do álcool, evitando que a pessoa perceba que já bebeu demais, podendo levá-la ao coma alcoólico, seguido de morte. A longo prazo, esta combinação é um fator de risco para o desenvolvimento de dependência química do álcool".

 

Essa tal cafeína

Schraibman citou o guaraná e o gengibre como estimulantes naturais, que podem ser usados por aqueles que objetivam se manter mais despertos. Alessandra destacou o café, fonte de cafeína; chocolate (principalmente aqueles com maior teor de cacau); chás verde, mate e preto; e alguns refrigerantes, "cabendo a possibilidade de efeitos adversos no consumo de todos eles".

 

Embora leve a má fama, a nutricionista contou que a cafeína não é de todo ruim, visto que está presente em alguns medicamentos e estudos demonstraram que entre quatro e seis xícaras de café - grande fonte da substância - por dia são capazes de promover uma melhora do desempenho físico, estado de alerta e melhora neurocognitiva em atletas. Mas, ela também pode ter efeitos negativos, visto que acelera o metabolismo, tem ação diurética (pode levar à desidratação), entre outros. Além da substância, os energéticos também são ricos em açúcares e este é mais um motivo para controlar o consumo: podes colaborar com o aumento do peso.

 

Posted On Terça, 17 Outubro 2017 09:43 Escrito por

Irmãos são acusados de usar informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro por meio das empresas JBS e FB Participações.

 

Da Agência Brasil

 

A Justiça Federal em São Paulo aceitou hoje (16) a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra os empresários Joesley e Wesley Batista, sócios da JBS, e os tornou réus pela prática dos crimes de manipulação do mercado e uso indevido de informação privilegiada.

 

“Considero existirem suficientes indícios de autoria em relação a cada um dos imputados, havendo, portanto, justa causa para o prosseguimento da persecução penal”, destacou na decisão o juiz federal João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Federal Criminal em São Paulo.

 

Segundo a denúncia do MPF, os empresários e dirigentes do grupo JBS lucraram R$ 100 milhões com a compra de dólares poucos dias antes do vazamento do acordo de delação premiada que fizeram com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

 

Eles teriam também vendido R$ 327 milhões em ações da JBS enquanto seus executivos negociavam o acordo com a PGR. O MPF afirma que os empresários sabiam que a delação causaria a queda das ações da JBS e a alta do dólar e atuaram para reduzir o prejuízo.

 

O MPF aponta Wesley como responsável pela compra dos dólares, por isso está sujeito a pena de até 18 anos de prisão. Já Joesley teria articulado a manipulação do mercado e pode pegar pena de 13 anos.

 

Os irmãos Batista já estão presos desde 9 de setembro na carceragem da Superitendência da Polícia Federal em São Paulo.

 

Em nota, a JBS reafirma que as operações de recompra de ações e derivativos cambiais foram realizadas “de acordo com perfil e histórico da companhia que envolvem operações dessa natureza”. Segundo o texto, as movimentações estão alinhadas à política de gestão de riscos e proteção financeira e seguem as leis que regulamentam as transações.

 

A defesa dos irmãos Batista disse confiar na Justiça e que “voltará a apresentar relatórios técnicos que demonstram a normalidade de todas as operações financeiras efetuadas, que afastam por completo qualquer dúvida sobre a licitude de sua conduta”.

 

 

Posted On Terça, 17 Outubro 2017 05:51 Escrito por

O Programa Criança Feliz tem como foco o desenvolvimento integral das crianças brasileiras, principalmente aquelas que se encontram em situação de vulnerabilidade social, além de oferecer apoio abrangente para toda família, desde a gestação

 

Por Aline Gusmão

 

Com apresentações culturais que reforçam as tradições do povo Xerente e demonstram a força de sua cultura aos visitantes, a Aldeia Brejo Comprido, localizada a 42 km de Tocantínia, recebeu na manhã desta segunda-feira, 16, o Ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, o Governador do Tocantins, Marcelo Miranda, e outras autoridades para o lançamento oficial do Programa Criança Feliz na comunidade. Das 22 famílias da Aldeia, três recebem as ações do Programa que visam estimular o desenvolvimento integral de crianças na primeira infância, além de fortalecer o vínculo familiar.

 

As visitas às famílias contempladas pelo Programa na comunidade são realizadas pela equipe da cidade de Tocantínia, que possui duas indígenas em sua formação, o que pode facilitar o trabalho, conforme explicou a visitadora, Elizabete Xerente. “Eu abordo a família e pergunto se eles preferem conduzir a visita no nosso idioma ou no português. Assim, elas já se sentem mais à vontade para realizar as atividades e seguir com os cuidados com as crianças”, comentou.

Para acompanhar as visitas domiciliares, as autoridades presentes se dividiram em três grupos. A secretária de Estado doTrabalho e Assistência Social (Setas), Patrícia do Amaral, e a primeira-dama do Estado, a Deputada Dulce Miranda, observaram o trabalho desenvolvido com o pequeno Edson, de dois anos e cinco meses, filho do Cacique Izaías. Atenta a todas as orientações, a esposa do Cacique, Valdilene Xerente, disse já perceber avanços nas respostas do filho. “Faço as atividades com ele todos os dias, por cerca de meia hora e ele tem gostado. Mas quando ele diz ‘já brinquei’, eu paro e seguimos depois”, explicou ela, enfatizando que respeita os limites do filho.

 

Após as visitas, os indígenas fizeram apresentações que incluíam dança de boas-vindas realizadas por crianças, encenação de casamento e a corrida da tora, mostrando a força de seu povo. O Ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, destacou a importância de o Programa estar presente nestas comunidades e destacou a parceria com o Governo do Estado. “Temos certeza de que este Programa dará bons frutos no Tocantins, pois estimular o desenvolvimento integral das crianças desde a gestação até os três anos é dar-lhes melhores condições de aprender, estudar e mudar a realidade da sociedade brasileira para melhor”, afirmou.

 

Sobre o Programa

O Programa Criança Feliz tem como foco o desenvolvimento integral das crianças brasileiras, principalmente daquelas que se encontram em situação de vulnerabilidade social. O principal objetivo é assegurar as condições para que elas se desenvolvam seu pleno potencial. Para isso, há uma estratégia de visitação domiciliar que visa atender famílias com crianças de até 3 anos de idade. No caso de crianças em situação de extrema pobreza ou necessidades especiais, o apoio se estende até os 6 anos de idade.

 

Criança Feliz no Tocantins

No Tocantins, o governador Marcelo Miranda assinou o Termo de Adesão ao Programa no dia 9 de março deste ano, e 46 municípios aderiram e estão sendo assessorados pela equipe técnica da Setas no processo de implantação. A Aldeia Porteira, também no município de Tocantínia, a 85 km de Palmas, foi a primeira comunidade indígena no país a receber as visitas domiciliares previstas pelo Programa Criança Feliz.

 

Posted On Terça, 17 Outubro 2017 05:50 Escrito por

Novas delegacias foram entregues e prédios foram reformados pelo Governo do Tocantins

 

Por Wherbert Araújo

Preocupado em garantir a ordem e manter a tranquilidade da população tocantinense, o Governo do Tocantins continua investindo alto em Segurança. Somente em 2017, foram adquiridas novas viaturas, armamento e equipamentos de proteção de policiais e agentes, além da nomeação e posse de delegados, agentes, escrivães, técnicos e agentes da Defesa Social (atual Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça). Para 2018, está prevista a publicação do edital de concurso oferecendo mil vagas para soldados e 40 para oficiais.

São ações pontuais que visam fortalecer as instituições e o mais importante: promover a paz e a harmonia em todos os municípios do Estado. Na Polícia Militar, além de coibir a ação de criminosos e pessoas de má índole, o Governo do Tocantins segue investindo em ações educativas de combate às drogas e à violência. Outra medida é a implantação de quatro unidades do Colégio da Polícia Militar (Araguaína, Arraias e duas em Palmas), bem como o processo de implementação nos municípios de Araguatins, Paraíso e Gurupi. Na Segurança Pública, o Governo do Tocantins reformou e ampliou delegacias, homologou e nomeou aprovados nos concursos da Polícia Civil e Defesa Social. São benefícios que visam inibir os registros de violência no Estado.

De acordo com o secretário de Estado da Segurança Pública, Cesar Roberto Simoni, desde 2015, a atual gestão vem se preocupando em garantir aparelhamento, contratação e aperfeiçoamento dos quadros técnicos da Polícia Civil. Respondendo questionamentos sobre a situação da segurança dos moradores frente ao avanço da criminalidade, o secretário é enfático em ressaltar a atuação de homens e mulheres empenhados em combater a criminalidade no Tocantins. “Felizmente, a nossa população ainda pode sentar tranquila na porta de casa no fim do dia. A quem interessa dizer que não temos Segurança Pública? Não podemos evitar que os bandidos cometam crimes, mas reforçamos que ao cometerem delitos, nós iremos prendê-los”, afirmou. Ainda segundo o secretário, o Tocantins é o terceiro estado mais eficiente no combate ao narcotráfico, de acordo com dados nacionais. Municípios Em Taguatinga, região de fronteira no extremo-sudeste do Estado, a população estava assustada. Segundo o prefeito Altamirando Zequinha Gonçalves, os registros de explosão de agências bancárias, sequestros relâmpagos e assassinato de jovens supostamente ligados ao tráfico de drogas deixaram atônitos os moradores da cidade. “Realmente estávamos assustados. Mas, o governador Marcelo Miranda ouviu o nosso apelo e disponibilizou mais um delegado, três agentes, dois escrivães e, em parceria com o município, vai reformar a delegacia da cidade e disponibilizar mais uma viatura. Já na Polícia Militar, um reforço ostensivo, realizado no início do mês, inibiu possíveis ações de bandidos dos estados vizinhos”, relatou. Ainda de acordo com o prefeito, um sistema de monitoramento por câmeras em áreas da cidade deverá ser implementado em breve.

De acordo com o  comandante-geral da Polícia Militar, coronel Glauber de Oliveira Santos, o trabalho conjunto entre polícias Civil e Militar resulta na garantia da segurança dos tocantinenses. “A nomeação dos novos técnicos e dos policiais na Segurança Pública desonerou nossos policiais para que eles possam realizar as atividades fins, estar nas ruas e garantir a segurança dos nossos moradores. O Governo também criou o Batalhão Rodoviário de Divisas, porque o Tocantins faz fronteira com sete estados. Estamos atuando fortemente para evitar a entrada de armas e drogas no nosso Estado”, frisou.

Secretário César Simoni assegurou que, até dezembro, deverão ser inauguradas 35 novas unidades - Lia Mara/Governo do Tocantins

Posted On Segunda, 16 Outubro 2017 17:07 Escrito por

MPT reage à portaria que dificulta comprovação de trabalho escravo

 

Com Agências

 

Enquanto integrantes da bancada ruralista comemoraram, deputados da oposição criticaram e prometeram apresentar projeto para sustar decreto publicado nesta segunda-feira, 16, pelo Ministério do Trabalho dificultando a comprovação de trabalho escravo. O decreto foi publicado no Diário Oficial da União (DOU).

Membro da oposição ao governo, o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) afirmou que apresentará nesta terça-feira, 17, projeto de decreto legislativo para sustar o decreto. "(O presidente Michel) Temer parece desconhecer qualquer limite. Sepultar o combate ao trabalho escravo em troca de salvação na Câmara é escandaloso, além de brutal com milhares de brasileiros", disse, em nota.

Integrante da bancada ruralista, o líder do PSD na Câmara, deputado Marcos Montes (MG), elogiou o decreto, que, segundo ele, era uma demanda antiga do setor. "O decreto constrói uma questão mais clara sobre a definição do que é trabalho escravo. A lista agora não vai mais poder ter excessos", afirmou o parlamentar mineiro.

O decreto foi publicado nesta segunda-feira no DOU, na mesma semana em que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara votará a segunda denúncia contra o presidente. No plenário, a votação da peça acusatória está prevista para a próxima semana.

Decreto Como mostrou mais cedo o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), a portaria regulamenta a concessão de seguro-desemprego a pessoas resgatadas de trabalho análogo à escravidão no País. O texto também faz alterações na norma que criou o cadastro de empregadores que submetem indivíduos a essa situação, a chamada "lista suja do trabalho escravo".

O texto traz o conceito de quatro situações que configuram regime de trabalho forçado ou reduzido a condição análoga à de escravo e que devem ser observadas pelos auditores do ministério na hora da fiscalização das propriedades e - devidamente - documentadas para comprovar as condições de trabalho das vítimas.

As exigências valem para o enquadramento dos casos no crime e para possibilitar a inclusão na "lista suja" do empregador, a quem será assegurado o exercício do contraditório e de ampla defesa diante da conclusão da inspeção do governo. Na prática, a portaria dificulta a punição de flagrantes situações degradantes.

O decreto diz a definição de condição análoga à de escravo: "a submissão do trabalhador a trabalho exigido sob ameaça de punição, com uso de coação, realizado de maneira involuntária; o cerceamento do uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto, caracterizando isolamento geográfico; a manutenção de segurança armada com o fim de reter o trabalhador no local de trabalho em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto; a retenção de documentação pessoal do trabalhador, com o fim de reter o trabalhador no local de trabalho". A portaria ainda define trabalho forçado, jornada exaustiva e condição degradante.

O ato, assinado pelo ministro Ronaldo Nogueira, também estabelece que deverá constar "obrigatoriamente" do auto de infração uma série de materiais para identificar a existência dos delitos. São eles: "menção expressa a esta Portaria e à PI MTPS/MMIRDH nº 4, de 11.05.2016; cópias de todos os documentos que demonstrem e comprovem a convicção da ocorrência do trabalho forçado; da jornada exaustiva; da condição degradante ou do trabalho em condições análogas à de escravo; fotos que evidenciem cada situação irregular encontrada, diversa do descumprimento das normas trabalhistas, nos moldes da Portaria MTE 1.153, de 14 de outubro de 2003; e descrição detalhada da situação encontrada".

Esta última exigência ainda deverá ser acompanhada de comprovação de: existência de segurança armada diversa da proteção ao imóvel; impedimento de deslocamento do trabalhador; servidão por dívida; e existência de trabalho forçado e involuntário pelo trabalhador.

Ao final do processo administrativo, diz o texto, se comprovada a procedência do auto de infração ou do conjunto de autos, a determinação da inscrição do empregador na "lista suja" será do ministro de Estado do Trabalho.
 MPT reage à portaria que dificulta comprovação de trabalho escravo

 

Em reação à portaria do Ministério Público do Trabalho (MPT) que flexibiliza as regras da Lista Suja do Trabalho Escravo, o Ministério Público do Trabalho acusou o governo de dar os "braços" às empresas que escravizam. Coordenador nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete) do MPT, Tiago Muniz Cavalcanti avaliou que a portaria viola tanto a legislação nacional quanto compromissos internacionais firmados pelo Brasil.

"O governo está de mãos dadas com quem escraviza. Não bastasse a não publicação da lista suja, a falta de recursos para as fiscalizações, a demissão do chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), agora o ministério edita uma portaria que afronta a legislação vigente e as convenções da OIT. O Ministério Público do Trabalho tomará as medidas cabíveis", disse por meio de nota.

Posted On Segunda, 16 Outubro 2017 17:03 Escrito por