Paulo Teixeira vê possibilidade de crime de corrupção na contratação do ex-ministro pela consultoria norte-americana
Por Ricardo Galhardo
O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) que investigue a possibilidade de crime de corrupção na contratação do ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro pela empresa norte-americana de consultoria Alvarez & Marsal.
Segundo o requerimento feito pelo deputado, a lógica da própria Lava Jato justificaria a investigação já que a Alvarez & Marsal é responsável por administrar a recuperação da Odebrecht e Moro, na condição de juiz, autorizou o acordos de leniência e delações premiadas que beneficiaram a empresa, seus sócios e executivos.
"Não há dúvida de que, segundo a lógica que inspirou os trabalhos da Operação Lava Jato, hoje assumidamente liderados pelo então juiz Sérgio Moro, situações dessa natureza seriam em tese caracterizadas como justa causa para investigação criminal pelo delito de corrupção, justificando-se a busca de elementos informativos sobre as vantagens ou promessa de vantagens supostamente solicitadas, recebidas ou aceitas em troca de atos praticados na condição de funcionário público", argumenta o deputado.
Em ofício à PGR, Teixeira pede que sejam apurados "valores e condições" tanto da contratação da Alvarez & Marsal pela Odebrecht quanto de Moro pela consultoria norte-americana.
"Diante desse cenário, é urgente que se apure as relações, as condições e os valores envolvidos nos contratos celebrados entre o Grupo Odebrecht, a consultoria norte-americana Alvarez & Marsal e, agora, o sr. Sergio Fernando Moro. As decisões proferidas pelo então juiz Sérgio Moro provocaram significativos impactos políticos, sociais e econômicos ao país. Sua atuação foi decisiva para que fossem celebrados acordos e concedidos benefícios ao Grupo Odebrecht, seus sócios e executivos. O mínimo que se espera é que os desdobramentos dessa operação sejam trazidos às claras e que haja transparência na conduta dos envolvidos", diz o ofício.
O deputado argumenta ainda que, na condição de juiz, Moro teve acesso a documentos da investigação contra a Odebrecht que ainda não vieram à tona, podem ser motivo de novas investigações e ser utilizados a favor da empresa.
"Além disso, é evidente que, durante o exercício do cargo de juiz federal da 13ª Vara Federal de Curitiba, o Sr. Sergio Fernando Moro teve amplo acesso a documentos e elementos de prova referentes ao Grupo Odebrecht, muitos dos quais ainda permanecem em sigilo e podem ensejar novas medidas investigativas, fato que poderá ser utilizado em benefício da atual administração", diz o documento.
Procurados, a Alvarez & Marsal e o ex-ministro responderam que não vão comentar o pedido do deputado.
“Nunca conte seus problemas a ninguém... 20% não se importam e os outros 80% estão contentes de você tê-los”
LOU HOLTZ
Por Edson Rodrigues
O resultado das urnas vem causando um verdadeiro rebuliço na política tocantinense. O grau de renovação nas “províncias” deixou várias lideranças tradicionais preocupadas com seus planos políticos para o futuro – leia-se, a partir de 2022 –, criando um desconforto geral, principalmente nos que apostaram seus patrimônios políticos em candidaturas próprias ou no apoio a candidatos.
Em Palmas, o deputado federal Osires Damaso ensaiou uma candidatura a prefeito, não conseguiu aliados suficientes para uma boa base eleitoral e, sem musculatura, sua pré-candidatura não decolou, e ele preferiu emprestar seu nome para seus aliados, no interior, para ajuda-los em suas candidaturas a prefeito e vereador.
Já o deputado federal Eli Borges teve um prejuízo maior que seu colega de parlamento, pois bradou, do leito onde convalescia de Covid-19, que era “o candidato do palácio Araguaia a prefeito de Palmas”, acabou deixando escapar sua base política, principalmente “Felipim”, líder que foi um dos responsáveis por sua eleição a deputado federal, deixou as bases do interior do Estado a ver navios e, agora, não consegue mais juntar os cacos, restando, por enquanto, um caminho seguro, que seria uma vaga na Assembleia Legislativa Estadual, em 2022.
KÁTIA ABREU E VICENTINHO JR.
A senadora Kátia Abreu,PP, que acabou de ter alta após passar por momentos difíceis por conta da Covid-19, no hospital Albert Einsten, em São Paulo, fez postagem nas redes sociais redundando o que o deputado federal Vicentinho Jr.,PL, também vem alardeando, sobre “a postura de um político que se coloca como responsável pela eleição de 100 prefeitos”, afirmando que “aprendeu em um livro que ‘a soberba precede a ruína’”.
Senadora Katia Abreu
Cada um tem o direito de expressar sua opinião, mas o que não se pode negar nem apagar foi o fato de que enquanto os dois, Kátia e Vicentinho Jr. olhavam para seus próprios umbigos, dando preferência a candidaturas que os beneficiariam politicamente em 2022.
A questão é que essas postagens de Kátia e de Vicentinho, que não tiveram coragem de citar nome, cargo, cor, altura, filiação, gênero, partido, função de confiança no Congresso Nacional, até “a bisneta da Benzedeira Joana da Misericórdia”, que acabou de vir ao mundo esta semana, sabe que se trata de uma pessoa nascida no dia 28 de abril, ou seja, ganharam um tom de falta de coragem para apontar o alvo, pois será, se não já é, um tiro no próprio pé e um rompimento de uma possibilidade importante de integração de forças.
Senador Eduardo Gomes
Agora, após a eleição, enquanto Kátia e Vicentinho Jr. lamentam os resultados pouco animadores que obtiveram, - Kátia elegeu seis prefeitos, assim como Vicentinho Jr., sendo que três ou quatro dos eleitos pelo deputado federal já estão de “malas prontas” para outros partidos, é em Brasília que os prefeitos eleitos, por todos os partidos, estão fazendo peregrinação em busca de viabilizar seus mandatos.
As indiretas dos dois parlamentares que viram suas representatividades encolher no Tocantins, são vistas, nos bastidores, como “efeito colateral” pós eleição e é certo que tanto Kátia quanto Vicentinho Jr. devem começar a pensar em “planos Bs” para seus futuros políticos. Kátia, uma ex-ministra da Agricultura, ex-deputada federal, ex-presidente da Confederação Nacional da Agricultura, tem experiência política suficiente para traçar outros caminhos para sua carreira pública, podendo tentar permanecer no Senado, fechando alianças como outros partidos, ou tentar, com maiores possibilidades, uma vaga de deputada federal, lembrando que nas próximas eleições majoritárias também não haverá coligação proporcional, mas será uma decisão de foro íntimo.
Deputado Federal Vicentinho Junior
Insistir em permanecer no Senado não é impossível para Kátia Abreu, mas seu temperamento explosivo veio, ao longo de sua vida política, destruindo pontes e cortando alguns laços importantes que poderiam servir para abrir diálogos, e é inegável que perdeu musculatura política e que uma reeleição, hoje, seria, praticamente, operar um milagre. E, como Tancredo Neves falou, “não existe milagre em eleição majoritária. Tudo dependa da base construída”.
DEM
Já o Democratas, da deputada federal Dorinha Seabra, também não voa em “céu de brigadeiro”, e precisa ser oxigenado com uma política de novas filiações e atração de novas lideranças com potencial para disputar vagas na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa. Uma “receita” que se aplica a todos os demais partidos presentes no Tocantins.
Deputada Dorinha
As previsões garantem um mínimo de 50% de renovação nas oito vagas de deputado federal que estarão em disputa em 2022 no Tocantins. Já para deputado estadual, é muito cedo para fazer qualquer previsão, pois é preciso que se conheça quantos deles irão tentar uma vaga na Câmara Federal e quantos farão o caminho contrários.
O certo é que tem muita gente contrariada, decepcionada e irritada com o resultado das eleições de 15 de novembro, ao mesmo tempo em que há pessoas tranquilas, satisfeitas e com a sensação de dever cumprido.
É fácil saber quem está melhor e mais preparado para o embate de 2022.
É bom que todos saibam, aliados e admiradores dos atuais congressistas, que todos podem estar em um mesmo palanque em 2022, pois, na política, a tábua de salvação é estar sempre próximo de quem está com credibilidade e com “cacife”, capaz de agradar todos os lados e ideologias envolvidas.
É só lembrar que quando Tancredo Neves aceitou a indicação de José Sarney para ser o seu vice, os militares se sentiram representados e o saudoso João Cruz já foi candidato a vice-governador na mesma chapa que Siqueira Campos.
Assim é a política.
Fica a dica!
Em maio, agência anunciou que não haveria cobrança extra em 2020 em razão da pandemia, mas decisão foi revogada. Serão cobrados R$ 6,24 a mais a cada 100 kWh consumidos.
Com Agências
Em reunião extraordinária realizada nesta segunda-feira (30), a diretoria da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) decidiu reativar o sistema de Bandeiras Tarifárias.
Com isso, a partir desta terça-feira (1º), fica estabelecida a bandeira vermelha Patamar 2, com custo de R$ 6,243 para cada 100 kWh consumidos.
A decisão da Aneel revoga a que a agência havia estipulado em meio deste ano, que dizia que, em virtude da pandemia do novo coronavírus, a bandeira verde ficaria acionada até o dia 31 de dezembro.
A justificativa para a revogação no último mês do ano foi a queda no nível de armazenamento nos reservatórios das hidrelétricas e a retomada do consumo de energia.
“Com o anúncio da bandeira vermelha patamar 2 é importante que os consumidores busquem evitar o desperdício de água e energia”, disse o diretor-geral da ANEEL, André Pepitone.
Criado pela Aneel, o sistema de bandeiras tarifárias funciona como uma sinalização para que o consumidor de energia elétrica conheça, mês a mês, as condições e os custos de geração no país.
Quando a produção nas usinas hidrelétricas está favorável, aciona-se a bandeira verde, sem acréscimos na tarifa. Em condições ruins, podem ser acionadas as bandeiras amarela, vermelha 1 ou vermelha 2.
Motivo da cobrança extra
Segundo o relator da proposta, Efrain Pereira da Cruz, o despacho de maio foi revogado porque o Brasil voltou aos patamares de consumo anteriores ao início da pandemia.
No entanto, conforme a Aneel, a oferta de energia está comprometida em razão dos baixos níveis dos reservatórios. Desta forma, o mecanismo da bandeira voltou a ser necessário no entendimento do órgão.
"Essa condição de oferta adversa, somada à tendência de recuperação de carga da energia aos patamares pré-crise, são indícios concretos de que o mecanismo das bandeiras já merece ser restabelecido e a curto prazo", afirmou o relator.
Acionamento de térmicas
Em outubro, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) autorizou o acionamento de termelétricas para garantir o suprimento de energia no país. A medida costuma ser adotada quando o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas está abaixo do recomendado.
Só que a energia gerada por térmicas sai mais cara para o consumidor. O diretor-geral da Aneel, André Pepitone, defende que a alternativa seja economizar:
"É importante dar um sinal ao consumidor de que a geração no país está cara pelo fato de estar sendo atendida por termelétricas, então é importante para o consumidor evitar desperdício de água e de energia", disse Pepitone.
Presidente da Câmara defendeu uma frente ampla de centro, com apoio de partidos à esquerda como PDT e PSB
Por iG Último Segundo
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), alfinetou Sergio Moro e descartou a candidatura do ex-ministro e novo diretor-geral da empresa Alvarez & Marsalpara para a presidência em 2022.
"Agora Moro é consultor de uma empresa que presta serviço para a Odebrecht . Acho que ele já está encaminhado", disse Maia em entrevista ao UOL .
A manifestação do presidente da Câmara acontece no mesmo dia que Moro se tornou sócio-diretor da Alvarez & Marsal , onde trabalhará no desenvolvimento de políticas antifraude e corrupção, afastando-se da política.
Rodrigo Maia também defendeu a formação de alianças e de uma frente ampla de Centro . "[Uma aliança de centro] Representa a capacidade de diálogo para abrir mão de certas convicções para que se possa construir uma candidatura forte, com apoio parlamentar. Esse foi o recado que saiu das urnas [em 2020]", acrescentou.
Segundo Maia, partidos do centrão como o PSD, o Progressistas e o PL estão mais próximos de um projeto de presidente da República, mas terão que conquistar partidos mais à esquerda como PDT e PSB para a construção da aliança.
"Eu acho que seria histórico e um ganho para o Brasil juntar esses partidos que têm uma densidade no Parlamento, tentando um projeto de país com convergências na economia. Seria o ponto mais difícil para chegar em um país com menos desigualdade e educação de melhor qualidade, e isso caminha em uma certa convergência. A votação do Fundeb provou isso", lembrou.
O deputado citou nomes fortes para 2022: Huck, Doria, Ciro, Eduardo Leite (PSDB) e ACM Neto (DEM) .
"Nomes, todos os partidos têm. O importante é saber se a gente conseguiria criar um projeto de país, de modernização do Estado brasileiro, e gerar convergência entre todos estes campos", complementou.
Votação municipal mostrou força do Centrão e o enfraquecimento do PT e de candidatos apoiados por Bolsonaro. Também houve avanço tímido das mulheres e mais diversidade no Legislativo
Por Camila Turtelli
Um dia após as eleições municipais no País, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que as urnas enviaram um recado claro ao Palácio do Planalto: o centro virá forte em 2022. O resultado nas maiores cidades do País consolidou a derrota do PT – que ficou fora das capitais – e de candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro.
“Claro que o resultado da eleição tem mensagens. Em 2000, a Marta (Suplicy, então no PT) ganhou a eleição e isso deu uma mensagem que o Lula vinha forte em 2002. Então, para o governo, o resultado da eleição mandou uma mensagem, que o centro virá forte em 2022", disse Maia em entrevista ao portal UOL.
Segundo o presidente da Câmara, que nos últimos meses voltou a se afastar do governo, cabe agora o Palácio do Planalto definir em qual campo pretende atuar. "Vai continuar com o ministro do Meio Ambiente (Ricardo Salles), com o ministro das Relações Exteriores (Ernesto Araújo), estragando a imagem do Brasil no exterior? Ou vai caminhar para o centro-direita para tentar tirar um pouco do nosso espaço?”, questionou Maia, que tem criticado a atuação da equipe de Bolsonaro em questões como o combate ao desmatamento ambiental e a relação conflituosa com a China, um dos principais parceiros comerciais do País.
O DEM de Maia foi o partido que mais cresceu em números de prefeituras nas eleições deste ano. Passou de 266 para 464 cidades governadas. A vitória de Eduardo Paes (DEM), no Rio de Janeiro, foi especialmente comemorada pelo presidente da Câmara, que esteve lado a lado com o correligionário durante a apuração dos votos na noite de domingo.
Na entrevista, Maia voltou a dizer que o resultado das eleições valorizou a experiência política dos candidatos. Paes já foi prefeito do Rio por duas vezes. “A sociedade quer um estado mais moderno, quer continuar até, inclusive, renovando a política. Mas ela viu que a falta de experiência é um salto no escuro e decidiu nesta eleição — acho que esse é o grande recado desta eleição — por aqueles que têm mais experiência e já demonstraram essa experiência em outros momentos da política brasileira”, disse ele.
O presidente da Câmara admitiu que trabalha na construção de uma frente ampla para enfrentar Bolsonaro em 2022. “Uma aliança de centro é muito mais complexa e representa a capacidade de diálogo e abrir mão de certas convicções”, afirmou. Ele disse que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), é um nome preferencial dessa construção, mas que há outros como Luciano Huck (sem partido), Ciro Gomes (PDT) e outros que podem encabeçar essa construção.
O nome do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, no entanto, é carta fora do baralho. “Moro agora é consultar de uma empresa que presta serviço para a Odebrecht, pelo que li hoje nos jornais. Acho que ele já está encaminhado no setor privado”, disse Maia
A intenção dessa frente, segundo Maia, é unir também siglas da esquerda, como PDT e PSB, além de DEM, PSDB, MDB e Cidadania.