Operação mira servidores públicos, empresários e dirigentes de Organização Social em São Paulo
Com Estadão Conteúdo
A Polícia Federal (PF) e a Controladoria Geral da União (CGU) abriram nesta segunda-feira, 23, a Operação Cartão Vermelho II contra um grupo suspeito de desviar recursos públicos federais que deveriam ser usados na implementação e no gerenciamento do hospital de campanha montado no Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza, para atendimento a pacientes com covid-19.
Ao todo, 35 policiais federais e oito servidores da CGU cumprem sete mandados de busca e apreensão em endereços residenciais de Fortaleza e Brasília. A Justiça Federal também autorizou o bloqueios de bens e a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos investigados.
A primeira fase da Operação Cartão Vermelho foi aberta em novembro. De acordo com a Polícia Federal, o objetivo desta etapa é reunir elementos para subsidiar o inquérito que apura indícios de atuação criminosa de servidores públicos, dirigentes da organização social contratada para gestão do hospital de campanha e empresários. Os nomes não foram divulgados.
As análises da CGU apontaram indícios de irregularidades no processo de chamamento público para contratação da organização social, bem como na aquisição de monitores multiparamétricos previstos no contrato de gestão, a exemplo de: pesquisas de preços inconsistentes; superfaturamento no montante de R$ 1,2 milhão; adiantamento de valores; e aquisição de equipamentos em quantidade superior à capacidade de leitos da unidade.
A PF identificou, nos arquivos e na documentação apreendida na primeira fase da operação, indícios de favorecimento da organização social contratada pela Secretaria de Saúde de Fortaleza. Com o avanço das investigações, a Polícia Federal também verificou que novos investigados receberam recursos da empresa fornecedora dos equipamentos.
"A partir dos dados coletados e analisados pela PF e CGU na primeira fase da Operação Cartão Vermelho, deflagrada em novembro de 2020, foram reforçados indícios de conluio entre os investigados para direcionar escolha de organização social, com pagamentos superfaturados, transações com empresas de fachada, desvio de recursos públicos federais e enriquecimento ilícito dos investigados", informou a PF.
Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de fraude à licitação, peculato, ordenação de despesa não autorizada por lei e organização criminosa, e, se condenados, poderão cumprir penas de até 33 anos de reclusão.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Fortaleza e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestação.
Fonte: Estadão Conteúdo
DEBANDADA NO PSDB
Em vias de sair do PSDB e migrar para o PSD para disputar o governo paulista em 2022, o ex-governador Geraldo Alckmin vai levar com ele um grupo de tucanos históricos que são dissidentes do governador João Doria e reunir em seu palanque um consórcio de novos aliados que, inclusive, já foram adversários. A decisão de deixar o partido do qual é fundador, anunciada publicamente por Alckmin na semana passada, preocupa integrantes da sigla, que temem uma divisão do eleitorado no Estado governado há 27 anos pelo PSDB.
"A saída do Geraldo terá um impacto muito grande e pode dividir o eleitorado do PSDB. Ele foi quatro vezes governador e duas vezes candidato à Presidência. Não sei se o eleitor vai entender. É uma questão delicada que não pode ser tratada de forma aleatória", disse o senador José Aníbal (SP), que é um dos quadros históricos do PSDB, mas não planeja deixar a legenda.
REUNIÃO DE GOVERNADORES
Governadores de pelo menos 24 estados vão se reunir na manhã desta segunda-feira, 23, no maior encontro de chefes de executivos estaduais desde maio de 2019. A reunião tratará da defesa da democracia e das instituições e da criação de um consórcio para buscar fundos para questões ambientais.
"Vamos tratar de democracia. É para os governadores que se sentirem à vontade se manifestarem. Vão defender a democracia, vão defender o Supremo, e vão defender que o País mantenha suas instituições, condenando qualquer flerte ou qualquer iniciativa autoritária no País", afirmou Doria na tarde deste sábado, 21.
DÓLAR NA CUECA NÃO DÁ EM NADA
Após 16 anos, a Justiça Federal encerrou o processo contra o deputado federal José Guimarães (PT-CE), ai na foto com ex-presidente Lula, por suspeita envolvimento no episódio em que um assessor dele, José Adalberto Vieira, foi preso no embarque do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com US$ 100 mil escondidos na cueca e mais R$ 209 mil em uma mala de mão.
O juiz Danilo Fontenele Sampaio, da 11ª Vara Federal do Ceará, reconheceu a prescrição do caso tanto para o parlamentar quanto para o assessor, determinando a extinção de possibilidade de qualquer punição criminal por falta de provas.
O caso foi parar na Justiça Federal do Ceará depois que o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, declarou a incompetência da Corte para processar e julgar a ação.
SEM MOTIVOS PARA IMPEACHMENT DE ALXANDRE DE MORAES
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou não identificar critérios para dar andamento a pedido de impeachment apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
"Sinceramente não antevejo fundamentos técnicos, jurídicos e políticos para impeachment do ministro do Supremo, como também não antevejo em relação a impeachment de presidente da República", disse o senador a jornalistas em São Paulo, garantindo, no entanto, que o pedido será analisado inclusive pela Advocacia do Senado.
QUESTÃO DOS MILITARES É COM LULA
Lula e Flávio Dino na sexta-feira passada no Maranhão
Os generais da ativa e da reserva que foram procurados por cinco ex-presidentes descartaram a possibilidade de golpe, mas a questão que os incomoda é sempre a mesma: entregar o poder para um ex-presidiário que montou o maior esquema de propinas de todos os tempos.
Diz o Estadão:
“A posição de Lula nas pesquisas é apontada por militares como uma das razões para a manutenção de parte do apoio na caserna a Jair Bolsonaro. Há entre os generais muitos que sonham com a candidatura de Hamilton Mourão à Presidência ou com a consolidação de uma alternativa a Lula e a Bolsonaro em 2022”.
SEM EMPREGOS, NÃO PRECISA DE DIPLOMA
Em evento realizado na cidade paulista de Nova Odessa, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, questionou a busca por diploma universitário de alunos que usam financiamento estudantil e depois ficam endividados.
Ao defender o ensino profissionalizante, o ministro afirmou, segundo o G1:
“Que adianta você ter um diploma na parede, o menino faz inclusive o financiamento do FIES que é um instrumento útil, mas depois ele sai, termina o curso, mas fica endividado e não consegue pagar porque não tem emprego.”
BRASIL TEM 25% VACINADOS
O número de vacinados com ao menos uma dose contra a covid-19 no Brasil chegou neste fim de semana a 120.228.060, o que corresponde a 56,78% da população total. Enquanto isso, aqueles que receberam duas doses ou dose única de vacinas anticovid agora são 53.437.018, o equivalente a 25,24% da população.
Nas últimas 24 horas, o País aplicou 2.350.867 doses de vacinas contra a covid-19. Ao todo, foram administradas 1.367.842 primeiras doses, 975.667 segundas doses e 7.358 doses únicas. Os dados são reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa junto a secretarias de 26 Estados e Distrito Federal.
BOLSONARO VETA FUNDO ELEITORAL “TURBINADO”
O presidente Jair Bolsonaro sancionou na sexta-feira (20), com vetos parciais, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022. O texto foi aprovado pelo Congresso Nacional há pouco mais de um mês e o prazo para sanção terminava justamente nesta sexta. Ponto mais polêmico da proposta, o aumento do Fundo Eleitoral, de R$ R$ 2 bilhões para mais de R$ 5,7 bilhões, foi vetado pelo presidente. A LDO sancionada será publicada na edição do Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (23).
Pelo texto aprovado no Congresso, a verba do Fundo Especial de Campanha seria vinculada ao orçamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), prevendo 25% da soma dos orçamentos de 2021 e 2022. Por esses cálculos, o valor do Fundo praticamente triplicaria em relação ao orçamentos das eleições de 2018 e 2020. Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência da República informou que o novo valor do fundo será definido pelo TSE e incluído no Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) do ano que vem.
BRASIL ENVIA AJUDA AO HAITI
Trinta e dois bombeiros e um representante do Ministério do Desenvolvimento Regional estão a caminho do Haiti, levando cerca de 7 toneladas de materiais e equipamentos de emergência, além de 3,5 toneladas de medicamentos e insumos estratégicos do Ministério da Saúde. A missão tem por objetivo ajudar o Haiti a amenizar os problemas decorrentes de terremotos que atingiram o país desde o dia 14 de agosto, resultando em mais de 2 mil mortes e 10 mil feridos até o momento.
Em meio às 3,5 toneladas de medicamentos e insumos enviados há, segundo o Ministério da Defesa, cinco kits que podem, cada um, atender até 10 mil pessoas em situações de desastre. Também foram enviados materiais de uso hospitalar disponibilizados pela Força Nacional do SUS, como macas, colares cervicais, biombos, além de insulina humana tipo regular, medicamento que tem ação rápida em casos de choque, ocasionado pela diminuição anormal do volume do sangue.
MAIS MINISTÉRIOS PARA O CENTRÃO
Jair Bolsonaro botou nas mãos de Ciro Nogueira uma guloseima apetitosa. Ofereceu mais quatro ministérios para o Centrão — ainda sem definição de quais seriam exatamente. Dois irão para o Senado escolher e mais dois para a Câmara.
A propósito, um escolado líder do Centrão respondeu assim à possibilidade de a facção deixar o governo Bolsonaro: "Antes de 2 de abril, ninguém sai". A data, seis meses cravados antes da eleição, é o prazo final para a desincompatibilização de quem disputará as urnas de outubro.
A cada dia que passa, caminha a passos largos a confirmação da ida da Senadora Kátia Abreu para o TCU, como a nova ministra da Corte de Contas, o que deixa um grande vácuo no cenário político-eleitoral para o preenchimento da única vaga a senador a ser disputada no próximo ano no Tocantins.
Por Edson Rodrigues
Nas pesquisas recentes sobre a sucessão estadual já havia uma grande dúvida a respeito dos nomes que disputariam a vaga ao Senado, tanto que entre 69% e 78% dos pesquisados ainda não têm em mente em quem vai votar para senador, o que indica que não há, no momento, nenhum líder em destaque para a tão desejada vaga.
MAURO CARLESSE
Apesar de estar sempre falando que não será candidato ao Senado Federal, nada impede que os companheiros de batalha de Mauro Carlesse na Assembleia Legislativa articulem a candidatura do governador à única vaga a ser aberta para senador em 2022. O grupo político liderado por Carlesse é formado por mais de 16 deputados estaduais e dezenas de prefeitos vereadores e lideranças políticas e os partidos aos quais pertencem. Não obstante esse apoio, Carlesse ainda conta com o programa Tocando em Frente que está sendo posto em prática com centenas de obras e ações sociais de cunho governamental, com aporte de, no mínimo, três milhões de reais por município, em busca de um conceito de governo que, necessariamente, será vinculado à sua gestão na mente do povo tocantinense.
Vale ressaltar que esses três milhões de reais que cada município receberá do governo do Estado, serão depositados diretamente nas contas das prefeituras quem ficarão responsáveis por sua aplicação em nas obras que achar necessárias.
Além desses recursos, obras pontuais nos municípios continuarão a ser realizadas e administradas pelo governo do Estado.
Será muito difícil Mauro Carlesse não atender ao chamamento dos companheiros que lhe ajudaram a conquistar o mandato de presidente da Assembleia Legislativa e três eleições consecutivas para o governo do Estado em um mesmo ano.
OPOSIÇÕES
As oposições, obviamente, também virão para o embate das eleições estaduais de 2022. A dúvida, secular, é se virão unidas ou divididas, como é o costume e um fato preponderante para o resultado final das urnas em todas as eleições passadas. Para a candidatura a senador, há nomes fortes e nomes ainda a serem postos ao julgamento do eleitorado tocantinense nas hostes da oposição. O problema, porém, é que não basta ter um bom nome, é preciso um grupo forte e um candidato a governador “puxador de votos”. Isso, as oposições, unidas ou desunidas, não têm, ainda.
É preciso, também, alinhar uma “bandeira” consistente, duas chapas de bons candidatos, uma à reeleição e outra de novas candidaturas a deputados federal e estadual, infraestrutura partidária para manter os nomes com chances de vitória, propostas de interesse da população e, o mais complicado, aguardar a definição da senadora Kátia Abreu, se ela vai para o TCU ou não.
Muitos são os nomes cotados, mas o jogo ainda nem começou, pois precisa ter suas regras definidas, se as eleições proporcionais vão voltar ou não, o que depende de decisão, em breve, pelo Senado que, pontualmente, tem resistências pela volta das coligações proporcionais, já aprovadas para as próximas eleições em duas votações pela Câmara Federal, mas que só se tornará válida se o Senado aprovar, também em duas votações, convalidando a decisão do congresso.
Independentemente de Kátia Abreu ir para o TCU ou não, a única vaga para o cargo de senador no Tocantins está em aberto e será, sem sombra de dúvidas, a mais disputada entre todos os cargos à disposição, pois são oito anos de mandato no parlamento supremo da política nacional.
PASSA OU NÃO PASSA?
Senador Rodrigo Pacheco
O Senado tem até o próximo dia 30 de setembro para votar a volta das coligações proporcionais, sem nenhuma emenda, para que se transforme em Lei e se faça valer já nas próximas eleições de 2022. Até essa data-limite, muitos lances e decisões políticas ocorrerão para que, finalmente os partidos saibam como irão “colocar seu bloco na rua”.
A decisão final está nas mãos dos nobres senadores, sendo que 13 deles precisam renovar seus mandatos. Os políticos que desejam disputar um novo mandato nos Legislativos Estadual ou Federal, além dos candidatos à reeleição, enfrentam uma situação em que dependem de uma decisão do Plenário do Senado Federal. Todos estão no mesmo barco, sob mesmos riscos de um naufrágio político ou de sair deste embate com mais um mandato. No momento, todos e quaisquer candidatos nas eleições estaduais têm o mesmo “peso” e, no momento, o mais recomendado é plantar boas ideias e boas amizades.
LUCAS DA LINCE
O Observatório Político de O Paralelo 13 esteve, nesta última sexta-feira, em um longo bate-papo com “engenheiro, arquiteto e construtor” de chapinhas, Lucas da Lince, que tem todos os métodos e a fórmula para reunir bons nomes, e a credibilidade, junto aos pré-candidatos a deputado federal e estadual, após vitórias sucessivas nas últimas eleições, utilizando sua expertise.
Segundo Lucas da Lince “não é hora de pensar em partido ou em candidato a governador, para quase a totalidade dos nossos candidatos a deputado. E, o principal, é não aceitarem nessa composição nenhum deputado com mandato buscando a reeleição. O momento é de ‘plantação’, de busca de apoio e de entendimentos que proporcionem boas ‘dobradinhas’ entre os que buscam ser deputados federais ou estaduais, afinar os discursos e propostas e, cada um, individualmente, ir preparando uma infraestrutura política e financeira para enfrentar um embate político eleitoral que se mostra como um dos mais acirrados da história do Tocantins”, comentou, taxativamente, o “mestre das chapinhas”.
Lucas da Lince prepara dois cenários políticos para a formação de suas chapinhas nas eleições proporcionais em outubro de 2022: com coligações ou sem coligações. São estratégias guardadas a sete chaves, e que prometem entregar os mesmos bons resultados dos pleitos anteriores dos quais participou nos bastidores.
Nos últimos dias, Lucas da Lince tem sido muito requisitado por presidentes de partidos, pré-candidatos a governador e os pré-candidatos sem mandato a deputado estadual e federal. Lucas já avisou: “nem todos os presidentes de partidos terão vaga garantida nas nossas composições. Na formação das chapinhas não basta querer ser candidato, pois há uma série de requisitos para poder participar, a começar por estrutura pessoal, finalizando pela aceitação dos que já compõem nossos grupos”, acrescentou.
O certo é que um novo cenário eleitoral está a caminho após a decisão final do Plenário do Senado, se manterá as regras impostas “goela abaixo” aos vereadores em 2020 ou se aprovará a volta das coligações proporcionais, aprovada em duas votações pelos deputados federais, pensando na própria sobrevivência política.
Só então se conhecerá todas as peças que estarão dispostas no tabuleiro sucessório de 2022.
Os ataques do presidente Jair Bolsonaro à democracia e a ameaça de não aceitar as eleições de 2022 sem a adoção do voto impresso levaram cinco ex-presidentes da República a procurar contatos com militares para saber a disposição dos quartéis. Emissários ouviram de generais da reserva e da ativa a garantia de que as eleições vão acontecer e de que o vencedor – seja quem for – tomará posse
Por Marcelo Godoy e Pedro Venceslau 1 dia atrás
Os generais foram indagados sobre as constantes aparições de Bolsonaro em solenidades militares das Forças Armadas e em formaturas de cadetes e sargentos. Eles explicaram aos seus interlocutores que não podem impedir a presença do presidente nesses eventos, mas que ela não será suficiente para romper a hierarquia. Ou seja, afastaram a hipótese de Bolsonaro contar com insubordinação nas Forças.
Os chefes militares, porém, externaram preocupação de que o presidente e seus aliados tentem fazer isso – e tenham sucesso – com as Polícias Militares. O risco de rompimento da cadeia de comando nas PMs é monitorado pelas Forças Armadas. Os ex-presidentes que se mobilizaram para contatar os militares são Michel Temer, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, José Sarney e Fernando Collor.
Todos receberam as mesmas informações de seus contatos. Peças-chave nessa articulação são os ex-ministros da Defesa, Nelson Jobim, Raul Jungmann e Aldo Rebelo. Também participa dessa movimento o professor de filosofia Denis Lerrer Rosenfield, que é amigo de Temer e mantém boas relações com generais, como o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Sérgio Etchegoyen e com o vice-presidente Hamilton Mourão. Pelos menos seis generais da ativa e da reserva forneceram os relatos sobre a situação do Exército.
“Antes de mais nada, essa não é uma discussão boa para o País, uma discussão que tem como agenda o envolvimento de militares na política. Não é um bom sinal”, disse o ex-ministro Aldo Rebelo. Segundo ele, “a boa notícia dentro da má notícia é que os militares não estão interessados em desempenhar um protagonismo na desorientação que estamos atravessando”. Aldo diz ser consultado quase diariamente. “Acompanho esse tema há muito tempo. E converso com os ex-presidentes.”
Governadores João Doria e Eduardo Leite
Dos ex-presidentes, um manteve contatos diretos com militares. Trata-se de Fernando Henrique Cardoso. O tucano ouviu que não há hipótese de o Exército embarcar em uma aventura. O estabelecimento militar estaria se descolando do chamado “partido militar”, os oficiais que se uniram para fazer política com Bolsonaro. Há, porém, desconforto com a postura dos comandantes da Marinha, almirante Almir Garnier, e da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior.
Quem recebeu mais informações foram os interlocutores de Temer. “Não há possibilidade de o Exército participar de uma ruptura. Nossos generais são constitucionalistas”, disse Rosenfield. Temer, FHC e Sarney vão participar no dia 15 de um debate com o tema Crise Institucional e a Democracia, que será mediado pelo ex-ministro Jobim. Seus partidos – MDB e PSDB –, além do DEM e do Cidadania, articulam uma chapa única para as eleições em 2022.
Jobim é também interlocutor de Lula com os militares. O petista recebeu o mesmo diagnóstico de seus colegas. Sabe que existem resistências ao seu nome entre os representantes das Forças Armadas. Primeiro, em razão da Comissão Nacional da Verdade (CNV), patrocinada pelo governo de Dilma Rousseff (PT) – única excluída das conversas. Os generais afirmam que a CNV deixou marcas em todos os graus da oficialidade. Eles ainda têm reservas a Lula em razão das ações na Justiça contra o ex-presidente. Anteontem Lula jantou com José Sarney, no Maranhão.
A posição de Lula nas pesquisas é apontada por militares aos interlocutores dos ex-presidentes como uma das razões para a manutenção de parte do apoio na caserna a Bolsonaro. Há entre os generais muitos que sonham ou com a candidatura de Mourão à Presidência ou a consolidação de uma alternativa a Lula e a Bolsonaro em 2022.
Jungmann afirmou que é preciso lembrar que o cenário atual é completado pelo fato de Bolsonaro assediar as Forças Armadas, “fazendo bullying de forma contínua”. Ele citou as demissões dos comandantes militares em março, a falta de punição ao general Eduardo Pazuello, a resposta dos comandantes das Forças ao senador Omar Aziz (PSD-AM), a entrevista do brigadeiro Baptista Junior ao jornal O Globo, a revelação pelo Estadão das ameaças do ministro Walter Braga Netto às eleições e o desfile de tanques da Marinha em Brasília no dia da votação do PEC do voto impresso como os componentes do cenário que fizeram aumentar os temores do mundo político. “O presidente – por atos, falas e narrativas – vem traçando um cenário de conflito para 2022. Corteja de maneira inadequada as PMs, ataca o Supremo. Mas é um erro pensar que o Exército pode ser usado em um golpe.”
Governadores
Além dos ex-presidentes, os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), receberam o mesmo relato. Leite esteve com o comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e com o comandante militar do Sul, Valério Stumpf. A agenda pública previa tratar da instalação de uma escola de sargentos no Estado. Na conversa, Paulo Sérgio reafirmou a Leite seu “compromisso e o do Exército com a legalidade e com o respeito à Constituição”.
Há duas semanas, o general João Camilo Pires de Campos, secretário da Segurança de São Paulo e interlocutor de Doria, disse ao Estadão que o Exército não vai participar de aventuras. “Não vai. Não vai. É o Exército profissional que todos conhecemos e admiramos.”
A reportagem conversou com três oficiais generais, dois deles citados pelos interlocutores dos ex-presidentes. Um lembrou à reportagem que a sua geração de generais teve como instrutores os oficiais que participaram da deposição de João Goulart, em 1964, e pagou o preço do apoio à ditadura sem ter sido a responsável pelo regime.
De acordo com sua análise, toda vez que se fala em golpe, as pessoas esquecem de responder o que é um golpe, o que é necessário para fazê-lo e quais as suas consequências. Não existem no País, segundo ele, as condições internas e externas que levaram à ruptura institucional de 1964. Não há apoio do empresariado, da Igreja e da imprensa a uma ruptura. E, sem apoio popular, nada seria possível. Desde a redemocratização, o País viveu inúmeras crises sem retrocesso. Os generais lamentam o envenenamento do ambiente político do País e um deles reclamou do que chamou de erro: isolar os militares, o que pode jogá-los no colo de Bolsonaro.
Para Aldo Rebelo, a disputa eleitoral de 2022 é um problema que os civis devem resolver. “Não são os militares que vão resolver problemas criados pelos civis. Eles já são responsáveis por muita coisa importante.”
Antes realizado apenas no Hospital Dom Orione, em Araguaína, a técnica agora está sendo disponibilizada na unidade hospitalar referência do Tocantins, o HGP
Por Mariana Ferreira
Procedimento marco na história do Hospital Geral de Palmas (HGP), a embolização de aneurisma já é uma realidade para os pacientes. Antes realizado apenas no Hospital Dom Orione, em Araguaína, a técnica agora está sendo disponibilizada no maior hospital do Tocantins, o HGP.
“Todo paciente que estava internado e precisava de passar por este procedimento, precisava ser transferido para o Dom Orione. Muitas das vezes, estes pacientes ficavam dias, ou até meses, aguardando para realizar o procedimento. Agora, sendo feito no HGP, otimiza o atendimento e garante uma assistência de qualidade. Ao chegar na unidade, o médico neurocirurgião já faz a indicação do tratamento, que é menos invasivo. Contamos com o que há de melhor em inovação e equipe médica para este processo”, garantiu o diretor do Hospital Geral de Palmas, Leonardo Toledo.
Desde o início do sábado, 21, quatro pacientes já foram atendidos com a embolização de aneurisma no HGP. “A importância é que vamos tratar uma doença grave de forma precoce podendo dar mais chances para os pacientes, além de diminuir o tempo de internação e os riscos de complicações por uma cirurgia aberta. Tudo isso faz com que o procedimento endovascular se torne um diferencial na vida da população tocantinense. Vamos poder tratar aneurismas, malformações e acidente vascular cerebral (AVC)”, explicou o neurocirurgião, membro da equipe realizadora do procedimento, Márcio Antônio de Sousa Figueiredo.
O procedimento está sendo realizado por uma equipe de neurocirurgia, com o suporte da equipe de hemodinâmica da unidade hospitalar. “Sem dúvida é mais um marco histórico para a saúde tocantinense. O Governo do Tocantins tem se empenhado em desenvolver mecanismos para melhorar o atendimento da população, bem como garantir o melhor atendimento, com os melhores profissionais. A embolização de aneurisma, realizada no HGP, é um avanço e trará agilidade no atendimento e fará com que mais pessoas tenham acesso ao procedimento”, explicou o secretário de Estado da Saúde, Dr. Edgar Tollini.