Por Edson Rodrigues

Os dias de desgoverno do PT acabaram.  As urnas mostraram que o povo deixou de ser controlado pelos programas sociais e pela falácia de Lula, Dilma e Cia. Ltda.  O partido amargou uma derrota fragorosa na urnas e perdeu toda sua força e toda a sua pujança junto aos eleitores, que defenestraram os que tiveram coragem de se candidatar pelo partido nas eleições municipais.  Mais que isso, todos aqueles que tiveram a coragem de ter o PT em suas coligações também foram rigorosamente ignorados.

Mas, mesmo com a quebra desse cordão umbilical que unia os eleitores ao PT, o Brasil ainda vai viver muito tempo sob os efeitos desses quase 16 anos em que a legenda esteve à frente das contas e, principalmente, da Saúde pública.

A crise dos estados em relação à folha de pagamento é o sinal mais claro.  Os estados dizem não ter caixa para pagamento do 13º salário e vêm criando alternativas das mais mirabolantes para conseguir arcar com essa carga.

Os Estados evitam admitir oficialmente que não há caixa para pagar o benefício, mas pelo menos sete de 24 unidades da Federação consultadas pela reportagem reconhecem que não há definição de como e quando o 13.º será depositado na conta de 2 milhões de servidores.

Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas, Bahia, Distrito Federal, Sergipe e Roraima não teriam, hoje, os recursos para honrar o compromisso, segundo os secretários de Fazenda. Alguns deles não conseguirão fazer o pagamento mesmo com a ajuda esperada do governo federal. Além do socorro do Tesouro, eles contam com a recuperação, mesmo que mínima, da economia – o que contribuiria para o aumento da arrecadação.

Antes de se preocupar com o pagamento do salário adicional, muitos Estados ainda precisam se empenhar para dar conta do contracheque dos próximos meses. A situação é tão delicada que um dia é vivido de cada vez, e o fim do ano ainda é questão de longo prazo. “Não temos nada definido sobre o pagamento do 13.º. Há um longo caminho ainda até o dia 20 de dezembro (prazo para o depósito). Não podemos garantir nada”, disse o secretário estadual de Fazenda do Rio Grande do Sul, Giovani Feltes.

Quem já paga o 13.º salário no aniversário do servidor, alternativa que vem sendo utilizada para diluir o impacto ao longo do ano, está com o caixa menos pressionado. Os governadores devem se reunir na próxima semana com o presidente Michel Temer em busca de definição. Eles querem um socorro de até R$ 8 bilhões, em uma linha emergencial de financiamento. Temer, porém, sinalizou que qualquer ajuda só deve vir do programa de repatriação de recursos do exterior.

O Rio, que tem uma das situações mais difíceis e quer ajuda da União, oficialmente diz que está estudando alternativas. Mas fontes do governo fluminense afirmam que não há recursos suficientes para quitar sequer a folha de outubro, mesmo se o governo não pagasse mais nada fora despesa de pessoal. Caso o governo atrase o 13.º, cerca de 470 mil servidores ativos, inativos e pensionistas poderiam ser afetados.

O quadro atual do funcionalismo, contaminado pelo corporativismo dos sindicalistas da categoria, revela a urgência de se iniciar uma discussão séria sobre os privilégios dos servidores e a melhoria da gestão pública no País – e isso vale para o Executivo e também para o Legislativo e o Judiciário, onde a autonomia administrativa funciona como uma espécie de salvo-conduto para a distribuição de benesses para si próprios e os funcionários dos dois poderes.

Da regulamentação da Lei de Greve no setor público, prevista na Constituição e até agora não realizada, à redução dos cargos em comissão, para diminuir a interferência política na administração e a nomeação de funcionários sem conhecimento das áreas em que vão atuar; da limitação da estabilidade no emprego, para enfrentar a acomodação, à revisão das aposentadorias dos servidores, não faltam propostas para enfrentar o problema. O que falta é vontade política de levar adiante a missão. “A nossa administração ainda se baseia em princípios atrasados”, afirma o advogado Almir Pazzianotto, ex-ministro do Trabalho e ex-presidente do TST. “Essa falta de agilidade, decorrente da estabilidade indiscriminada, não dá ao Estado condições de exercer uma gestão eficiente, porque o serviço público, envelhece, fica embolorado, as pessoas adquirem vícios.”

Segundo ele, uma das prioridades deve ser a regulamentação da Lei de Greve. Pazzianotto afirma que é contrário às greves do funcionalismo, por não ser “compatível” com a natureza do serviço público, de servir à população. Para ele, a Polícia Federal, o setor de saúde e o Judiciário, por exemplo, não poderiam ter o direito de fazer greve. “A greve no serviço público afeta quase exclusivamente as classes pobres. O rico não vai ao Sistema Único de Saúde (SUS). Na área escolar, também, há greves de dois, três meses. Eu não lembro de uma greve em colégios particulares como o Dante Alighieri, o Vértice, o Porto Seguro, o Bandeirantes (todas escolas de São Paulo). Não acontece. Não há registro histórico.”

 

O PESO DO FUNCIONALISMO

Apesar de ser favorável à regulamentação da Lei de Greve, para evitar os abusos, ele parece cético em relação ao encaminhamento da medida. “Uma das dificuldades para regulamentar a Lei de Greve é que a iniciativa tem de ser do presidente da República, como tudo o que diz respeito ao servidor público – e ele não quer ter o desgaste de uma regulamentação dessa natureza”, afirma Pazzianotto. “Ele acha que perde mas do que ganha. Eu acho que ganha mais do que perde, porque o grevismo não é uma característica dos servidores públicos, mas de uma minoria aboletada em entidades sindicais e que, na condição de dirigente sindical, não precisa trabalhar.”

 

A JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE

 

Enquanto a herança maldita do PT continua assolando governos estaduais, um outro gargalo, visceralmente ligado à má gestão, vem tornando governos estaduais reféns da Justiça e da falta de fundos.

Sem uma boa gestão, não há controle financeiro.  Sem controle financeiro, não há assertividade de gastos, muito menos prioridade.  Saúde e Educação sempre foram – ou eram para ser – prioridades para os governos.  Mas, quando não há recursos, prioridades deixam de ser prioridades e o pagamento das contas possíveis passa a ser a grande preocupação.

Mas, e quando os governos não têm como pagar nem um nem outro?  Nem prioridades nem contas?  E quando as empresas chanceladas pelo poder público, no caso, os planos de Saúde, deixam de arcar com suas responsabilidades assumidas junto aos consumidores, que pagam valores vultosos para ter direito a benefícios que, a priori, seriam da alçada do governo?

 A Justiça tornou-se uma das vias, quase naturais, para resolver problemas de acesso a são dirigidas a dois endereços: empresas de planos de saúde e SUS. As tutelas aos planos medicamentos, próteses e vagas para internação no SUS e hospitais privados. As demandas judiciais privados de saúde não são inesperadas e têm sido interpretadas como estratégia de defesa de usuários contra a mesquinharia das empresas que os comercializam. Mas a aceitação e a legitimação da intervenção dos magistrados em assuntos do SUS tiveram um trajeto acidentado e ainda suscitam tensões. A ingerência direta e frequente de instituições e pessoas situadas fora das linhas de comandos habituais dos serviços de saúde perturba rotinas de trabalho, baseadas no atendimento similar a todos que se encontrem na mesma situação, e não pela prioridade imposta de fora. Por outro lado, defender a Constituição não é uma provocação e as ações judiciais para garantir o direito à saúde não passaram para a história como rolezinhos de juízes imaturos.

Nos últimos anos, as razões do Poder Judiciário e as das instituições que administram o SUS sobre as garantias assistenciais foram expostas e debatidas. Os aspectos mais polêmicos dos processos judiciais eram as imposições ao SUS para pagar medicamentos muito caros, até mesmo os com eficácia questionável, para doenças crônicas como cânceres, hepatites, diabetes e tratamentos onerosos ou controvertidos para casos situados nas fronteiras dos problemas estéticos, reprodutivos e sexuais. Ambos os lados se mexeram um pouco: o Judiciário organizou fóruns judiciais com especialistas da saúde pública para orientar as decisões dos magistrados, e o Ministério da Saúde formulou e aprovou uma legislação que procura ordenar mais efetivamente a incorporação de tecnologias no SUS. Esse ponto de acomodação responde às controvérsias sobre o Poder Judiciário ser visto como uma porta de entrada inadequada para a disseminação de tecnologias não testadas devidamente ou cujas indicações específicas não tenham sido observadas por quem as prescreveu.

A judicialização da saúde veio para ficar. Poderá consolidar-se apenas como um estuário para as insatisfações, aprimorando os critérios técnicos de suas decisões, ou estender sua força para a abertura de um processo de compreensão e operacionalização da saúde como um direito expansivo. A indeterminação do direito à saúde requer a criação de uma arena pública na qual os poderes Executivo e Legislativo sejam interpelados por entidades da sociedade civil que procuram completar o sentido de proposições ainda incipientes, como as voltadas ao desenvolvimento industrial e cientifico do setor, e explicitar e se opor a normas legais contrárias ao SUS. Cabe aos órgãos públicos indicar de modo transparente e compreensível as reais possibilidades de atendimento de necessidades básicas de saúde. A atual legislação autoriza e materializa o desvio de receitas do SUS, como o não pagamento do ressarcimento e outros subsídios públicos, e torna letra morta as diretrizes para a organização de uma rede de serviços suficiente e adequada ao cumprimento dos preceitos constitucionais.

Como as ações judiciais na saúde não buscam o pagamento pecuniário de danos, e sim uma solução administrativa para o atendimento de agravos e doenças, a marca da presença do Judiciário no SUS, não é a punição. Magistrados podem, no máximo, mandar prender quem não cumpre suas sentenças e alegar que as verbas para propaganda (não voltada a informações sobre saúde) do ministério e secretarias de Saúde podem ser arrestadas para o pagamento de internações e medicamentos.  Mas, no fim, quem acaba sofrendo, em primeiro plano, é o cidadão. Mas, no macro universo, sofrem todos.  Do cidadão ao governante.

No nosso ponto de vista, é tão direito do funcionalismo entrar em greve quanto é direito da Justiça de lugar a legalidade ou não dessa greve.  Mas é dever, tanto de um quanto do outro, de adequar o cumprimento do que foi determinado em Lei com as condições de quem deve pagar.

Se o Estado do Tocantins só pode pagar o funcionalismo a partir do dia 11 de cada mês, ou seja, após a entrada dos recursos do FPE nos cofres públicos, de nada adianta obrigar o pagamento dos vencimentos antes dessa data.  Ou seja, se é obrigação pagar, que seja obrigação pagar a partir do momento em que se tenha condições de pagar.

Pobre do País que, mesmo após um doloroso e moroso processo de impeachment, em que sua democracia é colocada à prova, ainda tem que sofrer com os fantasmas do passado e, pior, fantasmas que ainda matam, como é o caso da judicialização da saúde.

Que Deus nos ajude!!

Posted On Segunda, 10 Outubro 2016 06:31 Escrito por

Criação de um mercado comum do Brasil Central foi a principal pauta do 5º Fórum de Governadores do Brasil Central, que ocorreu na manhã desta sexta-feira, 7, em Porto Velho, Rondônia  

Por Cláudio Paixão A criação de um mercado comum do Brasil Central foi a principal pauta do 5º Fórum de Governadores do Brasil Central, que ocorreu na manhã desta sexta-feira, 7, em Porto Velho, Rondônia. Também foram abordados alguns projetos do grupo e os avanços que os estados membros já conseguiram desde a criação do Fórum, em julho de 2015. Para o governador Marcelo Miranda, a iniciativa que alinha as políticas tributárias entre os estados que formam o Brasil Central é muito importante para o desenvolvimento econômico da região. "Estou cada vez mais otimista com o Brasil Central. Vejo, nessa iniciativa, uma grande possibilidade de desenvolvimento regional, que envolve todos os estados que compõem o grupo", avaliou. Em sua fase inicial, o projeto prevê análise da balança comercial de todos os estados consorciados, relacionando entradas e saídas de mercadorias. O próximo passo será estabelecer equivalências e viabilidades econômicas e tributárias. Formam o grupo os estados do Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Goiás e Maranhão, além do Distrito Federal. "Em um prazo de seis meses, com uma consultoria especializada, definiremos produtos de interesses comuns dos estados e que possam ter suas alíquotas reduzidas. Na sequência, a proposta será encaminhada para as Assembleias Legislativas. Também vamos identificar o que um pode vender para o outro para abastecer os nossos mercados", explicou o presidente do Fórum de Governadores do Brasil Central, o governador de Goiás, Marconi Perillo. O governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja Silva, destacou o trabalho regional fomentado entre os estados membros do Brasil Central. "A lógica é discutir modelos integrados de atuação dos governos estaduais. Estamos levantando as potencialidades dos estados para que cada um compartilhe com os outros o que tem de melhor", pontuou. O anfitrião dessa edição do Fórum, o governador de Rondônia, Confúcio Moura, ressaltou os avanços que já foram alcançados. "Estamos trabalhando com transferência de tecnologia entre os estados envolvidos. Avanços educacionais estão sendo compartilhados, temos as ações de segurança pública integrada que já estão sendo realizadas. Conseguimos também a redução dos juros do FCO [Fundos Constitucionais de Financiamento do Centro-Oeste]  e do FNO [Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte]", afirmou. Câmaras Nessa edição, foi feita uma apresentação das principais transações de mercadorias de Rondônia com as demais unidades da Federação e as potencialidades de expansão do comércio comum entre os estados do Brasil Central. Representando a Agenda Brasil Futuro/EloGroup, Mariana Amaral apresentou um modelo para seleção de servidores comissionados, cujo projeto-piloto está sendo desenvolvido em Rondônia. "Criamos um modelo transparente para o processo de seleção e que pode ser adequado por todos os estados", explicou. As resoluções da reunião da Câmara de Turismo que ocorreram na quinta-feira, 6,  e também foram apresentadas durante o encontro desta sexta. De acordo com o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura do Tocantins, Alexandro de Castro Silva, já foram definidas três pautas iniciais. "Aprovamos as nossas primeiras medidas, entre as quais, a criação de um grupo de trabalho para identificar a estruturação e a forma que a Câmara deve trabalhar em conjunto com seus estados; um levantamento para definição dos principais projetos de turismo integrado de todas as regiões; e a solicitação de reunião com o Sebrae Nacional para tratar de projetos no setor de turismo, que eles já estão desenvolvendo para o Brasil Central", disse. No setor de saúde, foi apresentada a sistemática de combate ao mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika, o Aedes aegypt, desenvolvida no Estado de Goiás. Alguns temas da Câmara de Educação, que se pautou basicamente na Medida Provisória n° 746, que entre outras propostas prevê a implantação do ensino médio integrado, foram destacados durante o encontro de governadores. “Temos que discutir esse tema com muita responsabilidade, uma vez que se trata de um setor decisivo para a formação de nossos jovens. O Tocantins, com certeza, dará uma grande contribuição”, disse o governador Marcelo Miranda. O presidente executivo do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Claudio Gastal, apresentou algumas das ações desenvolvidas pela entidade e estendeu convite para os governadores do Brasil Central. "Além da reforma de Estado estrutural, temos ampliado o nosso trabalho no campo da gestão pública. Aproveito para convidar o Brasil Central para ser membro titular do MBC". Os governadores aceitaram o convite e definiram que, posteriormente, será feita a formalização da integração.

Posted On Domingo, 09 Outubro 2016 09:20 Escrito por

Nestas eleições os partidos políticos tocantinenses construíram seus pilares com a vitória de seus “pilares” para os executivos e legislativos municipais.  A questão é quem nem todos esses pilares estão com suas bases fixadas em terreno sólido.  E isso é admitido por muitos dirigentes partidários.

 

Por Edson Rodrigues

 

Esses vitoriosos sabem que vão receber, a partir de primeiro de janeiro de 2017, tanto os eleitos para o Executivo quanto para o Legislativo, nos 139 municípios, uma “herança maldita”, com maquinário sucateado, endividamento com fornecedores e prestadores de serviço, obras conveniadas paralisadas, postos de saúde desabastecidos, salários de servidores atrasados ou em greve, prefeituras inadimplentes com as prestações de contas, verbas de convênios na Educação e na Saúde bloqueadas, talões de cheques bloqueados, estradas vicinais em péssimas condições de tráfego, transporte escolar deficitário, escolas caindo aos pedaços e folha de pagamento inchada.

Isso sem falar que os repasses do FPM e do ICMS continuam em queda livre e que todos os que participaram da campanha que os elegeu, querendo seus quinhões de cargos para esposas, filhos, irmãos e tudo e qualquer tipo parente.

Enfim, um verdadeiro cenário de guerra nos 139 municípios tocantinenses, pois toda vitória tem seu preço e, às vezes, transforma-se em uma dívida difícil de ser paga. Isso é só o começo do “baile do poder”, em que o arrocho é o ritmo da vez.

Uma espécie de leite que já vem azedo, que não dá pra fazer queijo, requeijão nem coalhado. Tem que ser degustado azedo, mesmo, e goela abaixo, sem reclamar.  Uma receita que deixará de 70 a 80% dos prefeitos eleitos, principalmente os iniciantes, “com a língua arrastando no chão”. 

 

Quem poderá salvá-los?

Pois bem, senhores padrinhos e madrinhas políticos desses eleitos, vocês, que no linguajar típico do Norte “pariram as crias”, têm que se esmerar para cuidar de cada uma delas, pois elas correm o risco de serem “adotadas” por outros padrinhos que os salvem em momentos de aperto e, como diz a sabedoria popular, “pai é quem cria e não quem faz”.

Por esses e outros motivos, ainda é cedo para dizer que este ou aquele partido político tem uma boa base, uma base sólida, com tantos prefeitos e tantos vereadores para a disputa eleitoral de 2018, valendo, inclusive, para senadores, deputados federais e estaduais e governador.

Lembrando, ainda, que essa situação tem outra variante, que é a popularidade, o desempenho de cada um dentro dos 139 municípios, senão, de nada vale ser apenas um número nessa base eleitoral, pois é preciso estar de bem com o povo.  Em um estado em que 92% dos municípios dependem única e exclusivamente do FPM, chegar em meio de mandato de bem com o povo vai exigir muita seriedade, compromisso e maleabilidade dos gestores e legisladores.

Até 2018, os eleitos em 2016 terão que se adequar ao que clama a voz das ruas, a voz do povo, que os elegeu com a esperança de mudança.  São pais, mães e filhos desesperados e desempregados, lidando com uma classe política em total descrédito, mas com um fio de esperança que os fez escolher os que apresentaram chances de mudança de atitude e de filosofia no trato com o erário público.

A mensagem das urnas deste ano de 2016 acendeu a luz amarela para os políticos tradicionais, pois mostraram de forma clara que o povo está muito mais esclarecido que antes e que, caso não se adequem à essa nova realidade, muitos políticos serão esquecidos pelos eleitores já nas próximas eleições.

Ainda há tempo para mudar, para se adequar.  Mas os políticos que pretendem sobreviver em 2018 têm que mostra inteligência e competência.

Quem terá capacidade para sobreviver em 2018?

Está lançado o desafio.

 

Posted On Sexta, 07 Outubro 2016 06:44 Escrito por

Ao manter a porta da cadeia aberta para os réus condenados na primeira e na segunda instância do Judiciário, o Supremo Tribunal Federal estreitou o horizonte de ex-poderosos como Lula. Submetido aos rigores jurisdicionais de Sérgio Moro, o morubixaba do PT será recolhido a um presídio se eventual sentença condenatória do juiz da Lava Jato for confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Nessa hipótese, mesmo que recorra aos tribunais de Brasília, o ex-presidente da República terá de aguardar atrás das grades o desfecho da apelação.

A presença de Lula no caldeirã da Lava Jato dá uma ideia do caráter histórico da decisão tomada pelo Supremo nesta quarta-feira, 5 de outubro de 2016. Em fevereiro, por um placar de 7 a 4, os ministros da Corte Suprema haviam decidido que pessoas condenadas na segunda instância deveriam cumprir pena imediatamente, sem prejuízo dos recursos. A OAB e o obscuro Partido Ecológico Nacional recorreram. A turma da Lava Jato esfregou as mãos.

Há dois anos e meio, quando a Lava Jato foi deflagrada, os membros da coligação que une a política à plutocracia imaginaram que o engavetamento da operação era uma questão de tempo. Deram-se mal. Os poderosos tornaram-se impotentes. A carceragem de Curitiba solidificou-se como um cemitério da impunidade. Até aqui, fracassaram todas as emboscadas concebidas com o propósito de “estancar a sangria”. A tentativa de inverter no Supremo o placar de fevereiro foi o penúltimo malogro.

 

FIM DO “CRIME PERFEITO”

A Operação Janus, da Polícia Federal, que rendeu ao ex-presidente Lula seu terceiro indiciamento por corrupção, desmantelou o que era considerado “o crime perfeito”: o financiamento bilionário de obras no exterior com recursos que o BNDES sacava do Tesouro Nacional. O “crime perfeito” dispensava licitação e também autorização legislativa, e blindava o financiamento da fiscalização dos órgãos de controle.

A PREDILETA

Desde 2005, cresceram cerca de 1.200% os financiamentos do BNDES para empreiteiras brasileiras no exterior, principalmente a Odebrecht.

NA CONTA DO CONTRIBUINTE

Entre 2007 e 2014, governos Lula e Dilma, o BNDES bancou US$3,3 bilhões para empresas brasileiras (e Odebrecht, claro) em Angola.

SEMPRE ELA

A empreiteira Odebrecht faturou 26 dos 48 projetos de infraestrutura na América Latina até 2012. Apenas em Angola tinha 35 grandes obras.

 

LULA AVALIA USAR O PT PARA ‘PROTEÇÃO’ INTERNACIONAL

Réu em três processos de corrupção, cada um mais grave que o outro, o ex-presidente Lula agora avalia a proposta, que lhe foi reapresentada há dias, durante reunião de sua facção Construindo Novo Brasil (CNB), para assumir a presidência do PT. A alegação é que o PT é filiado à Internacional Socialista e nenhum presidente de partido filiado foi preso em 40 anos de existência dessa entidade. Lula ainda reluta.

 

AINDA VAI RENDER

A Camargo Corrêa tinha sete projetos financiados pelo BNDES em Angola... até a Lava Jato. A Andrade Gutierrez, 13 e a Queiroz Galvão, 18. A Odebrecht, para variar, a favorita do petismo, tinha 35 obras.

 

“SAQUES EM ESPÉCIE” PARA SOBRINHO DE LULA

Em depoimento à Polícia Federal no dia 17 de agosto, Flávia de Oliveira Barbosa, secretária de Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho do ex-presidente Lula, declarou que foi instruída a realizar saques em dinheiro vivo.  “Taiguara pedia com frequência para a declarante sacar dinheiro no caixa”, disse Oliveira Barbosa. “Quase todo dia a declarante ia à boca do caixa para sacar de R$ 1.000 a R$ 1.500. Que além disso, ia uma vez por semana sacar por volta de R$ 5.000,00. Que quando sacava valores mais altos, a pedido de Taiguara, ia acompanhada de José Emmanuel. Que sabe que sacava eventualmente valores altos para Taiguara, mas não se recorda de valores específicos”, afirmou.

A secretária trabalhou com Taiguara por cerca de quatro anos. Durante esse período, ela acompanhou de perto os negócios suspeitos e o enriquecimento extraordinário do sobrinho do ex-presidente. Segundo Oliveira Barbosa, Taiguara costumava comprar carrões em nome da sua empresa, que recebia dinheiro da Odebrecht. “Taiguara tinha um veículo Land Rover, cujas prestações eram pagas pela Exergia Brasil. Que Taiguara comprou para José Emmanuel (seu sócio) um veículo PT Cruiser, cujas prestações também eram quitadas pela Exergia Brasil. Que além disso Taiguara comprou para si uma BMW e uma GLK, veículo importado. Que Taiguara ainda comprou um Jeep Compass para sua ex-mulher. Que as prestações de todos esses veículos eram pagas com dinheiro da Exergia Brasil. Que Taiguara também comprou um Fiat Uno para o irmão”, disse a secretária.

Taiguara, que mantinha fotos de Lula fixadas na parede de sua empresa e enviava presentes de aniversário para o ex-presidente, também era generoso com o filho mais velho do petista. Em meados de 2014, Taiguara bancou as passagens aéreas de uma viagem para Cuba, feita junto com Fábio Luis, conhecido como Lulinha, e seu sócio Fernando Bittar, proprietário no papel do sítio em Atibaia, interior de São Paulo, frequentado por Lula e investigado na Operação Lava-Jato. Durante essa expedição, o sobrinho do ex-presidente também alugou uma Mercedes-Benz para Lulinha e Bittar andarem para cima e para baixo na ilha. Segundo o sócio de Taiguara, José Emmanuel, a excursão tinha como intuito prospectar novos negócios em Cuba.

A vida de luxo de Taiguara chamava a atenção da sua secretária. Segundo Oliveira Barbosa, o sobrinho de Lula, que costumava comprar com “frequência relógios de marca”, fez “reformas de luxo” tanto em seu escritório como em sua cobertura com “piscina e jardim”. O jovem empresário também costumava viajar com frequência, hospedando-se em resort com diárias de mais de 1 000 reais em Porto de Galinhas, em Pernambuco. “Se recorda de um episódio no qual Taiguara comprou um quadro de São Jorge no valor aproximado de R$ 5.000,00”, disse a secretária à PF. “Todo o dinheiro que financiava esses gastos eram provenientes de remessas que vinham de Angola”, afirmou ela, referindo-se aos contratos assinados entre Taiguara e a Odebrecht que renderam 3,5 milhões de reais para o sobrinho de Lula. “Vinha a remessa de valores de Angola, em dólares, e após cerca de dois dias a quantia era disponibilizada na conta da Exergia Brasil”.

O fluxo de dinheiro da Odebrecht que enchia os bolsos de Taiguara foi interrompido após a revista Veja revelar em fevereiro de 2015 que o sobrinho de Lula teve um enriquecimento meteórico no mesmo ano em que a Odebrecht recebeu um empréstimo do BNDES para construir a hidrelétrica de Cambambe, em Angola. “Taiguara disse que a reportagem da revista inviabilizou os negócios da Exergia Brasil”, afirmou a secretária. “No final, não havia dinheiro sequer para pagar funcionários”, disse Oliveira Barbosa, que move uma ação trabalhista contra Taiguara.

Posted On Sexta, 07 Outubro 2016 06:37 Escrito por

As eleições municipais de domingo passado abriram uma série de janelas a respeito da política nacional.  Enquanto o PT vê sua sigla desabar e sua força política ruir junto com seus próceres, PSDB e PMDB ganham força, aumentando o números de quadros eleitos prefeitos e vereadores em todos os estados do Brasil.

 

Por Edson Rodrigues

O recado das urnas foi bem claro: os políticos de carreira e os tradicionais estão com seus dias contados.  Até um catador de recicláveis que disputou sua primeira eleição a vereador, na cidade de Assis, SP, obteve mais votos que nomes conhecidos que disputaram o pleito em muitas cidades brasileiras.

Nem o REDE, partido da tão badalada Marina Silva, que apareceu como a esperança de uma terceira via, conseguiu emplacar, com uma votação pífia em todos os estados.  As participações de Marina no governo do PT e as investigações sobre Eduardo Cunha, ligado à casos de corrupção acabaram por contaminar o partido e o povo, que está com verdadeira aversão a corruptos, optou por não se arriscar.  Membros do alto escalão do partido publicaram carta de desfiliação com pesadas críticas à Marina, que preferiu não se manifestar sobre a debandada.

A corrupção, aliás, está no cerne do debate, com a ministra Cármem Lúcia do STF, acenando com a iminente marcação da data do julgamento do presidente do Senado, Renan Calheiros, envolvido até o pescoço, por delações premiadas variadas, nos crimes investigados pela Operação Lava Jato.

Enquanto isso, no Palácio do Planalto, o governo de Michel Temer embarcou de vez na onda do “corte na própria carne”, como que para dar exemplo, e deve reduzir o salário inicial dos servidores da União.  Ou seja, quem for contratado a partir de agora, deve iniciar ganhando menos que em tempos anteriores.

Essa ação do governo brasileiro, aliada à medidas de enxugamento já tomadas, nortearam uma declaração do Fundo Monetário Internacional, FMI, em que aponta indícios de que a economia do Brasil está “em fase de recuperação”, apontando um lento, mas constante crescimento do PIB, o que, segundo o órgão internacional, é o primeiro passo para sair da recessão.

TOCANTINS

O caldeirão da sucessão estadual, no Tocantins, já dá sinais de esfriamento, estando em fogo de brando a médio.

Em sua primeira entrevista como prefeito reeleito de Palmas, com uma vitória estrondosa, Carlos Amastha fez questão de fechar as portas – da frente e dos fundos – e as janelas do seu governo, para evitar a entrada de qualquer membro do lado dos derrotados, sem que tenha sido convidado, principalmente pessoas como os senadores Kátia Abreu e Vicentinho Alves, os oito deputados federais do Tocantins e 22 dos deputados estaduais, aos quais Amastha não mediu palavras “elogiosas” para se referir como “coisas ruins para o Estado” e “não dignos dos salários que recebem”.

Amastha foi taxativo ao afirmar que, em 2018 trará novos nomes para disputar cargos eletivos: “serão novas alternativas para a sociedade, para mudarmos o quadro atual, de pessoas que nada produzem”, afirmou.

Apesar das palavras duras, não houve um senador, um deputado federal ou estadual que abrisse o bico pra se defender ou para rebater as declarações do prefeito reeleito da Capital.

Com essas declarações, Amastha demarcou definitivamente seu território e, pelo fato de não ter, em nenhum momento, mirado sua metralhadora ao governador Marcelo Miranda, deixou uma porta aberta para que possa vira a ter algum tipo de convivência pacífica com o governador, ou seja, uma possibilidade de aliança num futuro não muito distante, mas, claro, se o governo do estado conseguir recuperar a sua imagem junto à opinião pública. Para isso, Marcelo terá que tomar medidas enérgicas, ainda este mês, para sanar os sangramentos por que o Estado vem passando. 

Mas um fato nos chama a atenção: Amastha bateu na cara, nos rins e no fígado dos políticos que se postaram na oposição à sua candidatura à reeleição, entre eles a senadora Kátia Abreu seu filho, deputado Irajá Abreu.  Ambos autores de ataques guturais ao governador Marcelo Miranda durante a campanha sucessória municipal e que, após “apanharem” de Amastha em sua primeira entrevista, reverberaram os ataques ao governador ao invés de desdizer o prefeito reeleito.  Marcelo foi escolhido por eles para ser o “Judas” no sábado de aleluia e o Cristo na quinta-feira santa (os dois papéis ao mesmo tempo, dada a voracidade dos ataques verbais) e foi vítima de um “espancamento” ideológico, em que até seu impeachment foi pedido pela oposição.

Vale ressaltar que os ataque à Marcelo Miranda foram oportunistas e calculados, uma vez que o governador enfrenta uma batalha árdua para recolocar as contas do Estado no azul.  Inclusive, não subiu em palanque qualquer ou colocou a máquina estatal á serviço de nenhuma candidatura.  Escolheu, sabiamente, continuar cuidando do Estado ao invés de mergulhar na sucessão municipal como cabo eleitoral.

Marcelo também foi sábio ao não se manifestar acerca dos ataques que recebeu durante e depois do pleito, pois sabe que não precisa de mais desgastes desnecessários em seu governo.

Pois bem.  Esses mesmos que tanto bateram em Marcelo Miranda, nunca tiveram coragem de bater de frente com Amastha, e devem ser alijados do projeto do prefeito de Palmas de conscientização da sociedade palmense da necessidade de mudanças na política e nos seus representantes em 2018, em que defenderá a mudança total dos senadores e deputados federais, além da imensa maioria dos deputados estaduais.

Para isso Amastha já mostrou que escolheu o senador Ataídes para fazer a ponte entre ele e o governo de Michel Temer e seus ministros.  O PSDB é forte nacionalmente e o senador Ataídes Oliveira faz parte da cúpula da legenda e tem um relacionamento amistoso com o governo Federal.

 

Para qualquer lado que se olhe, os políticos do Tocantins só vêem a figura de Carlos Amastha. E a figura emblemática do prefeito reeleito de Palmas pode trazer consigo uma nova mentalidade política, e resultar numa reformulação geral dos representantes eleitos para a Câmara Federal e para a Assembleia Legislativa em 2018.

É bom que se cuidem!!!

Posted On Quinta, 06 Outubro 2016 06:16 Escrito por
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