Mais de 250 novos policiais militares integrarão o efetivo policial nos polos do Batalhão da PM de Gurupi e Araguaína, que abrangem, ao todo, 32 municípios

 

Por Fernanda França

 

O vice-governador do Tocantins, Laurez Moreira, participou neste sábado, 21, das solenidades de encerramento do Curso de Formação de Praças (CFP) 2022, do 4º Batalhão da Polícia Militar do Tocantins (4º BPM/TO), polo Gurupi e do 2º BPM/TO, polo Araguaína.

 

Vice-governador, Laurez Moreira e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Márcio Barbosa, recebem homenagem do 4º BPM/TO Gurupi - Foto: Bruno Maia

 

Na ocasião, Laurez Moreira relembrou a situação enfrentada pela área de Segurança Pública no Tocantins, em termos de efetivo policial, quando o governador Wanderlei Barbosa assumiu o Governo.

 

“Quando assumiu o Estado, o governador Wanderlei Barbosa encontrou o Tocantins em uma situação precária, em termos de policiais militares efetivos. Hoje será possível garantir a cada município no mínimo seis militares. Estas solenidades, que hoje marcou a formação de novos policiais militares para o nosso Estado, nos deixa com a certeza de que esse Governo está no caminho certo”, declarou o vice-governador.

 

O comandante-geral da Polícia Militar do Tocantins, coronel Márcio Barbosa, agradeceu e garantiu que os novos soldados irão reforçar a segurança de todos os municípios tocantinenses.

 

4º BPM/TO – Polo Gurupi

 

Atualmente o 4º BPM/TO, polo Gurupi, é responsável por 17 municípios: Aliança, Alvorada, Araguaçu, Cariri, Crixás, Dueré, Figueirópolis, Formoso do Araguaia, Gurupi, Jaú do Tocantins, Palmeirópolis, Peixe, Sandolândia, São Salvador, São Valério, Sucupira e Talismã.

 

Com a integração dos concluintes do CFP 2022, o 4º BPM/TO passa a contar com 143 novos soldados, que irão reforçar o policiamento em todos esses municípios integrantes do polo de Gurupi.

 

2º BPM/TO – Polo Araguaína

 

O 2ºBPM/TO, polo Araguaína, é responsável por 15 municípios: Araguaína, Aragominas, Araguanã, Carmolândia, Darcinópolis, Muricilândia, Piraquê, Santa Fé do Araguaia, Wanderlândia, Xambioá, Babaçulândia, Barra do Ouro, Campos Lindos, Filadélfia e Goiatins.

 

Com a nova formação, o 2º BPM/TO contará com 112 novos soldados para atender todas as cidades pertencentes ao polo da Polícia Militar de Araguaína.

 

Posted On Segunda, 23 Janeiro 2023 06:53 Escrito por

Interlocutores de Lula que tentam uma pacificação com os fardados relatam que o ministro do Supremo é a “senha da indignação” no meio militar

 

Por Marcela Mattos, Daniel Pereira

 

Interlocutores do presidente Lula que buscam uma pacificação com os militares têm se deparado com uma especial resistência a uma figura que não faz parte do governo, mas passou a ser vista como um aliado do petista. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), costuma ser sempre lembrado por militares da ativa e da reserva como um ponto de discórdia. De acordo com uma pessoa influente do governo, o magistrado representa a “senha da indignação”.

 

Moraes está à frente de inquéritos que investigam o ex-presidente Jair Bolsonaro, acatou uma série de ações apresentadas por Lula na Justiça Eleitoral durante a campanha e, mais recentemente, determinou a prisão do ex-ministro e ex-secretário de segurança Anderson Torres e o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, após os atos de vandalismo protagonizados na capital federal em protesto à eleição de Lula.

 

Um dos militares que demonstraram insatisfação com Moraes foi o almirante Garnier Santos, ex-comandante da Marinha. Em um ato inédito, ele se recusou a participar de qualquer reunião com o ministro da Defesa, José Múcio, durante o processo de transição do governo e sequer compareceu à posse do seu sucessor, o almirante Marcos Sampaio Olsen. Em um desabafo, justificou as atitudes pela proximidade que mantém com o ex-presidente Jair Bolsonaro e logo emendou uma série de críticas ao ministro do Supremo, tratado como um dos responsáveis pela derrota do ex-capitão.

 

Um outro militar que acompanhou as manifestações na capital federal acusa o ministro de cometer “atrocidades” ao mandar prender Torres e o ex-comandante da Polícia Militar do DF, Fábio Vieira, e afirma que o ordenamento jurídico está sendo rasgado por Moraes.

 

“Estão pedindo a cabeça geral. Acho que é uma coisa muito ruim para o país. Pune os financiadores, mas ficar nessa de indiscriminadamente punir a gente entra num buraco sem fim”, afirmou um general, que não descarta a possibilidade de Moraes passar a pedir a prisão de militares.

 

Por outro lado, na visão petista, o ministro do STF tem sido cada vez mais celebrado. Internamente, ele é tratado como um fiador da democracia brasileira e uma pessoa que faz um “sacrifício pessoal” altíssimo em busca de manter a ordem democrática. “Não vejo nenhum exagero e, se tiver tido algum, diante da ameaça iminente, acho que foi necessário”, afirma uma liderança governista.

 

Moraes, além de ter acatado o pedido de antecipação para a diplomação de Lula na Justiça Eleitoral, o que validou a vitória nas urnas, é apontado como uma das pessoas que sugeriram à equipe do petista também antecipar o anúncio dos novos comandantes das Forças Armadas, o que automaticamente minaria a influência dos militares de Bolsonaro nos últimos dias de governo.

 

Dentro do PT, apesar de aplaudido, Moraes é visto como uma pessoa belicosa e que pode, em algum momento, acabar se voltando contra o partido. Mas isso é um problema mais para frente.

 

 

Posted On Segunda, 23 Janeiro 2023 06:51 Escrito por

Alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal nesta sexta-feira (20), o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, conseguiu até o momento driblar pressões por sua expulsão do MDB. Segundo o partido, nenhum pedido de exclusão do filiado chegou à comissão de ética.

 

O benefício da dúvida tem favorecido a permanência de Ibaneis, que procurou líderes da legenda para reafirmar a versão de que foi enganado e não teve conivência com os atos golpistas do dia 8 em Brasília. O senador Renan Calheiros (AL) é um dos que já indicaram apoiar a expulsão.

 

A leitura é que nada será encaminhado antes do prazo de três meses de afastamento do governador, a menos que as investigações, caminhando em alta velocidade, tragam evidências. O discurso é o de que um eventual procedimento contra Ibaneis terá que possuir base jurídica e respeitar o direito de defesa.

 

Apuração. Os dois são investigados no inquérito do Ministério Público Federal que apura a conduta de autoridades de Estado durante os atos terroristas de 8 de janeiro.

 

O pedido de buscas:

 

Partiu do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da PGR

 

Foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF;

 

Envolve a participação da Polícia Federal (PF)

.

Operação Lesa Pátria

A PF também atua hoje na operação Lesa Pátria, ordenada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Foram expedidos 8 mandados de prisão preventiva, além de 16 de busca e apreensão. Eles são cumpridos no Distrito Federal e outros cinco estados.

 

A operação mira financiadores e participantes dos atos terroristas no DF. Pela manhã, quatro suspeitos foram presos:

 

Ramiro Alves Da Rocha Cruz Junior, conhecido como Ramiro dos Caminhoneiros;

 

Randolfo Antonio Dias;

 

Renan Silva Sena;

 

Soraia Bacciotti.

 

 

 

Posted On Segunda, 23 Janeiro 2023 06:47 Escrito por

Por mais que auxiliares dos dois lados digam que querem reconstruir pontes, a situação entre o presidente Lula e os militares ganhou um capítulo importante neste sábado (21).

 

Por Carla Araújo  

 

Pela manhã, o então comandante do Exército, Júlio César de Arruda, convocou uma reunião do Alto Comando para o meio-dia. Por vídeo-conferência, os generais que integram a cúpula do Exército ouviram Arruda relatar "a situação do momento".

 

Apesar de os generais evitarem falar mais sobre a conversa, no lado do Palácio do Planalto a justificativa para a decisão de Lula neste sábado se dá por uma série de fatores, mas teve uma espécie de gota d'água.

 

Além da falta de confiança de Lula em relação ao general Arruda, fontes militares do novo governo afirmam que o presidente ficou incomodado com a situação do antigo ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, que assumiria, nos próximos dias, o 1º Batalhão de Ações de Comandos, em Goiânia.

 

Segundo um auxiliar de Lula, o ex-assessor de Bolsonaro "está subjúdice" por contas das investigações que avançam contra o militar.

 

A nomeação de Cid para o posto já estava decidida desde maio do ano passado quando foi publicada a designação dele e de todos os outros comandantes nomeados para o biênio 2023-24.

 

Lula teria pedido para que Arruda não deixasse Cid assumir o batalhão, mas o então comandante teria mostrado resistência. É atribuição do comandante da força fazer as designações internas.

 

Agora, a expectativa no governo é que o novo comandante do Exército troque o posto do ex-auxiliar de Bolsonaro.

 

Desgaste com os acampamentos no QG

 

Outra decisão de Arruda que irritou o presidente Lula foi evitar que o acampamento em frente ao Quartel-General, em Brasília, fosse desmontado na noite do dia 8 de janeiro, após os ataques aos prédios do Planalto, Congresso e Supremo.

 

Em uma reunião naquela noite, Arruda foi contra a medida e enfrentou uma orientação do ministro da Justiça, Flávio Dino. Um dos argumentos usados por Arruda na ocasião foi de que tentar remover as pessoas as pessoas naquele momento geraria "um banho de sangue".

 

A decisão de Arruda teve respaldo de outros generais do Alto Comando.

 

 

Posted On Domingo, 22 Janeiro 2023 03:53 Escrito por

Jair Bolsonaro deixou vários "monumentos" para que nos lembremos de sua passagem pelo poder. Um dos mais contundentes são as imagens de crianças Yanomami, desnutridas, famélicas, doentes, mortas pelas ações e inações de seu governo.

 

Leonardo Sakamoto - OPINIÃO

 

Garimpeiros ilegais levaram malária, contaminação por mercúrio e violência ao maior território indígena do país, localizado em Roraima, protegidos por Bolsonaro - que deu salvo-conduto à invasão, desmobilizando as estruturas de fiscalização. Ao mesmo tempo, o governo não garantiu atendimento à saúde, vacinação e oferta de medicamentos e de alimentos.

 

O resultado foi uma crise humanitária sem precedentes. Dados divulgados pelo portal Sumaúma apontam que o número de mortes de crianças com menos de cinco anos por causas evitáveis aumentou 29% entre os Yanomami no governo Bolsonaro. Nos últimos quatro anos, 570 crianças nessa idade morreram por doenças que poderiam ter sido tratadas.

 

Garimpeiros são parte da base de apoio de Bolsonaro. Tanto que investigações têm apontado que participaram e ajudaram a organizar atos golpistas.

 

Lula visitou, neste sábado (21), a região junto com ministros que farão parte de um comitê de crise para enfrentar a situação, entre eles, a responsável pela pasta dos Povos Originários, Sônia Guajajara. A solução não virá de uma hora para a outra, mas o primeiro passo é tirar os Yanomami da invisibilidade.

 

Essa situação é um convite à reflexão sobre a reconstrução do Brasil a partir dos escombros do governo Bolsonaro, que ignorou a lei e tratou esses grupos como lixo.

 

 

 

Tudo começou com a visão do próprio Bolsonaro sobre esses grupos. Ele foi eleito, em 2018, defendendo que não existe racismo no Brasil e que, portanto, eram descabidas as acusações sobre os ataques racistas que ele proferiu contra povos tradicionais. Isso foi música aos ouvidos de uma parcela da população que, hoje, pede golpe militar por medo de perder seus privilégios frente aos historicamente fodidos.

 

Há quatro anos, Jair prometeu não demarcar "um centímetro quadrado" de territórios indígenas e quilombolas. Daí, no controle do Poder Executivo, deu início a uma ofensiva que tem tudo para ser lembrada como as ações de consequências genocidas levadas a cabo na ditadura militar. Negou-lhes terras, forçou sua aculturação, dificultou acesso a alimentos e medidas de proteção à covid-19, permitiu a exploração econômica de suas áreas, mesmo à revelia.

 

Desmontou instituições que atuavam no monitoramento e fiscalização dos direitos de povos e comunidades tradicionais, sequestrando Funai, Ibama, ICMBio, Incra e até partes da Procuradoria-Geral da República. Tudo isso trouxe morte, doenças, desnutrição infantil.

 

Em 2019, ele foi representado no Tribunal Penal Internacional, em Haia, na Holanda, por incitação ao genocídio de indígenas. Quem levou o caso à corte foi a Comissão Arns e o Coletivo de Advocacia em Direitos Humanos (CADHu). E isso antes do que conscientemente deixou de fazer na pandemia para salvar vidas.

 

"Ele devia ir comer um capim ali fora para manter as suas origens", foi a resposta do então deputado Jair Bolsonaro após um indígena jogar água em sua direção, em maio de 2008, num bate-boca em uma audiência pública, na Câmara, para discutir a demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.

 

Quatro anos antes, durante outra reunião sobre o mesmo tema, Jair havia dito: "O índio, sem falar a nossa língua, fedorento, é o mínimo que posso falar, na maioria das vezes, vem para cá, sem qualquer noção de educação, fazer lobby".

 

Criadores de gado e fazendeiros de soja que operam na ilegalidade, madeireiros, garimpeiros e grileiros de terra sentiram-se empoderados pelos discursos de Bolsonaro. Aproveitaram-se do fato de que a invasão aos territórios tradicionais tem sido informalmente tolerada, causando violência e assassinatos.

 

Não só: Bolsonaro foi além e, diante dos incêndios na Amazônia levados a cabo por agropecuaristas, grileiros e madeireiros, culpou os povos e comunidades tradicionais pelas queimadas em discurso nas Nações Unidas.

 

E diante das reclamações por causa de invasões de garimpeiros a territórios indígenas ocorridas em seu governo, como aquelas contra a etnia Waiãpi, no Estado do Amapá, e os Yanomami, em Roraima, afirmou que há um complô internacional para a transformação dessas áreas em países independentes a fim de que suas riquezas possam ser exploradas.

 

Os territórios indígenas (que são responsáveis pelas mais altas taxas de conservação ambiental do país) nunca realizaram um plebiscito ou montaram uma campanha de guerra contra Brasil, ao contrário do que fez o ex-presidente diariamente. Pelo contrário, querem é mais atenção do governo federal, querem se sentir efetivamente brasileiros através da conquista de sua cidadania, o que inclui o direito à sua terra e à vida.

 

Povos e comunidades tradicionais nunca tiveram vida fácil no Brasil, é importante que se diga. Nos governos petistas, o desrespeito aos seus direitos pode ser simbolizado na construção da hidrelétrica de Belo Monte, que atropelou indígenas e ribeirinhos no Pará. Mas a crueldade do governo Bolsonaro só é comparável à destruição perpetrada pela ditadura militar.

 

Não à toa, Jair adorava convidar governantes estrangeiros para sobrevoar de Manaus a Boa Vista a fim de mostrar um exemplo de "preservação". Ironicamente, esse trecho vivenciou a tentativa de genocídio do povo Waimiri-Atroari, quando as obras da BR-174 ajudaram a reduzir de 3 mil indivíduos, nos anos 1970, para 332, em 1980.

 

Durante quatro anos, o governo Bolsonaro atuou pela aniquilação de povos e comunidades tradicionais, dizendo a eles basicamente que deveriam se integrar ao modelo de sociedade apresentado por ele, abrindo mão de seus direitos conquistados por muito suor e sangue, ou seriam tratados como estorvo, ressuscitando o "ame-o ou deixe-o" da ditadura.

 

O primeiro grande desafio para a valorização de povos e comunidades tradicionais foi vencido, com a derrota do capitão. O segundo é frear a inércia de desconstrução imposta pela atual gestão, fazendo valer a lei. Depois, convencer uma parte dos brasileiros, que deu ouvidos ao ex-presidente, de que indígenas têm direito a manter sua vida e seu estilo de vida.

 

Parece pouco, mas nisso reside um futuro inteiro.

 

 

Posted On Domingo, 22 Janeiro 2023 03:47 Escrito por