Por Jussara Soares
O presidente do União Brasil e deputado federal Luciano Bivar (PE) afirmou, em entrevista ao GLOBO, que uma candidatura do ex-governador Anthony Garotinho ao Palácio Guanabara não está decidida e vai depender da análise das instâncias partidárias. Até o momento, diz Bivar, a legenda apóia a reeleição do governador Cláudio Castro.
Nós não temos candidato constituído no Rio de Janeiro. Temos um apoiamento ao governador Cláudio Castro. Ele entrou com o pedido de pleitear a pré-candidatura dele como governador e falamos que primeiro o diretório estadual do Rio tem que mandar essa demanda e depois submeter ao conselho instituidor do União Brasil para homologar ou não. Não há uma decisão, afirmou Bivar.
Garotinho anunciou sua pré-candidatura na semana passada, após desentendimentos com Cláudio Castro. Na ocasião, o presidente estadual do União Brasil, Wagner dos Santos Carneiro, chegou a afirmar que a entrada de Garotinho na disputa teria a "simpatia" de Bivar.
Os dirigentes da legenda no Rio se desentenderam com a gestão de Cláudio Castro por causa da indicação a cargos no governo estadual.
Garotinho sempre se mostrou incomodado com o espaço dado ao ex-secretário de Governo de Castro, Rodrigo Bacellar (Solidariedade), de quem é adversário político no Norte Fluminense, e ameaçava lançar candidatura própria para o Palácio Guanabara, com o objetivo de dividir os votos de Castro na região.
Segundo lideranças do partido, o União esperava ter controle total sobre as indicações de cargos para a Secretaria de Transportes. No entanto, recebeu apenas uma subsecretaria, além do direito à nomeação do titular da pasta. Ao anunciar apoio ao governador, a legenda também teria pleiteado o comando da Secretaria de Meio Ambiente e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que não foi concedido. Das duas diretorias do Departamento de Estradas e Rodagens (DER) prometidas, apenas uma foi dada ao novo partido.
Empresário, jornalista, publicitário e político brasileiro, 37.º Governador de São Paulo
Com Yahoo Notícias
O pré-candidato à presidência João Doria vai se reunir com a cúpula nacional do PSDB nesta segunda-feira (23). A reunião deve ocorrer em São Paulo e tem como objetivo fazer com o ex-governador de São Paulo desista de disputar a vaga para o Palácio do Planalto em outubro.
Doria foi o candidato eleito nas prévias do PSDB ocorridas em novembro de 2021. Entretanto, ele vem sofrendo resistências dentro do partido. À interlocutores, o tucano tem dito que vai resistir aos pedidos de desistência do partido. Ele defende que a decisão do partido sobre a candidatura ocorra somente em julho, mês das convenções partidárias.
A esperança do pré-candidato recai sobre o resultado de uma pesquisa encomendada pelo partido. O bloco partidário alega entretanto que ainda não tem os dados finais do resultado porque o levantamento não foi registrado na Justiça Eleitoral. Entretanto, segundo dirigentes nacionais do PSDB, MDB e Cidadania, a pesquisa teria mostrado um panorama mais favorável à senadora Simone Tebet (MDB-MS).
A chamada terceira via tem predileção por Tebet e espera que Doria aceite ser seu vice em uma possível chapa. O tucano, no entanto, ainda não deu mostras de que aceitaria.
Reunião
Para o encontro de amanhã (23), Doria deve apresentar os dados do último levantamento feito pela XP/Ipespe, que foi divulgado na sexta-feira (20). Na pesquisa, o tucano aparece com 4% das intenções de voto, enquanto Simone pontuou 2%.
Por outro lado, o pré-candidato enfrenta mais rejeição do que a emedebista, 53% contra 37%. Como argumento, aliados defendem que Doria é mais conhecido pelo eleitorado e que portanto têm mais chances de crescer nas próximas pesquisas eleitorais.
O percentual de pessoas que dizem que poderiam votar em Doria é de 33% enquanto Simone é opção para somente 14%.
O PT no Rio de Janeiro avalia que o apoio do partido à candidatura do deputado federal Marcelo Freixo (PSB) ao governo dificulta a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Estado, diante da alta rejeição do pré-candidato. Segundo o secretário nacional de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, o partido decidiu contratar uma pesquisa qualitativa para medir o impacto de Freixo na candidatura do petista.
Com Estadão Conteúdo
De acordo com Tatto, uma candidatura própria, uma coligação com o PSD ou até mesmo um palanque duplo são alternativas ao apoio fechado à candidatura de Freixo. "Estamos muito preocupados com o Rio de Janeiro. Fizemos reunião do GTE (Grupo de Trabalho Eleitoral) ontem (terça-feira, 17). Contratamos uma pesquisa. A candidatura do Freixo pode estar estreitando a campanha do Lula", disse.
O crescimento do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Rio acendeu o alerta de petistas. Na pesquisa Genial/Quaest divulgada na terça-feira, Lula e Bolsonaro estão empatados no Estado. O presidente saiu de 31% em março para 35%, enquanto o petista foi de 39% para 35%. Freixo está atrás de Cláudio Castro (PL), com 18%, ante 25% do atual governador que é apoiado por Bolsonaro.
Diante disso, Tatto afirmou que um dos cenários possíveis é que o PT lance um candidato próprio ao governo, e um nome viável seria o do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano, hoje pré-candidato ao Senado.
Tatto também não descartou uma composição mais ampla, como uma eventual aliança com o PSD, que lançou Felipe Santa Cruz na disputa ao governo do Rio. "A partir daí zera tudo e põe as cartas na mesa e verifica o que é mais viável", disse ele.
O petista destacou que existem três preocupações do PT no Rio: ampliar o palanque a Lula; o acirramento entre o ex-presidente e Bolsonaro; e o PSB local descumprir o acordo de aliança ao lançar o deputado federal Alessandro Molon ao Senado.
O grupo também discutiu nesta quarta-feira, 18, o impasse em relação à vaga ao Senado na aliança entre PT e PSB. Os petistas defendem Ceciliano, enquanto os pessebistas apostam em Molon. Freixo é, até então, o pré-candidato ao governo apoiado pelas duas legendas.
Ao Estadão/Broadcast, o presidente do PT no Rio, João Maurício, disse que será encaminhada à direção do PSB uma proposta para que o acordo ao Senado seja cumprido.
Prego batido, só falta virar a ponta
Por Ricardo Noblat
Há uma face visível e outra oculta do acordo para as eleições de outubro entre o PT de Lula e o PSD de Gilberto Kassab, ex-ministro das Cidades do governo Dilma Rousseff.
A face visível é prego batido, ponta virada: Lula apoiará a candidatura de Alexandre Kalil (PSD) ao governo de Minas Gerais, e o PT indicará o vice de Kalil.
A face oculta do acordo é prego batido, mas falta virar a ponta: o PSD concorda em apoiar Fernando Haddad, candidato do PT ao governo de São Paulo e líder nas pesquisas.
Deixa-se passar o casamento de Lula com Janja, hoje, para que o acordo seja finalmente anunciado. Difícil, porém, é o PSD apoiar Lula para presidente no primeiro turno.
O apoio é dado como certo se houver segundo turno entre Lula e Bolsonaro. O apoio será possível antes se o PSD concluir que Lula poderá se eleger no primeiro turno.
O deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), que abriu mão de ser candidato ao Senado para facilitar o acordo em Minas, está encarregado de montar o palanque de Lula no seu Estado.
Cotado para vice de Kalil, Lopes deverá ser candidato à reeleição.
Decisão precisa ser aprovada pelas Executivas nacionais dos três partidos; ex-governador havia vencido prévias tucanas para disputar o Planalto
Com Terra Notícias
Os presidentes do PSDB, do MDB e Cidadania decidiram nesta quarta-feira, 18, indicar a senadora Simone Tebet (MDB-MS) como candidata única da terceira via à Presidência. A decisão ainda precisa passar pelo crivo das Executivas nacionais dos três partidos, que devem se reunir na próxima terça-feira, 24, mas já indica que o ex-governador João Doria, pré-candidato do PSDB, foi rifado.
Pesquisas feitas pelos partidos indicaram que a rejeição a Doria é muito alta e Simone teria maior potencial de crescimento. Doria teve o nome aprovado em prévias do PSDB, em novembro do ano passado, mas, desde então, enfrenta resistências.
"Até terça-feira que vem fica pública uma posição apresentada aos três partidos. Vamos aguardar para ver se os três partidos confirmam essa posição", disse o presidente do PSDB, Bruno Araújo, ao sair da reunião. "A partir daí, inicia-se um processo entre os dois candidatos postos no qual poderemos passar para a fase seguinte de começar a construir de forma sólida essa aliança, construindo aspectos regionais e demandas que possam fortalecer essa candidatura presidencial", afirmou Araújo.
Em conversas reservadas, o presidente do PSDB já disse que a candidatura de Doria é inviável eleitoralmente e que sua rejeição atrapalha a tentativa de reeleição do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB). A cúpula das três siglas vai trabalhar para que Tebet seja a candidata do grupo. Procurado, Doria não se manifestou até a publicação deste texto.
"Temos consenso entre nós. Vamos ter que colocar para o partido para poder dizer esse candidato que vocês chamam de terceira via", declarou o presidente do Cidadania, Roberto Freire.
O ex-governador João Doria (PSDB) e a senadora Simone Tebet (MDB); terceira via busca candidatura como alternativa a Lula e Bolsonaro Foto: Tiago Queiroz / Estadão-21/3/2022 e JF Diorio / Estadão-18/2/2022
Logo após a reunião desta quarta, Araújo comentou uma mensagem em que Doria diz que "o momento é de diálogo". Ele elogiou o ex-governador e afirmou que "é a atitude de um líder que tem compromisso com o seu País".
Integrantes da Executiva do PSDB vão se reunir com Doria antes de terça e tentar fazer com que ele desista de ser candidato a presidente. Ainda não há data e local definidos para o encontro.
Aliados de Doria querem que a reunião seja em São Paulo. "Provavelmente aqui (São Paulo), se for no início da semana", disse o tesoureiro do partido, Cesar Gontijo.
Doria tem demonstrado resistência a abrir mão de ser candidato a presidente e já prometeu judicializar a questão. Além dele, outra ala do partido, também resiste a se aliar com o MDB. O grupo liderado pelo deputado Aécio Neves (PSDB-MG) teme que Tebet seja rifada pelos caciques emedebistas, que estão mais interessados em apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou o presidente Jair Bolsonaro (PL). Aécio também rejeita a candidatura de Doria e prefere que outros nomes do PSDB entrem na disputa, como o do senador Tasso Jereissati (CE) ou do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite.
O presidente do MDB, Baleia Rossi, afirmou que uma alternativa a Lula e Bolsonaro é importante, criticou polarização e disse que o foco de um projeto de País deve ser resolver os problemas dos brasileiros e não a "briga pela briga".
"A sensação da população é que essa polarização prejudica os brasileiros. Esse é um dado extremamente relevante para a construção de uma alternativa mais equilibrada, moderada, que busque responder aos problemas reais dos brasileiros e não uma briga pela briga", afirmou Baleia.