Mercadores de ilusões e fabricantes de pesquisas eleitorais travestidos de marqueteiros, entregam tudo na hora do aperto
Por Edson Rodrigues
Não é à toa que nas faculdades de Publicidade e Marketing os professores corrigem os alunos que dizem ter o sonho de ser “marqueteiros”, explicando que essa profissão não existe. Pois, agora, confirma-se que, de acordo com Nelson Rodrigues, dramaturgo famoso por suas frases ácidas, marqueteiro é pior que mineiro, pois, segundo Nélson Rodrigues, o mineiro só é solidário no câncer.
O caso é que a corrupção é o maior “câncer” do cotidiano brasileiro e, no meio das investigações, os marqueteiros se especializaram em entregar de bandeja a cabeça de quem lhes encheu os bolsos.
Os dois maiores expoentes das campanhas eleitorais nos últimos tempos, no Brasil, Duda Mendonça e João Santana, mostraram que, realmente, a verdadeira definição desse tipo de profissional é “alcaguete”, “dedo-duro”, “traíra” e “Judas”, pois à menor pressão da Justiça soltaram a língua com gosto, entregando, levianamente, a tudo e a todos, como se fossem meros coadjuvantes nas histórias de corrupção e não tivessem, eles, também, amealhado e lavado milhões e milhões de reais.
Talvez essa postura venha das penas consideradas leves imputadas a Duda e a Santana, após serem pilhados com a mão na massa e contas no exterior.
Ou, talvez, a atitude seja, mesmo, inerente a esse tipo de profissional, em que alguns não têm o menor escrúpulo em alterar resultados de pesquisas eleitorais, em montar prestações de contas fraudulentas para as campanhas que comandam, ou em cobrar milhões por um serviço de eficiência incerta e, em caso de vitória dos seus “produtos”, ainda montam empresas de fachada para continuar a encher os bolsos de dinheiro.
Agora, ficou claro que marqueteiro não é amigo de ninguém, apenas do seu bolso. Chegam aos estados capitais de salto alto, não aceitam profissionais locais em suas equipes para não repassar o know-how de como corrompem as empresas para superfaturar valores de material eleitoral. Basta ver o que João Santana acaba de fazer com a ex-presidente Dilma Rousseff, ao entregar para a Justiça que ela o avisou da prisão dele e de sua esposa, ou seja, o cara ganhou milhões, montou empresas para trabalhar durante o governo de Dilma e a entrega depois que ela tentou ajudar a ele e à sua família.
É premente que a Justiça passe a julgar os marqueteiros com a mesma voracidade cm que julga os políticos corruptos, pois os crimes são os mesmos, apenas um contrata e o outro planeja e executa e, quando dá certo, a farra continua.
OS “EXEMPLOS”
É óbvio que não podemos generalizar. De cada 100 grandes marqueteiros, pode-se tirar um para fazer o papel de honesto. Mas depois das revelações feitas pela revista VEJA desta semana, em que Duda Mendonça e João Santana entregam os esquemas de corrupção até em governos internacionais aos quais foram indicados, fica difícil encontrar esses honestos, nem mesmo com uma lanterna, como fez o filósofo grego Diógenes de Sinope, há 2.000 anos.
As revelações de Duda e Santana, publicadas por VEJA, ganharam destaque no noticiário da Colômbia e do Chile. Em proposta de delação premiada feita à Procuradoria-Geral da República, os dois publicitários se colocaram à disposição dos investigadores da Operação Lava-Jato para revelar detalhes de como as construtoras OAS e Odebrecht financiaram clandestinamente as campanhas presidenciais no Brasil e no exterior.
Na Colômbia, a rede de televisão Caracol, a revista A Semana e o jornal El Tiempo, entre outros veículos, destacaram as revelações de Duda Mendonça. De acordo com a proposta de delação do marqueteiro, a Odebrecht bancou as despesas da campanha presidencial de Óscar Zuluaga, candidato do ex-presidente Álvaro Uribe em 2014. A reportagem de VEJA conflagrou um debate no país. Colocado sob suspeita, Zuluaga marcou uma entrevista coletiva para esclarecer que, embora tenha contratado Duda Mendonça e se reunido com um representante da Odebrecht em São Paulo, não teve conhecimento de qualquer pagamento extraoficial feito pela empreiteira brasileira.
No Chile, as revelações de Duda Mendonça, segundo as quais a construtora OAS financiou as campanhas presidenciais tanto de Michelle Bachelet como de Enríquez-Ominami em 2013, repercutiram nos principais veículos do país como CNN, Canal 9 Bio-bio Televisión, Tele13, La Nacion, La Tercera, El Libero, entre outros. Após VEJA trazer à tona detalhes da proposta de delação do marqueteiro, parlamentares chilenos disseram que irão solicitar a ampliação das investigações relacionadas à campanha de Ominami para a de Bachelet. “Queremos pedir que a investigação se estenda à presidente da República”, disse Paulina Núñes, do partido RN (Renovação Nacional).
Em seu site, VEJA ainda revelou que Duda Mendonça não é o único a mencionar Bachelet em sua proposta de delação. O ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, também reservou um capítulo de colaboração para contar detalhes dos bastidores das campanhas no Chile. “As revelações de Léo Pinheiro não ficam bem para a Bachelet”, disse um dos investigadores da Lava-Jato.
No Brasil, mesmo após vir à tona as revelações de Duda Mendonça e João Santana, responsáveis pelas campanhas de Lula e Dilma Rousseff, não houve qualquer manifestação dos ex-presidentes petistas. Dilma, que é acusada por Santana de ter vazado informações sigilosas da Lava-Jato, preferiu não se manifestar. De acordo com a proposta de delação do publicitário, que coordenou a eleição e reeleição de Dilma, a ex-presidente o avisou que ele e sua mulher, Mônica Moura, seriam presos pela Polícia Federal em Curitiba. Santana, condenado pelo juiz Sergio Moro nesta quinta-feira a oito anos e quatro meses de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro, também confirma que a campanha da petista foi financiada com caixa dois da Odebrecht.
O BIG BROTHER ELEITORAL
Depois de tantos escândalos, é certo que o Tribunal Superior Eleitoral, os TREs e a Justiça Eleitoral vão transformar as eleições de 2018 em um verdadeiro Big Brother, com fiscalização 24 horas por dia, com um grupo de fiscais altamente treinados e já sabedores dos métodos e “tradições” de políticos e marqueteiros corruptos e ainda contarão com a ajuda dos próprios políticos, que estarão fiscalizando uns aos outros, ligados em todas as possibilidades de ganhar as eleições, seja no voto, seja na denúncia de irregularidades cometidas por seus adversários.
Ai daqueles que ainda arriscarem fazer caixa dois ou fraudar contas eleitorais.
Quem avisa, amigo é!
Governo do Tocantins emite nota de pesar
Por Bruno Bocchini
A ex-presidenta da República, Dilma Rousseff, se despediu da ex-primeira dama Marisa Letícia Lula da Silva no fim da manhã de hoje (4). Dilma chegou ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo Campo, onde ocorre o velório de dona Marisa, por volta das 11h30. Ela cumprimentou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e permaneceu ao lado do caixão recebendo abraços de populares.
Também estiveram no velório para se solidarizar com o ex-presidente Lula e manifestar pesar à família os governadores do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e de Minas Gerias, Fernando Pimentel, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), além de ex-ministros da gestão de Lula na Presidência da República, como Luiz Dulci, Luiz Marinho, Gilberto Carvalho e Paulo Vannuchi. O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e os ex-ministros da gestão de Dilma Rousseff,Juca Ferreira e Aloizio Mercandate também prestaram solidariedade ao ex-presidente.
Iniciado às 9h apenas para familiares, o velório foi aberto ao público por volta das 10h20. Ao meio dia, uma fila de mais de 700 pessoas esperava para se despedir de dona Marisa Letícia e cumprimentar Lula. O ex-presidente permaneceu até por volta das 12h40 ao lado do caixão recebendo abraços dos populares que vieram ao velório. Depois disso, foi descansar em uma sala reservada. Um ato ecumênico deverá ocorrer às 14 horas..
“Minha vida acabou um pouco desde o dia em que ela entrou nessa situação”, disse Tânia Silva, 55 anos, que segurava nas mãos um retrato de Lula, Marisa e Dilma juntos. “Do jeito que o Lula está, só Jesus para dar força para ele. Ele está forte e abraçando e beijando todo mundo”, acrescentou Tânia, após cumprimentar o ex-presidente.
Para Lindbergh Farias, a enfermidade que acabou por matar Marisa Letícia tem ligação com a “campanha” negativa contra a família do ex-presidente.
Cremação
O velório deverá ser encerrado por volta das 15 horas, quando o corpo da ex-primeira dama será levado para o crematório do Cemitério Jardim da Colina. Dona Marisa Letícia morreu ontem (3), aos 66 anos, após sofrer um acidente vascular cerebral hemorrágico e ficar dez dias internada no Hospital Sírio-Libanês.
Edição: Armando Cardoso
Governo do Tocantins emite nota de pesar
Nota de Pesar pelo falecimento de Marisa Letícia
Recebi com tristeza a notícia do falecimento de dona Marisa Letícia, ocorrido nesta sexta-feira, 03 de fevereiro, em São Paulo. Em sua trajetória de vida, dona Marisa imprimiu a marca da mulher companheira e dedicada, sempre ao lado do ex-presidente Lula. Enquanto representantes do Tocantins, eu, e minha esposa, deputada federal Dulce Miranda, nos solidarizamos com a família Lula da Silva, rogando a Deus que conforte o coração de todos neste momento de dor.
Marcelo Miranda
Governador do Tocantins
Especialistas comemoram a indicação de Edson Fachin para a relatoria da Operação no STF. Indicado por Dilma, ministro surpreendeu nas primeiras decisões em desfavor do PT
Por Edson Rodrigues
Por incrível que pareça, teve gente que comemorou a possibilidade de travamento da Operação Lava Jato, após a morte do seu relator junto ao Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, no dia 19 de janeiro, em um acidente aéreo no estado do Rio de Janeiro. Mas, Deus é justo – e brasileiro! –, pois, depois do suspense sobre quem assumiria as funções da relatoria da Operação, um sorteio eletrônico apontou o ministro Edson Fachin, o mais novo do STF e, segundo especialistas, tão implacável quanto Sérgio Moro e tão correto quanto Zavascki.
Quem comemorou, agora chora, pois, depois da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, surpreender aos próprios pares e homologar, ela própria, as 77 delações de ex-executivos da Odebrecht para evitar que os trabalhos iniciados por Zavascki ficassem comprometidos, Fachin vai acelerar a apuração das delações dos alcaguetes, apelidados de delatores, e começar a chamar às barras da Justiça todos os citados nas delações, inclusive alguns com depoimentos já agendados.
MORO COMEMORA
O juiz federal Sergio Moro divulgou nota nesta quinta-feira (2) elogiando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin, novo relator das investigações da Lava Jato na Corte.
"Tomo a liberdade, diante do contexto e com humildade, de expressar que o Ministro Edson Fachin é um jurista de elevada qualidade e, como magistrado, tem se destacado por sua atuação eficiente e independente", assinalou o juiz da Lava Jato em Curitiba.
INDEPENDÊNCIA
Indicado por Dilma, para quem pedira votos em 2010, Fachin votou pela manutenção do rito definido por Cunha. Seu colega Luís Roberto Barroso inaugurou uma divergência, seguida pela maioria da Suprema Corte. A Câmara foi compelida a seguir não o rito de Cunha, mas as regras que embalaram o processo de impedimento de Fernando Collor, em 1992. Vencido, Fachin anexou à sua biografia de magistrado um certificado de independência.
Fachin voltou a compor a minoria na sessão em que o Supremo decidiu que o réu Renan Calheiros não podia assumir a Presidência da República, mas tinha o direito de permanecer na presidência do Senado. Vencido, o novo relator da Lava Jato apegou-se ao voto que já havia proferido em sessão anterior. Recusou-se a abandonar a tese segundo a qual os réus devem ser expurgados dos cargos que ficam na linha de sucessão do Planalto.
Para desassossego dos corruptos, Fachin juntou-se à maioria do Supremo no julgamento em que ficou assentado que condenados em segunda instância devem aguardar pelo julgamento de eventuais recursos atrás das grades. Nessa matéria, fez mais: guerreou pela preservação da coerência da Suprema Corte.
No exercício do plantão durante um recesso do Judiciário, o então presidente Ricardo Lewandowski mandou soltar José Vieira da Silva. Alegou que era preciso “prestigiar o princípio da presunção da inocência”. Prefeito de Marizópolis, cidade dos fundões da Paraíba, Vieira da Silva fora condenado por um tribunal de segunda instância.
Terminadas as férias, Fachin ordenou que o prefeito fosse recolhido novamente ao xadrez. Para justificar a revisão do despacho de Lewandowski, sustentou a necessidade de prestigiar a “estabilidade” dos entendimentos fixados em decisões da Suprema Corte. O novo relator da Lava Jato é um cultor da jurisprudência.
RAMIFICAÇÕES NOS ESTADOS
Agora, Edson Fachin vai abrir a “temporada de pesca” aos peixes pequenos, ou seja, citados e identificados os políticos de alta estirpe – ou “peixes grandes” – as delações da Odebrecht serão entregues ao Ministério Público Federal, que vai acionar suas sedes nos 27 estados brasileiros, para investigar os citados de cada unidade da federação.
Com isso, muitos políticos regionais que ostentam a pose de honestos já começam a tirar o cavalinho da chuva, pois com Moro e Fachin no comando não haverá trégua nem perdão para ninguém. Uma vez citado nas delações, será ouvido, arguido e, se comprovadas as delações, devidamente encaminhados aos presídios, dando continuidade ao “limpa” nacional iniciado pela Operação Lava Jato.
Ou seja, estão abertas as portas do inferno justamente um ano e meio antes das eleições majoritárias, cancelando sonhos de muitos políticos que pretendiam se candidatar aos cargos mais importantes do Executivo e do Legislativo federal e estadual, mesmo à sombra das delações.
Por outro lado, quem realmente tem a “ficha limpa”, sabe que poderá concorrer às eleições sem a concorrência nefasta e cheia de vícios dos participantes do maior esquema de corrupção que já se teve notícia em terras brasileiras.
Os corruptos que insistirem em participar das eleições por meio das brechas e chicanas da legislação eleitoral, podem ter certeza que serão “fritos em gordura morna” tanto pelos eleitores quanto pelos adversários “limpos”, que não relutarão em utilizar as informações provenientes da Lava Jato para expor publicamente os “podres” de cada um deles, tornando-os presas fáceis nas eleições.
O certo é que, a partir de agora, a malha da rede diminuiu e não vai deixar passar nem peixe grande nem peixe pequeno.
TOCANTINS
No Tocantins os holofotes já giraram nas direções da senadora e ex-ministra Kátia Abreu e do deputado federal Lázaro Botelho, que tiveram seus nomes citados pela imprensa nacional como envolvidos nas delações da Odebrecht.
Ainda é cedo para fazer qualquer julgamento, mas há ainda a expectativa em relação ás delações da empreiteira Camargo Corrêa, que, assim como a Odebrecht, tem operações no Tocantins.
Segundo a imprensa nacional, há nomes de políticos de “praticamente todos os estados” no que é chamado de “segunda leva” da delação da Camargo Corrêa, mas, assim como na delação da Odebrecht, ainda não podemos condenar ou inocentar ninguém, muito menos fazer pré-julgamentos.
Mas é certo que aqui se faz e aqui se paga!
Eleito para o biênio 2017/2019, o novo defensor público-geral, Murilo da Costa Machado, foi empossado solenemente na manhã desta quinta-feira, 2
Por Cinthia Abreu
A solenidade aconteceu no auditório da sede da DPE-TO - Defensoria Pública do Estado do Tocantins, em Palmas, e contou com a presença de amigos e familiares do novo DPG - Defensor Público-Geral, Defensores Públicos, Servidores da DPE-TO e representantes do Poder Judiciário, Executivo e Legislativo.
A cerimônia teve início com apresentação de vídeo institucional, execução do Hino Nacional, interpretado pelo Coral Canto Nobre, e discursos do Defensor Público-Geral do biênio anterior, Marlon Costa Luz Amorim; do presidente da Associação dos Defensores Públicos do Estado do Tocantins, Neuton Jardim; do arcebispo de Palmas, Dom Pedro Brito; do governador Marcelo Miranda e do Defensor Público-Geral empossado, Murilo da Costa Machado.
Posse
Em um discurso repleto de emoção, Murilo Machado homenageou os familiares e relembrou de momentos difíceis da vida, que hoje são encarados como motivos de força para a superação e conquistas. “Meu pai teve uma dificuldade imensa para estudar, fez a 5ª série com 17 anos de idade, ia para a escola a cavalo, mas não abaixou a cabeça e se formou em Medicina e em Letras. A minha mãe, filha de retirantes, sempre priorizou a educação dos filhos com muita dignidade”, homenageou. Ele lembrou também da batalha pela vida de sua filha de dois anos, Esther, que já passou por cinco cirurgias. “Saiba que te amo muito e eu nunca disse não a você. Mesmo quando me disseram que você não era compatível com a vida, eu jamais abaixei a cabeça. E hoje, graças a Deus, você está viva”, disse, acrescentando a importância do companheirismo de sua esposa, Karinne.
Murilo Machado contou que se sente lisonjeado pela escolha de seu nome para candidato único à Defensor Público-Geral, mas reforçou a responsabilidade ante aos problemas no País e, consequentemente, no Estado. “Me torno um Defensor Público-Geral em momentos difíceis, de arrochos orçamentários frente à crise econômica de nosso País, e não diversamente de nosso querido estado do Tocantins. Com a mesma força, esperança e coragem que encarei e encaro os problemas de saúde de minha filha, também assumirei a responsabilidade a mim conferida pelos meus pares que me escolheram Defensor Público-Geral.
Ele destacou ainda sobre a importância de um olhar atento para crise do sistema penitenciário atualmente no País. “Pessoas estão sendo brutalmente mortas e o que estamos testemunhando é fruto de remetidas negligências do Estado brasileiro. O sistema penitenciário é apenas a ponta final de uma cadeia complexa, é preciso deixar de lado as velhas políticas de apenas ‘enxugar gelo’ ou prestar satisfações. Uma Defensoria Pública bem estruturada e organizada pode contribuir muito com políticas públicas de educação em direitos e prevenção de problemas”, disse. Para encerrar, o DPG citou o jurista Aires Brito - “Não se pode tratar a Defensoria como uma espécie de ‘Patinho Feio’, ela tem a mesma dignidade das outras instituições e está mais próxima do chamado humanismo constitucional, portanto é imperioso prestigiá-la.”
Mandato
Defensor-Público Geral por quatro anos, Marlon Costa Amorim proferiu um discurso leve, de agradecimento pelo período de gestão, homenageando aos pares, equipe de Servidores e familiares. “Resumo o meu sentimento na palavra gratidão. Pessoalmente saio muito maior que entrei nesta jornada. Entre erros e acertos, despeço-me com a consciência tranquila do dever cumprido. Temos a honra de estar na melhor Defensoria Pública do Estado do Tocantins, não apenas porque temos as melhoras instalações físicas e um parque tecnológico que é referência, mas sim porque temos Defensores Públicos e Servidores apaixonados pela causa, que exercem com plenitude a sua missão de ajudar a quem precisa.”
Governo
Neste mês de fevereiro, a Defensoria Pública do Tocantins comemora 10 anos de posse dos Defensores Públicos. O governador Marcelo Miranda falou sobre a importância da Instituição para a assistência da população mais vulnerável. “A Defensoria é essencial para se exercer o pleno exercício da cidadania. Parabenizo o Marlon pela condução da Defensoria nesses quatro anos e ao Murilo desejo sucesso à frente da Instituição nos próximos anos. Aos demais colegiados, continuem a ajudar os tocantinenses a garantir os seus direitos e deveres, em uma sociedade justa e saudável”, declarou o governador. Ao final da cerimônia, o Coral Canto Nobre interpretou as canções “Um Mundo Bem Melhor” (versão brasileira do clássico “We Are The World”) e “Brincar de Viver”, de Guilherme Arantes.
Mesa de Honra
A Mesa de Honra foi composta pelo defensor público, Marlon Costa Luz Amorim; pelo governador Marcelo Miranda, pela vice-governadora, Cláudia Lélis; pelo deputado Olyntho Neto (representando a Assembleia Legislativa do Tocantins), presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins, desembargador Eurípedes Lamonier; procurador-geral de Justiça, Clenan Renaut de Melo Pereira; vice-prefeita, Cinthia Ribeiro; arcebispo de Palmas, Dom Pedro Brito; presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Ângela Prudente; presidente do Tribunal de Contas do Tocantins, Manoel Pires dos Santos; presidente da Associação dos Defensores Públicos, Neuton Jardim; vice-presidente da OAB Seccional Tocantins, Lucélia Sabino; procurador-chefe da Procuradoria da República no Tocantins, Álvaro Lotufo Manzano; defensor público-chefe da Procuradoria da República no Tocantins, Wilton Resplande de Carvalho; e pelo Defensor Público-Geral do Tocantins, Murilo da Costa Machado.
Agenda
Ainda na tarde desta quinta-feira, 2, o novo Defensor Público-Geral cumpre agenda de posse aos novos diretores regionais da Defensoria Pública do Estado do Tocantins, a partir das 14 horas, no auditório da Instituição. Em seguida ele se reúne com os diretores e apresenta a equipe administrativa da DPE-TO. Na sexta-feira, 3, reúne-se com defensores públicos pela manhã, e à tarde tem reuniões com diretores regionais.
O ministro foi transferido para a turma de Teori para poder participar da escolha da relatoria do inquérito
Com Agência Estado
O ministro Edson Fachin é o novo relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal. O sorteio realizado na manhã desta quinta-feira distribuiu para ele o Inquérito 4112, principal da operação, e junto com ele, irão os demais processos que compõe a investigação.
O sorteio foi realizado eletronicamente. Fachin foi transferido para a segunda turma do STF, conforme publicação nesta quinta-feira no Diário Oficial, o que permitiu a ele participar da escolha.
Inicialmente, a definição feita pelo mesmo sistema usado para distribuição dos processos entre os ministros, ocorreria nesta quarta-feira, mas, o processo teve de ser adiado justamente para permitir a tranferência de Fachin para a segunda turma.
A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, optou por sortear o inquérito da Lava-Jato entre os integrantes da segunda turma, grupo do qual fazia parte o ministro Teori Zavascki, antigo relator, que morreu em um desastre aéreo. Além de Fachin, participaram Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski.
Nos bastidores, Fachin era o nome preferido pelo Ministério Público.
Quebra de sigilo
Como novo relator, Fachin ficará com a responsabilidade sobre decisões como o fim do sigilo das delações premiadas. A ministra Cármen Lúcia homologou as colaborações dos 77 delatores da Odebrecht no último dia de plantão judiciário, mas manteve o segredo dos processo. Isso porque não houve pedido oficial do Ministério Público no documento que pediu urgência nas homologações.
Caberá ainda ao novo relator decidir sobre outras medidas judiciais, como pedidos de prisão e diligências. Fachin também terá o poder de acatar ou não o recebimento de novos pedidos de investigação contra políticos que devem ser feitos pela Procuradoria-Geral da República com base nas delações dos ex-executivos da Odebrecth.
Nome de consenso
No Tribunal, Fachin era um dos mais próximos a Teori Zavascki e não escondeu emoção no enterro do colega. Ele fazia parte da 1ª Turma do STF, mas pediu para migrar para o outro colegiado após a morte de Teori Zavascki.
O ministro é hoje considerado um nome de consenso internamente para herdar a Lava-Jato, pois é tido como um magistrado discreto.
Antes de Fachin ser indicado ao Supremo, no entanto, os ministros da Corte fizeram uma articulação interna para evitar que o último ministro nomeado por Dilma Rousseff assumisse uma cadeira na Turma da Lava-Jato. Há menos de dois anos, em março de 2015, Dias Toffoli migrou da 1ª para a 2ª Turma para que o novo indicado à Corte não ficasse com o ônus de julgar a Lava-Jato. O indicado foi Fachin. Agora, o gesto de Fachin foi visto como uma gentileza ao futuro indicado à Corte.
O nome de Fachin foi cotado para o STF já na época do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas só foi consolidado na última indicação de Dilma. Em meio a turbulências políticas no governo da petista, Fachin enfrentou dura resistência no Senado e uma longa sabatina. Era considerado um nome ligado a movimentos sociais. Ao chegar ao Tribunal, no entanto, decepcionou advogados de Dilma Rousseff ao proferir um voto considerado muito rigoroso na sessão que definiu o rito do julgamento do impeachment da então presidente. (Com Agência Estado)