A ação apura a conduta do ex-presidente ao levantar suspeitas sobre as urnas eletrônicas em reunião com embaixadores

Por Gabriela Coelho

 

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes, marcou para 22 de junho o julgamento de uma ação que pode deixar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível.

 

A ação, que corre em sigilo na Corte, apura a conduta de Bolsonaro durante a reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada. Na ocasião, o ex-presidente levantou suspeitas sobre as urnas eletrônicas, sem apresentar provas, e atacou o sistema eleitoral brasileiro.

 

O Ministério Público Eleitoral (MPE) já defendeu a inelegibilidade de Bolsonaro pela conduta dele no encontro com os diplomatas. Segundo o órgão, o discurso de desconfiança sobre as eleições feito pelo ex-presidente foi capaz de afetar a convicção de parte da população brasileira na legitimidade dos resultados das urnas.

 

Para o MPE, há indícios de abuso de poder político, abuso de autoridade, desvio de finalidade e uso indevido dos meios de comunicação por parte do ex-presidente Bolsonaro.

 

O general Walter Braga Netto, que foi candidato a vice na chapa de Bolsonaro, também é alvo da ação. No entanto, o MPE defende a absolvição de Braga Netto, por entender que não houve a participação dele nos fatos investigados na ação. O órgão é a favor de que apenas o ex-presidente fique inelegível.

 

 

 

Posted On Terça, 06 Junho 2023 03:58 Escrito por

Com o plenário da Assembleia Legislativa do Tocantins lotado, a audiência pública que discutiu a saúde do Estado reuniu as principais autoridades no assunto, nesta tarde (5).

 

Com Assessoria

 

Membro da Comissão de Saúde e Assistência Social da Aleto, o deputado Eduardo Mantoan (PSDB) destacou a necessidade de debater o que realmente acontece na saúde do Estado e nos municípios. “A realidade é que Palmas vem cumprindo seu papel e ampliou muito o percentual de recursos aplicados na saúde. A constituição prevê 15%, mas desde 2019 a cidade está muito acima disso. Parabenizo o governador Wanderlei Barbosa e a prefeita Cinthia por buscarem o diálogo e, assim, encontrar soluções. O acordo firmado recentemente tem tudo para dar certo. É parceria que vai resolver, jamais briga e desrespeitos”.

 

E ainda cumprindo a finalidade da audiência pública, o deputado Mantoan também apontou a divisão de responsabilidades para que a população tocantinense seja bem atendida, tendo o direito constitucional a saúde garantido. “É real que Palmas precisa ter um hospital municipal. No entanto, esse não é um problema de agora e, sim, algo que vem de muitos anos. Além disso, a construção de um hospital não vai se dar de forma imediata. Este hospital de caráter municipal, como já foi anunciado, pode ser o Padre Luso, no Jardim Aureny II. Estado e município juntos têm toda a capacidade para colocá-lo em pleno funcionamento e, no ano que vem, até ampliá-lo. Podemos planejar, mas precisamos de apoio do Estado e do governo federal para o custeio.

 

Hoje, da imensa rede municipal que temos na cidade, a prefeitura aporta com quase 64% dos recursos, enquanto o governo do Estado entra com 2%, o restante vem do governo federal. Assim, repactuar esses valores é fundamental para que possamos ter uma saúde pública de ainda mais qualidade”.

 

Durante a audiência, o deputado Júnior Geo anunciou a destinação de R$500 mil em emendas para aplicação na rede municipal de saúde de Palmas. A deputada Vanda Monteiro se prontificou no envio de R$1.000.000. Os outros parlamentares presentes na audiência também se comprometeram a avaliar a possibilidade do repasse de emendas para a mesma finalidade. O deputado Mantoan reafirmou o compromisso de destinar 50% das emendas que têm direito para a capital.

 

 

Posted On Terça, 06 Junho 2023 03:56 Escrito por

Como ação da Semana do Meio do Ambiente, estudantes participaram de aulas práticas sobre preservação

 

Por Alcione Luz

 

O Colégio Estadual Dr. Abner Araújo Pacini, de Almas, tem participado, ativamente, do processo de recuperação da nascente do córrego Prainha, localizado próximo à unidade escolar. As atividades pedagógicas, realizadas no período de 29 de maio a 5 de junho, fazem parte das ações referentes à Semana Mundial do Meio Ambiente.

 

As atividades iniciaram com o plantio de mudas típicas do Cerrado, como aroeira e jatobá, ao redor da escola, com a participação de estudantes do oitavo ano do ensino fundamental. As mudas foram doadas pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Almas.

 

Já os estudantes do sexto e do sétimo anos participaram de aula campo no córrego Prainha, que está sendo recuperado, depois de passar vários anos impróprio para uso. Na aula, os estudantes aprenderam na prática como a poluição da água afeta a saúde, a economia e a vida dos animais.

 

Estudantes do Colégio Estadual Dr. Abner Araújo Pacini durante ação da Semana do Meio Ambiente

 

Os alunos do nono foram conduzidos até a nascente do córrego Pendurado, no centro da cidade, que está em estado de poluição. A equipe foi conduzida pela professora aposentada Josefa Pereira de Macedo, 80 anos, que mora próxima ao local. “O lugar já foi muito importante para a comunidade, porém, devido o descuido com o meio ambiente,hoje é impróprio para uso. O forte odor ocasionado pelo acúmulo de lixo e a presença de insetos tendem a afastar o convívio de pessoas no seu entorno. Sem falar no impacto ambiental e na possibilidade de transmissão de diversas doenças”, explicou.

 

Para finalizar a ação da Semana do Meio Ambiente, nesta segunda-feira, 5, os estudantes do ensino médio participaram do Simpósio: Impactos Ambientais. O evento contou com a participação da professora e secretária de Meio Ambiente do município, Raquel Pereira de Macedo, que juntamente com os estudantes debateram sobre os impactos ambientais e reforçada a importância da preservação do meio ambiente.

 

A estudante Gabriela Silva Macedo aprovou a iniciativa. “Gostei muito das atividades. Tivemos a oportunidade de ouvir e aprender assuntos importantes em relação aos cuidados com os recursos naturais. É de extrema importância entender a necessidade de reciclar e de não poluir os rios e nem o solo. Foram diversos momentos de rico aprendizado para os estudantes. Cada um repensou sobre seus hábitos em relação às atividades diárias”, frisou.

 

Para a professora Silvana de Sousa Ferreira, o objetivo da iniciativa é elevar o desempenho acadêmico dos alunos, no que se refere à sustentabilidade ambiental. “A ação é de extrema relevância para a comunidade escolar. A importância da preservação do meio ambiente se faz necessária no mundo contemporâneo e é de responsabilidade de todos os cuidados contínuos e permanentes com a natureza independentemente se mora na zona urbana ou rural”, destacou.

 

“Foi uma prática de suma importância e relevância para todos os participantes, principalmente, os estudantes protagonistas envolvidos, que explanaram e debateram sobre ações de preservação dos recursos naturais, causas e consequência da intensificação do efeito estufa e aquecimento global”, completou o professor Robson Barreira Soares.

 

 

Posted On Terça, 06 Junho 2023 03:52 Escrito por

Congresso hostil expõe fracasso de Lula em apelo por voto em deputados 'do time'

 

Por Joelmir Tavares

 

Dizer que a raposa tomou conta do galinheiro pode ser uma maneira ao gosto do presidente Lula (PT) de descrever a situação que seu governo enfrenta, diante de um Congresso Nacional dominado por forças contrárias e disposto a barrar medidas cruciais para o Planalto.

 

A metáfora da raposa que come as galinhas foi usada em público pelo petista ao menos nove vezes durante a campanha para alertar seus apoiadores sobre o risco de ter um Legislativo hostil ao Executivo. Ele também fazia um apelo pela eleição de mais parlamentares "do time do Lula".

 

 

Ao longo de 2021 e 2022, o presidente também disse saber que "o jogo é pesado" na relação com o Legislativo e que "é lá que o bicho pega". "Se a gente não construir uma maioria, a gente vai ficar fragilizado", afirmou a simpatizantes em um discurso no Rio de Janeiro em março do ano passado.

 

 

Se "votarem em deputados que são contra a gente, a gente tá lascado", Lula reiterou à militância na capital paulista, às vésperas do segundo turno. "É como se você tivesse um galinheiro e resolvesse colocar a raposa para tomar conta das galinhas. O que ia acontecer? A raposa ia comer as galinhas."

 

Uma semana depois da fala, o eleitorado brasileiro deu a partidos de direita 50% das vagas da Câmara (na eleição de 2018, eram 49%), conforme levantamento da Folha. A esquerda até teve ganho —de 23% para 25% das cadeiras—, mas insuficiente para mudar o jogo. O centro representava 27% e passou para 25%.

 

No Senado, o quadro também foi favorável ao campo conservador, com 44% dos eleitos oriundos de siglas de direita (eram 35%). A esquerda conquistou 16% (ante 15%), e o centro encolheu (de 51% para 40%).

 

Hoje a base da esquerda, liderada pelo PT, controla cerca de 130 das 513 cadeiras da Câmara. No Senado, os partidos à esquerda detêm 16 vagas do total de 81. Em ambas as Casas, o governo fechou alianças ao centro e à direita, mas os apoios variam conforme o tema, o que torna a situação instável.

 

 

A preocupação externada por Lula também era compartilhada pelo PT, que conseguiu aumentar o número de postos na Câmara (de 56 para 69). O então candidato chegou a brincar com a possibilidade de a esquerda um dia eleger a maioria dos deputados, mas disse achar "difícil acontecer".

 

Embora fizesse a ressalva de que é preciso conversar com quem foi eleito, independentemente de orientação ideológica, o petista cobrava empenho pela eleição daqueles que tivessem "compromisso histórico com o povo brasileiro" e fossem contribuir com seu projeto.

 

"Não basta apenas eleger o Lula presidente da República, se a gente não mudar a qualidade dos deputados e senadores. Vamos ter que eleger muitos deputados e senadores que pensem igual à gente", conclamou em ato do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), em março de 2022.

 

"Não adianta chorar. Se não tiver números, a gente não faz", disse no mês seguinte a companheiros da CUT (Central Única dos Trabalhadores), ao prometer a revisão da reforma trabalhista.

 

O cientista político Alberto Carlos Almeida afirma que Lula fez uma tentativa de aumentar o espaço da esquerda. "Pensando pela ótica dele, é melhor disputar fazendo esse apelo do que sem falar nada. Será que, se ele não tivesse falado isso na campanha, o PT teria a bancada que tem hoje?"

 

Para Almeida, um dos obstáculos para convencer parlamentares a votarem com o governo —e que não existia há 20 anos, quando o petista assumiu a Presidência pela primeira vez— é a pressão que sofrem diretamente dos eleitores via redes sociais. O grau de liberdade é menor.

 

"Temos um Congresso conservador e que não está mais disposto a dar apoio como era no passado. Há mais pudor com o toma lá, dá cá explícito. Sem falar que o eleitor de direita, mais polarizado, é mais exigente com seus representantes, o que acaba dificultando certas flexibilizações", diz.

 

Principal símbolo da resistência às bandeiras progressistas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já disse que os pares podem votar com o governo em projetos das esferas econômica e administrativa que obtenham consenso, mas dificilmente a pauta de costumes terá apoio.

 

"A esquerda vai ter que exercitar a paciência", diz o deputado federal Kiko Celeguim (PT-SP), que também preside o partido no estado. Para ele, o governo erra ao querer, por exemplo, mexer no marco do saneamento —aprovado pelo Congresso— e deve se debruçar sobre o que é importante.

 

"Primeiro é preciso criar estabilidade, para depois avançar de maneira mais profunda na agenda que foi a vencedora nas urnas."

 

Celeguim, que usa o termo "suadouro" para se referir às sofridas votações encaradas pelo governo nas últimas semanas, afirma que a performance de congressistas de esquerda nas próximas eleições poderá ser favorecida pelos resultados da administração Lula.

 

"Se a gente fizer o país crescer, a tendência é eleger mais lideranças regionais, o que se reflete a longo prazo no Congresso", calcula o deputado, que atribui o desempenho de 2022, inferior ao esperado, às vantagens que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) conferiu a seus aliados, com emendas e recursos.

 

A cientista política Carolina de Paula, da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), diz que o fortalecimento da direita no Legislativo é gradual ao longo dos últimos anos, mas deu um salto com o fenômeno Bolsonaro em 2018. Em 2022, foi impulsionado por recursos e pela polarização.

 

"Lula tinha a expectativa de ajudar a esquerda a ampliar seu peso na composição do Legislativo, mas não conseguiu. É difícil combinar com o eleitor uma eleição coordenada para os dois Poderes", afirma, observando também que as pautas à direita avançaram na sociedade.

 

Pesquisadores vêm dizendo que a novidade não é a posição minoritária da esquerda, mas as mudanças de articulação que se impuseram nos últimos anos, com um Congresso anabolizado pelo pagamento de emendas e com maior capacidade de barganha nas negociações.

 

Para o também cientista político Bruno Schaefer, do Observatório do Legislativo Brasileiro, a fragmentação partidária no país é um impeditivo para que um presidente eleito tenha uma maioria do seu campo ideológico no Legislativo. "Mas também existe uma dissonância entre como as pessoas votam para um Poder e o outro. Em geral, elas se preocupam menos com o Congresso e mais com o Executivo."

 

Schaefer, que também é professor da Uerj, diz ser perfeitamente possível governar com uma distância ideológica entre o Planalto e a fatia majoritária do Congresso. "Exige acordos. O que temos de novo é uma direita que não está disposta a negociar."

 

Falas de Lula sobre o Congresso antes das eleições

 

"A gente [PT] precisa ter uma bancada mais representativa, e os partidos de esquerda também, o PSB, o PSOL, o PDT. Para ver se a gente consegue dentro do Congresso Nacional aprovar as coisas que são necessárias para fazer as mudanças que todos nós queremos fazer nesse país."

 

em 3.ago.2021, em entrevista à rede TVT

 

"Não coloca uma raposa no galinheiro, que ela não vai tomar conta das galinhas, vai comer as galinhas. Não basta eleger um presidente da República progressista, de esquerda. Você tem que eleger um presidente de esquerda e eleger pessoas comprometidas."

 

em 1º.set.2021, em entrevista ao programa "Triangulando", no YouTube

 

"Não é elegendo apenas um presidente que a gente muda esse país. É preciso votar em deputados, deputadas, senadores e senadoras que tenham compromisso histórico com o povo brasileiro, com a juventude brasileira e com a soberania brasileira."

 

em 17.dez.2021, durante o 5º Congresso Nacional da Juventude do PT

 

"O ideal seria que o PT pudesse eleger todos os deputados; não vai acontecer. Talvez o mais importante é que a esquerda devesse eleger a maioria dos deputados. Eu acho que é difícil acontecer. Então você negocia com quem está eleito."

 

em 26.jan.2022, em entrevista à rádio CBN Vale

 

"Durante as eleições, eu vou pedir voto para deputado. Vocês tratem de lançar candidatos a deputado, porque nós precisamos de pelo menos uma metade de deputados bons, porque senão a gente não consegue aprovar, a gente não consegue fazer as coisas."

 

em 19.mar.2022, durante encontro com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra)

 

"Não basta votar no Lula. É importante ter em conta o que está acontecendo no Brasil. Além de eleger o presidente da República, nós temos que eleger deputados, deputadas, senadores e senadoras. Porque, se a gente não construir uma maioria [no Congresso], a gente vai ficar fragilizado."

 

em 26.mar.2022, durante evento do PC do B

 

"Se a gente não mudar o Congresso Nacional, é muito difícil imaginar que nós vamos conseguir fazer as reformas que nós precisamos fazer. Ou melhor, a contrarreforma [trabalhista] que nós precisamos fazer. Não adianta chorar. Se não tiver números, a gente não faz."

 

em 4.abr.2022, durante evento na CUT (Central Única dos Trabalhadores)

 

"Nessa campanha, eu vou dar mais importância à questão dos deputados do que à própria campanha presidencial. Não adianta votar num presidente da República se não votar numa quantidade de deputados que pensam ideologicamente igual o presidente, para fazer as mudanças que necessita."

 

em 26.abr.2022, em entrevista coletiva

 

"Não vote em deputado da turma deles [da direita], porque é a mesma coisa que colocar uma raposa para tomar conta do galinheiro, achando que as galinhas vão engordar; não vão. A raposa vai comer as galinhas, e é isso que está acontecendo com o resultado das eleições de 2018"

 

em 10.set.2022, durante comício em Taboão da Serra (SP)

 

"Se vocês votarem em mim para presidente e no [Fernando] Haddad para governador, e votarem em deputados que são contra a gente, a gente tá lascado. É como se você tivesse um galinheiro e resolvesse colocar a raposa para tomar conta das galinhas. O que ia acontecer? A raposa ia comer as galinhas."

 

 

Posted On Segunda, 05 Junho 2023 17:37 Escrito por

Acordo com a empresa suíça Mercuria Energy Group para certificação e comercialização de créditos no mercado voluntário coloca o Estado na vanguarda do enfrentamento da crise climática

 

Com Assessoria

 

O Governo do Tocantins assinou nesta segunda-feira, 5, Dia Mundial do Meio Ambiente, em Genebra, na Suíça, um acordo técnico e comercial com a Mercuria Energy Trading S/A para a realização do projeto de qualificação e certificação do Programa de REDD+ (Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação) Jurisdicional do Estado. Com a certificação, o Tocantins será o primeiro Estado do Brasil e um dos pioneiros no mundo a comercializar créditos de carbono no mercado de carbono voluntário.

 

“Essa é uma iniciativa inovadora que só foi possível graças ao compromisso do Tocantins com a preservação do meio ambiente, representada por todo um conjunto de políticas públicas de Estado e um ordenamento legal que não começaram agora. Há mais de 15 anos estamos preparando o Estado para esse momento que coloca o Brasil na vanguarda do enfrentamento da crise climática mundial”, explica o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa.

 

Na prática, com a assinatura do acordo, a Mercuria, que é uma das maiores empresas do mundo no segmento de energia e commodities, compromete-se a investir aproximadamente R$ 20 milhões em serviços técnicos para o cumprimento dos requisitos de qualificação em um padrão internacional e geração de créditos de carbono. Outros R$ 10 a 20 milhões serão investidos no registro desses créditos, o que permitirá ao Tocantins tornar-se elegível para atuar no mercado de carbono voluntário e utilizar os seus ativos ambientais como forma de gerar recursos para investir na preservação ambiental e no desenvolvimento sustentável do Estado.

 

Programa REDD+ Jurisdicional

 

O Programa REDD + Jurisdicional do Tocantins tem por objetivo geral promover a redução progressiva das emissões dos gases de efeito estufa proveniente de desmatamento e degradação florestal. O programa tem como gênese o Plano de Prevenção e Combate aos Desmatamentos e Incêndios Florestas do Estado do Tocantins (PPCDIF) que trabalha com quatro eixos: Prevenção, Comando e Controle, Combate e Monitoramento. É uma iniciativa que incentiva a conservação da vegetação nativa com respeito aos povos que utilizam as florestas como meio de vida.

 

O REDD+ é um incentivo desenvolvido no âmbito da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) para recompensar financeiramente países em desenvolvimento por seus resultados de redução de emissões de gases de efeito estufa provenientes do desmatamento e da degradação florestal, considerando o papel da conservação e aumento de estoques de carbono florestal e seu manejo sustentável de florestas. Ser jurisdicional significa que o crédito decorrente desse Programa REDD+ é aplicado a uma base territorial, na qual o Governo tem autonomia para estabelecer metas e atuar na redução do desmatamento e preservação ambiental.

 

Com esse projeto, o Governo do Tocantins cria um modelo considerado por especialistas como o caminho mais eficiente para a proteção da vegetação nativa, pois o poder público assume a responsabilidade de aprimorar o arcabouço legal e institucional que o permitirá fazer uma gestão ambiental eficiente e, por meio de salvaguardas, garantir de forma transparente a repartição dos benefícios obtidos com a venda dos créditos de carbono.

 

O projeto

Com a certificação, o Tocantins será o primeiro Estado do Brasil e um dos pioneiros no mundo a comercializar créditos de carbono no mercado de carbono voluntário

 

Para possibilitar a parceria, foi instituída uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), chamada Tocantins Carbono, entre a Companhia Imobiliária de Participações, Investimentos e Parcerias (Tocantins Parcerias), do Governo do Estado, e a Mercuria. A Tocantins Carbono será responsável por conduzir os processos de certificação e tornar o Estado elegível para geração de créditos de carbono perante um padrão internacional amplamente reconhecido neste mercado.

 

A seleção da Mercuria foi feita por meio de um edital de chamamento público baseado na Lei 13.303, de 30 de junho de 2016, a chamada Lei das Estatais. O edital foi lançado em setembro de 2022, com o objetivo de escolher um parceiro nacional ou internacional capaz de aportar recursos financeiros, ter ampla experiência comercial e, acima de tudo, conhecimento técnico para a implementação do projeto.

 

Segundo o presidente da Tocantins Parcerias, Aleandro Lacerda, o modelo desenvolvido pelo Tocantins servirá de exemplo para outros estados na busca de uma solução para reduzir o desmatamento e a degradação dos biomas, possibilitando transformação de carbono em ativos financeiros que possam subsidiar atividades de baixo impacto e com salvaguardas sociais.

 

“Estamos na vanguarda com esse projeto, que poderá inspirar outros governos a buscarem o mesmo caminho, pois o que está em jogo é garantir uma forma financeiramente viável de manter o desenvolvimento e as vocações produtivas locais sem colocar em risco o meio ambiente”, afirma Aleandro Lacerda.

 

A transação de créditos do programa jurisdicional contribuirá para implementar iniciativas de baixas emissões do Estado, no âmbito da Estratégia Tocantins Competitivo e Sustentável - 2020 a 2040. A Estratégia é conduzida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Tocantins (Semarh).

 

“Há anos o Tocantins vem trabalhando com diversos atores e povos tradicionais no desenvolvimento de um projeto sólido de preservação ambiental. Hoje estamos dando mais um passo importante que permitirá ao nosso Estado avançar na direção de um projeto de desenvolvimento sustentável que seja bom e rentável para todos”, afirma o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Tocantins, Marcelo Lelis.

 

Acordo se baseia em garantias de longo prazo

 

 

O carbono jurisdicional está lastreado no compromisso do Governo do Tocantins com uma série de salvaguardas ambientais, como investimento em monitoramento e controle de preservação ambiental, investimentos em áreas ocupadas por povos originários e comunidades tradicionais, repartição dos benefícios e gestão participativa da sociedade no desenvolvimento sustentável do território.

 

Para o diretor de NCS e Bioenergia da Mercuria no Brasil, Celso Fiori, o acordo com o Governo do Tocantins só foi possível porque percebeu-se o compromisso do Estado com uma política de preservação ambiental de longo prazo, representado por um conjunto de leis e ações iniciadas há mais de 15 anos. “Um projeto como esse só é possível com transparência e com o envolvimento de toda a sociedade, do setor produtivo e do Estado. Além, é claro, do compromisso concreto do Governo com um projeto de preservação socioambiental duradouro”, defende Celso Fiori.

 

Resoluções da Comissão Nacional para REDD+ do Ministério do Meio Ambiente autorizou o Estado do Tocantins a acessar recursos financeiros na modalidade pagamento por resultados. Esta Comissão é responsável por coordenar, acompanhar, monitorar e revisar a Estratégia Nacional para REDD+ do Brasil, além de coordenar a elaboração dos requisitos para o acesso a pagamentos por resultados de políticas e ações de REDD+ no país.

 

Na avaliação de especialistas, os projetos de REDD+ jurisdicional são um excelente instrumento de proteção florestal, pois transformam os biomas em ativos financeiros e colocam o poder público no papel de indutor de uma nova relação dos diferentes atores com a preservação ambiental. “O carbono jurisdicional é o caminho para garantir a integridade climática dos créditos de carbono florestais e requer do poder público uma gestão eficiente do território e transparência da distribuição dos recursos”, assinala o economista Ronaldo Seroa da Motta, professor de Economia do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). “A parceria com o setor privado é importante pois são necessários investimentos altos para a implantação do projeto e a participação da iniciativa privada confere estabilidade financeira à iniciativa”, ressalta Ronaldo Seroa.

 

 

Posted On Segunda, 05 Junho 2023 15:36 Escrito por
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