Por Edson Rodrigues
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deu sinais, nas últimas reuniões realizadas com governadores e demais ministros, de que o país pode voltar a captar recursos internacionais, o que significa um aval para que os Estados possam voltar a tentar esse tipo de investimento.
Para que isso se concretize, é necessária, porém, a chancela dos senadores.
Para o Tocantins, essa pode ser uma ótima notícia, já que o governador Marcelo Miranda alega que recebeu a administração pública de cofres vazios e com dívidas que batem a casa dos 3 bilhões de reais, divididas entre todas as secretarias e autarquias.
Mas, entre o quere e o poder, há alguns entraves para o Tocantins.
RELACIONAMENTOS
Como foi dito acima, a palavra final para que esses recursos externos sejam captados, vem do Senado Federal. Logo, Marcelo Miranda vai precisar de muito jogo de cintura para contar com o apoio dos senadores tocantinenses, com os quais não tem um relacionamento, digamos, amistoso.
Com a senadora Kátia Abreu não há um mínimo de harmonia, apesar de pertencerem ao mesmo partido. Com os senadores não tem Vicentinho Alves e Ataídes Oliveira, a relação é apenas republicana, e olhe lá.
UMA “PIMENTA” CHAMADA JOÃO OLIVEIRA
Outro tempero nesse “cozimento” foi a recente declaração de apoio do ex-vice governador João Oliveira ao governador Marcelo Miranda.
Todos conhecem o relacionamento de longo tempo de Oliveira com a senadora Kátia Abreu, que sofreu um forte baque quando da renúncia antecipada de Oliveira, juntamente com o ex-governador Siqueira Campos.
Oliveira se antecipou aos movimentos políticos de Kátia Abreu e a “indisciplina” rendeu uma discussão acalorada entre os dois.
Ora, a indicação de João Oliveira para vice-governador saiu do bolso de Kátia Abreu, então alinhada ao ex-governador Siqueira Campos. Fora isso, Oliveira é apenas um bom político, centrado, ficha-limpa, ex-prefeito, deputado estadual e federal, mas hoje, encontra-se no limbo da terceira suplência.
Marcelo Miranda sabe que a força política de Oliveira é praticamente nula, mas, segundo analistas de plantão, fez questão que sua assessoria de imprensa anunciasse o apoio de João Oliveira como “uma conquista”, literalmente institucionalizando um mero movimento político, demonstrando um aclara provocação à antiga “madrinha” de Oliveira, a Senadora Kátia Abreu, acirrando ainda mais os ânimos.
Ante essa situação, ainda não se sabe qual estratégia Marcelo Miranda vai usar para obter o apoio dos outros dois senadores tocantinenses para viabilizar os tão necessários recursos internacionais para o Tocantins.
CABEÇA FORA DO BURACO
A seu favor, Marcelo Miranda pode usar o fato de que, mesmo com todas as dificuldades alegadas de como recebeu a máquina pública, ele começa a mostrar algum serviço, como é o caso das estradas recuperadas e algumas outras obras pontuais, o que mostra que o Estado está conseguindo “colocar a cabeça fora do buraco”.
Mas o grande feito de Marcelo Miranda, que o povo que ver realizado é que ele consiga provar que o bem-estar da população esteja em primeiro lugar da sua escala de prioridades.
O povo tocantinense não agüenta mais ver suas necessidades preteridas por acordos e ajuntamentos meramente políticos, que em nada resultam de prático para a população.
O recente caso do Rio Grande do Sul, em que o governo do estado parcelou o pagamento dos salários dos servidores públicos reacendeu o alerta dos sindicatos tocantinenses. O sindicato dos servidores da Saúde, por exemplo, já tem data marcada para uma assembléia para discutir a possibilidade de greve, já que o governo de Marcelo Miranda não vem cumprindo os acordos firmados com a categoria.
Um conselho para Marcelo Miranda seria seguir o exemplo do governador de Goiás, Marconi Perillo, que vem passando por cima de picuinhas políticas para aprovar projetos que beneficiam a sociedade, conseguindo apoio de seus opositores quando o assunto é o bem do povo.
O OUTRO LADO DA MOEDA
Pode-se afirmar que, hoje, as maiores lideranças políticas do Tocantins são Kátia Abreu, Marcelo Miranda e Vicentinho Alves.
Kátia Abreu sai na frente por seu posicionamento privilegiado junto ao governo federal e á classe dos produtores rurais.
Vicentinho, além de prestigiado no Congresso Nacional, tem seu filho que reforça suas ideias e ideais.
Já Marcelo Miranda é liderança pois é governador, mas não consegue deslanchar junto à opinião pública por causa da economia do estado e das dificuldades em resolver alguns problemas relacionados à promessas de campanha. Mas Marcelo ainda tem algum tempo para consertar os pontos mais cruciais e sair com alguma credibilidade recuperada.
Enquanto isso, Derval de Paiva, atual presidente do PMDB tocantinense, dissolveu todos os diretórios municipais que eram comandados por correligionários de Kátia Abreu, num movimento que pode ser o fiel da balança das próximas eleições municipais.
Isso porque o grupo de Kátia que permanece no PMDB tem só até o início de outubro para decidir se permanecem no partido ou mudam de legenda para poder ser candidatos em 2016.
Já o grupo de peemedebistas aliado a Marcelo Miranda, fica a mercê de uma possível ação da cúpula federal do partido, que pode, eventualmente, lançar uma nova intervenção branca e recolocar Kátia no comando.
Dessa forma, os Marcelistas, fatalmente, ficariam sem legenda para as eleições municipais do ano que vem.
Mas, política é política, e tudo é possível. A própria Kátia Abreu pisou no Palácio Araguaia em um evento governamental e ombreou com Marcelo Miranda na hora dos rapapés, deixando espaço para todos os tipos de especulações, se foi apenas um ato republicano ou um primeiro passo para uma aproximação.
Isso porque o presidente do Senado, Renan Calheiros, pode trazer surpresas quanto à janela de desfiliações, por causa da sua reaproximação com o Palácio do Planalto. O próprio Renan afirmou na noite desta terça-feira (4), que não é nem oposição nem situação, é independente, mas demonstrou estar propenso a defender os interesses do governo e evitar a aprovação da janela de desfiliações partidárias no Senado, deixando a ver navios todos os que pretendem mudar de partido, reacendendo o alerta da perda do mandato e evitando um esvaziamento da base aliada da presidente Dilma.
FORTALECIMENTO DE KÁTIA ABREU
Correm rumores em Brasília que a presidente Dilma Rousseff fará um enxugamento em seus ministérios, com fusões e extinções de pastas.
Quem vai sair fortalecida nesse movimento será Kátia Abreu, que deve receber em seu colo os ministérios da Pesca e do Meio Ambiente, que devem se fundir ao da Agricultura.
O vice-presidente, Michel Temer, passaria a ser o articulador político, no lugar de Aluizio Mercadante e o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha também mudaria de função.
MARCELO ACOMPANHA
No Tocantins, também são esperadas mudanças profundas no secretariado, com Marcelo Miranda adequando sua equipe para os cenários que se horizontam.
O tempo é o senhor de tudo, e....
Quem viver, verá!
Por Edson Rodrigues
José Wilson Siqueira Campos completou 87 anos no último dia 1º. Seu aniversário foi comemorado como qualquer outra festa de comemoração por mais um ano de vida. Parentes e amigos presentes, comes e bebes tradicionais, felicitações e um “parabéns pra você” entoado com a emoção coerente com 87 anos completos de vida.
Mas, Siqueira Campos merecia mais.
Nascido em Crato (CE), filho de um seleiro e sapateiro com uma dona de casa, Siqueira Campos, como ficou conhecido, traz na história desses 87 anos, feitos que poucos homens, até mais idosos, mais conhecidos e mais comemorados, têm em seu currículo.
De um jovem que ficou órfão de mãe aos 12 anos e chegou a viver nas ruas em suas viagens ao Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, foi seringueiro no Amazonas e que não tinha uma profissão definida, pouco poderia se esperar nos idos dos anos 40 e 50.
POLÍTICA
E foi no trabalho no campo que Siqueira encontrou sua verdadeira vocação: a política.
Já estamos na então Colinas de Goiás, na década de 1960. Nessa cidade, hoje Colinas do Tocantins – não por acaso –, fundou a Cooperativa Goiana de Agricultores e iniciou, ali, um movimento popular pela criação do estado do Tocantins. Daí a se eleger como vereador mais votado nas eleições de 1965 pela Arena.
Sua luta pela causa tocantinense lhe rendeu uma prisão, que durou 21 dias, e o encheu de coragem para disputar o cargo de deputado federal. Eleito para a Câmara Federal, se reelegeu por mais quatro mandatos, permanecendo de 1971 até 1988.
Foi na Câmara dos deputados que Siqueira Campos enfrentou sua maior batalha.
Como representante do norte goiano iniciou a tramitação efetiva pela criação do Tocantins. Chegou a fazer uma greve de fome de 98 horas em favor da causa separatista. Siqueira foi, inclusive, deputado federal Constituinte e relator da Subcomissão dos Estados da Assembleia Nacional Constituinte, tendo redigido e entregado ao presidente da Assembleia (deputado Ulisses Guimarães) a fusão de emendas (conhecida como Emenda Siqueira Campos) que, aprovada, deu origem ao Estado do Tocantins, com a promulgação da Constituição Federal de 1988.
A criação do Tocantins, pelos deputados membros Assembléia Constituinte, finalizou uma luta de quase 200 anos dos moradores do então Norte de Goiás em prol da divisão do Estado, trazendo a perspectiva de desenvolvimento para uma região que viveu séculos de relativo isolamento. Com o Tocantins finalmente criado, Siqueira Campos se elegeu o primeiro governador, para mandato de dois anos (de 1º de janeiro de 1989 a 15 de março de 1991).
Veio, então, sua segunda batalha: a construção de Palmas.
PALMAS PARA SUAS OBRAS
À época, a decisão da construção de uma nova cidade para abrigar a capital foi amplamente criticada, sobretudo pelos prefeitos das maiores cidades do Tocantins e pelos maiores líderes que enxergavam na proposta um desperdício de recursos.
Mas Siqueira foi em frente e foi nessa cidade tão criticada no começo e tão elogiada hoje, que ele comemorou, 60 anos depois do início da sua carreira política, seus 87 anos.
Nesse meio tempo, foi governador do Tocantins por quatro mandatos, nos quais deu sua alma para emplacar seus projetos e mais acertou que errou. Acertou quando apostou no Tocantins como um novo celeiro e um elo entre os estados da federação. Errou quando trouxe um quadro da oposição e o elegeu governador. Acertou quando procurou investimentos internacionais para alavancar a economia. Errou quando sacrificou alguns anos de mandato para que seu principal herdeiro político, seu filho Eduardo Siqueira Campos, pudesse se candidatar a governador – ou, pelo menos, ter condições de chegar à principal cadeira do Palácio Araguaia.
Foi um período em que o Estado saiu da total precariedade até chegar ao início de sua industrialização, com obras importantes como a interligação das principais cidades do estado com pavimentação, os Hospitais Regionais das maiores cidades, principalmente o de Palmas, os principais hospitais do estado únicos construídos até os dias atuais.
No entanto, foi na cidade que fundou, Palmas, que Siqueira Campos mais realizou. Além da construção da UHE Luís Eduardo Magalhães e do Hospital Geral de Palmas, o governador Siqueira Campos idealizou e executou um grande programa de obras que deram forma definitiva de Palmas como a principal cidade do estado. Foi construído um amplo e moderno aeroporto, o projeto orla, a ponte sobre o lago de Palmas (8 km de extensão), a praça dos girassóis, o memorial da coluna prestes, dentre outras obras que são os principais cartões portais do estado.
ESTADISTA
É por isso que falamos, no início deste artigo, que Siqueira Campos merecia mais em sua festa de aniversário.
Merecia a presença de todo o povo tocantinense, que só o é por ter encabeçado a luta pela criação do estado.
Merecia a presença de toda a classe política do Tocantins que, em sua maioria, saiu do anonimato e chegou aos quadros partidários por suas mãos.
Merecia a presença da imprensa nacional, por ser um político com tantos anos de carreira, tantos feitos, tantas obras, e nenhum processo, nenhuma mácula e, principalmente, nenhuma indício de enriquecimento ilícito em seu currículo.
Merecia mais por ser o último estadista que este país conheceu.
Enfim: José Wilson Siqueira Campos teve uma bela festa de 87 anos de idade. Mas, merecia mais. Muito mais!
Operação denominada de Pixuleco esta sendo é realizada desde as 6h desta segunda-feira (3), em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.
Serão cumpridos 40 mandados judiciais, sendo três de prisão preventiva, cinco de prisão temporária, 26 de busca e apreensão e seis de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento. A operação foi batizada de Pixuleco, em alusão ao termo utilizada pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que esta preso por corrupção.
Vaccari já é réu em processo na Justiça Federal do Paraná que investiga as denúncias da Lava Jato. Ele é suspeito de ter recebido propina em esquema de corrupção que atuou dentro da Petrobras.
O ex-gerente de Serviços da estatal Pedro Barusco, que também é investigado pela Justiça, afirmou em delação premiada que Vaccari recebeu cerca de R$ 200 milhões em nome do PT no esquema investigado pela Lava Jato. As apurações da PF apontam que as propinas eram pagas por empreiteiras que firmavam contratos com a petroleira.
Um dos presos é o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado. Os presos serão levados para a Superintendência da PF em Curitiba.
Laudos da PF mostram que, de 2009 a 2014, durante a vigência do contrato de obras da refinaria, a Camargo Corrêa repassou R$ 67,7 milhões a duas empresas do consultor Julio Camargo, a Piemonte (que recebeu R$ 22,7 milhões) e Treviso (para a qual foram repassados R$ 45,048 milhões). Júlio Camargo já assinou um acordo de delação premiada com a Justiça e, em depoimento, confessou os crimes.
No mesmo período, essas duas empresas depositaram R$ 1,375 milhão a Pascowitch. Ele afirmou ainda que era o próprio Dirceu quem fazia “insistentes” pedidos de dinheiro, necessários para garantir a manutenção dos contratos da Engevix com a Petrobras.
As dez horas na sede da PF em Curitiba outras informações deram levadas ao imprensa pelo procuradores da Republica e delegados da Polícia Federal.
Com informações de O Estado de São Paulo e G1
Agência Estado e Redação
Se contar mesmo o que sabe, o ex-diretor da Petrobras complicará a vida do PT na investigação.
Após Justiça Federal aceitar as denúncias contra Renato Duque e mais duas pessoas, uma nova denúncia contra o ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque foi aceita nessa sexta-feira (31/7) pela 13ª Vara Federal de Curitiba. O executivo é acusado de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro.
Em seu despacho, o juiz federal Sergio Moro afirma haver "provas documentais significativas da materialidade e autoria dos crimes, não sendo possível afirmar que a denúncia sustenta-se apenas na declaração de criminosos colaboradores". A decisão compreende a 14ª fase da operação "lava jato".
Duque é acusado pelo MPF de favorecer empresas em licitações da Petrobras
Além de Duque, também foram acusados João Antônio Bernardi Filho e Julio Gerin de Almeida Camargo. Os três réus foram denunciados por pagamentos de propinas envolvendo as empresas Odebrecht, Andrade Gutierrez e Petrobras.
MORO HOMOLOGA ACORDO DE DELAÇÃO DE MÁRIO GÓES
O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, homologou a delação premiada do lobista Mário Góes, apontado como operador de propinas na Diretoria de Serviços da Petrobras. Preso desde fevereiro deste ano, Góes decidiu contar o que sabe sobre o esquema de propinas na estatal em troca de benefícios, como redução de pena.
O novo delator da Lava Jato já prestou 13 depoimentos nesta semana. Em sua colaboração ele deu mais detalhes sobre os caminhos do dinheiro ilícito na diretoria, já revelados em parte pelo ex-gerente Pedro Barusco que também fez delação revelando novos nomes de executivos que teriam pago propina e novas obras da Petrobras em que teriam ocorrido os pagamentos ilícitos. Góes é um dos cinco novos delatores da Lava Jato cujo nome vinha sendo mantido em sigilo pelos força-tarefa do Ministério Público Federal.
Agora em prisão domiciliar e com tornozeleira eletrônica, Góes vai pagar multa de R$ 38 milhões por seu envolvimento em crimes financeiros, lavagem de dinheiro, corrupção e evasão de divisas no esquema Petrobras. A multa está prevista na cláusula 14 do acordo de colaboração que firmou com o MP.
Os nomes dos delatores citados na lista do MPF são:
-Paulo Roberto Costa
-Shanni Azevedo Costa Bachmann
-Marici da Silva Azevedo Costa
-Marcio Lewkowicz
-Humberto Sampaio de Mesquita
-Arianna Azevedo Costa Bachmann
-Luccas Pace Júnior
-Alberto Youssef
-Julio Camargo
-Augusto Ribeiro
-Pedro Barusco
-Rafael Angulo Lopez
-Shinko Nakandakari
-Eduardo Leite
-Dalton dos Santos Avancini
-João Procópio
Outros nomes que fizeram delação mas não estão na lista do MPF são os do presidente da construtora UTC, Ricardo Pessoa, o lobista Milton Pascowitch e o empresário Júlio Faermann. Pessoa fechou acordo diretamente com a Procuradoria-Geral da República, em Brasília e, por isso, não consta na lista do MPF.
Estadão conteúdo
A Polícia Federal indiciou o ex-diretor Internacional da Petrobras Jorge Zelada por suposto envolvimento no esquema de desvios da estatal. Ele é suspeito de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O indiciamento foi comunicado esta semana pela PF a advogados do ex-diretor. O relatório com as conclusões do inquérito será agora analisado pelo Ministério Público Federal (MPF), que decidirá se o denuncia à Justiça ou se cabe o aprofundamento das apurações.
Zelada foi preso pela PF na 15ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Operação Mônaco, no início de julho. A Procuradoria da República no Paraná sustenta que ele teria transferido 7,5 milhões de euros que mantinha na Suíça para uma conta no principado europeu. Os recursos, supostamente provenientes de corrupção, não teriam sido declarados por ele ao Fisco brasileiro.
O relatório de indiciamento se baseia na informação de que Zelada teria recebido propinas provenientes do aluguel de navios sonda para a Petrobras, entre eles o Titanium Explorer (Vantage), em 2009. Essas contratações, segundo auditoria da estatal, foram superfaturadas e deram prejuízo milionário.
Detalhes do esquema foram dados pelo lobista Hamylton Padilha, que representava as empresas desse segmento junto à companhia petrolífera. Ele estaria colaborando com as investigações conduzidas pelo MPF no Paraná, que já tem 23 delatores.
O advogado de Zelada, Renato de Moraes, afirmou que o indiciamento é precipitado, uma vez que uma série de documentos e informações acaba de ser anexada ao inquérito. "A precipitação tem a ver com o método usado em Curitiba: prender para investigar. Então, você tem de correr com a investigação", criticou.
O advogado minimizou a decisão da PF. "O indiciamento não quer dizer nada. É aquilo que o delegado acha. Já vi vários indiciados não serem denunciados e vários que não foram indiciados ser denunciados", declarou.
Zelada ficou em silêncio no depoimento. A defesa alega não ter tido acesso integral às acusações. O ex-diretor nega a titularidade da conta em Mônaco e, segundo seus defensores, dará explicações detalhadas a respeito oportunamente.