Há exatamente uma semana para o recesso parlamentar, o Congresso Nacional está prestes a encerrar os trabalhos em meio a um clima totalmente explosivo, com a ameaça da abertura de um processo de impeachment e com uma CPI em pleno andamento, todos tendo apenas um alvo: o presidente Jair Bolsonaro.
Por Edson Rodrigues
A CPI da Covid-19, mesmo tendo entre seus componentes políticos cujas carreiras estão manchadas eternamente pela mácula da corrupção, segue conseguindo fazer o governo federal sangrar, mantendo manchetes negativas e “surfando” nas atuações amadoras de membros do segundo escalão do governo federal.
Para um presidente que tinha a intenção de transformar o Brasil em um “país das maravilhas”, colocando um ponto final na corrupção, que é a origem de todos os nossos males, tendo, inclusive, usado essa “bandeira” em sua campanha Jair Bolsonaro se mostrou muito frágil no que diz respeito ao traquejo político, à “manha”, à “malícia” e ao jogo de cintura que todo governante precisa ter.
Bolsonaro vem sendo atropelado dia após dia pelo seu próprio temperamento, pelo seu despreparo político e pelo zelo de pai em relação aos seus filhos, também políticos, “zero” um, dois e três. Achou que o apoio popular do início poderia se transformar em poder para tratar o Poder Legislativo como seu vassalo, totalmente submisso, e o Judiciário como “menino de recados”.
Grupo do denominado Centrão
O presidente eleito por mais de 53 milhões de brasileiros quis enquadrar a imprensa, principal válvula de escape de um povo que vinha massacrado pelo regime militar e seu autoritarismo, e comandada por homens e mulheres que se revestiram com os mantos de mártires da liberdade, reverenciados, admirados e, principalmente, respeitados pela população. Essa tentativa de calar jornais, revistas e emissoras de rádio e TV, foi o maior erro de Bolsonaro, beirando o suicídio, pois, agora, não tem ninguém para falar sobre as boas ações do seu governo, cuja assessoria de imprensa é confundida com meia dúzia de sites e uma infinidade de “blogueiros”, a maioria nada confiável.
Ou seja, Bolsonaro adotou um modus operandi de governo que beira o suicídio político, apostando no “jacaré, quando o filme é do Tarzan”.
TÁTICA EQUIVOCADA
Essa tática do “eu me basto”, adotada por Jair Bolsonaro, tem chance zero de dar certo. Não ter nenhum veículo de imprensa tradicional ao seu lado corresponde a uma “mudez” inoportuna, principalmente quando há tantos “falando mal” e mostrando cada “vírgula” errada. Ao cortar de 90% a 100% das verbas publicitárias dirigidas a esses veículos, Bolsonaro não, apenas, não conseguiu calá-los, como ganhou vários “megafones” a importuná-lo com seus próprios equívocos e erros.
Sua escolha o colocou muito perto de ser um “idealizador da volta do regime militar”, mesmo que ele não queira, diretamente, isso, pois foi assim que a mídia passou a trata-lo, pois grande parte dos atuais dirigentes de empresas de comunicação têm horror a tudo o que se refere ao regime militar, posto que figuram entre as maiores vítimas daquele período em que ou fugiram do país, em busca de exílio, ou foram torturados nos porões dos quartéis, de onde alguns jamais saíram.
Ou seja, tudo o que se tem, hoje, em termos de liberdade de expressão, foi conquisto a duras penas e tudo o que remete a um possível retrocesso em relação a isso, é visto como retrocesso e atentado à democracia, o que provoca reações diretas e retas, fazendo a imagem do Brasil sangrar nacional e internacionalmente.
CENTRÃO
Enquanto isso, o “centrão”, ressuscitado por Bolsonaro em busca de governabilidade, vai se colocando na posição tranquila de “mero observador”, enquanto o circo pega fogo. Alçado aos holofotes e ao protagonismo na Câmara Federal, a “união dos partidos sem força” conseguiu, com a ajuda do presidente da República, “tratorar” as candidaturas de partidos tradicionais às presidências da Câmara e do Senado – mais precisamente, de Baleia Rossi e de Simone Tebet, ambos do MDB, respectivamente – para, depois, começar a se articular internamente para transformar Jair Bolsonaro em um refém de luxo, um “paciente grave”, que o centrão empurra pelos corredores de um hospital, rumo à UTI (leia-se, impeachment).
E, pode ter a certeza, de que o “empurrãozinho” do centrão cessa na porta da UTI, onde Bolsonaro entrará sozinho, intubado e em situação periclitante.
MAIS CENTRÃO
Junto com Bolsonaro, a atuação do centrão coloca a situação dos deputados estaduais e federais que buscam a reeleição na mesma “maca”. O recesso parlamentar, que começa no fim desta semana e termina apenas no dia 10 de agosto, prolonga o processo de reforma política e a definição das regras das eleições proporcionais de 2022 até o último momento, mantendo a indefinição sobre a aplicação do “distritão” ou do “distritão misto” ou não, se a forma de disputa das eleições será a mesma adotada para o último pleito para vereador.
O certo é que, quando voltarem os trabalhos, o tempo será muito curto para essas definições, para que elas possam ter validade na eleição de 2022, uma vez que terão que ser aprovadas em duas votações na Câmara e em duas votações no Senado e publicadas no Diário Oficial do Congresso sem nenhum erro constitucional, para que se tornem leis e possam ser aplicadas nas eleições de outubro de 2022.
É importante ressaltar, também, que os partidos do centrão formam a maioria na Câmara Federal e já deram um recado claro ao presidente Jair Bolsonaro, nestes últimos dias, quando onze legendas, por intermédio de seus líderes, rejeitaram a proposta da presidência quanto a volta do voto impresso, mostrando que de submissos, não têm nada, impondo uma derrota ao governo “ao vivo e a cores”, diretamente sob os holofotes.
Ou seja, Jair Bolsonaro está bem próximo de ficar “nu com a mão no bolso” e o comando do país entrar em um vácuo de poder extremamente perigoso para um governo que flerta com o militarismo e um congresso sedento por protagonismo.
Esperemos as cenas dos próximos capítulos
O Ministério da Saúde pode economizar até R$ 150 bilhões nos próximos cinco anos com o avanço da vacinação contra a covid-19. A previsão é da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) no Sistema Único de Saúde (SUS), vinculada à pasta
Por Jorge Roberto Wrigt
O valor considera o cenário mais positivo em relação à imunização da população com as vacinas da Astrazeneca/Fiocruz e da Pfizer/Biontech. A economia é estimada em relação a um cenário que considera os gastos do SUS com internações hospitalares e exames laboratoriais e de imagens em pacientes com a doença..
“A avaliação econômica demonstrou-se favorável à vacinação, com ambas as vacinas. A AstraZeneca/Fiocruz teve menor custo e maior eficácia em relação à não vacinação e a vacina da Pfizer/Biontech resultou em 100% das simulações com valor abaixo de um limiar conservador e foi considerada custo-efetiva”, diz o relatório.
Para o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o relatório mostra a análise técnica que a pasta faz para o emprego de vacinas com registro definitivo na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Esses dados mostram que o nosso trabalho é feito com base em critérios técnicos e científicos na aquisição e incorporação de vacinas covid-19”, afirmou.
A recomendação da comissão foi favorável à incorporação das vacinas da Pfizer/Biontech e da Astrazeneca/Fiocruz para a prevenção da Covid-19, infecção respiratória aguda grave causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), no SUS.
Moradores solicitaram pavimentação e auxílio na liberação da construção do posto fiscal da cidade
Por Brener Nunes
Continuando a agenda municipalista do Governo do Tocantins, o vice-governador Wanderlei Barbosa esteve neste sábado, 26, em Filadélfia, norte do Estado, conhecendo a comunidade, ouvindo as demandas da população e visitando o Monumento das Árvores Fossilizadas. O gestor foi recepcionado pelo prefeito da cidade, Davi Bento, seu secretariado, alguns vereadores e o deputado estadual Issam Saado.
De início, o prefeito Davi Bento entregou um ofício ao Vice-governador, solicitando recursos para a pavimentação asfáltica da rodovia estadual TO-424, que liga Filadélfia e Babaçulândia, em um trecho de 45 km. “Queremos que olhe por Filadélfia também no Turismo. Nós estamos na rota do turista. Muitos não conhecem o potencial de nossa cidade. Precisamos muito da ajuda de vocês. O município é muito grande, temos uma malha de estradas vicinais enormes”, explicou o gestor do município.
Além da pavimentação, o prefeito também solicitou auxílio na liberação da construção do posto fiscal da cidade. “Já temos o local preparado, recursos. Apenas precisamos de um start do Governo para iniciar as obras, já que a gestão é feita pela Secretaria da Fazenda”, destacou Davi Bento.
Em resposta, o vice-governador Wanderlei Barbosa garantiu que o secretário de Estado da Fazenda e Planejamento, Sandro Henrique Armando, iniciará os estudos para a implantação do posto fiscal em Filadélfia. “Há a necessidade de um posto aqui. Apenas na minha vinda para cá vi inúmeros caminhões indo e vindo e isso precisa ser melhor controlado”, disse o Vice-governador.
Bielândia
A comunidade de Bielândia fica a 55 km de Filadélfia e acomoda centenas de famílias na vila e também em assentamentos rurais. O Vice-governador foi apresentado aos moradores pelo líder local, Francisco de Assis Martins Rocha, mais conhecido na região como Chico Doido. O líder local e o prefeito Davi Bento solicitaram pavimentação asfáltica na pequena comunidade.
Presidentes de assentamentos também estiveram na reunião e solicitaram a perfuração de um poço artesiano, rede de distribuição de água, dentre outros.
Monumento das Árvores Fossilizadas
Na oportunidade, o vice-governador Wanderlei Barbosa conheceu a sede do Monumento das Árvores Fossilizadas (Monaf), onde existem na região diversos sítios paleontológicos naturais, raros e singulares. No local, são encontrados fósseis de árvores pré-históricas com idade entre 295 a 252 milhões de anos. Em simples termo, existem florestas petrificadas na região.
O Monaf não tem domínio público, pois toda a área fica dentro de propriedades rurais, porém, é protegido por lei e gerido pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins). Desta forma, o prefeito e comunidade pedem atenção ao local, pois tem grande potencial turístico, científico e acadêmico.
O vice-governador também garantiu que irá buscar mais atenção com o governador Mauro Carlesse. “Não podemos deixar este grande potencial adormecido. Vamos buscar recursos para alavancar o Turismo na região, assim, gerando emprego, renda e fomentar a economia local”, destacou Wanderlei Barbosa.
Presenças
Durante as visitas, estiveram presentes os deputados estaduais Issam Saado e Olyntho Neto; o prefeito de Palmeirante, Raimundo Brandão; o prefeito de Babaçulândia, Franciel Gomes; e o presidente da Câmara de Vereadores de Filadélfia, Joãozinho da Ambulância.
Por Congresso Em Foco
O deputado Luis Miranda (DEM-DF) será entrevistado ao vivo, nesta segunda-feira (28), às 12h, em live do Congresso em Foco. Ele e o irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, mergulharam o governo em nova crise ao confirmar à CPI da Covid, na sexta-feira, que denunciaram ao presidente Jair Bolsonaro irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin. E mais: o deputado revelou que Bolsonaro atribuiu ao líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), a responsabilidade pelo esquema de corrupção. Barros nega ter qualquer relação com o episódio. Bolsonaro, segundo Miranda, afirmou que determinaria a investigação do caso. Mas não o fez.
Luis Miranda será entrevistado pelo fundador do Congresso em Foco, Sylvio Costa, e pela editora Júlia Schiaffarino. Você poderá assistir à entrevista pelo link abaixo ou pelo nosso canal no Youtube.
'Vai dar defasagem', disse o presidente do Tribunal Superior Eleitoral
Por Cristyan Costa
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, voltou a criticar o voto auditável. Segundo o juiz, a medida vai comprometer a segurança do sistema eleitoral. “Cria-se um problema que o Brasil não tem”, declarou o magistrado, em live do Grupo Prerrogativas, neste sábado, 26. “Vai dar defasagem entre os votos. Vão questionar e judicializar com pedido de fraude. Na recontagem, vai sumir voto, aparecer voto. Isso tudo diminuirá a segurança”, acrescentou, ao mencionar “risco” de quebra do sigilo do voto.
Barroso disse esperar que “as bobagens” acerca de uma possível fraude na eleição por meio da urna eletrônica desapareça primeiro por meio do “surgimento da verdade do que pela persecução criminal”. Além disso, anunciou que o TSE estuda aumentar a quantidade de equipamentos testados durante a disputa do ano que vem. Hoje, 100 aparelhos são levadas ao tribunal para uma “auditoria independente”, com técnicos especializados no assunto. “E tudo isso é filmado”, salientou o ministro.
Especialista levanta dúvidas sobre as urnas
Amílcar Brunazo, engenheiro especialista em segurança de dados e voto eletrônico, afirmou que a confiabilidade das urnas eleitorais é duvidosa. De acordo com ele, o equipamento pode ser objeto de fraude. “O software é desenvolvido no TSE seis meses antes das eleições, compilado com 15 dias de antecedência, transmitido por internet pelos tribunais regionais e por cartórios, e gravado num flashcard”, explicou Brunazo, no mês passado, durante audiência pública em comissão especial da Câmara dos Deputados.
“A equipe do professor Diego Aranha, dentro do TSE, mostrou ser possível pegar esse cartão, inserir nele um código espúrio, que não foi feito pelo TSE, e colocar na urna eletrônica”, salientou o especialista, ao mencionar que os brasileiros acabam tendo de confiar no servidor que vai pôr o dispositivo na máquina. “Muitas vezes é um profissional terceirizado. Realmente, o processo eleitoral brasileiro depende da confiança de todos os funcionários envolvidos. Isso é um equívoco”, lamentou Brunazo.