Segundo investigações da Operação Capitu, JBS e rede de supermercados se aliaram no pagamento de propina a deputados do MDB e servidores do Ministério da Agricultura em troca de atos que favoreciam monopólio

 

Por iG São Paulo

 

Parte da propina paga em esquema envolvendo a JBS, uma rede varejista, integrantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e deputados federais era entregue em "malas e caixas de sabão". As investigações sobre o esquema resultaram na deflagração, nesta sexta-feira (9), da Operação Capitu , que já resultou na prisão dos empresários Joesley Batista e Ricardo Saud, do vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade (MDB), e de mais 12 pessoas. Foram emitidos um total de 19 mandados de prisão temporária.

 

Segundo os responsáveis pela Operação Capitu (nome que faz alusão à personagem de "Dom Casmurro", de Machado de Assis), a JBS pagava propina a funcionários do alto escalão do Mapa e também a deputados do MDB em troca de atos de ofício para a "eliminação da concorrência e de entraves à atividade econômica, possibilitando a constituição de um monopólio de mercado".

 

Para que o pagamento de propina fosse dissimulado, o grupo empresarial de Joesley e Saud teria se associado a uma das maiores redes de supermercados do País. De acordo com a Receita Federal, a organização criminosa se aproveitava do grande fluxo de dinheiro em espécie no varejo para "dar ar de licitude" no repasse de valores ilícitos em dinheiro vivo e em contribuições oficiais de campanha.

 

De acordo com as investigações, o total de doações oficiais feitas por empresas vinculadas e administradas pelo dono dessa rede de supermercados totalizou R$ 8,5 milhões somente nas eleições de 2014.

 

“[A entrega de dinheiro era feita] em caixas, em mala, caixa de sabão. Os supermercadistas trabalham com muito dinheiro em espécie, isso facilita por demais esse tipo de operação, porque eles recebem naquele varejo que eles vendem e com isso, em tese, perder o rastro desse dinheiro se não fossem boas investigações”, disse um dos integrantes da operação, conforme reportado pelo jornal O Estado de São Paulo.

 

O esquema passou a ser investigado a partir da instauração de inquérito policial em maio deste ano, baseada em depoimento do delator Lúcio Funaro , ex-corretor de valores, aliado do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB) e um dos principais operadores do MDB. Funaro relatou que ele próprio atuava na distribuição da propina aos servidores do Mapa e a agentes políticos. Os valores, segundo o delator, eram discutidos entre intermediários da empresa e um deputado federal.

 

Segundo a PF, a propina era paga pela JBS visando a expedição de atos de ofício, por parte dos servidores do Ministério da Agricultura , pasta que foi comandada no governo Dilma Rousseff (PT) pelo hoje vice-governador de Minas, Antônio Andrade (MDB). Dentre esses atos de ofício estavam medidas pela regulamentação da exportação de despojos e a federalização das inspeções de frigoríficos.

 

No âmbito desse esquema, o grupo empresarial teria pago R$ 2 milhões em troca da regulamentação da exportação de carcaças de animais (despojos) e R$ 5 milhões pela proibição do uso da ivermectina (antiparasita) de longa duração.

 

À época dos fatos, ainda de acordo com a Polícia Federal , um deputado federal da Paraíba teria recebido R$ 50 mil do grupo como contrapartida, em decorrência da tentativa de promover a federalização das inspeções sanitárias de frigoríficos por meio de uma "emenda jabuti", proposta de natureza totalmente alheia ao tema da medida provisória na qual foi inserida.

 

Operação Capitu devolve Joesley à prisão

Um dos alvos da operação desta sexta-feira, Joesley Batista retorna à carceragem da Polícia Federal em São Paulo após oito meses. Ele esteve preso no local entre setembro de 2017 e março deste ano , após investigações apontarem que ele omitiu da Procuradoria-Geral da República (PGR) informações em seu acordo de delação premiada.

 

Ainda antes de sua primeira prisão, o empresário foi pivô do maior escândalo do governo Michel Temer (MDB) ao gravar conversa com o presidente no Palácio do Jaburu e ajudar a polícia a flagrar o então assessor especial da Presidência, Rodrigo Rocha Loures (MDB), recebendo mala com R$ 500 mil. Loures, curiosamente,  ganhou ontem o direito de retirar a tornozeleira eletrônica após 1 ano e 4 meses.

 

A Polícia Federal alega que Joesley e Saud teriam "praticado atos de obstrução de justiça, prejudicando a instrução criminal, com o objetivo de desviar a PF da linha de apuração adequada ao correto esclarecimento dos fatos". É 'traição' que levou à escolha do nome Operação Capitu , apesar de, na obra de Machado de Assis, não ser claro se realmente a personagem traiu seu marido, Bentinho.

Posted On Sexta, 09 Novembro 2018 14:54 Escrito por

Crimes teriam ocorrido durante o governo Dilma Rousseff (PT). Agentes cumprem 63 mandados de busca e 19 de prisão no Distrito Federal e em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso

 

Yahoo Notícias e UOL

 

O vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB), e o empresário Joesley Batista, da JBS, foram presos nesta sexta-feira (9) em uma operação que investiga suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo da presidente Dilma Rousseff. As informações são da TV Globo.

 

A operação, um desdobramento da Lava Jato, foi batizada de Capitu e tem como base a delação do doleiro Lucio Funaro, sobre supostos pagamentos de propina a servidores públicos e agentes políticos que atuavam direta ou indiretamente no Ministério da Agricultura em 2014 e 2015.

 

No total, são 63 mandados de busca e apreensão e 19 mandados de prisão temporária, todos expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Minas, Gerais São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso e no Distrito Federal.

 

Policiais federais fazem buscas no gabinete de Andrade, que foi ministro da Agricultura no governo Dilma.

 

Ainda segundo a emissora, também há um mandado de prisão contra o executivo da JBS Ricardo Saud, mas está fora do país.

 

De acordo com as investigações, havia um esquema de arrecadação de propina dentro do Ministério da Agricultura para beneficiar políticos do MDB, que recebiam dinheiro da JBS em troca de medidas para beneficiar as empresas do grupo.

 

Segundo a PF, a JBS teria pago R$ 2 milhões, por exemplo, pela regulamentação da exportação de despojos e R$ 5 milhões pela proibição de um remédio para parasitas de longa duração.
Segundo nota divulgada pela Polícia Federal, durante as apurações, houve clara comprovação de que empresários e funcionários do grupo investigado – inicialmente atuando em colaboração premiada com a PF – teriam praticado atos de obstrução de justiça, prejudicando a instrução criminal, com o objetivo de desviar a PF da linha de apuração adequada ao correto esclarecimento dos fatos. Daí o nome da Operação, “Capitu”, a personagem dissimulada da obra prima de Machado de Assis, Dom Casmurro.

 

Os envolvidos deverão ser indiciados pelos crimes de constituição e participação em organização criminosa, obstrução de justiça, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, dentre outros. Caso haja condenação, as penas máximas poderão variar entre 3 e 120 anos de reclusão, proporcionalmente à participação de cada investigado.

 

Ao UOL, Pioerpaolo Bottini, um dos advogados de Joesley, disse que ainda não poderia comentar a prisão dele, pois não teve acesso a decisão até o momento.

Posted On Sexta, 09 Novembro 2018 07:51 Escrito por

Suposto pagamento teria sido feito pela Odebrecht ao senador, em troca de uma resolução no Senado para setor de portos; operação é deflagrada em SP

 

Por Agência Brasil

Agentes da Polícia Federal deflagraram, nas primeiras horas desta quinta-feira (8), uma operação relacionada à investigação de uma suposta propina paga pela Odebrecht ao senador Romero Jucá (MDB-RR). De acordo com a apuração da PF, o pagamento do montante teria sido feito em 2012, em troca da aprovação de uma resolução no Senado para o setor de portos – a chamada guerra fiscal nos portos brasileiros.
Segundo a PF, no entanto, Romero Jucá não é alvo direto dessa operação. Isso porque, ao todo, são cumpridos nove mandados de busca e apreensão, todos no estado de São Paulo, como parte das investigações sobre o senador, mas ele não é diretamente abordado pelos agentes da PF hoje.

 

Os alvos desta quinta-feira, que tiveram seus nomes mantidos sob sigilo, são pessoas que teriam se beneficiado da resolução aprovada no Senado. De acordo com a PF, o senador teria recebido ilegalmente, na ocasião, R$ 4 milhões da Odebrecht .

 

As medidas tomadas pela Polícia Federal nesta quinta-feira foram previamente autorizadas pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito 4382-STF.

 

Apelidada de Operação Armistício , a ação tem sete mandados cumpridos na cidade de São Paulo; um em Santos; e um em Campo Limpo Paulista.

 

Procurada, a assessoria de Romero Jucá não respondeu de imediato a um pedido de comentário sobre a operação, assim como a assessoria da Odebrechet.

 

* Com informações da Agência Brasil.

Posted On Quinta, 08 Novembro 2018 10:39 Escrito por

Parlamentares do partido alegam que convite para cargo no governo Bolsonaro é "prova cabal" de que juiz atuou para "interferir" nas eleições

 

Por iG São Paulo

 

Parlamentares do PT acionaram, mais uma vez , o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para pedir que a corregedoria do órgão conceda liminar para impedir que o juiz Sérgio Moro assuma o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Jair Bolsonaro (PSL).

 

Em representação enviada nesta terça-feira (6) ao corregedor do órgão, ministro Humberto Martins, deputados e senadores do PT alegam que Moro promoveu "óbvia tentativa de interferir no pleito eleitoral".

 

Os autores da peça sustentam que isso ficou demonstrado pela retirada do sigilo da delação do ex-ministro Antonio Palocci , promovida por Moro no âmbito de ação contra o ex-presidente Lula. A "prova cabal" de que a medida teria como objetivo "tumultuar o processo eleitoral", para os petistas, é a declaração do general Mourão (vice de Bolsonaro) confirmando que Moro foi convidado para integrar a equipe do então candidato quando sua campanha ainda estava em curso.

 

"A indicação feita pelo presidente eleito no dia 02 de novembro último e o aceite do representado ainda na condição de magistrado, bem assim a divulgação do convite feito durante o processo eleitoral somente deixam evidente, e sem sombra de qualquer dúvida, que ao liberar desnecessariamente o sigilo e franquear ou permitir o vazamento do conteúdo da oitiva do ex-ministro Antonio Palocci, no bojo do encerramento do processo eleitoral, o juiz Sérgio Moro agiu, mais uma vez, com parcialidade se sem a observância da legalidade deixando a cargo deste Conselho Nacional de Justiça a apreciação de suas condutas, que caracterizam falhas funcionais, administrativas e disciplinares", diz a peça.

Em resposta enviada ao CNJ no âmbito de outra representação sobre a divulgação do depoimento de Palocci, Moro garantiu que "não houve qualquer intenção de influenciar" nas eleições e ressaltou que "não pode interromper os seus trabalhos apenas porque há uma eleição em curso". "Não foi, ademais, o Juízo quem inventou o depoimento de Antônio Palocci Filho ou os fatos nele descritos", escreveu o então juiz da Lava Jato.

 

Além de pedirem liminar para proibir que Moro assuma ministério (ou qualquer outro cargo público), os parlamentares petistas requerem ainda a abertura de procedimento administrativo para "a devida averiguação da conduta do juiz, aplicando, ao final, as penalidades compatíveis com as falhas funcionais, administrativas e disciplinares aqui noticiadas".

 

A representação é assinada pelo líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), pelos deputados federais Wadih Damous (RJ) e Paulo Teixeira (SP). A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, senadora Gleisi Hoffmann (PR), o líder do partido no Senado, Lindbergh Farias (RJ), e os senadores Humberto Costa (PE), Paulo Rocha (PA), Jorge Viana (AC) e Regina Sousa (PI) também assinam o documento.

 

 

Posted On Terça, 06 Novembro 2018 20:40 Escrito por

Futuro ministro da Justiça do governo Bolsonaro fez palestra em Curitiba e afirmou que mantém promessa de que jamais entraria para a política

 

Por Yahoo Notícias

 

O juiz federal Sergio Moro afirmou nesta segunda-feira (5) que não descumpriu a promessa que fez de não ingressar na política ao aceitar o cargo de ministro da Justiça do governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), e que considera que este será um posto predominantemente técnico.

 

"Não pretendo jamais disputar um cargo eletivo", afirmou numa palestra em Curitiba na noite desta segunda, primeira participação dele em um evento público depois de aceitar o convite de Bolsonaro.

 

Moro também disse que fará parte do governo de Bolsonaro porque percebeu que há uma série de receios "infundados" em relação à gestão do próximo presidente e que poderia colaborar para "desanuviar" essas dúvidas.

 

"Eu sou um homem da lei. Também achei que minha participação poderia contribuir para afastar esses receios infundados", afirmou, ressaltando não acreditar que Bolsonaro fará um governo autoritário.

 

Ao lamentar sua saída da magistratura, que ocupa há 22 anos, Moro disse que aceitou a indicação para o cargo no Executivo porque considera que poderá avançar em pautas anticorrupção e contra o crime organizado.

 

Afirmou ainda que já está elaborando projetos nesse sentido para encaminhar ao Legislativo a partir de janeiro.

Posted On Terça, 06 Novembro 2018 06:38 Escrito por
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