O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmou que a imunização é um dever do Estado
Por Agência Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que apenas com a vacinação em massa da população o país conseguirá retornar à normalidade e inciar uma retomada econômica . Segundo Lira, a imunização é dever do Estado e uma responsabilidade humanitária.
Lira participou de evento promovido pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) nesta segunda-feira (31). O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e os presidentes da Febraban, Isaac Sidney Ferreira, e da CNI, Robson Andrade, também participaram do encontro.
Lira cobrou um programa social ambicioso para atender os brasileiros atingidos pela pandemia e também a aprovação das reformas administrativa e tributária. “Temos que reformar, precisamos aproveitar a crise para preparar o Brasil para o pós-crise, devemos aprovar a reforma administrativa, sem perseguir funcionário da ativa. Quanto à reforma tributária, temos que fazer a reforma possível, que certamente vai ser melhor do que o sistema atual”, defendeu.
“Precisamos nos unir em torno do valor da democracia, precisamos fortalecer cada vez mais a democracia e consolidar as instituições democráticas. Tenho certeza absoluta de que, com diálogo, Câmara e Senado vão cumprir suas responsabilidades constitucionais”, disse.
Reformador
O presidente do Senado destacou que a imunização dos brasileiros é fundamental para a retomada do crescimento econômico. Para Rodrigo Pacheco, nos últimos anos, o Congresso cumpriu o seu papel de reformador com as reformas trabalhista e da Previdência e com a aprovação de marcos legais importantes como a nova Lei do Saneamento e a nova Lei de Licitações.
“Tem faltado ao Brasil o planejamento para quando tivermos um ambiente melhor após a pandemia. Para além de reformas, precisamos do amadurecimento de temas como o da educação, treinamento da mão de obra, investimento em tecnologia e ciência, inovação, pesquisa. Que esse crescimento que estamos antevendo deverá ser para além das reformas que cabe ao Congresso Nacional fazer. Precisamos de um ambiente de crescimento sustentável”, afirmou Pacheco.
Aumento de confiança
O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, disse que a forma como o governo enfrentou a pandemia foi paradigma para outros países. Ele destacou ainda que as mudanças econômicas dos últimos anos demonstram que houve um aumento de confiança no setor privado para investimentos no País. Ele ainda destacou os avanços no setor do emprego formal nos últimos meses.
“As medidas de restrições impostas impede a circulação das pessoas e sufoca o trabalho informal. Por outro lado, o emprego formal está tendo um crescimento acima da expectativa”, afirmou.
Oportunidades perdidas
O presidente da CNI, Robson Andrade, afirmou que o Brasil tem perdido várias oportunidades de crescimento. Segundo ele, o crescimento econômico na última década foi “ridículo”. Para Andrade, muitos projetos foram aprovados pelo Congresso, como a Lei do Gás, e renegociação das dívidas dos fundos constitucionais (MPs 1016 e 1017). Robson Andrade falou que é preciso aprovar outras medidas emergenciais para a superação da crise.
“É preciso retomar medidas como a renegociação tributária e projetos para que as empresas possam pagar seus débitos com a receita federal. Precisamos crescer de média em dez anos. E para isso precisamos de medidas como uma reforma tributária ampla, que englobe todos os encargos e impostos federais, estaduais e municipais. Precisamos também da reforma administrativa, porque é fundamental para o futuro do Brasil”, disse.
Ambiente de negócios
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney Menezes Ferreira, também defendeu o crescimento econômico sustentável. Para ele, é preciso mudar o ambiente de negócios no País para que esse crescimento seja possível. Ferreira propôs um consenso para aprovar a reforma tributária.
“A economia tem demonstrado uma grande capacidade de resiliência para colocar a toda prova o viés reformista que Parlamento tem”, disse.
A mudança de estratégia se acentuou após Lula liderar, com folga, a mais recente pesquisa Datafolha, com 41% das intenções de voto
Por Pedro Venceslau e Camila Turtelli
O avanço da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio da Silva e a queda na popularidade do presidente Jair Bolsonaro em meio ao desgaste do governo provocado pela CPI da Covid "empurram" o centro político para a direita, avaliam dirigentes partidários, parlamentares e analistas. O objetivo, segundo eles, é construir a chamada terceira via com potencial de voto capaz de atrair sobretudo eleitores decepcionados com o presidente.
A mudança de estratégia se acentuou após Lula liderar, com folga, a mais recente pesquisa Datafolha, com 41% das intenções de voto, ante 23% de Bolsonaro, em simulação para o primeiro turno. No segundo turno, o petista seria eleito com 55%. Presidenciáveis que se posicionam como terceira via, caso de Ciro Gomes (PDT), também fazem aceno à direita, ainda que o ex-ministro seja associado à centro-esquerda. O raciocínio é o de que o adversário a ser batido no primeiro turno é Bolsonaro, não Lula.
O ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (RJ), que está de saída do DEM, defende uma aliança entre todos os pré-candidatos da centro-direita em torno de um nome para disputar a eleição presidencial de 2022. "Precisamos fazer um movimento político forte", disse ao Estadão o deputado. Ele considera Lula "franco favorito", com chances de vencer até mesmo no primeiro turno, e citou a união entre nomes como o do governador João Doria (PSDB), do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM) e da empresária Luiza Trajano, que descarta disputar cargo político.
A frente ampla pregada por Maia, porém, não saiu do papel. Líderes de partidos que defendiam essa tese já admitem que cada um seguirá seu projeto, mas preveem uma virada à direita no discurso dos pré-candidatos.
O ex-presidente Lula e Gleisi Hoffmann presidente do PT
Ainda assim, o DEM, que vive uma crise interna, planeja projetar a imagem de Mandetta como presidenciável para evitar ser tragado pela ala governista da sigla, que integra a tropa de choque de Bolsonaro no Congresso. Mandetta ganhou capital político após deixar o Ministério da Saúde por se opor à postura negacionista do governo federal em relação à pandemia de covid-19.
O senador Álvaro Dias (PR), do Podemos, disse que seu partido vai esperar até outubro uma definição do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, apontado como presidenciável e citado nas pesquisas de intenção de voto. "O antipetismo ainda é muito expressivo no País. Com a queda de Bolsonaro, há espaço para a terceira via. O centro vai adotar uma postura menos ideológica e mais pragmática."
'Oportunidade'
O PSDB aparece com ao menos três nomes na disputa. Além de Doria, são cotados como presidenciáveis o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o senador Tasso Jereissati (CE). O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio também pretende disputar as prévias tucanas. O líder do partido no Senado, Izalci Lucas (DF), aposta que um candidato de centro pode romper a polarização entre Lula e Bolsonaro.
Ex-presidente Lula e Michel Temer
Ele vê uma "janela de oportunidade" para uma terceira via. "Qualquer um do centro tem grande chance contra Lula ou Bolsonaro no segundo turno. Não dá para ter dez candidatos. Essa é a grande oportunidade do centro, que nas últimas pesquisas foi jogado para a direita."
O presidenciável que faz o movimento mais incisivo à direta é Ciro Gomes, terceiro colocado na eleição de 2018. O mais recente foi o convite para que o economista Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do BNDES na gestão Temer, se tornasse seu conselheiro. O pedetista, que contratou o ex-marqueteiro do PT João Santana, tenta se associar à terceira via com críticas a Bolsonaro e a Lula, pregando um "antipetismo de esquerda".
Mas esse aceno à direita não será fácil para Ciro, na avaliação do publicitário Lula Guimarães, marqueteiro de Geraldo Alckmin (PSDB) na corrida presidencial de 2018 e de Doria na campanha municipal de 2016. "É muito difícil, pelo perfil do Ciro, fazer um movimento à direita. Ele faz críticas ao PT, mas não tem a confiança desse campo", afirmou o publicitário. "Já para o PSDB, não colaria muito uma guinada na pauta dos costumes, mas o partido deve abraçar uma pauta mais liberal na política econômica."
Para o professor de Ciência Política da Universidade Católica de Pernambuco Juliano Domingues, Ciro tem o maior custo "político-eleitoral" ao buscar o eleitorado de direita. "( Há) grande chance de não convencer o eleitor. Isso parece se refletir nas pesquisas divulgadas até agora." André Perfeito, economista-chefe da corretora Necton, sustenta que Bolsonaro ainda pode virar o jogo - e tanto ele quanto Lula podem "cooptar" o centro. "O candidato que quiser se aproximar do mercado vai ter de sinalizar disciplina fiscal."
Em entrevista à revista francesa Paris Match, Lula afirmou pela primeira vez, após recuperar os direitos políticos, que disputará a eleição de 2022. "Serei candidato contra Bolsonaro." Além disso, o petista se movimenta em campo aberto para atrair quadros do MDB do Norte e Nordeste, como o ex-presidente José Sarney e os senadores Renan Calheiros (AL) e Jader Barbalho (PA), e conversa com líderes de siglas pragmáticas e próximas ao Centrão, como Gilberto Kassab, presidente do PSD.
O ex-presidente Lula tem se encontrado com políticos de diferentes partidos durante sua visita à Brasília; na imagem, Haddad, Lula, Kassab e Gleisi Hoffmann
Na semana passada, Lula postou em suas redes sociais uma foto com ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) - ambos almoçaram juntos no dia 12. O encontro repercutiu no mundo político, uma vez que FHC indicou voto no petista em eventual segundo turno contra Bolsonaro. No PSDB, o gesto causou incômodo. Vice-presidente nacional do PSDB, o deputado Domingos Sávio (MG) está entre os críticos mais duros ao retrato de FHC com Lula, classificado por ele como "extremamente infeliz". "O PSDB precisa se firmar como antipetista, liberal e defensor da livre iniciativa", disse o parlamentar.
Projeto de frente ampla implode
Em março, seis presidenciáveis assinaram um manifesto em conjunto pró-democracia e contra o autoritarismo em meio à troca dos comandantes das Forças Armadas e a demissão do então ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, pelo presidente Jair Bolsonaro.
Se a primeira leitura desse gesto foi a de que a iniciativa poderia levar à união em torno de um nome para disputar a eleição de 2022 contra Bolsonaro e Lula, não foi o que aconteceu. O grupo de WhatsApp criado por eles está em silêncio.
"Não houve a construção de uma pauta em comum. Vejo candidaturas diferentes com uma possível aliança lá na frente. É uma demanda da sociedade que se adote uma linha mais de centro à direita. Vai ser um centro democrático com viés mais liberal", disse ao Estadão o ex-candidato João Amoêdo, um dos que assinaram o documento.
Além dele, referendaram o texto o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), o apresentador de TV Luciano Huck, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e os governadores tucanos João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS).
Senador Renan Calheiros (MDB-AL), ex-presidente Lula e o atual governador Renan Filho (MDB-AL)
Com a implosão do projeto de uma frente ampla houve um congestionamento de candidaturas a pouco mais de um ano da eleição. São pelo menos 13 lançadas "publicamente" por partidos que sonhavam com o centro unido: PSDB (4), DEM (2), MDB (2), PSD (3) e Novo (1).
Para o cientista político Túlio Velho Barreto, professor e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, "a terceira via está em crise": "A candidatura de Lula zerou o jogo e possibilitou a recolocação de candidaturas que não advogavam uma agenda liberal. A exacerbação do antipetismo, por sua vez, será importante para neutralizar Lula".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Lembrando o nome de Leonel Brizola, Carlos Lupi procurou desassociar sua defesa pela impressão do voto do mesmo discurso feito por bolsonaristas
Com Agências
O presidente nacional do Partido Democrátio Trabalhista (PDT), Carlos Lupi, foi às redes sociais nesta quinta-feira (27) para defender a volta do voto impresso nas eleições brasileiras. Lupi alega que “sem a impressão do voto, não há possibilidade de recontagem e sem recontagem a fraude impera”.
Lembrando o nome de Leonel Brizola, Carlos Lupi procurou desassociar sua defesa pela impressão do voto do mesmo discurso feito por bolsonaristas, segundo ele “não é porque eles estão hoje defendendo, que nós vamos deixar de defender aquilo que para a democracia é salutar.” Porém, o último projeto sobre voto impresso a ser aprovado no Legislativo, e barrado no TSE, foi de Jair Bolsonaro, feito em 2015 quando ainda era deputado federal.
O Tribunal Superior Eleitoral já garantiu que a segurança da urna eletrônica e iniciou uma campanha este mês para combater a desinformação a cerca do voto eletrônico. O presidente do tribunal, Roberto Barroso, tomou a frente e é quem protagoniza essa tarefa.
Nas redes sociais, o presidente do PDT teve seu posicionamento elogiado pela deputada Carla Zambelli (PSL – SP), enquanto outros políticos e simpatizantes do partido lamentaram o posicionamento de Lupi e, consequentemente, do PDT.
Governador tentou ingressar no PP mas partido pediu controle do fundo eleitoral
Por Leandro Mazzini
O Progressistas (antigo PP) era o partido dos sonhos para o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, confidenciou ele a aliados.
Mas o comando nacional da legenda (senador Ciro Nogueira, claro) condicionou sua filiação ao controle do fundo eleitoral e partidário pela Executiva Nacional para investir nas candidaturas proporcionais.
Ciro não queria arriscar o capital político do partido em um neófito no Executivo estadual depois de tanto escândalo no Rio. Castro optou pelo PL, controlado por Valdemar da Costa Neto e também – importante para o governador no cenário – aliado do presidente Jair Bolsonaro.
Agora, o governador terá de correr por recursos para a sua campanha se quiser tentar se reeleger.
Gratidão política
Ex-chefe de gabinete do deputado estadual Márcio Pacheco antes de se eleger vereador em 2017, o agora governador do Rio, Cláudio Castro, vai empregar o amigo e ex-patrão como secretário de Governo na vindoura reforma no secretariado.
Mudanças devem ser apresentadas em breve; ministra foi ao Sem Censura
Por Agência Brasil
A ministra-chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, disse nesta segunda-feira (24) que propostas de mudanças no Bolsa Família devem ser apresentadas nos próximos meses, com aumento de valor e de número de beneficiários. Flávia Arruda foi entrevistada no programa Sem Censura, da TV Brasil, e tratou também de temas como covid-19, vacinação e das reformas administrativas e tributárias.
“Não é uma questão do texto da Câmara ou o texto do governo. Não existe uma disputa de protagonismo e sim uma coisa prática, necessária e urgente, que eu acho que é a ampliação não só do valor, mas também dos beneficiários. Com essa pandemia e com o auxílio emergencial, milhões de brasileiros que eram invisíveis passaram a ser vistos pelo governo e a gente sabe da necessidade que tem dessa ampliação da distribuição de renda”, disse a ministra-chefe, que acrescentou que a discussão sobre o Bolsa Família está em seu radar.
Flávia Arruda disse que já conversou sobre o assunto com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e reconhece que o país vive um momento de escassez de recursos para assuntos que não estejam ligados à pandemia. “Milhares de famílias perderam o emprego, milhares de famílias passaram de pobreza para extrema pobreza, existe a possibilidade [de mudança no programa]. O cobertor é curto, mas dá para ajustar porque o presidente [Jair Bolsonaro] e o governo sabem da importância que é nesse momento da ampliação não só do valor quanto dos beneficiários”, disse.
Única mulher dentre os ministros que atuam no Palácio do Planalto na seara da articulação política, Flávia Arruda disse que foi muito bem recebida após assumir o cargo. “Às vezes um detalhe a mulher vê de uma forma diferente. Não que os homens não vejam, os homens são muito focados, mas as mulheres conseguem ver de uma forma mais ampla as coisas que estão acontecendo ao redor e pode ajudar um pouco mais.”
Deputada federal antes de assumir o cargo de ministra, Flávia Arruda diz que é uma grande defensora de pautas que ampliam o espaço para as mulheres na política. Ela considera a equidade de gênero fundamental. “Nós crescemos 50% do que era na legislatura passada, mas ainda é muito pouco mediante não só outros países, como aqui no Brasil. De 513 [deputados] somos 77 mulheres na Câmara. É necessário essa ampliação, a gente precisa dessa equidade. As mulheres têm que participar mais, mas as mulheres têm que ter voz ativa também neste processo. Por isso ainda é importante essa necessidade de cotas, ou de mais participação dentro da lei, até que isso se torne mais igual entre homens e mulheres. Depois disso, pode deixar que as mulheres tomam conta do resto”, disse.