Políticos e autoridades reagiram com críticas à declarações do presidente na noite desta terça-feira (24). Presidente do Senado, Alcolumbre afirmou que a fala é 'grave' e que país precisa de 'liderança séria'; Bolsonaro foi defendido pelos filhos Flávio e Eduardo.

 

Por G1

 

 

Políticos e autoridades reagiram ao pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro sobre a pandemia do coronavírus na noite desta terça-feira (24). O presidente pediu a "volta à normalidade", o fim do "confinamento em massa" e disse que os meios de comunicação espalharam "pavor".

 

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), divulgou uma nota na qual classificou a fala de Bolsonaro como "grave" e disse que o país precisa de uma "liderança séria". O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o pronunciamento "foi equivocado ao atacar a imprensa, os governadores e especialistas em saúde pública".

 

Veja, abaixo, a repercussão ao pronunciamento:

 

Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado


"Neste momento grave, o País precisa de uma liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população. Consideramos grave a posição externada pelo presidente da República hoje, em cadeia nacional, de ataque às medidas de contenção ao Covid-19. Posição que está na contramão das ações adotadas em outros países e sugeridas pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS). Reafirmamos e insistimos: não é momento de ataque à imprensa e a outros gestores públicos. É momento de união, de serenidade e equilíbrio, de ouvir os técnicos e profissionais da área para que sejam adotadas as precauções e cautelas necessárias para o controle da situação, antes que seja tarde demais. A Nação espera do líder do Executivo, mais do que nunca, transparência, seriedade e responsabilidade. O Congresso continuará atuante e atento para colaborar no que for necessário para a superação desta crise."

 

Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara

"Desde o início desta crise venho pedindo sensatez, equilíbrio e união. O pronunciamento do presidente foi equivocado ao atacar a imprensa, os governadores e especialistas em saúde pública. Cabe aos brasileiros seguir as normas determinadas pela OMS e pelo Ministério da Saúde em respeito aos idosos e a todos que estão em grupo de risco. O Congresso está atento e votará medidas importantes para conter a pandemia e ajudar os empresários e trabalhadores. Precisamos de paz para vencer este desafio."

 

Felipe Santa Cruz, presidente da OAB

"Entre a ignorância e a ciência, não hesite. Não quebre a quarentena por conta deste que será reconhecido como um dos pronunciamentos políticos mais desonestos da história."

 

Gilmar Mendes, ministro do STF

"A pandemia da Covid-19 exige solidariedade e co-responsabilidade. A experiência internacional e as orientações da OMS na luta contra o vírus devem ser rigorosamente seguidas por nós. As agruras da crise, por mais árduas que sejam, não sustentam o luxo da insensatez. #FiqueEmCasa"

 

Wilson Witzel (PSC), governador do Rio de Janeiro

"Na manifestação em cadeia de rádio e TV, o presidente da República contraria as determinações da Organização Mundial de Saúde. Nós continuaremos firmes, seguindo as orientações médicas e preservando vidas. Eu peço a vocês: por favor, fique em casa."

 

Helder Barbalho (MDB), governador do Pará

"Em relação ao pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, eu respeito a opinião de todos, mas não me furto a reafirmar nossa linha de ação. Nós buscamos, desde o início, as orientações dos técnicos, dos médicos, das autoridades e também dos países que já passaram pelo pior da crise. O caminho que o Governo do Pará buscou foi o do bom senso, o do equilíbrio."

 

Alexandre Frota (PSDB-SP), deputado federal

"Nosso pedido de impeachment está nas mãos do @RodrigoMaia . Feito por grandes advogados . Rodrigo espero que Leia com atenção."

Joice Hasselmann (PSL-SP), deputada federal

"Em relação ao pronunciamento do PR sobre o CORONAVÍRUS concluo: @jairbolsonaro foi IRRESPONSÁVEL, INCONSEQUENTE E INSENSÍVEL! O Brasil precisa de um LÍDER com sanidade mental. Todas as chances que o PR teve de acertar ele mesmo jogou fora. ERRA E SE ORGULHA DO ERRO ESTÚPIDO."

 

Janaina Paschoal (PSL-SP), deputada estadual

"Os brasileiros deveriam anotar os nomes dos empresários, dos apresentadores de TV e dos políticos que, em meio a contaminações, mortes, velórios sem abraços, cremações isoladas... tiveram a ousadia de dizer que estão acima dos demais... que não são passíveis de contaminação... Eles acreditam que seus cargos, seus dinheiros, sua fama fazem deles intocáveis. Anotemos os nomes deles... eles não são Deus! Abomináveis todos! Nojo é o que eu sinto olhando para a cara de cada um deles!"

 

Rodrigo Pacheco (DEM-MG), senador

"A fala do presidente não esclarece. Ao contrário, gera dúvida sobre o comportamento a ser seguido pela população, cuja boa parte é formada não por atletas, mas por idosos, diabéticos, hipertensos, estressados e deprimidos. O governo precisa ter unidade no discurso, seja qual for."

 

Kim Kataguiri (DEM-SP), deputado federal

"URGENTE: pronunciamento de Bolsonaro IRRESPONSÁVEL E OPORTUNISTA."

 

José Serra (PSDB), ex-ministro da Saúde


"O pronunciamento do presidente foi na contramão do mundo e da realidade apresentada pelo seu @minsaude: já são mais de 2.200 casos confirmados de coronavírus no Brasil e 46 mortes, sendo 40 no estado de São Paulo. Estamos em meio a uma pandemia que não deve ser minimizada. É preciso reconhecer que a economia não vai se recuperar de forma imediata e que é preciso fortalecer o SUS, mediante a operacionalização de um fundo que disponha dos recursos e da agilidade necessários ao combate às consequências do #coronavírus."

 

José Ricardo Roriz, vice-presidente da Fiesp

"O Ministério da Saúde tem feito um excelente trabalho de como lidar com essa crise, seguindo o exemplo do mundo inteiro. Não há dúvidas de quem está com a razão."

 

Leila do Vôlei (PSB-DF), senadora

"O lamentável discurso do presidente da República vai na contramão das orientações da Organização Mundial da Saúde, de líderes mundiais, especialistas e até do Ministério da Saúde, que tem feito um bom trabalho. Minimizar a pandemia a uma gripezinha é ignorar o cenário mundial e desprezar a dor das famílias que perderam entes queridos. É preciso união e sobriedade das lideranças para vencer esta crise. O papel de um líder é orientar e não gerar dúvidas. A incerteza coloca a vida dos brasileiros em risco."

 

Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo

"Pronunciamento do Pres.Jair Bolsonaro foi desconectado das orientações dos cientistas, da realidade do mundo e das ações do Ministério da saúde. Confunde a sociedade, atrapalha o trabalho nos Estados e Municípios, menospreza os efeitos da Pandemia. Mostra que estamos sem direção."

 

Wellington Dias (PT), governador do Piauí

"É difícil não se manifestar frente ao discurso do Presidente da República, que vai contra todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde. Nós vamos seguir o que a ciência nos comprova. O Piauí mantém todas as suas medidas de prevenção à Covid-19".

 

Antonio Anastasia (PSD-MG), senador

"Consideramos grave a posição externada pelo Presidente da República hoje, em cadeia nacional, de ataque às medidas de contenção ao Covid-19. Posição que está na contramão de ações adotadas em outros Países e sugeridas pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS)."

 

Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente

"Eu não ia voltar ao tema, mas o presidente repetiu opiniões desastradas sobre a pandemia. O momento é grave, não cabe politizar, mas opor-se aos infectologistas passa dos limites. Se não calar estará preparando o fim. E é melhor o dele que de todo o povo. Melhor é que se emende e cale."

 

João Amoêdo, ex-presidente do Partido Novo

"O pronunciamento do presidente é inaceitável. Temos um quadro muito grave e incerto pela frente. Ele deveria vir a publico amanhã, apresentar um plano, mostrar a gravidade da situação, demostrar equilíbrio e bom senso. Ou renunciar ao cargo."

 

Enio Verri (PT-PR), deputado federal

"Bolsonaro é um irresponsável. O discurso que fez hoje à noite e é extremamente grave, pois contraria cientistas de todo o mundo e até as orientações dadas pelo Ministério da Saúde. Ao defender a flexibilização do confinamento social, expõe ao risco de morte milhares de brasileiros, inclusive nossas crianças. Não está a altura do cargo que ocupa."

 

Eduardo Braga (MDB-AM), senador

"Assino embaixo da manifestação do presidente do Senado, Sen. @davialcolumbre em respeito às declarações do PR Jair Bolsonaro. Parabenizo pela firmeza é necessária serenidade, é disto que o ?? precisa."

 

Humberto Costa (PT-PE), senador

"Bolsonaro chamou o #Covid19 de 'gripezinha, resfriadozinho, histeria', num gesto de desrespeito às vítimas fatais, suas famílias e todo o país. Atacou a imprensa uma vez mais. Em vez de tentar se restaurar no cargo de presidente, usou sua fala para ridicularizar o grave momento."

 

Randolfe Rodrigues (Rede-AP), senador

"IRRESPONSÁVEL! Enquanto todos os chefes de Estado DO MUNDO se pronunciam de forma LÚCIDA, Bolsonaro entrega nosso povo ao caos! Vai p/ rede nacional questionar o isolamento social e volta a chamar de 'gripezinha' um vírus que tem matado milhares de pessoas! O @jairbolsonaro tem que perguntar p/ as 46 famílias, que até o dia de hoje já perderam seus entes queridos em decorrência do coronavírus, se elas acham que o Coronavírus é uma 'gripezinha'. Irresponsável!"

 

Alessandro Molon (PSB-RJ), deputado federal

"Quando a população esperava um plano de ação robusto, Bolsonaro mostrou que se desconectou de vez da realidade. Em pronunciamento que atingiu o ápice da irresponsabilidade, negou a gravidade do novo coronavírus, insistiu que se trata de uma 'gripezinha' e convocou as pessoas a voltarem às ruas. Segue na contramão de líderes mundiais que prezam pela sua população. É um crime contra a vida do povo brasileiro."

 

Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão

 

"Pronunciamento de hoje mostra que há poucas esperanças de que Bolsonaro possa exercer com responsabilidade e eficiência a Presidência da República. Os danos são imprevisíveis e gravíssimos."

 

José Guimarães (PT-CE), deputado federal

"Bolsonaro coloca a população brasileira em risco! Em pronunciamento, desdenha do avanço da Covid-19, ataca a imprensa e debocha da ciência. Empatia zero com as mortes causadas pela pandemia e completa falta de noção da grave situação que estamos vivendo. #BolsonaroGenocida. Discurso do Bolsonaro é um show de ignorância. Muito fácil e cômodo para ele minimizar a pandemia do coronavírus, se ele ficar doente terá um quarto de hospital, vários respiradores disponíveis e muitos profissionais. Infelizmente essa pode não ser a mesma realidade da população. Só um irresponsável fala isso. Enquanto o mundo e as autoridades sanitárias reconhece a gravidade da crises, Bolsonaro continua falando em gripezinha. O povo tá perdendo a paciência, #ForaBolsomaro @PTnaCamara @opovoonline @minorianacamara."

 

Rogério Carvalho (PT-SE), senador

"Em mais um pronunciamento irresponsável, Bolsonaro volta negar a gravidade da Pandemia do #coronavírus. Nega a ciência, nega recomendações da OMS. GRAVÍSSIMA fala que deixa uma Nação em ALERTA!"

 

Fernanda Melchionna (PSOL-RS), deputada federal

"Gente @jairbolsonaro é surreal.Critica quem fez isolamento social e diz que é para manter a normalidade quando é urgente fazer a suspensão de atividades com garantias de direitos. Está na contramão da história.O problema é as vidas que estão cada vez mais em risco. #ForaBolsonaro. Temos um lunático governando o país. Só se preocupa com a "saúde" dos mercados. O pronunciamento dele é a negação da ciência, da experiência em países e da necessidade história de proteger nosso povo. A cada irresponsabilidade dele mais vidas perderemos #ImpeachmentDeBolsonaro. 'O vírus chegou!' Mas oq é isso? Pronunciamento de Bolsonaro é desrespeitoso e tenta convencer o povo de que a situação não é grave, tratando o coronavírus como uma 'gripezinha'. É um desserviço a todos que estão lutando para salvar vidas que estão em risco! #ImpeachmentJá.

 

Com todo o respeito que tenho aos cavalos, Bolsonaro relinchando na televisão foi uma das mais trágicos pronunciamentos de presidentes. Esse pronunciamento tem que ser o último. #ImpeachmentDeBolsonaro. Gente esse pronunciamento de Bolsonaro tem que ser o último. Nós ajude na luta pela impedimento desse criminoso."

 

Weverton (PDT-MA), senador

"O pronunciamento do presidente Bolsonaro vai na contramão da estratégia de combate ao coronavírus em todo o mundo. Irresponsável e inaceitável que ele insista em colocar vidas em risco, em nome dos resultado econômicos. Ainda bem que o STF devolveu autonomia aos governadores."

 

Marcelo Freixo (PSOL-RJ), deputado federal

"Vimos em rede nacional um presidente desqualificado mentir, debochar e provocar um país que, apesar dele, luta bravamente e se une para enfrentar umas das maiores crises da história. A resposta dos brasileiros foi dada."

 

Paulo Pimenta (PT-RS), deputado federal

"Pronunciamento em rede nacional comprova que os suíços estavam certos: Bolsonaro é o idiota mais perigoso do mundo!"

 

Jean Paul Prates (PT-RN), senador

"Ao invés de unir os brasileiros, o presidente da República, mais uma vez, volta a criticar a mídia, menospreza a pandemia e provoca o caos no país. É UM TOTAL DESGOVERNO! #coronavirus #pronunciamento."

 

Eliziane Gama (Cidadania-MA), senadora

"A cada dia vemos que o presidente se supera. A Índia e o resto do mundo decretando quarentena e aqui a ordem do presidente é a aglomeração. Definidamente sem palavras pra definir tamanha irresponsabilidade."

 

Flávio Bolsonaro (sem partido), senador

"@jairbolsonaro fala a verdade ao povo brasileiro: proteger os mais vulneráveis (idosos e com doenças pre-existentes) e retomar a normalidade no país! Outros líderes mundiais já esboçam iniciar o mesmo movimento. Com coragem, Presidente @jairbolsonaro faz pronunciamento para que onda do coronavírus seja menos mortal que a onda da recessão, logo a seguir."

 

Eduardo Bolsonaro (sem partido), deputado federal

"Líderes mundiais se preparam para o fim do confinamento. Resguardar os grupos de riscos e permitir que a epidemia tenha sua natural curva de declínio – igual foi com o H1N1, que é mais letal do que o coronavírus – sem que com isso a recessão destrua todos os países."

 

Vitor Hugo (PSL-GO), deputado federal

"Excelente pronunciamento do nosso Pres @jairbolsonaro ! A sua visão de estadista e a sua coragem em ir na contramão da histeria coletiva, construída sem critérios racionais, vão salvar as vidas de milhões de brasileiros. SALVAR VIDAS e PROTEGER EMPREGOS! Bandeira do Brasil#VamosVencerJuntos"

 

Marcelo Ramos (PL-AM), deputado federal

"Quando mais precisamos de um líder que una o país, mais ouvimos um presidente que luta contra inimigos imaginários. O povo preocupado em salvar as pessoas e o presidente preocupado em acirrar disputas políticas.

 

Além disso, é angustiante o presidente contraditando o ministro Mandetta o que confunde a população num momento que precisamos de segurança."

 

Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), deputado federal

"Ao chamar a doença de uma gripezinha e dizer que está havendo uma histeria promovida pela imprensa, o chefe de Executivo ignora e desrespeita todas as vítimas e seus familiares. No Brasil, foram mais de 40 mortos pela doença. A Pandemia é encarada seriamente por chefes de estado do mundo inteiro. Devemos nesse instante seguir com as orientações das autoridades estatuais e municipais que, acertadamente, propuseram restrições nas cidades e estados que administram. Terra arrasada, senhor presidente, seria mandar o povo brasileiro para as ruas num momento crítico."

 

PSDB

"Entre o discurso do presidente @jairbolsonaro e do Ministro @lhmandetta, fiquemos com o do Médico. Protejam-se... do vírus."

 

Associação Brasileira de Imprensa (ABI)

"Na noite desta terça-feira, o País assistiu, estarrecido, a um pronunciamento em que o presidente Jair Bolsonaro minimiza os riscos da pandemia do Covid-19 e vai na contramão de todas as medidas recomendadas pelas autoridades de saúde, tanto do Brasil, como do mundo. Tenta, também, responsabilizar a imprensa pela justificada apreensão que toma conta de todos.

 

Num momento em que milhares de vidas são ceifadas em outros países e que o coronavírus chega a nosso país de forma ameaçadora, fazendo as suas primeiras vítimas fatais, Bolsonaro refere-se à pandemia como uma “gripezinha” ou um “resfriadinho” e, ainda mais grave, recomenda que as medidas preventivas não sejam adotadas pelos brasileiros. Dessa forma, contribui para que o país não se prepare para enfrentar a grave situação que estamos vivendo.

 

Decididamente, num momento em que se exige serenidade e liderança firme e responsável, com seu comportamento irresponsável e criminoso o presidente mostra não estar à altura do importante cargo que ocupa."

 

Carta dos secretários de Saúde do Nordeste

"Assistimos estarrecidos ao pronunciamento em cadeia nacional do Presidente Jair Bolsonaro, onde desfaz todo o esforço e nega todas as recomendações para combate à pandemia do coronavírus.

 

Não é nosso desejo politizar esse problema. Já temos dificuldades demais pra enfrentar. Não podemos cometer esse erro. Vamos continuar fazendo nosso trabalho. Não nos parece que a posição exposta pelo Presidente seja a do Ministério da Saúde, que tem se conduzido tecnicamente.

 

Percebemos, com espanto, os graves desencontros entre o pronunciamento do Presidente e as diretrizes cotidianas do Ministério da Saúde. Esta fala atrapalha não só o ministro, mas todos nós!

 

Sabemos que iremos enfrentar uma grave recessão econômica, mas o que nos cabe lidar diretamente é a grave crise sanitária.

 

Vamos seguir tocando nossas vidas com decisões baseadas em evidências científicas, seguindo exemplos bem sucedidos ao redor do mundo.

 

A grande maioria dos países do mundo, ocidentais e orientais, já firmaram seu curso no combate ao vírus e é este curso que o Nordeste Brasileiro seguirá.

 

Que Deus abençoe cada um de nós que pouco temos dormido. Que Deus nos abençoe!"

 

Sociedade Brasileira de Infectologia

Neste difícil momento da pandemia de COVID-19 em todo o mundo e no Brasil, trouxe-nos preocupação o pronunciamento oficial do Presidente da República Jair Bolsonaro, ao ser contra o fechamento de escolas e ao se referir a essa nova doença infecciosa como “um resfriadinho”.

 

Tais mensagens podem dar a falsa impressão à população que as medidas de contenção social são inadequadas e que a COVID-19 é semelhante ao resfriado comum, esta sim uma doença com baixa letalidade. É também temerário dizer que as cerca de 800 mortes diárias que estão ocorrendo na Itália, realmente a maioria entre idosos, seja relacionada apenas ao clima frio do inverno europeu. A pandemia é grave, pois até hoje já foram registrados mais de 420 mil casos confirmados no mundo e quase 19 mil óbitos, sendo 46 no Brasil.

 

O Brasil está numa curva crescente de casos, com transmissão comunitária do vírus e o número de infectados está dobrando a cada três dias.

 

Concordamos com o Presidente quando elogia o trabalho do Ministro da Saúde, Dr. Luiz Henrique Mandetta, e sua equipe, cujas ações têm sido de grande gestor na mais grave epidemia que o Brasil já enfrentou em sua história recente. Desde o início da epidemia, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estão trabalhando em conjunto com várias sociedades médicas científicas, em especial com a Sociedade Brasileira de Infectologia, com várias reuniões presenciais, teleconferências e trocas de informações quase que diariamente.

 

Também concordamos que devemos ter enorme preocupação com o impacto socioeconômico desta pandemia e a preocupação com os empregos e sustento das famílias. Entretanto, do ponto de vista científico-epidemiológico, o distanciamento social é fundamental para conter a disseminação do novo coronavírus, quando ele atinge a fase de transmissão comunitária. Essa medida deve ser associada ao isolamento respiratório dos pacientes que apresentam a doença, ao uso de equipamentos de proteção individual (EPI) pelos profissionais de saúde e à higienização frequente das mãos por toda a população. As medidas de maior ou menor restrição social vão depender da evolução da epidemia no Brasil e, nas próximas semanas, poderemos ter diferentes medidas para regiões que apresentem fases distantes da sua disseminação.

 

Quando a COVID-19 chega à fase de franca disseminação comunitária, a maior restrição social, com fechamento do comércio e da indústria não essencial, além de não permitir aglomerações humanas, se impõe. Por isso, ela está sendo tomada em países europeus desenvolvidos e nos Estados Unidos da América.

 

Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e todos os demais profissionais de saúde estão trabalhando arduamente nos hospitais e unidades de saúde em todo o país. A epidemia é dinâmica, assim como devem ser as medidas para minimizar sua disseminação. “Ficar em casa” é a resposta mais adequada para a maioria das cidades brasileiras neste momento, principalmente as mais populosas.

Posted On Quarta, 25 Março 2020 04:31 Escrito por O Paralelo 13

"Autoridades devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércio...", disse em pronunciamento sobre vírus

 

Por Carolina Antunes

 

Em pronunciamento nacional sobre o coronavírus na noite desta terça, 24, Jair Bolsonaro criticou a imprensa, repreendeu governadores e falou novamente em “histeria” e resfriadinho. “O vírus chegou, está sendo enfrentado por nós e brevemente passará”, decretou, no anúncio de pouco mais de 4 minutos.

 

O presidente disse que, desde que resgatou-se os brasileiros de Wuhan, na China, onde surgiu o novo coronavírus, o governo traçou um planejamento estratégico para combatera infecção. “Mas o que tínhamos que conter naquele momento, era o pânico, a histeria e, ao mesmo tempo, traçar a estratégia para salvar vidas e evitar o desemprego em massa – assim fizemos”, disse, após elogiar o trabalho do ministro da Saúde, Henrique Mandetta.

 

“Grandes partes dos meios de comunicação foram na contramão”, completou, com seu hábito de criticar a imprensa, dizendo que a mídia foi responsável por disseminar “histeria” por aí. “Espalharam a sensação de pavor, tendo como carro-chefe o anúncio do grande número de vítimas na Itália.” Bolsonaro alega que trata-se de um país muito diferente do nosso, com mais idosos e um clima diverso. Sobrou indireta para o Jornal Nacional, que pediu à população calma ontem. O presidente acredita que houve uma mudança de discurso.

 

“Nossa vida tem que continuar, os empregos devem ser mantidos”, disse, seguindo a alfinetar governadores que são seus adversários, como João Doria e Wilson Witzel. “Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa. O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima dos 60 anos. Então, por que fechar escolas?”

 

Ele também comentou sobre a possibilidade de que poderia ter contraído o coronavírus. “No meu caso particular, com meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar. Nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho, como bem disse aquele conhecido médico daquela conhecida televisão”, referindo-se a um vídeo antigo do médico Drauzio Varella, que chegou a ser retirado de circulação por mau uso nas redes sociais.

 

Bolsonaro falou ainda sobre possibilidades de novos tratamentos à doença, como a cloroquina, cujo uso está em análise no Brasil.

 

 

Posted On Quarta, 25 Março 2020 04:36 Escrito por O Paralelo 13

'Todos têm estabilidade. Sem oportunismo, os três Poderes devem avaliar como vai avançar na crise e tomar essa decisão'

 

Por Camila Turtelli

 

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a admitir a possibilidade de reduzir salários dos três Poderes para destinar mais recursos ao combate à crise da covid-19. "Todos têm estabilidade. É importante saber que tem milhões de brasileiros com medo de perder seus empregos. Sem oportunismo, os três Poderes devem, nos próximos dias ou na próxima semana, avaliar como vai avançar na crise e tomar essa decisão", disse.

 

Segundo Maia, a esfera federal paga por ano aos três Poderes cerca de R$ 200 bilhões. "Têm salários mais baixos, têm salários mais altos, acima da média dos 10% que ganham mais no Brasil. Então eu acho que a gente consegue uma economia, se você olhar uns R$ 18 bilhões por mês, se você tirar 15% a 20%, vai ter uma economia de três meses que ajuda. É claro que o volume do problema é muito maior que esse", disse. Ele ressaltou ainda que não é apenas uma questão de valor, mas também de simbolismo.

 

"É um gesto que todos nós precisamos fazer. Claro, excluindo os servidores que ganham menos, excluindo os servidores que estão diretamente no enfrentamento do coronavírus. Aqueles que estão trabalhando de forma remota, que podem dar uma colaboração, é que é importante", afirmou.

 

Para o deputado, não há caminho nos próximos meses que não seja colocar recursos do governo para garantir estabilidade. "Temos de trabalhar semana por semana, ainda não sabemos o impacto do vírus", disse.

 

Posted On Terça, 24 Março 2020 15:12 Escrito por O Paralelo 13

Repercutiu em Brasília a edição excepcionalmente liberada na quinta-feira (e não na sexta, como de costume) do Farol Político, um dos serviços premium produzidos pelo Congresso em Foco para assinantes. Fontes bem informadas sobre os rumos da crise política atestam que, na mesma direção em que apontou nossa análise, os cenários mais prováveis de evolução da presente catástrofe sanitária são mesmo de afastamento – informal ou formal – do presidente Jair Bolsonaro.

Por Sylvio Costa

 

O monitoramento nas mídias sociais, em geral mais sensível às inversões de tendência que as pesquisas de opinião, indica acelerado encolhimento de Bolsonaro em um território que ele sempre dominou, o Twitter. Politicamente, o presidente também se isola cada vez mais, sobretudo após o conflito diplomático com a China. Representantes do agronegócio, do Congresso, da área militar e de vários setores empresariais se dirigiram diretamente ao governo chinês, ignorando a autoridade presidencial, para pedir desculpas em nome da nação.

 

Não é, obviamente, um movimento ideológico. É um movimento com objetivos comerciais, feito para preservar o principal importador de bens brasileiros, numa situação em que a própria China enfrenta consequências economicamente desastrosas da pandemia do coronavírus, que acumula até este momento 11,4 mil mortes e mais de 270 mil casos confirmados no mundo.

Para políticos e outras fontes de informação ouvidas em Brasília, a manifestação do embaixador chinês no país pode ter sido uma tentativa de apressar a resolução da crise brasileira e encontrar um interlocutor confiável com o país. Reforça essa suspeita a informação, veiculada pelo jornal Valor Econômico, de que Bolsonaro tentou, mas não conseguiu ser atendido ao telefone pelo presidente chinês Xi Jinping. O vice Hamilton Mourão, habitualmente discreto e que mantém boas relações com o Legislativo, o Judiciário e os setores empresariais, caberia bem nesse figurino.

 

A hipótese dada hoje como mais provável é o afastamento de Bolsonaro para tratamento de saúde, já que ele próprio tem colaborado para ampliar as suspeitas de estar infectado. Outra possibilidade seria uma espécie de “parlamentarismo branco”, no qual se aprofundaria uma realidade que já se nota hoje, na qual o Congresso – sob a liderança de Rodrigo Maia, principalmente – amplia o seu papel na elaboração e aprovação de políticas públicas. A prioridade de todos é o enfrentamento eficaz da crise sanitária causada pelo coronavírus 2 e a mitigação dos seus efeitos nos campos econômico e social.

 

Menos provável, embora conte com crescente simpatia popular, seria a deflagração de um novo processo de impeachment, algo por sua natureza intrínseca demorado e traumático. Opõem-se à ideia Maia, Lula e todos os governadores pré-candidatos a presidente, que estão interessados em concluir antes o mandato.

Com Dilma, desgastada inicialmente pelos protestos de 2013 e posteriormente alvo de crescente pressão popular até ser afastada por impeachment, o Congresso em Foco cunhou a imagem da “morte da tartaruga”, dado o penoso e sofrido processo por que passa o quelônio no momento da morte. Com Bolsonaro, usamos aqui alguma liberdade de estilo para dizer que há possibilidade de se ver o cenário da “morte da mosca”. O inseto, como se sabe, é bastante barulhento, mas tem vida breve.

 

Vice-presidente, Hamilton Mourão. Alan Santos/PROs outros cenários possíveis, traçados no Farol Político junto com os cientistas políticos e economistas André Sathler e Ricardo de João Braga, ambos doutores, são: Bolsonaro promover um golpe de Estado, alternativa que perdeu força com as desastrosas manifestações do dia 15, o panelaço e o processo de derretimento que o presidente começa a experimentar nas mídias sociais, território onde sempre reinou; ou se reinventar como chefe de governo, mostrando uma face de estadista que até aqui nem de longe exibiu.

A questão não é política, no sentido estrito. É, sobretudo, sanitária. Nos últimos dias, milhões de brasileiros usaram espontaneamente a internet para passar a mensagem de que não veem nenhum chance de superação da trágica pandemia do coronavírus com o país sob o comando inepto de Bolsonaro e seus filhos trapalhões. Setores das elites políticas e econômicas convertem-se gradativamente ao mesmo pensamento. Mourão, enquanto isso, aguarda paciente, dando-se agora ao luxo de pequenas provocações (“Eduardo Bananinha”, lembram?). A esquerda está, até aqui, a reboque dos acontecimentos. Mas os mesmos setores de classe média que contribuíram para a queda de Dilma agora se divertem com uma musiquinha pró-Mourão.

 

 

Posted On Segunda, 23 Março 2020 07:18 Escrito por O Paralelo 13

Medidas devem uniformizar ações que, até o momento, eram estaduais

O número de casos de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, subiu de 904 para 1.128 nas últimas 24 horas, divulgou há pouco o Ministério da Saúde. O número de mortes aumentou de 11 para 18. Os dados consideram informações repassadas pelas secretarias estaduais de saúde até às 16h.

Com Agência Brasil

 

O presidente Jair Bolsonaro editou na noite desta sexta-feira (20) um decreto e uma medida provisória que garantem ao governo federal a competência sobre serviços essenciais, entre os quais a circulação interestadual e intermunicipal. De acordo com o governo, os dispositivos têm como objetivo “harmonizar as ações de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus".

 

Com os dispositivos, que têm força de lei e passam a vigorar imediatamente, caberá ao presidente da República indicar quais serviços públicos e atividades essenciais não podem ser interrompidos em meio à pandemia provocada pelo novo coronavírus. O texto, segundo o governo, busca impedir que a circulação de insumos necessários para a população seja afetada pelas restrições sanitárias e biológicas em vigor em vários estados.

 

Além de delegar ao presidente a definição de serviços e atividades essenciais, a Medida Provisória 926/2020 determina que qualquer interrupção de locomoção interestadual e intermunicipal seja embasada em normas técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A MP altera a Lei 13.979/2020, sancionada em fevereiro por Bolsonaro, que trata do enfrentamento ao coronavírus no país.

 

A MP entra em conflito com medidas de restrição à locomoção editadas por estados. Na quinta-feira (19), o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, editou um decreto que determinava a suspensão do transporte interestadual de passageiros entre o Rio e estados com circulação confirmada do coronavírus ou situação de emergência decretada. Paraná e Maranhão tomaram decisões semelhantes.

 

Outro ponto da MP simplifica procedimentos para a compra de material e de serviços necessários ao combate à pandemia. O texto flexibiliza e burocratiza a licitação para a aquisição de bens para o Sistema Único de Saúde (SUS).

 

O decreto detalha os serviços públicos e as atividades “indispensáveis ao atendimento das necessidades” do país. O texto cita a assistência à saúde (incluídos os serviços médicos e hospitalares), o transporte intermunicipal e interestadual de passageiros e os serviços de táxi ou de aplicativo. Em contraste com medidas tomadas por diversos países na prevenção ao coronavírus, o decreto inclui o transporte internacional de passageiros na lista de serviços que não podem ser interrompidos.

 

De acordo com o decreto, a suspensão desses serviços e dessas atividades essenciais “põe em perigo a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população”. O decreto proíbe restrições à circulação de trabalhadores que possam afetar os serviços e as atividades e à circulação de cargas de qualquer espécie que resultem em desabastecimento de gêneros necessários à população.

 

Caberá ao comitê de combate ao novo coronavírus criado pelo governo federal definir outros serviços públicos e atividades considerados essenciais e editar atos para regulamentar e operacionalizar as normas. O decreto estabelece ainda que os órgãos públicos e privados mantenham equipes devidamente preparadas e dispostas à execução, monitoramento e à fiscalização dos serviços públicos e das atividades essenciais, com canais permanentes de diálogo com órgãos federais, estaduais, distritais, municipais e privados.

Posted On Domingo, 22 Março 2020 07:55 Escrito por O Paralelo 13
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