Senador acusou governador de São Paulo de convocar policiais para fazer selfie e promete repetir protestos. Briga aconteceu nesta segunda-feira (16)
Com Agência O Globo
O governador João Doria enfrentou um tumulto na inauguração da sede do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), em São Paulo, na manhã desta segunda-feira. Ao chegar ao evento, o governador foi recebido com protesto encabeçado pelo senador Major Olímpio e pelo deputado federal Coronel Tadeu, ambos do PSL.
Nas redes sociais, o senador disse que o governador João Doria escalou policiais para participarem do evento e "ficarem horas aguardando para que ele fizesse uma foto". Segundo Major Olímpio, Doria queria fazer selfies com os policiais e convocou mais de uma centena deles para o evento.
"Chamou os policiais para um evento fechado, ainda mais nesse momento de coronavírus . Eu não fui convidado e fiquei na calçada com minha caixa de som. Eu queria que ele parasse, mas ele não parou", disse o senador.
O parlamentar disse que Doria passou "pisando duro". Contou que Doria o acusou de não ter compostura e afirmou que aquela não era uma atitude de senador.
Major Olímpio, por sua vez, aos gritos, chamou o governador de vagabundo e o acusou de agir como moleque. Na confusão, foi contido e empurrado por seguranças, depois expulso do local.
Sobre os empurrões, disse que isso não o aborrece:
"A mim não aborrece. Não posso me queixar. Mas ele não perde por esperar. Não vai ter evento de segurança que eu não esteja lá para protestar. Fiz isso com o Geraldo Alckmin durante quatro anos e ele terminou a eleição com 4% dos votos. O Doria vai terminar com menos do que isso", prometeu Major Olímpio .
O senador disse que não é comum policiais irem a eventos deste tipo, pois trabalham com escalas diferentes. Segundo ele, os policiais foram para atender ao chamado do governador.
A assessoria de João Doria ainda não se pronunciou.
Maia chama de ‘atentado à saúde pública’ ida de Bolsonaro a atos
Com Estadão Conteúdo
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), considerou um “atentando à saúde pública” a atitude de Jair Bolsonaro de ter participado da manifestação pró-governo na área externa do Palácio do Planalto, interagindo com manifestantes. “Por aqui, o presidente da República ignora e desautoriza o seu ministro da Saúde e os técnicos do ministério, fazendo pouco caso da pandemia e encorajando as pessoas a sair às ruas. Isso é um atentado à saúde pública que contraria as orientações do seu próprio governo. A economia mundial desacelera rapidamente; a economia brasileira sofrerá as consequências diretas”, disse Maia.
O deputado lembrou ainda crise econômica. “O mundo está passando por uma crise sem precedentes. O Banco Central americano e o da Nova Zelândia acabam de baixar os juros; na Alemanha e na Espanha, os governos decretam o fechamento das fronteiras”, disse. “Há um esforço global para conter o vírus e a crise”.
“O Presidente da República deveria estar no Palácio coordenando um gabinete de crise para dar respostas e soluções para o País. Mas, pelo visto, ele está mais preocupado em assistir as manifestações que atentam contra as instituições e a saúde da população”, disse ainda. Para Maia, a situação é preocupante. “Somos maduros o suficiente para agir com o bom senso que o momento pede”, afirmou.
Partidários do presidente Jair Bolsonaro participam de protesto em Brasília
Com Agência Brasil
Os incondicionais partidários do presidente Jair Bolsonaro ignoraram as advertências sobre o novo coronavírus e fizeram manifestações nas principais capitais do país. Os protestos criticam o Congresso e os tribunais por atrapalharem as ações do atual presidente, com alguns deles abertamente pedindo por um golpe de estado.
Centenas de simpatizantes se reuniram em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo, muitos usando máscaras com mensagens como “Canalhas – Vírus – Congresso Nacional”.
Os críticos do presidente defendem que as manifestações são antidemocráticas, em um país ainda atormentado pela memória de uma ditadura militar, cujo legado é abertamente admirado por Bolsonaro, um ex-capitão do exército.
Mas nem isso ou as advertências das autoridades para evitar grandes aglomerações em meio à pandemia de coronavírus impediram os partidários de saírem às ruas.
“A manifestação é contra o Congresso, porque eles não deixam Bolsonaro governar. Vetam tudo”, disse Rogério Galhardo, um empresário de 60 anos que carregava uma bandeira brasileira.
“Eles só querem roubar”, ressaltou a sua esposa, a professora Patricia Monteiro, de 45 anos.
Bolsonaro está em disputa com o Congresso pelo controle do orçamento para este ano, estimado em R$ 30 bilhões.O atual presidente, que não está afiliado a nenhum partido político e continua em discussão sobre o assunto com o Congresso, defende que o poder Executivo deveria conservar o poder de controlar a execução do orçamento.
Pedido foi feito por Bolsonaro após a perspectiva de que o número de pessoas contaminadas por coronavírus cresça nas próximas semanas em todo o Brasil
Por iG
Em uma live transmitida pelo Facebook nesta quinta-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usava máscara branca por suspeita de coronavírus e pedia que os movimentos de rua suspendam a manifestação do próximo domingo, dia 15 de março.
O pedido de Bolsonaro foi feito após a perspectiva de que o número de contaminados por coronavírus cresça nas próximas semanas no Brasil. No último final de semana, o presidente havia incentivado os atos no país.
“O que nós devemos fazer agora é evitar que haja uma explosão de pessoas infectadas, porque os hospitais não dariam vazão para atender todo mundo. Se o governo não tomar nenhuma providência, sobe, depois não dá mais e o sistema não suporta”, disse o presidente, que estava acompanhado do ministro da Saúde, Henrique Mandetta , que também estava usando uma máscara.
A ideia sugerida pelo presidente é suspender temporariamente a data da manifestação. "Depois de um mês, dois meses, faz", disse Bolsonaro , alegando que o movimento não é dele. Na visão do presidente, mesmo sem os protestos, o "recado" foi dado ao Congresso .
Assista parte do pronunciamento, transmitido nas redes sociais.
Presidente @jairbolsonaro e Ministro da Saúde @lhmandetta falam sobre coronavírus e manifestações de 15/MAR. pic.twitter.com/K0VEtCDTbf
— Eduardo Bolsonaro?? (@BolsonaroSP) March 12, 2020
Palácio do Planalto informou ainda que a contra-prova deu positivo e que o secretário ficará de quarentena em casa
Por Guilherme Mazui, G1 — Brasília
O governo informou nesta quinta-feira (12) que o secretário de Comunicação Social da Presidência, Fábio Wanjgarten, tem coronavírus.
O Palácio do Planalto informou ainda que a contra-prova já foi realizada e que o secretário já está em quarentena em casa.
Wajngarten fez parte da comitiva do governo que viajou nesta semana para a Flórida, nos Estados Unidos, para uma série de compromissos. Ele viajou junto com o presidente Jair Bolsonaro.
Na nota em que informou que o secretário contraiu o vírus, o governo disse também que o serviço médico da Presidência está tomando medidas para preservar a saúde de Bolsonaro e de toda a comitiva.
"O serviço médico da Presidência da República adotou e está adotando todas as medidas preventivas necessárias para preservar a saúde do Presidente da República e de toda comitiva presidencial que o acompanhou em recente viagem oficial aos Estados Unidos, bem como dos servidores do Palácio do Planalto", afirmou o governo.
Na Flórida, Bolsonaro participou de um jantar com o presidente norte-americano, Donald Trump. Wajngarten acompanhou Bolsonaro no evento.
De acordo com o Planalto, o governo brasileiro comunicou às autoridades do governo norte-americano sobre a infecção de Wajngarten.
O Ministério da Defesa informou que, por precaução, o estado de saúde do ministro Fernando Azevedo e Silva, que também esteve na comitiva, está sendo monitorado.
Evento cancelado
Nesta quinta-feira, Bolsonaro cancelou em razão do surto de coronavírus uma viagem que faria a Mossoró (RN) para anunciar medidas do governo federal na região. A Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou pandemia da Covid-19, doença causada pelo vírus.
Bolsonaro permaneceu durante a manhã desta quinta na residência oficial do Palácio da Alvorada. Ele não tem compromissos previstos para a tarde.
Íntegra da nota do governo
O Serviço Médico da Presidência da República adotou e está adotando todas as medidas preventivas necessárias para preservar a saúde do Presidente da República e de toda comitiva presidencial que o acompanhou em recente viagem oficial aos Estados Unidos, bem como dos servidores do Palácio do Planalto.
Isso porque um dos integrantes do grupo, o Secretário de Comunicação da Presidência da República, Fábio Wajngarten, é portador do novo coronavírus Covid-19, confirmado em contraprova já realizada.
O governo brasileiro também já comunicou às autoridades do governo norte-americano a ocorrência do evento para que elas também adotem as medidas cautelares necessárias.
O Secretário de Comunicação está cumprindo todas as recomendações médicas, em quarentena domiciliar, e só retornará ao seu trabalho quando não houver risco de transmissão da doença.
Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República