Um livro chamado “Justiça”, escrito por um professor da Universidade de Harvard, comenta, a propósito da tragédia decorrente do furacão Charley que atingiu a Flórida em 2004, dois tipos de comportamentos humanos: os oportunistas e gananciosos que aproveitaram a escassez de determinados bens para vendê-los por preços abusivos, e os solidários e altruístas que tiveram a atitude inversa
Por Edson Rodrigues
Diante da situação de gravíssima emergência sanitária provocada pela pandemia do vírus COVID-19, inúmeras dúvidas surgem quanto a uma possível futura responsabilização de gestores públicos por atos excepcionais praticados durante esse período, especialmente no que concerne às despesas públicas. Como estamos perante um episódio de gravidade inédita no país, há muita perplexidade e dúvidas.
Em situações extremas, aflora o que há de melhor no ser humano, como a compaixão e a solidariedade, mas também o pior, como a ganância, o egoísmo e a ambição de dinheiro e de poder.
Há quem diga que esse apetite para dispensa de licitação dos novos prefeitos, nesse cenário, tem a ver com dívidas da campanha política, que tem prazo de pagamento programado.
Cabe, assim, ao Tribunal de Contas do Estado e ao Ministério Público Estadual, acompanhar com maior atenção, exatamente esses municípios em estado formal de calamidade pública, para defender o patrimônio público desses subterfúgios, criados artificialmente e sem nenhum resultado prático para conter as despesas públicas municipais ou incrementar suas receitas.
Esses prefeitos já começam pelo fim que retratou muitos que foram reprovados nas urnas na eleição passada; prometeram coisas certas, mas fizeram tudo errado.
“CANALHAS POLÍTICOS”
E temos visto prefeitos assim, no Brasil e no Tocantins, que caíram na “armadilha do poder” e puseram um tomate no nariz e enfeitaram seus traseiros com um espanador, transformando-se em palhaços tristes, que brincam com a saúde do povo que representam (?), e usam esse mesmo povo como instrumentos para alcançarem seus objetivos políticos no mês de outubro que se aproxima.
São os chamados “canalhas políticos”, que decretam “calamidade pública” como muleta para suas gestões capengas e chance de alavancar, seja com recursos para o próprio bolso, seja com obras “emergenciais” sua popularidade.
Mesmo sabendo dos homens e mulheres competentes que compõem o nosso Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas do Estado, estamos aqui para fazer um apelo e sugerir que essas instituições deixem claro que estão acompanhando de perto os gastos sem licitação dos municípios tocantinenses, assim como do Estado, solicitando planilhas de gastos e cobrando, toda vez que um centavo que seja, for utilizado para outro fim, que não o da Saúde Pública.
PALANQUE
Sabemos que o momento político é complicado, com um presidente da República que assume posições controversas e que vem perdendo apoio político de governadores e de parlamentares, a ponto de ver o presidente da Câmara Federal ser lançado como candidato a presidente, antes mesmo de seu mandato completar dois anos, com a mídia bombardeando seu governo e suas atitudes e o povo servindo de “massa de manobra” das duas partes, ora achando que ficar em casa e se prevenir contra a pandemia é melhor ora achando que voltar ás ruas e reabrir o comércio salvará a economia, quando a única certeza é que não haverá economia se não houver consumidores.
Na verdade, esses movimentos nada mais são do que a politização da pandemia, com cada um puxando a “sardinha” para o seu lado, esquecendo que o que mais importa é cuidar da saúde do povo e, não, fazer do coronavírus um palanque eleitoral ao seu bel prazer.
TOCANTINS
Aí nos deparamos com a situação do Tocantins, onde os decretos de calamidade pública são sim, necessários, mas viraram instrumentos de interesse meramente político, com vistas ás eleições municipais, perdendo todo o seu caráter de urgência e necessidade, virando, apenas, uma “carta branca” para gastos sem licitação.
Esquecem que estamos em um momento de medo e insegurança social, que multiplica as dificuldades por que passa a sociedade tocantinense, formada, em sua maioria, por pessoas pobres, que vivem com menos de um salário mínimo por mês, precisam do Bolsa Família e dos quais a fome é uma constante em suas vidas, não bate mais à porta, faz parte do cotidiano de suas casas.
Os “canalhas’ tocantinenses são lobos travestidos de ovelhas. Prefeitos, ex-prefeitos, vereadores, ex-vereadores (muitos deles respondendo a processos por corrupção), que pulam na chance de permanecer ou voltar o poder, como quem pula em um prato de comida e acabam lambuzados pela lama da vergonha, pois mostram em suas ações que não estão preocupados com o povo e, sim, com seus bolsos.
Promovem movimentos, incitam o povo a participar de carreatas, usam as redes sociais, transformando a pandemia em palanque político e ignoram que o principal atributo para ser digno do voto popular é respeitar os cidadãos.
Temos acompanhado a ação desses “canalhas políticos” e estamos cada vez mais estupefatos com a ousadia e a ganância dessas pessoas que tentam se comportar como gente, mas não passam de lixo, resto de lavagem que nem porco quer.
À essas pessoas que estão montando palanque sobre sepulturas para alavancar sua candidatura ou a dos seus candidatos, sem pensar no sofrimento que a pandemia provoca no povo, jogando toda a responsabilidade sobre os ombros dos governos federal e estadual, temos um recado bem claro: desmontem seus palanques pois, se persistirem, vamos dar nome e sobrenome a cada um de vocês, colocando a disposição dos cidadãos tudo de mal que vocês fizeram no passado, no presente e podem fazer no futuro.
Esse é o papel da imprensa. Esse é o nosso papel!
TODO RESPEITO AOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE
Finalizamos este editorial parabenizando os profissionais da Saúde que, mesmo sabendo do risco de contrair o coronavírus e transmitir aos seus familiares, estão empenhados de corpo e alma em combater o mal que assola a humanidade. O bom soldado não foge ao combate!
De parabéns, também, estão os políticos que tomaram para si as dores do povo e vêm fazendo o seu papel nos cargos que ocupam no Legislativo e no Executivo, não fazendo o povo de cobaia, não montando palanques sobre a desgraça alheia e cumprindo seus papéis de representantes do povo. A vocês o nosso reconhecimento!
Para finalizar, gostaríamos de ressaltar o trabalho e a retidão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que cobrou do presidente Bolsonaro um posicionamento correto sobre a questão do combate ao coronavírus: "estamos preparados para o pior cenário, com caminhões do Exército transportando corpos pelas ruas? Com transmissão ao vivo pela internet?
O ministro pediu a Bolsonaro que crie "um ambiente favorável" para um pacto entre governo federal, estados, municípios e setor privado, em busca de uma ação conjunta contra o coronavírus. O pedido teria como objetivo unificar regras e medidas, colocando critérios científicos sempre como prioridade no controle do contágio.
Mandetta teria sugerido ainda a criação de uma central de pessoal e equipamento para possibilitar o remanejamento rápido de leitos, respiradores, médicos e enfermeiros entre estados. Além disso, pediu para que Bolsonaro não menospreze a gravidade da situação em manifestações públicas, admitindo a possibilidade de criticá-lo na resposta. O presidente, segundo o jornal, rebateu e falou que iria demitir o ministro nesse caso.
Segundo fontes, Mandetta não irá pedir demissão em meio à crise, mas admitiu deixar o ministério ao fim da pandemia se for o caso. Comprometeu-se, por outro lado, a não capitalizar politicamente em caso de sucesso, alegando não ter ambições políticas ou reivindicar posição de destaque.
Segundo ele, apesar de positivo, pacote de 20 bilhões de reais por mês é tímido
Por Victor Irajá
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, classificou como tímido o pacote de auxílio do governo federal para subsidiar salários de pequenas e médias empresas, num valor de 40 bilhões de reais divididos em dois meses para o pagamento de funcionários que recebam até dois salários mínimos.
“A decisão dos empresários é boa, mas tímida. 20 bilhões de reais por mês não vão resolver nada”, afirmou ele em uma videoconferência com empresários do grupo Lide, na tarde desta sexta-feira, 27. A medida para arrefecer os impactos do novo coronavírus em vagas de trabalho foi anunciada nesta sexta pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
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Coronavírus: a salvação pela ciência Enquanto os melhores laboratórios do mundo entram em uma luta bilionária contra a doença, países trazem experiências bem-sucedidas para que a vida e a economia voltem à normalidade
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Ele disse, porém, que a medida deveria ter sido anunciada antes e pediu que o presidente Jair Bolsonaro apresente planos que contemplem os ministérios atuando em conjunto para enfrentar a crise causada pela pandemia do coronavírus nos próximos meses. Ele também criticou o presidente por apoiar o fim de políticas de isolamento.
“É claro que todos querem reduzir o isolamento, mas a gente não pode ter uma onda de abertura de isolamento que gere uma segunda onda de um aprofundamento maior da crise econômica”, disse.
Ele disse ainda que o governo demorou para tomar medidas econômicas contra o vírus, como o adiamento do pagamento de impostos por empresas e apresentado formas de mitigar o desemprego anunciado. Maia afirmou que a Itália e a Espanha também se recusaram a adotar políticas mais restritas de isolamento e ‘se arrependeram’.
Maia avalia que a situação, pela falta de coordenação por parte do governo federal, pode ter como consequência uma situação pior do que a enfrentada pelos dois países.
Quem parece que voltou a todo vapor é o ex-presidente Lula, já voltou dizendo o que fazer e o que não fazer, mas a internet não perdoa, são mais criticas que elogios a suas críticas e opiniões
Por Antonio Coelho de Carvalho
Quem é vivo..
Quem resolveu aparecer foi Lula, que, após uma temporada na cadeia, um passeio pela Europa, o ex-presidente pretende fazer com mais frequência uso das redes sociais para tentar recuperar terreno político. Ele e o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, realizaram uma transmissão ao vivo nesta quarta-feira (25) comentando sobre a crise do novo coronavírus e a postura do presidente Jair Bolsonaro. “ou esse cidadão renuncia, ou faz o impeachment dele". "Não é possível que alguém seja tão irresponsável" , disse ele para a Revista Forum
Sempre aparece
Estrategistas do PT estão estudando a possibilidade do uso de plataformas digitais, para fazer ainda mais o proselitismo político de Lua. Mas não está fácil, o medo é de o tiro sair pela culatra. Lula pode virar alvo de ataques, uma vez que já foi condenado e cumpriu pena. Tem outra condenação proferida pela juíza federal Gabriela Hardt que o condenou Lula a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. No caso do Sitio de Atibaia. Além de Lula, outras dez pessoas foram condenadas na sentença, entre elas os ex-presidentes da OAS, Léo Pinheiro, e da Odebrecht, Marcelo Odebrecht. O ex-presidente Lula nega irregularidades, enquanto os dois empresários são hoje colaboradores da Lava Jato, e confessaram os crimes. Como dizia Vicente Matheus, outro corintiano, como Lula, essa estratégia pode ser uma faca de dois legumes.
Geddel pede para sair
O ex-ministro Geddel Vieira Lima, que foi cinco vezes deputado federal pelo PMDB da Bahia, foi ministro nos governo Lula, Dilma e Temer, que foi preso em setembro de 2017, depois da PF achar malas com R$ 51 milhões em um apartamento atribuído a ele na capital baiana, foi condenado pelo STF por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Solicitou ao STF para deixar a prisão por causa do risco do coronavírus, mudando para o regime domiciliar. O pedido foi enviado na semana passada ao ministro do STF Edson Fachin, que solicitou uma manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) antes de decidir. A informação é do jornal O Globo. Curioso, unas pessoas querem te prender em casa, outras querem soltar os presidiários para eles não pegarem o Corona vírus. Lembrando que o procurador é baiano e o pai foi deputado pelo MDB, mas o antigo, nada a vê,
Barreira biológica
Um grupo de cientistas tem desafiado a orientação majoritária entre os epidemiologistas e defendido que as medidas de distanciamento social da população contra o coronavírus sejam relaxadas e substituídas pelo isolamento de grupos específicos de pessoas, aqueles com maior risco de morrer ou desenvolver quadros graves: idosos, diabéticos, cardíacos e pessoas com algum comprometimento pulmonar. Esse relaxamento faria com que se crie uma barreira biológica natural nas pessoas. Esse isolamento total impede o surgimento dessa barreira os anticorpos. A controversa estratégica que é chamada de isolamento vertical e ganhou dois proeminentes adeptos nas últimas 48 horas: o presidente americano, Donald Trump, e o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Será essa é uma estratégia confiável. É esperar para ver, ou Deus nos livre não ver.
A qualquer preço
Infelizmente tenho uma certeza, é que tem muita gente usando o coronavírus para tentar se dar bem. Principalmente para tirar vantagens políticas. E não medem as consequências, uns pretendem um Brasil falido, desabastecido, faminto. Lunáticos que querem a falência de pequenos estabelecimentos, desemprego em larga escala e frasquinho de álcool gel para quem vai estar numa fila. Nesse cenário de terra arrasada, surgi os salvadores da pátria, ou o salvador, com a receita certa para todas os problemas.
Será sinuca?
Se a estratégia do presidente Jair Bolsonaro estiver correta, ele que está sem partido, sem os governadores dos principais Estados, sem o apoio da grande imprensa, segundo ele e seus apoiadores, podem se preparar para mais moagem, e quem sabe mais quatro anos... essa semana será decisiva em relação a evolução da propagação do Covd-19 no Brasil, independente ideologia ou posicionamento político, oremos para que o melhor aconteça e esse vírus seja barrado. Pelo Whatzapp um amigo estrategista de buteco profetizou: Bolsonaro jogou o povo contra os governadores e prefeitos. Deu uma cartada mestra. Deu uma sinuca de bico.
O COVID-19, ou Coronavírus, se apresenta como um fenômeno pandêmico que atinge a todos, mas contagiante entre os mais idosos ele foi importado principalmente pela classe mais abastada da sociedade. Negá-lo é ser irresponsável diante daquilo que ocorre atualmente em todo o mundo. Esse fenômeno que começou como uma ameaça à saúde mundial se transformou em uma ameaça a economia do planeta e virou uma guerra política. Essa é a hora de abrir mão das diferenças partidárias e ideológicas em prol de bem maior, a saúde a vida humana
Por Antonio Coelho de Carvalho
Os cegos acastelados
As declarações do presidente Jair Bolsonaro não ajudam no momento. Tampouco a pressão dos governadores por mais dinheiro. Além do dinheiro a sucessão da presidência está claramente em jogo. Antes mesmo do anuncio pela Organização Mundial de saúde da Pandemia da pandemia do Covid-19, a crise política entre Bolsonaro e governadores era visível. Os acastelados nos governos de São Paulo, João Dória, de São Paulo (PSDB) e Wilson Witzel (PSC) do Rio de Janeiro, estado com mais vítimas do Covid-19, são adversários políticos candidatos à presidência, lembrando que ambos foram eleitos de carona no discurso de Bolsonaro.
Eleições de 2020
Recentemente o Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, lembrou como tem eleições municipal e muitos vem fazendo uso do vírus para se promover, “tem prefeito que toma decisões pensando nas próximas eleições, e a oposições que vai contra as decisões tomadas”. Ele aviltou a possibilidade de se adiar as eleições de prefeitos e vereadores. Seria essa uma forma democrática, de resolver essa pandemia. Ou a democracia tem regras com datas de início e fim de mandatos. Uma verdade ele falou durante essa entrevista: Tá na hora da classe política pensar mais nas próximas gerações, que nas próximas eleições.
Bolsonaro e governadores
Ibaneis, Dória e Witzel tomam medidas contra proliferação da infecção por acharem que situação não vem sendo levada a sério, cobram engajamento e irritam Bolsonaro. Witzel foi duramente criticado por Bolsonaro por conta das medidas que tomou: "Parece que o Rio de Janeiro é outro país. Não é outro país" disse Bolsonaro. Insatisfeitos com a atuação do Palácio do Planalto diante da crise, e ante à iminência de um colapso, principalmente na rede pública de saúde, por conta da Covid-19, estados têm se antecipado ao Executivo federal e agido por conta própria para tentar combater a expansão da doença. Mas não só isso. Governadores cobram mais celeridade do presidente da República, que, por sua vez, reclama dos chefes estaduais por adotarem “medidas extremas que não competem a eles”.
Reação em cadeia
Os governadores preparam reação conjunta a Bolsonaro e mantêm restrições. Devido os pronunciamentos do presidente que criticou e que chamou de 'confinamento em massa' para o combate ao novo vírus, que já deixou 46 mortos no país, e preparado uma reação conjunta ao presidente Jair Bolsonaro. Em vídeo após pronunciamento de Bolsonaro, Witzel pede à população que fique em casa. Assista.
Em tempos de crise e desinformação, reafirmo o mesmo que todas as autoridades de saúde do mundo: fique em casa, lave as mãos e proteja quem você ama. #RJContraOCoronavirus #FiqueEmCasa pic.twitter.com/o69pEMX9Ee
— Wilson Witzel (@wilsonwitzel) March 25, 2020
Porto Alegre confirma primeira morte
O paciente era uma mulher de 91 anos que estava na UTI. Prefeito Nelson Marchezan Júnior postou o caso nas redes sociais nesta madrugada, mas ainda não foi oficializado pela Secretaria Estadual da Saúde. Até a noite de terça, eram mais de 2,2 mil casos confirmados em todo o Brasil, e 47 mortes. A maioria em São Paulo e Rio de Janeiro, além de uma investigada no Amazonas, que não entrou no último boletim do Ministério da Saúde.
EUA pede retorno de americanos
A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil postou, no final da noite desta terça-feira (24), um aviso para que todos os norte-americanos que estão ou vivem no território brasileiro voltem ao EUA o mais rápido possível. Os EUA já haviam solicitado aos seus cidadãos no exterior que voltassem ao país por causa da pandemia por coronavírus. Nesta terça, a embaixada dos EUA no Brasil mostrou as opções de voos disponível do Brasil para os EUA.
Colaboração da elite
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta terça-feira (24) que partidos articulam a elaboração de uma proposta prevendo a redução dos salários de servidores públicos e parlamentares durante o período da crise do coronavírus no país. Em entrevista ao canal GloboNews, Maia defendeu que os três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, devem dar uma "contribuição" neste momento. “Os partidos estão tratando disso e, certamente, eles vão apresentar uma proposta coletiva, de todos, que acho que represente a posição pelo menos de parte dos partidos políticos”, afirmou. Veja que ele citou em primeiro lugar os servidores e depois os parlamentares. Muitos já propuseram porque não usar os mais de CR$ 3,8 bilhões do fundo partidário ?
Príncipe Charles está infectado com o coronavírus
Herdeiro do trono britânico, de 71 anos, está infectado; sua mulher, a duquesa da Cornuália, não tem Covid-19, segundo comunicado da realeza. O teste do príncipe Charles para o Covid-19 deu positivo, informaram autoridades palacianas nesta quarta-feira (25). A BBC confirmou a informação. "O príncipe de Gales foi testado positivamente para o Coronavírus", publicou a Casa de Clarence, o nome do palácio onde vive o príncipe.
Nobel de Química concorda com Bolsonaro
Na contramão de muitas previsões sobre o coronavírus, o cientista britânico vencedor do prêmio Nobel de química em 2013, Michael Levitt, afirma que a pandemia não apresenta risco para a maioria das pessoas e que elas são naturalmente imunes. Citado em reportagem do jornal Jerusalem Post, Levitt foi certeiro ao projetar que a China teria uma rápida diminuição no número de infectados ainda em fevereiro. Ele conta que começou a analisar os números envolvendo o coronavírus quando o surto teve início em Hubei, marco-zero do vírus no mundo. Agora, passado o pico de casos na província chinesa, os dados de Levitt indicam que a doença desaparecerá do país ainda neste mês. Ele citou o caso envolvendo o navio Diamond Princess, que ficou ancorado em Yokohama, no Japão, e mais de 800 dos 3,7 mil passageiros desenvolveram algum sintoma de coronavírus, graças a uma quarentena forçada em local inapropriado.
Políticos e autoridades reagiram com críticas à declarações do presidente na noite desta terça-feira (24). Presidente do Senado, Alcolumbre afirmou que a fala é 'grave' e que país precisa de 'liderança séria'; Bolsonaro foi defendido pelos filhos Flávio e Eduardo.
Por G1
Políticos e autoridades reagiram ao pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro sobre a pandemia do coronavírus na noite desta terça-feira (24). O presidente pediu a "volta à normalidade", o fim do "confinamento em massa" e disse que os meios de comunicação espalharam "pavor".
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), divulgou uma nota na qual classificou a fala de Bolsonaro como "grave" e disse que o país precisa de uma "liderança séria". O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o pronunciamento "foi equivocado ao atacar a imprensa, os governadores e especialistas em saúde pública".
Veja, abaixo, a repercussão ao pronunciamento:
Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado
"Neste momento grave, o País precisa de uma liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população. Consideramos grave a posição externada pelo presidente da República hoje, em cadeia nacional, de ataque às medidas de contenção ao Covid-19. Posição que está na contramão das ações adotadas em outros países e sugeridas pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS). Reafirmamos e insistimos: não é momento de ataque à imprensa e a outros gestores públicos. É momento de união, de serenidade e equilíbrio, de ouvir os técnicos e profissionais da área para que sejam adotadas as precauções e cautelas necessárias para o controle da situação, antes que seja tarde demais. A Nação espera do líder do Executivo, mais do que nunca, transparência, seriedade e responsabilidade. O Congresso continuará atuante e atento para colaborar no que for necessário para a superação desta crise."
Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara
"Desde o início desta crise venho pedindo sensatez, equilíbrio e união. O pronunciamento do presidente foi equivocado ao atacar a imprensa, os governadores e especialistas em saúde pública. Cabe aos brasileiros seguir as normas determinadas pela OMS e pelo Ministério da Saúde em respeito aos idosos e a todos que estão em grupo de risco. O Congresso está atento e votará medidas importantes para conter a pandemia e ajudar os empresários e trabalhadores. Precisamos de paz para vencer este desafio."
Felipe Santa Cruz, presidente da OAB
"Entre a ignorância e a ciência, não hesite. Não quebre a quarentena por conta deste que será reconhecido como um dos pronunciamentos políticos mais desonestos da história."
Gilmar Mendes, ministro do STF
"A pandemia da Covid-19 exige solidariedade e co-responsabilidade. A experiência internacional e as orientações da OMS na luta contra o vírus devem ser rigorosamente seguidas por nós. As agruras da crise, por mais árduas que sejam, não sustentam o luxo da insensatez. #FiqueEmCasa"
Wilson Witzel (PSC), governador do Rio de Janeiro
"Na manifestação em cadeia de rádio e TV, o presidente da República contraria as determinações da Organização Mundial de Saúde. Nós continuaremos firmes, seguindo as orientações médicas e preservando vidas. Eu peço a vocês: por favor, fique em casa."
Helder Barbalho (MDB), governador do Pará
"Em relação ao pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, eu respeito a opinião de todos, mas não me furto a reafirmar nossa linha de ação. Nós buscamos, desde o início, as orientações dos técnicos, dos médicos, das autoridades e também dos países que já passaram pelo pior da crise. O caminho que o Governo do Pará buscou foi o do bom senso, o do equilíbrio."
Alexandre Frota (PSDB-SP), deputado federal
"Nosso pedido de impeachment está nas mãos do @RodrigoMaia . Feito por grandes advogados . Rodrigo espero que Leia com atenção."
Joice Hasselmann (PSL-SP), deputada federal
"Em relação ao pronunciamento do PR sobre o CORONAVÍRUS concluo: @jairbolsonaro foi IRRESPONSÁVEL, INCONSEQUENTE E INSENSÍVEL! O Brasil precisa de um LÍDER com sanidade mental. Todas as chances que o PR teve de acertar ele mesmo jogou fora. ERRA E SE ORGULHA DO ERRO ESTÚPIDO."
Janaina Paschoal (PSL-SP), deputada estadual
"Os brasileiros deveriam anotar os nomes dos empresários, dos apresentadores de TV e dos políticos que, em meio a contaminações, mortes, velórios sem abraços, cremações isoladas... tiveram a ousadia de dizer que estão acima dos demais... que não são passíveis de contaminação... Eles acreditam que seus cargos, seus dinheiros, sua fama fazem deles intocáveis. Anotemos os nomes deles... eles não são Deus! Abomináveis todos! Nojo é o que eu sinto olhando para a cara de cada um deles!"
Rodrigo Pacheco (DEM-MG), senador
"A fala do presidente não esclarece. Ao contrário, gera dúvida sobre o comportamento a ser seguido pela população, cuja boa parte é formada não por atletas, mas por idosos, diabéticos, hipertensos, estressados e deprimidos. O governo precisa ter unidade no discurso, seja qual for."
Kim Kataguiri (DEM-SP), deputado federal
"URGENTE: pronunciamento de Bolsonaro IRRESPONSÁVEL E OPORTUNISTA."
José Serra (PSDB), ex-ministro da Saúde
"O pronunciamento do presidente foi na contramão do mundo e da realidade apresentada pelo seu @minsaude: já são mais de 2.200 casos confirmados de coronavírus no Brasil e 46 mortes, sendo 40 no estado de São Paulo. Estamos em meio a uma pandemia que não deve ser minimizada. É preciso reconhecer que a economia não vai se recuperar de forma imediata e que é preciso fortalecer o SUS, mediante a operacionalização de um fundo que disponha dos recursos e da agilidade necessários ao combate às consequências do #coronavírus."
José Ricardo Roriz, vice-presidente da Fiesp
"O Ministério da Saúde tem feito um excelente trabalho de como lidar com essa crise, seguindo o exemplo do mundo inteiro. Não há dúvidas de quem está com a razão."
Leila do Vôlei (PSB-DF), senadora
"O lamentável discurso do presidente da República vai na contramão das orientações da Organização Mundial da Saúde, de líderes mundiais, especialistas e até do Ministério da Saúde, que tem feito um bom trabalho. Minimizar a pandemia a uma gripezinha é ignorar o cenário mundial e desprezar a dor das famílias que perderam entes queridos. É preciso união e sobriedade das lideranças para vencer esta crise. O papel de um líder é orientar e não gerar dúvidas. A incerteza coloca a vida dos brasileiros em risco."
Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo
"Pronunciamento do Pres.Jair Bolsonaro foi desconectado das orientações dos cientistas, da realidade do mundo e das ações do Ministério da saúde. Confunde a sociedade, atrapalha o trabalho nos Estados e Municípios, menospreza os efeitos da Pandemia. Mostra que estamos sem direção."
Wellington Dias (PT), governador do Piauí
"É difícil não se manifestar frente ao discurso do Presidente da República, que vai contra todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde. Nós vamos seguir o que a ciência nos comprova. O Piauí mantém todas as suas medidas de prevenção à Covid-19".
Antonio Anastasia (PSD-MG), senador
"Consideramos grave a posição externada pelo Presidente da República hoje, em cadeia nacional, de ataque às medidas de contenção ao Covid-19. Posição que está na contramão de ações adotadas em outros Países e sugeridas pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS)."
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente
"Eu não ia voltar ao tema, mas o presidente repetiu opiniões desastradas sobre a pandemia. O momento é grave, não cabe politizar, mas opor-se aos infectologistas passa dos limites. Se não calar estará preparando o fim. E é melhor o dele que de todo o povo. Melhor é que se emende e cale."
João Amoêdo, ex-presidente do Partido Novo
"O pronunciamento do presidente é inaceitável. Temos um quadro muito grave e incerto pela frente. Ele deveria vir a publico amanhã, apresentar um plano, mostrar a gravidade da situação, demostrar equilíbrio e bom senso. Ou renunciar ao cargo."
Enio Verri (PT-PR), deputado federal
"Bolsonaro é um irresponsável. O discurso que fez hoje à noite e é extremamente grave, pois contraria cientistas de todo o mundo e até as orientações dadas pelo Ministério da Saúde. Ao defender a flexibilização do confinamento social, expõe ao risco de morte milhares de brasileiros, inclusive nossas crianças. Não está a altura do cargo que ocupa."
Eduardo Braga (MDB-AM), senador
"Assino embaixo da manifestação do presidente do Senado, Sen. @davialcolumbre em respeito às declarações do PR Jair Bolsonaro. Parabenizo pela firmeza é necessária serenidade, é disto que o ?? precisa."
Humberto Costa (PT-PE), senador
"Bolsonaro chamou o #Covid19 de 'gripezinha, resfriadozinho, histeria', num gesto de desrespeito às vítimas fatais, suas famílias e todo o país. Atacou a imprensa uma vez mais. Em vez de tentar se restaurar no cargo de presidente, usou sua fala para ridicularizar o grave momento."
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), senador
"IRRESPONSÁVEL! Enquanto todos os chefes de Estado DO MUNDO se pronunciam de forma LÚCIDA, Bolsonaro entrega nosso povo ao caos! Vai p/ rede nacional questionar o isolamento social e volta a chamar de 'gripezinha' um vírus que tem matado milhares de pessoas! O @jairbolsonaro tem que perguntar p/ as 46 famílias, que até o dia de hoje já perderam seus entes queridos em decorrência do coronavírus, se elas acham que o Coronavírus é uma 'gripezinha'. Irresponsável!"
Alessandro Molon (PSB-RJ), deputado federal
"Quando a população esperava um plano de ação robusto, Bolsonaro mostrou que se desconectou de vez da realidade. Em pronunciamento que atingiu o ápice da irresponsabilidade, negou a gravidade do novo coronavírus, insistiu que se trata de uma 'gripezinha' e convocou as pessoas a voltarem às ruas. Segue na contramão de líderes mundiais que prezam pela sua população. É um crime contra a vida do povo brasileiro."
Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão
"Pronunciamento de hoje mostra que há poucas esperanças de que Bolsonaro possa exercer com responsabilidade e eficiência a Presidência da República. Os danos são imprevisíveis e gravíssimos."
José Guimarães (PT-CE), deputado federal
"Bolsonaro coloca a população brasileira em risco! Em pronunciamento, desdenha do avanço da Covid-19, ataca a imprensa e debocha da ciência. Empatia zero com as mortes causadas pela pandemia e completa falta de noção da grave situação que estamos vivendo. #BolsonaroGenocida. Discurso do Bolsonaro é um show de ignorância. Muito fácil e cômodo para ele minimizar a pandemia do coronavírus, se ele ficar doente terá um quarto de hospital, vários respiradores disponíveis e muitos profissionais. Infelizmente essa pode não ser a mesma realidade da população. Só um irresponsável fala isso. Enquanto o mundo e as autoridades sanitárias reconhece a gravidade da crises, Bolsonaro continua falando em gripezinha. O povo tá perdendo a paciência, #ForaBolsomaro @PTnaCamara @opovoonline @minorianacamara."
Rogério Carvalho (PT-SE), senador
"Em mais um pronunciamento irresponsável, Bolsonaro volta negar a gravidade da Pandemia do #coronavírus. Nega a ciência, nega recomendações da OMS. GRAVÍSSIMA fala que deixa uma Nação em ALERTA!"
Fernanda Melchionna (PSOL-RS), deputada federal
"Gente @jairbolsonaro é surreal.Critica quem fez isolamento social e diz que é para manter a normalidade quando é urgente fazer a suspensão de atividades com garantias de direitos. Está na contramão da história.O problema é as vidas que estão cada vez mais em risco. #ForaBolsonaro. Temos um lunático governando o país. Só se preocupa com a "saúde" dos mercados. O pronunciamento dele é a negação da ciência, da experiência em países e da necessidade história de proteger nosso povo. A cada irresponsabilidade dele mais vidas perderemos #ImpeachmentDeBolsonaro. 'O vírus chegou!' Mas oq é isso? Pronunciamento de Bolsonaro é desrespeitoso e tenta convencer o povo de que a situação não é grave, tratando o coronavírus como uma 'gripezinha'. É um desserviço a todos que estão lutando para salvar vidas que estão em risco! #ImpeachmentJá.
Com todo o respeito que tenho aos cavalos, Bolsonaro relinchando na televisão foi uma das mais trágicos pronunciamentos de presidentes. Esse pronunciamento tem que ser o último. #ImpeachmentDeBolsonaro. Gente esse pronunciamento de Bolsonaro tem que ser o último. Nós ajude na luta pela impedimento desse criminoso."
Weverton (PDT-MA), senador
"O pronunciamento do presidente Bolsonaro vai na contramão da estratégia de combate ao coronavírus em todo o mundo. Irresponsável e inaceitável que ele insista em colocar vidas em risco, em nome dos resultado econômicos. Ainda bem que o STF devolveu autonomia aos governadores."
Marcelo Freixo (PSOL-RJ), deputado federal
"Vimos em rede nacional um presidente desqualificado mentir, debochar e provocar um país que, apesar dele, luta bravamente e se une para enfrentar umas das maiores crises da história. A resposta dos brasileiros foi dada."
Paulo Pimenta (PT-RS), deputado federal
"Pronunciamento em rede nacional comprova que os suíços estavam certos: Bolsonaro é o idiota mais perigoso do mundo!"
Jean Paul Prates (PT-RN), senador
"Ao invés de unir os brasileiros, o presidente da República, mais uma vez, volta a criticar a mídia, menospreza a pandemia e provoca o caos no país. É UM TOTAL DESGOVERNO! #coronavirus #pronunciamento."
Eliziane Gama (Cidadania-MA), senadora
"A cada dia vemos que o presidente se supera. A Índia e o resto do mundo decretando quarentena e aqui a ordem do presidente é a aglomeração. Definidamente sem palavras pra definir tamanha irresponsabilidade."
Flávio Bolsonaro (sem partido), senador
"@jairbolsonaro fala a verdade ao povo brasileiro: proteger os mais vulneráveis (idosos e com doenças pre-existentes) e retomar a normalidade no país! Outros líderes mundiais já esboçam iniciar o mesmo movimento. Com coragem, Presidente @jairbolsonaro faz pronunciamento para que onda do coronavírus seja menos mortal que a onda da recessão, logo a seguir."
Eduardo Bolsonaro (sem partido), deputado federal
"Líderes mundiais se preparam para o fim do confinamento. Resguardar os grupos de riscos e permitir que a epidemia tenha sua natural curva de declínio – igual foi com o H1N1, que é mais letal do que o coronavírus – sem que com isso a recessão destrua todos os países."
Vitor Hugo (PSL-GO), deputado federal
"Excelente pronunciamento do nosso Pres @jairbolsonaro ! A sua visão de estadista e a sua coragem em ir na contramão da histeria coletiva, construída sem critérios racionais, vão salvar as vidas de milhões de brasileiros. SALVAR VIDAS e PROTEGER EMPREGOS! Bandeira do Brasil#VamosVencerJuntos"
Marcelo Ramos (PL-AM), deputado federal
"Quando mais precisamos de um líder que una o país, mais ouvimos um presidente que luta contra inimigos imaginários. O povo preocupado em salvar as pessoas e o presidente preocupado em acirrar disputas políticas.
Além disso, é angustiante o presidente contraditando o ministro Mandetta o que confunde a população num momento que precisamos de segurança."
Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), deputado federal
"Ao chamar a doença de uma gripezinha e dizer que está havendo uma histeria promovida pela imprensa, o chefe de Executivo ignora e desrespeita todas as vítimas e seus familiares. No Brasil, foram mais de 40 mortos pela doença. A Pandemia é encarada seriamente por chefes de estado do mundo inteiro. Devemos nesse instante seguir com as orientações das autoridades estatuais e municipais que, acertadamente, propuseram restrições nas cidades e estados que administram. Terra arrasada, senhor presidente, seria mandar o povo brasileiro para as ruas num momento crítico."
PSDB
"Entre o discurso do presidente @jairbolsonaro e do Ministro @lhmandetta, fiquemos com o do Médico. Protejam-se... do vírus."
Associação Brasileira de Imprensa (ABI)
"Na noite desta terça-feira, o País assistiu, estarrecido, a um pronunciamento em que o presidente Jair Bolsonaro minimiza os riscos da pandemia do Covid-19 e vai na contramão de todas as medidas recomendadas pelas autoridades de saúde, tanto do Brasil, como do mundo. Tenta, também, responsabilizar a imprensa pela justificada apreensão que toma conta de todos.
Num momento em que milhares de vidas são ceifadas em outros países e que o coronavírus chega a nosso país de forma ameaçadora, fazendo as suas primeiras vítimas fatais, Bolsonaro refere-se à pandemia como uma “gripezinha” ou um “resfriadinho” e, ainda mais grave, recomenda que as medidas preventivas não sejam adotadas pelos brasileiros. Dessa forma, contribui para que o país não se prepare para enfrentar a grave situação que estamos vivendo.
Decididamente, num momento em que se exige serenidade e liderança firme e responsável, com seu comportamento irresponsável e criminoso o presidente mostra não estar à altura do importante cargo que ocupa."
Carta dos secretários de Saúde do Nordeste
"Assistimos estarrecidos ao pronunciamento em cadeia nacional do Presidente Jair Bolsonaro, onde desfaz todo o esforço e nega todas as recomendações para combate à pandemia do coronavírus.
Não é nosso desejo politizar esse problema. Já temos dificuldades demais pra enfrentar. Não podemos cometer esse erro. Vamos continuar fazendo nosso trabalho. Não nos parece que a posição exposta pelo Presidente seja a do Ministério da Saúde, que tem se conduzido tecnicamente.
Percebemos, com espanto, os graves desencontros entre o pronunciamento do Presidente e as diretrizes cotidianas do Ministério da Saúde. Esta fala atrapalha não só o ministro, mas todos nós!
Sabemos que iremos enfrentar uma grave recessão econômica, mas o que nos cabe lidar diretamente é a grave crise sanitária.
Vamos seguir tocando nossas vidas com decisões baseadas em evidências científicas, seguindo exemplos bem sucedidos ao redor do mundo.
A grande maioria dos países do mundo, ocidentais e orientais, já firmaram seu curso no combate ao vírus e é este curso que o Nordeste Brasileiro seguirá.
Que Deus abençoe cada um de nós que pouco temos dormido. Que Deus nos abençoe!"
Sociedade Brasileira de Infectologia
Neste difícil momento da pandemia de COVID-19 em todo o mundo e no Brasil, trouxe-nos preocupação o pronunciamento oficial do Presidente da República Jair Bolsonaro, ao ser contra o fechamento de escolas e ao se referir a essa nova doença infecciosa como “um resfriadinho”.
Tais mensagens podem dar a falsa impressão à população que as medidas de contenção social são inadequadas e que a COVID-19 é semelhante ao resfriado comum, esta sim uma doença com baixa letalidade. É também temerário dizer que as cerca de 800 mortes diárias que estão ocorrendo na Itália, realmente a maioria entre idosos, seja relacionada apenas ao clima frio do inverno europeu. A pandemia é grave, pois até hoje já foram registrados mais de 420 mil casos confirmados no mundo e quase 19 mil óbitos, sendo 46 no Brasil.
O Brasil está numa curva crescente de casos, com transmissão comunitária do vírus e o número de infectados está dobrando a cada três dias.
Concordamos com o Presidente quando elogia o trabalho do Ministro da Saúde, Dr. Luiz Henrique Mandetta, e sua equipe, cujas ações têm sido de grande gestor na mais grave epidemia que o Brasil já enfrentou em sua história recente. Desde o início da epidemia, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estão trabalhando em conjunto com várias sociedades médicas científicas, em especial com a Sociedade Brasileira de Infectologia, com várias reuniões presenciais, teleconferências e trocas de informações quase que diariamente.
Também concordamos que devemos ter enorme preocupação com o impacto socioeconômico desta pandemia e a preocupação com os empregos e sustento das famílias. Entretanto, do ponto de vista científico-epidemiológico, o distanciamento social é fundamental para conter a disseminação do novo coronavírus, quando ele atinge a fase de transmissão comunitária. Essa medida deve ser associada ao isolamento respiratório dos pacientes que apresentam a doença, ao uso de equipamentos de proteção individual (EPI) pelos profissionais de saúde e à higienização frequente das mãos por toda a população. As medidas de maior ou menor restrição social vão depender da evolução da epidemia no Brasil e, nas próximas semanas, poderemos ter diferentes medidas para regiões que apresentem fases distantes da sua disseminação.
Quando a COVID-19 chega à fase de franca disseminação comunitária, a maior restrição social, com fechamento do comércio e da indústria não essencial, além de não permitir aglomerações humanas, se impõe. Por isso, ela está sendo tomada em países europeus desenvolvidos e nos Estados Unidos da América.
Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e todos os demais profissionais de saúde estão trabalhando arduamente nos hospitais e unidades de saúde em todo o país. A epidemia é dinâmica, assim como devem ser as medidas para minimizar sua disseminação. “Ficar em casa” é a resposta mais adequada para a maioria das cidades brasileiras neste momento, principalmente as mais populosas.