O empresário Wenceslau Leobas, Vencim como era conhecido, sofreu covardemente um atentado em janeiro deste ano. Vencim, com 77 anos, veio a falecer em fevereiro. Desde então a polícia investiga o caso e o Ministério Público investigam o caso. A família clama por justiça e a sociedade espera o desfecho de um crime que chocou a população portuense.

 

Da Redação

Diante dos fatos, o Estado tem a obrigação de descobrir com segurança o mandante do assassinato do seu Vencim primando a busca do princípio constitucional na pré-junção da inocência, segurança, exatidão e clareza do crime, e a sociedade manter o equilíbrio entre a acusação e defesa.
Ao poder público a celeridade para que a população e familiares possam sentir segurança e credibilidade nas autoridades governamentais e judiciária do Estado. Esse crime bárbaro tem que apresentar o culpado  sentado na mesa dos réus, que seja julgado pela justiça e sociedade, que vá a júri popular. A sociedade aguarda aflita e esperançosa que esse fato seja solucionado.
MPE acusa Duda Pereira de ser o mandante do assassinato de Vencim Leobas Após seis meses de investigações sigilosas, o Ministério Público Estadual, apresentou ao juiz, Márcio Barcelos a ação penal onde acusa o presidente do Sindiposto, Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, o Duda, como mandante da execução de Wenceslau Gomes Leobas de França Antunes. Em entrevista ao O Paralelo 13, um dos promotores, que assinam a denúncia, Abel Andrade Leal Júnior, afirmou que todos os indícios comprovam que o empresário mandou executar Vencim Leobas. “Por mais que o Duda negue que não tinha problemas pessoais com a vítima, o que o motivou a cometer o crime foram divergências de interesses. O empresário, que também era dono de posto, vendia combustíveis a um valor reduzido, se comparado aos demais, e isso incomodava o presidente do Sindiposto”, disse. O Promotor explicou ainda que testemunhos cruciais, segundo ele não só da filha da vítima, mas de empresário e da namorada do Vencim mostram que ele vinha sofrendo ameaças abusivas para que padronizasse o valor com os demais postos. Segundo o promotor, Vencim vendia a um preço menor, e mesmo assim obtinha os lucros. O outro empresário, que também é dono de posto e testemunha no processo, sofreu ameaças pelo mesmo motivo. “Hoje o município de Porto Nacional vende a gasolina de valor mais barato no Estado, abaixo do preço praticado pela concorrência, o que já incomodava donos de postos e o presidente do Sindiposto. No entanto o Vencim Leobas abriria um posto na Capital, com os mesmos valores dos demais postos que tinha, e as investigações mostram que isso incomodou o empresário”, ressaltou o promotor. O processo, que atualmente é público foi assinado pelos promotores de justiça do Abel Andrade Leal Júnior, Vinícius de Oliveira e Silva e André Ricardo Fonseca Carvalho, da Promotoria de Porto Nacional, e traz fatos reveladores e assustadores. Executores
O MPE aponta que Alan Sales Borges e José Marcos de Lima, acusados de executar Vencim Leobas, praticaram o crime mediante a promessa de receber R$350 mil. Eles foram presos pela Polícia Militar enquanto fugiam da cidade, no sentido Palmas.

O processo mostra ainda que, após a prisão dos executores, o empresário Duda Pereira mantinha contato com os familiares dos presos, que durante as ligações interceptadas pela justiça, ficou comprovado que o mandante do crime mantinha financeiramente as esposas dos executores. “Como a vítima ficou na UTI uns 15 dias, até o óbito, nesse período por interceptações judiciais nas ligações telefônicas, o denunciado demonstra preocupação em ter seu nome envolvido. Há uma escuta no qual ele questiona se o nome dele estava sido ventilado durante o velório. Outra ligação, apesar dos códigos deixa claro que o mandante do assassinato mantinha as famílias dos executores com um salário em média de R$ 3 mil para cada. Cartel
De acordo com os promotores, as interceptações telefônicas mostram que a vítima não concordou com o alinhamento de preço dos combustíveis e não era sindicalizado. A vítima tentava ainda construir um posto de combustíveis na Capital, onde o produto seria comercializado a preços inferiores que os vistos no mercado. Para que o posto fosse construído precisava apenas de uma autorização da prefeitura. Ainda conforme a denúncia, Duda Pereira tem uma área em frente ao terreno de Vencim Leobas também destinada a construção de um posto.  Para os promotores do caso, estes fatos motivaram a morte do empresário. Políticos envolvidos
Durante a entrevista, o promotor Abel Andrade Leal Júnior fez mais revelações, garantiu que nas escutas foram citados nomes de políticos de Porto Nacional e de Palmas envolvidos no sistema de cartel. Sem citar nomes, apesar de diversos terem sido veiculados os promotores explicaram que as escutas entre o presidente do sindiposto e políticos não estão vinculadas diretamente a morte do empresário, que as mesmas serão encaminhadas para os órgãos competentes para avaliação. Sobre as investigações que envolvem o nome dos políticos, a promotoria de justiça não manifestou-se ainda, mas garantiu que também serão investigados por possíveis delitos cometidos e verificados durante as escutas.  Caso estes processos tornem-se públicos, o que certamente auxiliaria a população, muitos políticos com foro privilegiado teriam dificuldades em explicar envolvimentos, inclusive com o cartel dos combustíveis, pouco se falado, mas que acredita-se na existência. Questionados sobre a influência dos políticos e do denunciado na investigação, o promotor ressaltou que “não demonstra interferência, mas o forte vínculo que o denunciado tinha na câmara de Porto Nacional e em Palmas”. Família clama por justiça!

O Paralelo 13 procurou a família de Wenceslau Leobas no último sábado, mas conforme a filha Talyana Leobas, que agradeceu a imprensa do Estado de modo geral por acompanhar e dar visibilidade a este caso, tudo o que tinha que falar já foi dito. “É hora de recolher-me, voltar a cuidar da minha família, e dos negócios que meu pai deixou. A responsabilidade é grande! Hoje cerca de cento e cinquenta pais de família, que trabalham conosco precisam de nós”. Talyana disse ainda que a partir deste momento não dará mais entrevista sobre o caso, que advogados da família tem acompanham o processo e que seu único desejo, assim como das irmãs e de todos os familiares é que os culpados respondam pelos atos.

Acusado de ser o mandante do assassinato de empresário, Duda Pereira diz que provará inocência O Ministério Público Estadual apresentou nos últimos dias, à justiça do Tocantins uma ação penal no qual traz indícios de que o empresário Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, o Duda, seria o mandante da execução de Vencim Leobas, morto em fevereiro deste ano. Diante das acusações, no qual trouxe o empresário à evidência midiática e social negativamente em todo o Estado, acusado pela Polícia, Ministério Público e familiares da vítima, onde em entrevista coletiva, os promotores que assinam o processo garantiram que há fortes indícios da ligação do empresário com o crime, O Paralelo 13, procurou o empresário para se expressar sobre as acusações dos fatos.

O Paralelo13 - Duda como você está sentindo e o que você tem a dizer diante dessa acusação de ser o mandante do assassinato do senhor Vencim. Fato qual pegou todos de surpresa? Duda Pereira - Hoje eu me sinto injustiçado por todas as acusações que estão fazendo, já me sinto condenado pela forma que tudo foi exposto na mídia, e que em nenhum momento tive oportunidade de defesa neste processo, nas acusações. Eu estive na delegacia fazendo depoimento, fui intimado para depor, e sequer colocaram meu depoimento no processo. Fui espontaneamente ao Ministério Público, me colocar a disposição para qualquer esclarecimento e não me chamaram pra ouvir o que tinha a dizer, apesar de me colocar a disposição gostaria que eu fosse chamado para ser interrogado, pra esclarecer todas as informações que estavam sido colocadas no processo, mas não fui. Fiquei surpreso com um pedido de prisão, e o juiz entendeu que não tem indícios para que seja decretada a prisão. Quanto ao processo vou me defender e provar a minha inocência. O Paralelo 13 participou da entrevista que o MPE concedeu em Porto Nacional. Na ocasião questionamos o delegado se ele tinha certeza que você era o mandante do homicídio. Ele respondeu que os indícios ligavam a você e que as escutas telefônicas eram as provas. Na ocasião, foi citado ainda o pagamento fracionado a família e ligação com o alto escalão político da Capital e de Porto Nacional. Diante desses fatos o que tem a dizer sobre o que afirmam o delegado e MPE? Duda Pereira - Olha é indignação porque quem teve acesso ao processo e não precisa ser advogado para perceber que eles ligaram o crime a mim, com indícios, não tem provas. Cadê a prova do dinheiro que mandou entregar os R$ 33 mil. A prova da pessoa que entregou esse dinheiro? E esses R$ 350 mil que dizem que foi eu quem pagou, de onde saiu o dinheiro? Até hoje o MPE não provou, por isso o juiz entendeu que não há provas, nem motivo da prisão. Foi por esse motivo que fiquei indignado, abalado com toda a situação. Estão me acusando sem prova alguma. O Paralelo13 - Na coletiva, o delegado citou ainda a sua preocupação em estar associado ao crime. Segundo ele interceptação telefônica mostra que você ligou para o vereador Geilson e questionava se o seu nome estava sendo ventilado ao crime. Sobre essa ligação e seu contexto o que tem a dizer? Duda Pereira - Do atentado até a morte do senhor Vencim, passou-se alguns dias. Neste período a família já começou a me acusar. Desde a época do atentado, antes mesmo do falecimento, era comum dizer-se entre amigos e conhecidos que se vingariam do atentado e que eu era o mandante. Essas informações chegaram até mim. O senhor Geilson, que trabalha conosco há muitos anos, pessoa próxima, que esteve no velório, então eu liguei para saber o que falavam sobre mim, preocupação que acredito pertinente, pois o meu nome estava sendo citado em boatos. Quem não conhece a história do homicídio acha que ele faleceu em um dia e eu já estava perguntando no outro, mas não foi assim, a família já estava me acusando, e é muito importante esclarecer esse fato. Outro fator que também ocorreu na época, foi que meu pai queria ir ao velório, não era amigo do senhor Vencim, mas eram conhecidos e tinha um grande respeito. Na época o Geilson disse para não ir porque ele poderia até ser apedrejado pela família. Conforme as investigações, o seu Vencim já vinha sendo ameaçado há cerca de seis a oito meses. Ameaças frequentes, antes deste crime bárbaro. O senhor estaria disposto a quebrar o seu sigilo telefônico para as investigações?
 
-Eu já fiz isso. Coloquei-me a disposição da polícia, meus telefones e também o sigilo bancário. É importante esclarecer que se houveram ameaças ao senhor Vencim, não foram feitas por mim. Estão ligando o crime e as possíveis ameaças ao fato do posto da área que eles estavam querendo construir em Palmas ter sido embargada pela polícia. Não fui eu quem o matei, abra o sigilo telefônico do seu Vencim para que possa esclarecer o fato das ameaças, de pessoas ligadas ao empresário, dos familiares. Eu tenho certeza que não fui eu, tem cinco anos mais ou menos que não falava com ele, na verdade falei com ele poucas vezes durante toda a minha vida. Não cometi o crime, não tenho vínculo nenhum com o fato porque a minha consciência está limpa e minha inocência será provada. O presidente do Sindicato dos postos de combustíveis ressaltou acreditar fielmente na justiça, agradeceu a oportunidade de falar sobre o que ouve e disse ser um dos mais interessados no esclarecimento dos fatos, pois a vida dele depende agora também disso. “Acredito na justiça de Deus, e torço para que a justiça encontre o verdadeiro mandante do crime. Fui condenado pela sociedade, pela mídia sem ao menos ter tido a oportunidade de mostrar a minha versão dos fatos, e hoje provar a minha é fator primordial”.

Posted On Sexta, 01 Julho 2016 07:20 Escrito por

Empresa do ex-bilionário repassou dinheiro ao deputado afastado do PMDB a fim de obter recursos do FGTS
Da Folha de São Paulo

Em sua delação premiada, o ex-vice da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto relatou que uma empresa de Eike Batista pagou propina a ele próprio e ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para obter recursos do fundo de investimentos do FGTS. Cleto era integrante do conselho do FI-FGTS e opinava nas liberações dos recursos para empresas. Sua delação premiada foi homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) há duas semanas e está sob sigilo. Os citados negam envolvimento com irregularidades. A Folha apurou junto a investigadores que a delação aponta pagamento de propina para uma aquisição de debêntures de R$ 750 milhões da empresa LLX, braço de logística do grupo de Eike, que já foi considerado o homem mais rico do Brasil. As debêntures da LLX, que são uma espécie de título de dívida, foram adquiridas pelo fundo de investimentos do FGTS em 2012. Depois disso, o FI-FGTS liberou recursos para a construção de um porto, à época um dos megaprojetos de Eike. Em sua delação, Fábio Cleto afirmou que a liberação desses recursos envolveu o pagamento de propina pela empresa, mas não disse ter tratado diretamente com Eike Batista sobre o assunto. A Folha apurou junto a pessoas próximas das investigações que Cleto detalhou ter recebido ao menos R$ 240 mil da LLX e afirmou que Cunha também recebeu propina, mas sem detalhar os repasses ao peemedebista por não ter participado da operacionalização do pagamento. Segundo Cleto, o operador de Cunha era o corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro, aliado do peemedebista. A cobrança dos valores, de acordo com Cleto, era feita diretamente por Cunha. Segundo seu relato, Cleto só se reunia com integrantes das empresas para tratar de questões técnicas sobre o projeto e a deliberação no FI-FGTS, mas não conversava com eles sobre pagamentos. O ex-vice da Caixa também relatou que a maior parte da propina recebida por ele nessas operações ocorria por meio de contas no exterior, como no Uruguai.

ALVO DE BUSCAS Cleto buscou os investigadores da Operação Lava Jato para negociar uma delação premiada depois de ter sido alvo de mandados de busca e apreensão em dezembro, sob suspeita de envolvimento em irregularidades no FI-FGTS. Seus depoimentos detalham cerca de dez operações de liberação de recursos do FI-FGTS que ocorreram mediante o pagamento de propina a ele e a Cunha. Cleto era afilhado político de Cunha em uma das vice-presidências da Caixa. Ele conta que, com o pagamento da propina, partia para o convencimento dos demais integrantes do conselho do FI-FGTS em favor da aprovação dos projetos. A Folha revelou em abril que a delação confirmava relatos dos empresários da Carioca Engenharia, de que houve pagamento de propina para a obra do Porto Maravilha, no Rio, também para obter os recursos do fundo. Além da Carioca, o consórcio responsável pelas obras era formado por OAS e Odebrecht. Os empresários da Carioca detalharam novas contas no exterior pelas quais Cunha receberia os repasses de vantagens indevidas e disseram ter se reunido com Cleto para tratar de questões técnicas referentes ao projeto.

OUTRO LADO As defesas do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do empresário Eike Batista e do corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro negam as acusações e dizem desconhecer a delação do ex-vice da Caixa Fábio Cleto. O advogado de Cleto, Adriano Salles Vanni, afirmou que não iria comentar o conteúdo do depoimento. A defesa de Eike Batista, representada pelo advogado Sérgio Bermudes, afirma que ele "repele categoricamente" as acusações, que não há indícios de que ele tenha se envolvido com pagamentos de propina e que não há nenhuma imputação contra ele nesse sentido. Por meio de sua assessoria, Cunha afirmou que "desconhece a delação". "Desminto a afirmação e o desafio a provar". O corretor de valores Lucio Funaro informou, por meio de uma nota, não ter "conhecimento da delação nem dos fatos narrados na mesma" e que "está à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos". A delação premiada do ex-vice da Caixa foi homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) há duas semanas e está sob sigilo.

Posted On Quarta, 29 Junho 2016 05:54 Escrito por

Ou a grandeza dos nobres versus a hipocrisia dos traidores.  Na batalha do bem contra o mal, os prejuízos para o povo e para a história

 

Por Edson Rodrigues

 

O Paralelo 13 é um dos mais antigos veículos de comunicação impressos no Tocantins, há mais de 28 anos, em circulação, sempre funcionando no mesmo endereço, com os mesmos dirigentes e com a mesma linha editorial, respeitando as autoridades, os dirigentes classistas, as lideranças comunitária, mas, principalmente, o cidadão. 

 

De forma sempre respeitosa, O Paralelo 13 procura levantar junto aos cidadãos suas principais demandas, para manter nossos representantes nos executivos municipais e estadual a par das necessidades e prioridades elencadas pela população, mesmo quando esses esclarecimentos aparecem em forma de críticas ou palavras duras. 

 

É desta forma que procuramos contribuir para o bem comum, baseados na liberdade de expressão e de informação, desde nossa primeira edição, um ano e meio antes da criação do Tocantins. 

Graças ao nosso bom Deus, aos nossos leitores e colaboradores, temos conseguido superar todos os obstáculos que se interpuseram em nosso caminho e, apesar das pressões e incompreensões, a cada dia nos fortalecemos, agregando as novas práticas do jornalismo á nossa forma de contato com o público leitor. 

 

Sabemos que essa nossa resiliência e “teimosia” em buscar sempre a verdade por trás de cada informação acabam por nos colocar em situações que desagradam muitos daqueles que querem usar seus cargos públicos em benefício próprio e, não, em benefício da comunidade, da sociedade ou, como neste caso, do próprio governo ao qual dizem pertencer e apoiar.

impressa, seja em nosso site –  – e, de uma forma ou de outra, estamos sobrevivendo. 

 

COMPROMISSO 

Sempre bem documentados e fundamentados, seja online - WWW.oparalelo13.com.br – seja em nossa edição impressa fazemos isso como forma de informar aos nossos leitores quem é quem no meio político, pois entendemos que, para mudar, o Brasil tem que ajudar na “faxina” pela qual os municípios, os estados e o País precisam passar.  Fazemos a nossa parte, não nos omitimos.

 

Nosso Poder Legislativo vem denso muito bem comandado pelo seu presidente, deputado estadual Osires Damaso, que com maestria, equilíbrio, sabedoria e respeito constitucional e regimental, vem mantendo uma convivência harmônica e republicana com os demais poderes, mantendo os demais integrantes da Casa de Leis em alta conta junto à população e aos eleitores pelas boas ações e pelo entendimento das necessidades de governabilidade do Estado.

 

CONTAMINAÇÃO

 

 

É por isso que não podemos nos omitir em denunciar uma série de fatos que estão contaminando o Poder Legislativo tocantinense, em ações oportunistas e pautadas pelo pessimismo e pelo “quanto pior, melhor”, que vêm acontecendo nos bastidores da Casa de Leis.

Alguns assessores, aspones e funcionários de carreira vêm colocando seus interesses pessoais acima até mesmo dos interesses dos seus chefes, dos seus líderes, que são os deputados estaduais.

São negociatas, conversas de pé de ouvido, articulações nefastas e fofocas que alimentam os burburinhos de que o governador Marcelo Miranda será cassado e que não emplaca o mês de abril do ano que vem como governador do Estado, o eu colocaria o futuro presidente da Assembleia Legislativa, pela terceira vez na história do Estado, como governador tampão, repetindo as histórias recentes de Carlos Gaguim e de Sandoval Cardoso.

O que esses conspiradores ignoram é que, se isso acontecer, se o governador realmente cair, o processo se dará de forma diferente.  Com as novas regras da Reforma Política, em caso de vacância do cargo até seis meses antes do término do atual mandato, o processo de escolha se dará por votação direta e, não indireta como aconteceu das vezes anteriores.

Como sempre, esse processo, em acontecendo, será sangrento e desgastante e em nada contribuirá para a recuperação econômica e do respeito do nosso Estado frente à opinião pública.

Apostar em uma possibilidade terrível dessas, em pleno momento de alta turbulência, com a classe política desacreditada pelo povo brasileiro, seria assinar uma declaração de culpa, assumir que os políticos do Tocantins pensam apenas nos interesses pessoais, deixando as demandas do povo de lado.

Nós, de O Paralelo 13, não podemos fingir que não estamos ouvindo e observando essas articulações espúrias e a boataria maldosa que acontecem nos bastidores da Assembleia Legislativa, e que saem das mentes mal intencionadas de assessores parlamentares e seguidores de alguns deputados que, inclusive, já fazem, mentalmente, a partilha das secretarias, diretorias e outros cargos rentáveis num hipotético governo provisório.

Ressaltamos que esse motim não está partindo dos deputados, mas de alguns assessores, correligionários e até mesmo parentes, que apostam claramente no “quanto pior, melhor” e que sonham em encher seus bolsos com o dinheiro que iria para a Saúde e para a Educação.

 

MARCELO, O BOM-MOÇO

Enquanto essa camarilha articula ansiosa pela queda do governador Marcelo Miranda, o governador, com o enorme coração que tem, continua a levar em seu avião e dar o privilégio de sua companhia, a muitos desses “companheiros”, em inaugurações, viagens positivas e solenidades, dando a eles um prestígio que não merecem.

O bom-moço Marcelo Miranda, a despeito de todo esse motim, não interrompe seu périplo por Brasília, visitando ministérios e agentes financiadores nacionais e internacionais, em busca de recursos para o Tocantins – até mesmo para as regiões desses falsos amigos – pois entende que o bem do Estado está acima dessas picuinhas e traições.

Marcelo Miranda está ciente de tudo o que pode lhe acontecer nos próximos meses, mas, mesmo assim, não deixa de cumprir seu papel de governador, de gestor e de comandante, ignorando a pobreza de espírito naqueles que apostam em sua derrocada e distribuindo os poucos recursos disponíveis igualitariamente, sem olhar cor partidária ou grau de fidelidade.

Assim agem os grandes, os nobres.  Mas, infelizmente, isso não lhes garante o reconhecimento que lhes é merecido.

Termino este editorial citando o trecho de um artigo muito bem escrito pelo respeitado jornalista Josias Rodrigues que diz em sábias linhas que os nossos deputados estaduais não podem, em sua maioria, se jogar no mesmo esgoto dos ratos e baratas em que se encontram os acusados pela Operação Lava Jato e onde apodrecerão no esquecimento do povo brasileiro, sem condições, até, de freqüentar locais públicos, sob o manto da humilhação e da expiação.

O tempo é o senhor da razão...

Posted On Terça, 28 Junho 2016 14:38 Escrito por

SAÍDA DA INGLATERRA DA UNIÃO EUROPEIA DOMINA AS CAPAS, MAS ASSALTO DE PT A ENDIVIDADOS, TEMER ENVOLVIDO EM DELAÇÃO E CUNHA ACUSANDO DILMA DE SABER DE TUDO SÃO AS PRINCIPAIS MATÉRIAS NACIONAIS

 

É óbvio que o impacto da decisão dos britânicos em deixar a União Européia seria o grande assunto da semana, mas a ação da PF na sede do PT, em São Paulo, a citação de temer por mais uma delator e uma entrevista com Eduardo Cunha são os destaques nacionais

 

Por Edson Rodrigues

A saída da Inglaterra da União Europeia vai trazer grandes estragos para a economia mundial.  As bolsas de valores do mundo todo operam em baixa e a economia mundial está abalada.  As três principais revistas semanais trazem matérias de capa sobre o assunto e seus reflexos.  Mas, Veja traz, também revelação da PF de que o PT assaltou até funcionários públicos e ativos e inativos que contraíam empréstimos consignados para saldar suas dívidas.

A prisão de um ex-ministro de Lula e Dilma mostra que nada estava imune à mão invisível da corrupção nos governos do partido

A afirmação acima resume a realidade de um partido político que surgiu como esperança de renovação, apresentou-se como baluarte da ética e terminou como uma organização criminosa, cercado pela polícia. Ainda estava escuro na quinta-­feira passada quando homens do Grupo de Pronta Intervenção, a Swat da Polícia Federal, isolaram a rua onde funciona o Diretório Nacional do PT, no centro de São Paulo. Os agentes estavam cumprindo um mandado judicial, em busca de provas contra uma quadrilha que, durante cinco anos, embolsou 100 milhões de reais em mais um esquema de corrupção. Nada a ver com os intrincados desfalques contra a Petrobras, a Eletrobras, os Correios, a Infraero, os fundos de pensão das estatais e sabe-se lá o que mais. Dessa vez foi, pode-se dizer, um assalto direto: o Partido dos Trabalhadores tomou o dinheiro de milhares de servidores públicos ativos e inativos - e, luxo de sadismo, justamente os mais endividados.

A presença de policiais armados de fuzil e metralhadora vigiando a entrada da sede do PT pareceu exagerada, mas era apenas precaução considerada necessária pelo serviço de inteligência da PF. Era ali, na sede nacional, que despachava o notório Delúbio Soares, o tesoureiro do mensalão. Dali, mais tarde, saíram as primeiras ordens do igualmente notório João Vaccari Neto, preso e condenado por gerenciar o caixa do dinheiro arrecadado das empreiteiras em troca de contratos na Petrobras. Na sede do PT, como demonstram as investigações até aqui, política e corrupção conviveram em simbiose.

Ao ingressarem no prédio, os agentes estavam orientados a buscar cofres ou compartimentos secretos que pudessem ser usados para esconder documentos e guardar dinheiro. Explica-se o procedimento: em depoimento à Justiça, um dos empreiteiros confessou ter entregado pessoalmente no diretório várias malas com dinheiro - sugerindo que poderia haver cofres ocultos no prédio. Para garantirem o sigilo e evitarem surpresas, corruptos e corruptores usavam senhas e contrassenhas. Há relatos também de entregas de dinheiro em envelopes, mochilas e carros blindados. Um lobista contou ter levado à sede do PT 500.000 reais no porta-malas do carro em 2012. Na busca da semana passada, os cofres do partido estavam abarrotados apenas de papel e nenhum compartimento secreto foi achado.

Na operação, batizada de Custo Brasil, a Polícia Federal, o Ministério Público e a Receita Federal se debruçaram sobre um esquema de corrupção montado no interior do Ministério do Planejamento. O alvo da rapina eram funcionários públicos, pensionistas e aposentados endividados que recorriam a empréstimos consignados, cujas prestações são descontadas automaticamente em folha de pagamento. A cada parcela paga, os funcionários desembolsavam em torno de 1 real a título de taxa de administração da operadora, uma empresa chamada Consist, cuja sede fica em São Paulo. Como o custo da taxa de administração não passava de 30 centavos, segundo esti­mativa dos investigadores, os 70 centavos de superfaturamento irrigaram os cofres do PT.

O esquema começou em 2010 e durou até 2015, quando a polícia prendeu os primeiros envolvidos. Nesse tempo, de 70 em 70 centavos, o PT afanou cerca de 100 milhões de reais pagos pelos funcionários públicos. Uma parcela do dinheiro era destinada diretamente ao caixa dois do partido, gerido por João Vaccari. A outra era dividida entre os petistas que executaram a tramoia.

O personagem mais ilustre da operação foi o ex-­ministro Paulo Bernardo, preso em Brasília no apartamento funcional em que mora com a mulher, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-­PR). Petista histórico, Bernardo chefiou o Ministério do Planejamento no governo Lula. No governo Dilma, foi o titular do Ministério das Comunicações. Tinha uma participação expressiva no rateio da propina. Segundo os investigadores, dos 100 milhões arrecadados pelo esquema, ele recebeu pelo menos 7 milhões. A lista de beneficiários inclui mais figurões. Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência de Dilma, é outro envolvido. Paulo Ferreira, ex-tesoureiro nacional do PT, também recebia uma parte dos dividendos. Ele é o terceiro tesoureiro petista que cai na malha da polícia.

A propina, resultante dos 70 centavos de cada funcionário, era distribuída por meio de contratos fictícios com empresas de consultoria e escritórios de advocacia. Os investigadores suspeitam que o mesmo esquema, de subtrair dinheiro de servidores em empréstimos consignados, exista em outros governos. O caso do PT começou a ser tateado pelos investigadores da Lava-­Jato, mas, como não tinha relação direta com o esquema da Petrobras, o caso foi remetido para a Justiça Federal em São Paulo. Preso, o ex-vereador petista Alexandre Romano, também conhecido por Chambinho, confessou que era o encarregado de gerenciar o golpe e entregou o nome de todos os envolvidos. Uma parte relevante do caso está em Brasília, no Supremo Tribunal Federal, por envolver parlamentares - entre eles a senadora Gleisi Hoffmann e o ex-­líder do PT José Guimarães.

Há documentos comprovando que a senadora, que também foi ministra da Casa Civil de Dilma e está sob investigação da Lava-Jato, aproveitou-se do dinheiro junto com seu marido. Os investigadores descobriram que o dinheiro afanado no esquema servia para pagar o motorista particular da senadora, o aluguel de um loft em Curitiba, além do salário de funcionários e até multas eleitorais. Outro que está encrencado é o deputado Marco Maia (PT-­RS), ex-presidente da Câmara. Como VEJA revelou no ano passado, o parlamentar foi contemplado pela quadrilha com um belo apartamento em Miami. O imóvel, registrado até recentemente em nome de uma offshore aberta por Chambinho, foi revendido no mês passado. O esquema dos empréstimos consignados mostra que a Lava-Jato está criando filhotes pelo país afora, o que certamente assusta os envolvidos em corrupção, mas serve de alento para a população que torce por uma faxina geral.

 

ÉPOCA

Já a revista Época traz a denúncia de um delator ligado ao presidente interino recebido o Michel Temer de que  teria recebido 1 um milhão de reais de propina da empreiteira Engevix.

O empresário José Antunes Sobrinho, um dos donos da construtora Engevix, é mantido em prisão domiciliar a poucos metros da força-tarefa em Curitiba. Vem de Antunes a acusação, em uma proposta de delação premiada, de que o presidente interino Michel Temer foi o beneficiário de R$ 1 milhão de propina, paga pela Engevix, como recompensa por um contrato de R$ 162 milhões da empreiteira com a Eletronuclear. ÉPOCA revelou o caso no fim de abril. Temer negou as acusações na ocasião. Na proposta de delação, Antunes conta que o ex-coronel da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, sócio da empresa de arquitetura Argeplan e “pessoa de total confiança de Michel Temer”, ganhou o principal contrato de construção da usina Angra 3 com a Eletronuclear, no valor de R$ 162 milhões, e se comprometeu a subcontratar a Engevix para realizar a obra. Em troca, a empreiteira pagaria R$ 1 milhão para “suprir interesses de Michel Temer”, de acordo com Antunes.

A proposta de delação premiada revela detalhes sobre o caso. Lá, Antunes diz que pediu para que uma prestadora de serviços da Engevix fizesse o pagamento para Lima, para disfarçar. Segundo a proposta de delação, o repasse foi feito pela empresa Alúmi Publicidades, que prestava serviços de mídia para o aeroporto de Brasília, controlado pela Engevix. Segundo ÉPOCA apurou, houve realmente um pagamento da Alúmi para a PDA Projeto, outra empresa de Lima. A PDA recebeu R$ 1,1 milhão em outubro de 2014, pagos pela Alúmi, na reta final da eleição daquele ano. Procurada por ÉPOCA, a Alúmi confirma o repasse de dinheiro à PDA. Lima confirma o recebimento da quantia. Os dois afirmam, no entanto, que se trata apenas de serviços prestados pelo amigo de Temer, não de propina.

Com as revelações do executivo, o dinheiro pode ser rastreado pelos investigadores para que seja verificado se Temer foi de fato beneficiado, como afirma Antunes – o que, novamente, o presidente interino nega com veemência. Pouco tempo depois do pagamento da propina, Lima fez viagens ao Panamá e ao Uruguai, dois conhecidos paraísos fiscais usados por operadores da Lava Jato para esconder dinheiro.

A interlocutores, Temer já disse que Lima cuidou de suas campanhas eleitorais. De acordo com a proposta de delação de Antunes, Lima ganhou a licitação para a obra em Angra 3, em maio de 2012, por ter forte influência sobre Othon Pinheiro, presidente da Eletronuclear nos governos Lula e Dilma. Temer e Lima eram responsáveis pela manutenção de Othon no cargo, diz Antunes em sua proposta de delação. Segundo essa versão,  em troca do apoio, Othon deveria ajudar Lima nesse e em outros contratos. Mas a Argeplan, uma empresa que reformava telhados e cuidava de pequenos projetos arquitetônicos, não tinha experiência alguma com energia nuclear. Foi aí que entrou a Engevix, com sua expertise.

ISTOÉ

“Dilma participava e sabia de tudo”.  Com essa frase bombástica Eduardo Cunha conta em entrevista exclusiva à revista que não só que Dima  não só comandou os trabalhos para salvar seu mandato em troca do arquivamento do impeachment

Em entrevista exclusiva à ISTOÉ concedida um dia depois de o STF torná-lo réu pela segunda vez na Lava Jato, Eduardo Cunha detalhou a negociata, comandada pela presidente afastada Dilma Rousseff, para salvá-lo em troca do arquivamento do impeachment como sabia de tudo o que acontecia de podre nos bastidores do poder.

Na noite de 12 de outubro de 2015, dia santo de Nossa Senhora Aparecida, o então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estava no Rio sob um calor inclemente de 35°C à sombra quando recebeu um telefonema do recém-nomeado chefe da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, Jaques Wagner. O chamado era urgente. O clima, àquela altura, era de elevadíssima tensão. O peemedebista tentava se livrar de um processo no Conselho de Ética, enquanto Dilma buscava a todo custo evitar o início de um processo de impeachment contra ela, que dependia exclusivamente do parlamentar – seu desafeto declarado. Wagner tinha pressa de encontrar Cunha e, para não perder um minuto sequer, se ofereceu para esperá-lo na Base Aérea de Brasília, onde o parlamentar aterrissaria a bordo de um jato da Força Aérea. Assim que o então presidente da Câmara pousou na capital federal, ambos conversaram a sós. O inteiro teor daquela conversa crucial tanto para Cunha quanto para Dilma nunca havia sido tornado público. Até agora. Cunha resolveu esmiuçá-la em detalhes em entrevista exclusiva à reportagem de ISTOÉ concedida em sua residência, em Brasília, na última quinta-feira 23 –, um dia depois de o STF torná-lo réu pela segunda vez na Operação Lava Jato.

 

Segundo Eduardo Cunha, Wagner tinha um plano para salvá-lo do cadafalso. Em troca do arquivamento no nascedouro do processo do impeachment contra Dilma, o então ministro disse que poderia garantir votos de deputados petistas no Conselho de Ética. Ofereceu também influenciar o Poder Judiciário para que os processos de investigação de sua filha, Danielle, e de sua mulher, Cláudia Cruz, não fossem para a primeira instância. Cunha considerou que o petista não tinha condições de entregar o que prometia. Wagner quis deixar claro, então, que ele falava em nome da principal mandatária do País: Dilma Rousseff. Foi além. Disse que deixaria a Base Aérea com destino ao Palácio da Alvorada. Naquele mesmo dia, ele relatou à presidente o andamento da negociação. “Todas as vezes em que ele (Jaques Wagner) esteve comigo, que tocou nesse assunto, deixou claro que relatava todas as conversas para Dilma e que ela sabia. O que torna um pouco mais grave a situação. Na conversa do dia 12 de outubro, Wagner disse que naquela noite mesmo ainda conversaria com a presidente e que falaria comigo depois. O que comprova, mais uma vez, que ela participava e sabia de tudo”, disse Cunha à ISTOÉ. Depois dos encontros, parlamentares designados pelo Planalto procuravam Cunha para medir a temperatura das tratativas. Certa feita, o ministro da Casa Civil forneceu exemplos de como o PT poderia contribuir para amarrar o processo contra ele no Conselho de Ética. “Como não marcar quórum em determinada sessão para tentar adiar. Ele tentou continuar essa oferta”, afirmou Cunha na entrevista.

Na última quarta-feira 22, o STF acolheu a segunda denúncia contra o presidente da Câmara afastado por contas na Suíça por unanimidade. Ele virou réu pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e falsidade ideológica com fins eleitorais. Até mesmo na avaliação de seus aliados, a decisão acelera ainda mais seu processo de cassação. Apesar da grave situação, Cunha tenta transparecer confiança: “Este vai ser o critério adotado pelo STF em qualquer desses casos. Ou seja: denúncia apresentada pelo Procurador Geral da República contra qualquer parlamentar será aceita”.

 

Na véspera da decisão, alguns de seus mais próximos seguidores chegaram a acreditar que Cunha renunciaria ao mandato, com anúncio em coletiva organizada pelo próprio parlamentar. Sozinho, ele se defendeu e voltou afirmar que não desistiria do mandato. A cena, retrato mais bem acabado do isolamento de Cunha, repercutiu negativamente no ambiente político. Nos bastidores, até seus defensores históricos lamentavam a iniciativa, considerada “desastrosa”. A cassação é tida como questão de tempo por aliados. Seus advogados entraram com recurso na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que terá de analisá-los antes de a votação seguir para o Plenário. A previsão é de que o processo seja concluído antes do recesso parlamentar.

Há entre seus mais fieis escudeiros a crítica velada à sua insistência em permanecer no mandato. Hoje, Cunha conversa regularmente com poucos deputados. No seleto grupo, estão Jovair Arantes (PTB-GO), Rogério Rosso (PSD-DF), Carlos Marum (PMDB-MS), Hugo Motta (PMDB-PB), Arthur Lira (PP-AL) e Marcelo Aro (PHS-MG). O presidente afastado tenta justificar a fuga de apoiadores: “A impressão de que estou isolado é porque não estou podendo ter um convívio maior.” Profundo conhecedor dos submundos do poder, Cunha sabe que já foi mais poderoso. Bem mais. Há não muito tempo, comandava uma bancada de mais de 100 parlamentares. Segundo seus adversários, o séquito era alimentado com o que a política tem de mais sedutor para um parlamentar: verbas de campanha e cargos em postos-chave. O peemedebista nega a utilização desses métodos. Hoje, além do isolamento político, Cunha experimenta uma outra situação insólita em sua trajetória como homem público. A convivência com denúncias não é novidade para ele. A diferença é que, agora, as cortes da Justiça não admitem mais suas explicações. Não parece ser um fim com o qual o parlamentar sonhou, semelhante ao que ocorre com Dilma.

 

Se em algum momento já pareceram feitos um para o outro, Cunha e Dilma são hoje como água e óleo. Atualmente, experimentam o mesmo infortúnio: ambos estão afastados do cargo para o qual foram eleitos. Na narrativa petista, a queda de Dilma significaria a salvação de Cunha. No Congresso, a maioria aposta no harakiri duplo.

 

Entrevista – Eduardo Cunha

 

O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, recebeu ISTOÉ na quinta-feira 23. Adornavam a residência oficial abundantes arranjos de astromélias brancas, que significam lealdade. Espalhados pelos dois aparadores e pelas cinco mesinhas laterais havia 49 porta-retratos: a maioria emoldura o rosto da mulher, Cláudia Cruz. Abaixo, os principais trechos da entrevista:

 

ISTOÉ – O sr. disse que recebeu o então ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff, Jaques Wagner, em outubro do ano passado em três diferentes ocasiões, nas quais ele lhe propôs um acordo para que o sr. livrasse a presidente do impeachment. Em troca ele garantiria sua absolvição no Conselho de Ética da Câmara. Como se deu essa abordagem?

Eduardo Cunha – Obviamente que toda conversa política tem sempre os seus meandros, suas idas e vindas. Mas o que aconteceu clara e textualmente é que ele sentou para discutir pontos de governabilidade, tentando uma aliança comigo, para que pudéssemos andar juntos. E para isso, começou a oferecer justamente votos no Conselho de Ética. Ele ofereceu textualmente algo que eu até reputei como ridículo, que foi a interferência do governo para que mantivessem a minha mulher (Cláudia Cruz) e minha filha (Danielle) sobre a ótica do processo do Supremo. O que eu já disse de pronto que eu não acredito nesse tipo de interferência. Não creio que o governo tenha esse controle de quem quer que seja. Refutei.

 

ISTOÉ – A presidente Dilma Rousseff sabia das propostas de Jaques Wagner para o sr?

Cunha – Todas as vezes em que ele esteve comigo, que tocou nesse assunto, ele deixou claro que Dilma sabia das conversas. Que ele relatava todas as conversas e que ela sabia. O que torna um pouco mais grave a situação. E depois desses encontros, existiram parlamentares que ficaram fazendo a ponte. Algumas vezes, Jaques deu exemplos de como o PT poderia me ajudar no Conselho de Ética, como não marcar quórum em determinada sessão para tentar adiar. Ele tentou continuar essa oferta. Isso tudo estou falando simplesmente para rebater essa fantasiosa história de que abri o processo de impeachment por vingança, que é o que eles chamam de desvio de poder.

 

“JAQUES WAGNER SAIU DO NOSSO ENCONTRO NA BASE AÉREA E DISSE QUE NAQUELA NOITE MESMO CONVERSARIA COM A PRESIDENTE”

 

ISTOÉ – Aliados de Dilma vazaram a versão de que, na verdade, as conversas de Wagner com o sr. eram para te enrolar até que fossem aprovadas as metas fiscais.

Cunha – Quando dão uma desculpa dizendo que estavam querendo me enrolar, na verdade estão é confirmando que fizeram a oferta. E enrolar faz parte da natureza deles. Enrolaram o Brasil esses anos todos e deu no que deu. Minha pergunta é: estão querendo dizer que a presidente Dilma era a cabeça de um plano de enrolar o presidente da Câmara no intuito de aprovar um projeto? Na conversa do dia 12 de outubro, na Base Aérea, quando ele (Jaques Wagner) me ligou e marcou, ele saiu do nosso encontro e disse que naquela noite mesmo ainda conversaria com a presidente e que falaria comigo depois. Que era para relatar a conversa a ela. Então, a cada conversa, ele dizia que ia sair e que ia até a presidente para relatar. O que comprova, mais uma vez, que ela participava e sabia de tudo.

 

ISTOÉ – O sr. sempre aglutinou muitos aliados. Agora se sente abandonado?

Cunha – Fui afastado pelo STF e estou sendo cerceado. Ele (Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot) entrou com pedido de prisão só porque eu disse em uma entrevista que eu ia à Câmara. Não estou podendo exercer nem a minha autodefesa no Conselho de Ética e nem fazer o que o julgamento político pressupõe, que é estar em corpo a corpo com os parlamentares, que são meus julgadores, para me justificar. Então, se eu não estiver afastado, daqui a pouco eu posso até ser preso por conversar com deputado.

 

ISTOÉ – Mas o sr. poderia receber visitas aqui na residência da Presidência da Câmara.

Cunha – Eu acho que eu posso exercer quaisquer atividades que não sejam do exercício do mandato. Eu não perdi meus direitos políticos. A impressão de que estou isolado é porque eu não estou podendo ter um convívio maior, o que está prejudicando.

 

ISTOÉ – Tem parlamentar que não quer ser visto falando com o sr., nem ser fotografado ao seu lado por que agora não interessa mais ter essa proximidade ? O governo Temer te abandonou?

Cunha – Não tenho condições de te afirmar isso. Ficam tentando me colocar numa clandestinidade. Essa decisão do Supremo e ameaça de prisão (caso eu vá à Câmara), é uma tentativa de me constranger e criar uma coação contra mim. O governo Michel Temer não tem nem que me abandonar nem que me abraçar. É um processo político interno da Câmara.

 

“O GOVERNO TEMER NÃO TEM QUE ME ABANDONAR OU ME ABRAÇAR. É UM PROCESSO POLÍTICO INTERNO DA CÂMARA”

 

ISTOÉ – O sr. disse em nota que argumentos da sua defesa não foram considerados…

Cunha – Nesse processo da aceitação da segunda denúncia, a gente sempre reclama da seletividade do procurador (Rodrigo Janot) de me escolher para apresentar rapidamente as suas peças – lembrando que desde a abertura do processo de impeachment , em 17 de abril, ele abriu seis novos inquéritos contra mim. Ele apreciou duas denúncias em três meses, enquanto o presidente do Senado (Renan Calheiros) está há três anos e três meses sem apreciar. Quarta, chegou-se ao julgamento sem decidir todas as peças que deveriam ter sido decididas com relação a este processo. O exemplo mais gritante é: para justificar que eu participei da discussão do tal contrato de Benin (na África) eles dizem que eu teria participado de uma reunião na Petrobras com a presença de um diretor internacional, no dia 12 de setembro de 2010, onde eu teria chegado de helicóptero acompanhado do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Então, primeiro: ele nem denunciou o Eduardo Paes. Segundo: minha defesa juntou a comprovação documental de que nem eu nem o tal diretor estávamos na Petrobras naquele dia, que era um domingo de campanha eleitoral e que nem helicóptero pousou naquele dia lá. Ou seja, prova factual de que a reunião não existiu. Apesar de anexar à minha defesa, isso foi ignorada pelo relator (ministro Teori Zavascki), que proferiu o voto aceitando a denúncia dando como justificativa a própria reunião. Ou seja, meus argumentos de defesa são ignorados. Não é um julgamento, é um linchamento, um justiçamento.

 

ISTOÉ – O sr. diz que os argumentos da sua defesa estão sendo ignorados, mas fala também ter a certeza de que será absolvido pelo STF. A decisão de acatar sua denúncia foi unânime.

Cunha – Provavelmente, este vai ser o critério adotado em qualquer desses casos. Ou seja: denúncia apresentada pelo PGR contra qualquer parlamentar será aceita. Mas eu acredito no bom senso durante o processo comprobatório e que poderemos fazer valer nossos argumentos. Acredita que me fizeram três denúncias sem nem me ouvir? Usaram minhas falas públicas em entrevistas jornalísticas como se fosse depoimento de investigado. Espanta-me essa violação.

 

“MEUS ARGUMENTOS DE DEFESA SÃO IGNORADOS. NÃO  É UM JULGAMENTO, É UM LINCHAMENTO, UM JUSTIÇAMENTO”

 

ISTOÉ – Sua família está sendo perseguida?

Cunha – No caso da minha filha, fizeram uma cópia adulterada da ficha do banco excluindo a declaração do que ela realmente era. Ela não tinha nada a ver nem com a conta da minha esposa. Ela tinha apenas um cartão adicional, mas ignoraram. O caso da minha esposa é diferente do meu. Eu nunca disse que a minha esposa não tinha conta (no exterior). Ela detém a conta sim, mas a discussão é que ela não tinha obrigatoriedade de declarar porque, no nosso entender, em 31 de dezembro de cada ano ela tinha um saldo inferior a US$ 100 mil.

 

ISTOÉ – Os procuradores disseram que dinheiro de propina bancou luxos de sua esposa no exterior. É uma imagem forte para a opinião pública.

Cunha – Matematicamente isso é impossível. O patrimônio que eu detinha e que foi doado ao trust foi de muitos anos atrás, oriundos de minhas atividades privadas. A prova disso é que estão elencando um valor que teria sido recebido através do trust de 1,3 milhões de francos suíços (R$ 5 milhões). E 2,3 milhões francos suíços foram bloqueados. Ou seja, foi bloqueado 1 milhão a mais do que eles contestavam. Então, como os gastos foram feitos decorrentes desse dinheiro? A defesa dela vai provar exatamente o roteiro do dinheiro.

Posted On Segunda, 27 Junho 2016 12:14 Escrito por

“Atleta da vida, campeão da família, competidor leal.”

Em janeiro deste ano, Wenceslau Leobas, Vencim como era conhecido, foi um dos 187 selecionados para participar do revezamento da Tocha Olímpica, que no dia 12 de junho, Em Palmas percorreu 27km. Os personagens, todos da região, foram escolhidos pelas histórias de vida, de superação. Exemplos a serem admirados.
Em Porto Nacional, cidade onde residia, Vencim desempenhou um trabalho social importante. Reservado e discreto ajudou inúmeras pessoas na vida pessoal e profissional. Não é raro ouvir relatos de profissionais, que atualmente são formados com o apoio financeiro do empresário. Em fevereiro deste ano, antes da passagem da Tocha Olímpica faleceu aos 77 anos, vítima de um crime, o que comoveu e causou total indignação aos portuenses. Talyana carrega a Tocha em homenagem ao Pai

Antes do evento, a filha comunicou a equipe olímpica sobre o ocorrido, que dois dias depois, pediu para que escolhessem alguém da família que representasse Vencin. A história de Wenceslau agora mais do que nunca deveria chegar ao conhecimento da sociedade.
 “Um momento de dor, de felicidade, de orgulho, de homenagem”, relatou a filha, de Wenceslau Leobas, que carregou a Tocha Olímpica no lugar do pai. Em entrevista ao O Paralelo 13, Talyana Barreira Leobas de França Antunes, portuense, contou sobre a emoção de conduzir a Tocha, gesto esse que seria feito por seu pai. “Como eu queria que ele tivesse aqui, que fosse ele quem carregasse a Tocha, porque não foi qualquer pessoa que foi escolhida, é uma honra,” disse enquanto chorava e demonstrava emoção.
“Meu pai era um homem simples, humilde, que gostava de ficar nos bastidores, não gostava de aparecer, fazia as coisas sem aparecer. Era um homem de um coração ajudava as pessoas. Trabalhei com ele nos últimos 15 anos. Fazia de tudo, cuidava não só do jurídico, mas era uma secretária, tudo que ele pedia eu fazia,” relatou. A família decidiu que ela carregaria a Tocha em homenagem a Vencin, um homem que venceu na vida com muito esforço. Trajetória de vida
Casado com Miridan Leobas, Wenceslau teve três filhas. Ao longo dos anos, o goiano/tocantinense que sempre foi visto como uma pessoa simples mostrou-se empreendedora. Vindo de uma família humilde, tornou-se um dos maiores empresários da região. Empregava cerca de 150 pessoas das cidades de Porto, Ponte Alta, Silvanópolis, Brejinho. Gerou renda, movimentou o comércio, foi crucial no desenvolvimento do Tocantins. Ele que viveu como vendedor ambulante comprou duas mulas e passava meses fora de casa. Estudou até o 2° ano do primário, e viu oportunidades.
Homenagens
No local do revezamento, mais de cem pessoas homenageava Vencin. Amigos, colegas, filhos, netos, sobrinhos, os irmãos, todos vestidos com sua face.
Eles traziam faixas em agradecimento. A irmã de Vencin, Nadir Leobas disse que dos seis irmãos ele era o único que havia sido tirado do convívio familiar. “Homenagem merecida pelo homem que foi enquanto aqui esteve,” disse.
Enquanto a filha passava com a Tocha acesa, eles pediram justiça, com a certeza de que o brilho da sua chama jamais se apagará. Depoimentos Ao O Paralelo 13, o engenheiro, diretor de operações da Secretaria de Agricultura do Tocantins, Ermício Parente, amigo de Vencim, disse: Conheci o Vencim quando ainda éramos crianças, em Ponte Alta. Ele foi pra Brasília e depois, na fase adulta, veio pra Porto Nacional, nesse período já morávamos aqui. Montou um comércio e começou a trabalhar. Lembro-me das palavras da minha mãe que quando ficou viúva dizia sempre que podíamos contar com ele, porque era um amigo. Conservei essa amizade. Falar do Vencim é muito fácil, pelas inúmeras qualidades vistas, e feitos que poucos sabem, porque ele nunca gostou de sair falando das ajudas financeiras que dava, frisou.

 


“Um homem de caráter, correto nos seus negócios, adquiriu um patrimônio, mas nunca deixou de reconhecer os amigos. Já o vi ajudando até times de futebol. Foi uma morte sem explicação, por ambições, uma dor muito grande que até hoje é difícil de assimilar”, disse o amigo que ressaltou que espera que a justiça seja feita com os responsáveis pelo crime.
Outro grande amigo do Vencim era o Padre Juraci, mais que amigo, seu conselheiro espiritual, pessoa no qual ele contava suas angústias. Wenceslau Leobas ajudou ainda na construção de duas igrejas, uma católica, outra evangélica.
José Dias Santinho, contador do empresário desde 1978, reforçou as qualidades do chefe, que ele define como pai. “Nossa relação não era de patrão e empregado, era de amigo, de pai pra filho. Vencim tinha um coração de mãe. Trabalhei com ele por quase 40 anos, convívio diário. Sempre honrou com suas obrigações tributárias. Pagava fornecedores e empregados em dia; Não guardava rancor e tinha uma qualidade ímpar: desculpar-se quando achava necessário”.


“Nasci para o trabalho e o sol nasceu pra todos”, repetia ele sempre que preciso. Porto Nacional perdeu um cidadão, um homem de bem. Ele fazia favores para todos que o procurassem, e no dia da sua morte, não vi um funcionário que não chorou por sua perda, concluiu Santinho.

Posted On Sexta, 24 Junho 2016 01:54 Escrito por
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