Por Wilson Lima

 

Em meio ao impasse diplomático pela liberação de insumos chineses para a produção das vacinas coronavac e de Oxford no Brasil, o embaixador da China em Brasília, Yang Wanming, tem pedido ao governo brasileiro uma sinalização clara do presidente Jair Bolsonaro em favor de seu país. Segundo fontes que acompanham diretamente as negociações, Pequim pressiona pela demissão do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Pequim quer ao menos que o presidente brasileiro divulgue um comunicado destacando a boa relação entre os dois países.

 

Ao longo da quarta-feira (20), representantes da China participaram de reuniões, por videoconferência, com vários interlocutores do governo brasileiro para negociar uma saída para o impasse sobre os insumos das vacinas. Entraram na negociação o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), além dos ministros da Agricultura, Tereza Cristina, e da Saúde, Eduardo Pazuello. A embaixada chinesa também teve encontros com deputados brasileiros da frente parlamentar Brasil x China.

 

Apesar disso, ao fim do dia o governo brasileiro divulgou um comunicado afirmando que “é o único interlocutor oficial com o governo chinês sobre a importação de insumos para a produção de vacinas contra a Covid-19”.

 

Durante as conversas, o embaixador chinês ressaltou que sempre existiu uma boa relação entre os dois países. Porém, disse que essas relações foram estremecidas por causa dos diversos ataques feitos por Ernesto Araújo contra a China ao longo dos últimos dois anos. Em uma dessas conversas, Yang Wanming chegou a afirmar: “Com o Ernesto nós não conversamos mais”.

 

Além disso, Wanming tem ressaltado que, pela ordem natural da distribuição de insumos, o Brasil seria obrigado a esperar mais tempo, já que demorou a fazer a sua demanda de material. Mas disse que China pode, neste momento, trabalhar para antecipar a entrega da matéria-prima para a fabricação das vacinas.

 

Em diversos momentos das negociações, o embaixador pediu aos representantes do governo brasileiro uma sinalização positiva do país para com a China. Quer seja por um pedido formal de desculpas para os chineses ou por meio de medidas administrativas que “melhorem a relação diplomática entre os dois países”, nas palavras do próprio Wanming.

 

Nesta quinta-feira (21), Ernesto Araújo e Jair Bolsonaro falaram sobre as relações com a China durante a live semanal do presidente. "Quem demite ministro sou eu. Ninguém me procurou, nem ousaria procurar no tocante a isso. Assim como nós não faríamos como qualquer outro país do mundo, de falar que esse ou aquele deveria ser demitido", afirmou o presidente. O chanceler, por sua vez, disse que esse tipo de situação "não existe entre países soberanos".

 

 

 

Posted On Sexta, 22 Janeiro 2021 06:52 Escrito por

Por Camila Turtelli

 

O Cidadania, que reúne sete deputados e três senadores, decidiu engrossar o coro pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro. A Executiva Nacional da sigla aprovou na manhã desta segunda-feira, 20, a defesa do processo no Congresso. Segundo o presidente da legenda, Roberto Freire, foram 13 votos favoráveis e 4 contrários.

 

“Ninguém se pronunciou contra o impeachment, os quatro votos foram questão de oportunidade, avaliação de que talvez não seja esse o exato momento”, disse Freire ao Estadão/Broadcast.

 

A defesa da saída de Bolsonaro, no entanto, precisa ainda ser aprovada pelo Diretório Nacional do partido, com 112 titulares, em uma reunião agendada para o dia 4 de fevereiro. “O partido está unido na ideia de que esse governo é um desastre nacional”, disse Freire.

 

A sigla já declarou apoio na Câmara à candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) para sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ). No Senado, são três senadores ao lado da candidatura de Simone Tebet (MDB-MS).

 

Atualmente há mais de 60 pedidos de impeachment protocolados na Câmara e caberá ao próximo presidente da Casa, a ser eleito no dia 1º de fevereiro decidir sobre o destino desses pedidos.

 

Nesta quarta-feira, 20, o líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), candidato do Palácio do Planalto na disputa da Câmara, disse que a discussão sobre eventual processo de impeachment de Bolsonaro não é assunto de sua campanha. “Impeachment é tema pertinente ao presidente atual da Casa. Não vou usurpar nem um dia do mandato dele”, declarou Lira, em visita ao Rio. “Se eu me eleger no dia 1°, eu falo dessa questão.”

 

Na semana passada, partidos de oposição da Câmara anunciaram um pedido coletivo de impeachment, sob o argumento de que ele cometeu “crimes de responsabilidade em série” na condução da pandemia do coronavírus. Assinado por Rede, PSB, PT, PCdoB e PDT, que reúnem 119 deputados, o pedido cita o colapso da saúde em Manaus e diz já ter passado a hora de o Congresso reagir.

 

“O presidente da República deve ser política e criminalmente responsabilizado por deixar sem oxigênio o Amazonas, por sabotar pesquisas e campanhas de vacinação, por desincentivar o uso de máscaras e incentivar o uso de medicamentos ineficazes, por difundir desinformação, além de violar o pacto constitucional entre União, Estados e Municípios”, diz nota conjunta dos partidos, que defendem a volta imediata dos trabalhos do Congresso.

 

 

Posted On Quinta, 21 Janeiro 2021 06:17 Escrito por

Presidente da Câmara esteve com Yang Wanming para tratar da importação de insumos para a produção de vacinas contra o novo coronavírus no Brasil. Representante da China no Brasil afirmou que atraso no envio dos produtos ocorreu por causas técnicas, e não políticas

 

Por Luiz Calcagno

 

Depois de se reunir com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) fez duras críticas ao governo Bolsonaro. O encontro serviu, justamente, para driblar a postura ideológica do presidente Jair Bolsonaro e do ministro das Relações Exteriores, Ernesto de Araújo, contra o maior parceiro comercial do Brasil. O receio era de que o mal estar político pudesse ter levado ao atraso da exportação dos insumos para fabricação do imunizante CoronaVac contra a covid-19 no Brasil. A reunião aconteceu na manhã desta quarta-feira (20/1).

 

De acordo com Yang Wanming, o atraso ocorreu por motivos “técnicos”. Segundo Maia, em conversas com quadros da Embaixada da China, ficou a impressão de que o governo federal não tem se comunicado com o órgão. Maia fez o comentário ao ser perguntado sobre as rusgas provocadas pelo governo com os chineses no ano passado. “Ele (o embaixador) não falou nada disso. A impressão que dá, com diálogos com quadros da embaixada, é a falta de diálogo do governo brasileiro com a embaixada. É incrível como a questão ideológica com alguns prevalece em relação à importância de salvar vidas”, disparou.

 

“Isso (os ataques) está no Twitter do filho do presidente (Eduardo Bolsonaro) e do ministro das Relações Exteriores. Esse conflito existe. Tanto que estão me perguntando se o conflito é político ou não. Senão não estávamos falando nisso. O embaixador deixou claro que de forma nenhuma o atraso das exportações tem relação com isso. A gente tinha clareza disso. A China sabe, como eu disse, que a maioria da população brasileira precisa da vacina, dos insumos, e sabe da importância da relação bilateral do Brasil e China para todos os brasileiros. O agronegócio é a prova disso. Aliás, o setor que Bolsonaro tem mais apoio é o setor que tem o maior benefício na relação comercial entre Brasil e China”, provocou.

 

"A gente espera que dure quatro anos, no máximo”

Em outro momento, Maia disse esperar que o governo Bolsonaro dure apenas quatro anos. “Nesse momento, onde a pandemia volta com muito mais força que a primeira onda, as questões políticas não devem ser a prioridade da nossa relação. Sabemos da dificuldade, das críticas exageradas e equivocadas do governo brasileiro em relação à China. Sabemos como reagiu o embaixador. Mas, não cabe focarmos nesse problema”, afirmou. “Sabemos da importância das relações bilaterais, e que esse governo é transitório. A gente espera que dure quatro anos, no máximo”, disparou.

 

Além de Maia, parlamentares da base do governo, como o deputado Fausto Pinato (PP-SP), presidente das frentes parlamentares Brasil-China e dos Brics, procuraram a embaixada para tentar reconstruir as pontes desfeitas pelo governo Bolsonaro.

 

Pinato disse, em conversa com o Correio, na terça-feira (19), que, com a vitória de Joe Biden, que toma posse nesta quarta-feira nos Estados Unidos, o presidente da República está “com a faca e o queijo na mão” para reconstruir as relações com China e EUA. Para isso, no entanto, terá que mudar a política exterior, entregue aos discípulos do astrólogo, escritor e youtuber de extrema-direita Olavo de Carvalho.

 

Posted On Quarta, 20 Janeiro 2021 17:55 Escrito por

“A sabedoria é saber o que fazer a seguir, a habilidade é saber como fazê-lo e a virtude é fazê-lo” 

 

DAVID STARR JORDAN

 

Por Edson Rodrigues

 

A eleição para a mesa-diretora do Senado, a casa da nobreza política do Brasil, segue com as articulações de bastidores englobando os principais líderes políticos, com muito equilíbrio entre os concorrentes, que têm seus nomes mais destacados pela mídia. Mas, na verdade, tudo é decidido nas últimas 72 horas antes da eleição, no dia 1º de fevereiro.

 

As diversas vertentes e ideologias políticas lutam para fazer prevalecer suas vontades e seus candidatos, mas o atual clima de enfrentamento entre as partes envolvidas pode beneficiar um nome que corre “por fora”, mas que tem a simpatia de todos, que é o do senador tocantinense Eduardo Gomes. 
E isso são fatos, não são fake News.

Senador tocantinense Eduardo Gomes

 

O descontentamento da maioria dos senadores que irão eleger o próximo presidente do Senado com muitos fatos ocorridos durante a campanha, perpetrados pelo comando da Casa, como a união do PT em torno do nome apoiado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro e pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, inflamou o ambiente político principalmente dentro do próprio PT, onde um grande grupo de membros influentes faz questão de demonstrar desconforto com a situação, reverberando a voz das bases, que não aceitam a união de partes tão antagônicas.

 

Já a candidata do MDB, Simone Tebet, nunca foi consenso na legenda, na base do Congresso, muito menos na cúpula do partido, que não se manifestou nem moveu uma palha para ajudar em sua caminhada pela vitória em primeiro de fevereiro.

Candidata do MDB, Simone Tebet

 

Diante do clima de desconfiança dentro do seu próprio partido e do Palácio do Planalto, Tebet tem perdido espaço para uma nova chapa, que teria o senador Eduardo Gomes como o único candidato capaz de unir as vertentes do partido e do próprio Senado, devolvendo a harmonia à Casa de Leis com uma agenda de reformas, compromissos cumpridos e convivência harmônica com os demais poderes.

 

SEM CAMPANHA

 

Vale ressaltar que Eduardo Gomes jamais colocou, ele próprio, seu nome na disputa e vem se mantendo alheio ao embate de forças dentro do Senado, mantendo suas atenções em trabalhar em benefício do governo de Jair Bolsonaro, do qual é líder no Congresso Nacional, pelos municípios e pelo Estado do Tocantins.

 

Eduardo Gomes vem atuando com verdadeiro “bombeiro”, apaziguando ânimos e construindo diálogos entre o governo, os poderes e os partidos, com os quais mantém excelente relacionamento, sejam da base governista, do Centrão ou da oposição. O desprendimento de Gomes ante a inclusão do seu nome na disputa é tanto que ele mantém sua agenda de trabalho, recebendo a todos que o procuram, e sem fazer qualquer movimento que lembra uma campanha pelo cargo máximo do Senado.

 

O senador, até hoje, jamais concedeu qualquer entrevista ou proferiu uma palavra sobre as citações ao seu nome para a presidência do Senado, concentrando suas atenções na construção de uma tese de pacto suprapartidário por uma agenda positiva no Senado, que passa pela reforma tributária e uma grande mobilização pela recuperação do desenvolvimento do País após a pandemia.

 

GRANDE RESPONSABILIDADE

 

O certo é que o próximo presidente do Senado, junto com o presidente da Câmara Federal, são os únicos que poderão limpar a imagem do Brasil junto às demais nações mundiais, evitando um isolamento em relação a países como Estados Unidos, Japão, Índia e Indonésia, alvos de declarações infelizes do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro e de seus filhos “zero um” e “zero dois”, assim como do ministro das relações exteriores.

Senador David Alcolumbre 

 

Vale lembrar que o Brasil tem apenas o Instituto Butantan produzindo vacinas contra a Covid-19 e que a ajuda de todos os países mais adiantados na produção do imunizante é fundamental para que o povo brasileiro não fique para trás em relação às campanhas de vacinação e o governo se torne responsável pela morte dos milhares que não forem vacinados a tempo.

 

Some-se a isso a paralização dos caminhoneiros, programada para o próximo dia 1º de fevereiro e o Brasil pode mergulhar num caos político, econômico e institucional jamais visto na história.
Daqui da terra Santa do nosso Padre Luso e de Nossa Senhora das Mercês, pedimos aos dois que abençoem o nosso senador Eduardo Gomes, o povo tocantinense e interfiram na consciência dos que vão eleger os próximos presidentes do Senado e da Câmara Federal, para que dias melhores se concretizem para o Brasil e para o nosso Tocantins.
Oremos!!

 

 

Posted On Quarta, 20 Janeiro 2021 15:35 Escrito por

O Paralelo13 já havia detectado, em outras ocasiões, os efeitos colaterais dos resultados das eleições municipais de 15 de novembro e eles ainda não pararam.

 

Por: Edson Rodrigues

 

Em análises anteriores sobre o sepultamento coletivo de diversos políticos e dirigentes partidários derrotados nas eleições municipais passadas, O Paralelo13 tem destacado diversos acontecimentos dos bastidores político tocantinense.

 

O último, a saber, vem do troca-troca de partidos que já começa com ex-senador Ataídes de Oliveira, que passa a comandar o Prós no Tocantins. Político muito bem avaliado no Congresso Nacional, onde fez parte como senador da república e membro de várias comissões no parlamento, Ataídes Oliveira firmou ótimos relacionamentos durante sua passagem pelo Senado Federal, inclusive com o ministro da fazenda Paulo Guedes.

 

Após terminar seu mandato de senador e passar as temporadas das eleições municipais de 15 de novembro de 2020, o ex-senador assume o Prós, que até o momento era comandado pelo deputado estadual Júnior Géo, que não conseguiu êxito com os resultados das urnas em Palmas, tampouco no interior do estado, o que culminou em perda de força política em Brasília com a cúpula nacional do partido.

Deputado estadual Júnior Géo

 

Além de político, o ex-senador Ataídes é empresário e empreendedor bem sucedido. De origem humilde, ganhou o mundo focando sempre no ramo empresarial, área da construção civil, de onde decolou para grandes conquistas econômicas nos estados de Goiás, Tocantins e Distrito Federal.

 

Ao deputado, ex-candidato a prefeito de Palmas, caso queira sair da legenda, precisa usar sua humildade para sair pela porta da frente, sem correr o risco de perder seu mandato, uma vez que o mandato parlamentar, seja na esfera municipal, estadual ou federal, pertence ao partido e para mudar de legenda precisa ter o consentimento ou uma justificativa que convença a justiça eleitoral de estar sendo prejudicado.

Outras legendas terão o mesmo tratamento pelas cúpulas nacionais

Outras legendas com patrimônios na distribuição de recursos de fundo partidários e recursos de campanha e horário eleitoral gratuito, também sofrerão mudanças a partir do próximo dia primeiro de fevereiro.

 

Muitos dos partidos que não obtiveram êxito no estado, perderão suas comissões provisórias para receberem nova oxigenação para disputas nas próximas eleições estaduais de 2022, ocasião em que estarão sendo disputadas oito vagas para o legislativo federal, 24 para o legislativo estadual e uma para o senado e suas suplências. Sem contar, claro, com vaga de governador e vice-governador.

 

O troca-troca de partido deverá ter um grande fluxo a partir das eleições da câmara e do senado, marcadas para o próximo mês. As mudanças de comando partidário no Tocantins foi alertado pelo O Paralelo13 em artigos anteriores em que fala também sobre o sepultamento coletivo de muitas lideranças mal sucedidas, no comando de partidos importantes no cenário estadual.

 

O senador Ataídes de Oliveira é só o início de novas forças políticas nos comandos de direções partidárias. Outras surpresas estão por vir em breve. Isso nada mais é do que renovações e oxigenação comum no processo democrático.

 

Faz parte do jogo político.

 

Posted On Quarta, 20 Janeiro 2021 02:14 Escrito por
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