Decisão depende de reunião do colegiado do STF, agora à tarde
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e do ex-presidente da República, José Sarney, também do PMDB, de acordo com reportagem desta terça-feira (7) do jornal "O Globo". A TV Globo confirmou a informação. No caso de Sarney, por causa da idade, ele seria monitorado por tornozeleira eletrônica.
De acordo com o jornal, o procurador-geral pede a prisão dos quatro por suspeita de eles estarem obstruindo as investigações da Operação Lava Jato. A reportagem diz também que os pedidos de prisão estão com o ministro do Supremo Tribunal FederalTeori Zavascki, relator da Lava Jato no tribunal, há pelo menos uma semana.
No caso de Cunha, o Ministério Público alegou que a decisão de Teori, em maio, de afastá-lo da presidência da Câmara e do mandato, não surtiu efeito e o deputado continuou interferindo no comando da Casa.
'O Globo' afirma que Janot pediu também o afastamento de Renan da presidência do Senado.
Ao jornal "O Globo", o senador disse que mantinha apenas uma relação institucional com o ex-presidente da Transpetro e que na conversa com Sérgio Machado expressou apenas um ponto de vista sobre a Lava Jato.
A defesa de José Sarney disse que é "inacreditável" que os advogados dos interessados não tenham acesso às delações que estão em todos os jornais. A defesa disse ainda que Sarney em momento algum tentou interferir na Lava Jato e confia no poder Judiciário.
Procurado pelo G1, Eduardo Cunha disse, por meio de mensagem, que não conhece o teor do pedido de prisão e que só iria comentá-lo depois de conhecê-lo.
A alegação de Janot de que Sarney, Jucá e Renan estariam agindo para barrar a Lava Jato se baseia, segundo o jornal, na delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que, de acordo com a reportagem, traz indícios de que os três queriam limitar as investigações.
De acordo com o Ministério Público, dizem as informações confirmadas pela TV Globo, Renan, Sarney e Jucá conspiraram para atrapalhar as investigações. Entre as ações dos três nesse sentido estão, segundo o MP: a tentativa de mudar a decisão do Supremo que prevê a prisão de condenados a partir da segunda instância; a tentativa de mudar a lei , para permitir delação premiada apenas para pessoas em liberdade, e não para presos investigados; e também uma pressão dos três para que acordos de leniência das empressas pudessem esavaziar todas as investigações.
Propina
Gravações que Machado fez de conversas com políticos já derrubaram dois ministros nos primeiros 15 dias do governo Temer: o próprio Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência). Nas conversas gravadas, os dois criticavam a Lava Jato.
Em uma reportagem do dia 3 de junho, "O Globo" já havia relato que Machado contou aos investigadores ter pago pelo menos R$ 70 milhões a integrantes da cúpula do PMDB.
Ele disse que pagou a Renan cerca de R$ 30 milhões. Para Sarney, Machado relatou a entrega de cerca de R$ 20 milhões. Machado citou ainda que entregou outros R$ 20 milhões a Jucá.
Os valores, segundo Machado, foram desviados da subsidiária da Petrobras, responsável pelo transporte de combustível no país. Jucá, Renan e Sarney negaram as acusações.
TOCANTINS
Enquanto isso, no Tocantins, o Ministério Público vem fazendo uma série de investidas em órgãos estaduais e municipais e são aguardadas prisões ainda neste mês de junho, de acordo com fontes.
Os políticos tocantinenses precisam entender o que está acontecendo em Brasília e colocar suas barbas de molho. O procurador-geral da República acaba de pedir a prisão de um ex-presidente da República, do presidente do Senado Federal, e do ex-presidente da Câmara Federal, num claro sinal de que ninguém está, mais, acima da Lei no País e que os tempos mudaram.
Não adianta mais o jeitinho, o arranjo e os conluios. Engana-se quem acha que o Tocantins passou longe da Lava-Jato e muita água ainda vai rolar sob essa “cachoeira”, pois estão surgindo novos “Moros” e, mesmo que consigam atrapalhar a ação da Polícia Federal aqui ou acolá, sempre haverá mais gente disposta a investigar, mais gente para ser presa, mais gente para delatar e mais gente para cair.
O Brasil está mudando, senhores! Estamos vendo história ser feita!
Poderão ser dois atos completamente diferentes, mas de igual poder de devastação econômica tanto para o País quanto o Estado
Por Edson Rodrigues
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, convocou a militância para aderir a uma greve geral "contra o golpe" e o governo interino de Michel Temer no dia 10 de junho. Em artigo semanal, publicado no site do partido, o petista pede auxílio do movimento sindical na preparação do ato.
"Duas decisões importantes na mais recente reunião da Comissão Executiva Nacional, realizada dia 31 de maio. A primeira, que dá continuidade à nossa participação na luta contra o golpe do vice usurpador, conclama a militância a empenhar-se para a grande mobilização nacional do dia 10 de junho", escreveu Rui Falcão.
Junto com movimentos sociais e sindicais, os petistas organizam para esta semana uma série de protestos contra Temer e a favor da presidente afastada Dilma Rousseff em nível nacional.
Rui falcão só esqueceu de lembrar à militância, que o maior culpado pelas mazelas que o país passa é seu próprio partido, que afundou o Brasil no maior escândalo de corrupção da história, além de gerar um desastre econômico e levar a credibilidade da classe política para o fundo do poço.
O que Rui Falcão, pessoa que nunca passou por um escrutínio popular, não recebeu nenhum voto de nenhum eleitor brasileiro, faz com essa convocação, é colocar o Brasil à beira do precipício, utilizando a militância ensandecida como massa de manobra para desestabilizar ainda mais o governo interino, bradando aos quatro cantos e dando o nome de “golpe” a um movimento previsto na Constituição brasileira.
Incitar uma greve geral é a cara do PT, que aposta na baderna e no “quanto pior melhor”, passando por cima do “povo trabalhador” de quem se diz representante.
Uma greve geral e a militância nas ruas decretarão o caos econômico, aumentando os índices de desemprego, de quebra de empresas e de fuga de recursos internacionais. Se já está ruim como está, imagina com o acréscimo desses ingredientes...
Ainda bem que os petistas do Tocantins, em sua maioria, estão quietos em suas tocas, vendo a banda passar e a nau adernar.
Já Rui Falcão presta um grande desserviço ao Brasil, pois nem tudo o que é legal é moral ou ético...
TOCANTINS: A HORA DO GOVERNO MOSTRAR SUA FORÇA
Enquanto isso, já que falamos do Tocantins, sindicatos e movimentos classistas já começaram os ensaios para uma greve geral que também teria efeitos desastrosos na já combalida situação do Estado. A motivação da greve seria a cobrança do pagamento imediato dos retroativos, das progressões e promoções acertadas de forma frágil em momentos de estabilidade econômica que não existem mais.
Essa será a grande chance de Marcelo Miranda mostrar, de vez, que tem o poder nas mãos e que sabe usá-lo. Aliás, já está passando dessa hora...
Em um governo como do Tocantins, que já está refém do Poder Legislativo, virar refém nas mãos dos sindicatos e entidades classistas seria assumir um fracasso que ainda pode ser evitado.
Falamos isso porque somos cientes de que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, um dos poucos impolutos – e realmente debruçados na solução dos problemas causados pelo PT – na equipe de Michel Temer já avisou que para receber o benefício da renegociação das dívidas com a União, os estados devem estancar imediatamente qualquer aumento salarial, promoções ou progressões e adiar as já agendadas.
Além das palavras de Meirelles, o presidente do Senado, Renan Calheiros, convocou o governador Marcelo Miranda para uma reunião em Brasília, onde a pauta será justamente o reforço nas orientações de Meirelles e o aviso de que nenhum governo estadual, mesmo sendo do PMDB, terá alívio se descumprir as determinações do ministro.
Dizem que os grandes comandantes mostram seus talentos nos momentos em que estão em desvantagem. Pois é chegado o momento de Marcelo Miranda fazer valer deu diploma de governador e assumir efetivamente a posição de comandante do Tocantins, evitando a terceirização do seu governo e mostrando que não fugirá nem se intimidará ante as ameaças.
A economia do Tocantins está estagnada e não suportaria uma greve geral por mais breve que fosse, logo, é hora de se olhar para a população e se preocupar com os reflexos que um movimento assim traria para os pais de família e trabalhadores alheios às reivindicações sindicais e classistas.
Marcelo Miranda deve dialogar com o empresariado e com a sociedade, ser o porta-voz de si mesmo e encarar sem hesitação essa batalha, sob pena de o Tocantins entrar em uma rota irreversível de derrocada econômica e Marcelo Miranda ver seu governo fracassar.
O povo não está distraído. Ao contrário, está atento à movimentação política e aos atos do governo e, certamente, encampará essa luta pela economia do Estado. Basta que o governador Marcelo Miranda mostra que está disposto a comandá-los.
Ditadores mandam. Grandes líderes são seguidos....
“O povo tem o governo que merece e os políticos que acredita”
Por Edson Rodrigues
O presidente interino Michel Temer reuniu-se com os líderes dos partidos aliados no Senado e na Câmara Federal, logo após ter se reunido em particular como ministro do STF Gilmar Mendes e como procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na pauta, a recomendação para que fosse aprovado o aumento salarial ao Judiciário, com extensão ao Ministério Público e à Defensoria Pública Federal.
O resultado dessas reuniões foi que o Congresso acabou por aprovar o aumento, que provocará um rombo de nas contas públicas de mais de 78 Bilhões de reais, com efeito cascata para os estados.
Essa aprovação provocará uma sangria em seus Orçamentos. Independente do Executivo e do Legislativo, esse aumento aos senhores desembargadores, juízes, membros do Ministério Público, e defensores públicos, que já têm bons salários, em torno de 26 mil reais, passarão a receber contra-cheques polpudos, agora recheados de 34 a 37 mil reais, sem contar as vantagens.
Em relação específica aos desembargadores, não tivemos acesso aos valores que eles vão passar a receber, mas, pelos salários anteriormente informados, já dá pra imaginar.
RETIBUIÇÃO?
Os críticos do governo de Michel Temer já especula que esse aumento concedido ao Judiciário seria uma espécie de “pagamento” pelo “golpe” e alguns vão ainda mais fundo, afirmando que o déficit anunciado pelo governo federal ao assumir, na casa dos 170 bilhões de reais, estaria “inflado”, para fornecer “gordura” para que o Palácio da Alvorada pudesse distribuir “agrados”, como a moratória de dois anos aos estados.
Os rombos nas contas públicas do Estado do Tocantins ainda não foram calculados, mas, sabe-se, são milhões por mês, que serão aumentados enormemente com o “pacote de bondades” do governo federal.
Dizem as más línguas que o governo Temer cortou milhões de reais do Prouni, do Minha Casa Minha Vida, da Saúde e da Educação. Somando-se isso às delações da Operação Lava Jato, que mostram que, por baixo, 90% dos políticos estão envolvidos em irregularidades e que dois ministros já caíram por causa disso, ninguém sabe mais o que esperar do governo interino.
De acordo com a Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo, cujo secretário é Renato Villela, a estimativa de gasto adicional com a folha de pagamentos este ano é de R$ 183,487 milhões entre junho e dezembro deste ano, o equivalente a 0,13% da previsão de receita corrente líquida do Estado para 2016, baseado no último relatório bimestral de receitas e despesas. Considerando esses mesmos parâmetros, o impacto projetado para 2017 chega a R$ 508,118 milhões, ou 0,34% da receita liquida corrente estadual.
O impacto imediato para o Estado do Rio de Janeiro também já foi, em parte, calculado. De acordo com a Secretaria de Planejamento fluminense, o gasto adicional com os salários do servidores estaduais do Executivo será de R$ 57 milhões por ano. A conta final certamente será ainda maior já que essa estimativa não considera o efeito cascata para o Judiciário e o Legislativo estaduais.
Em Santa Catarina, por exemplo, o impacto automático dos reajustes federais será de R$ 98,776 milhões por ano, de acordo com a Secretaria de Administração. O valor equivale a 0,93% da folha catarinense de 2015.
Por outro lado, no Paraná - que detém a terceira maior folha de pagamentos do País -, o efeito cascata vai esbarrar em uma norma que blinda a expansão dos gastos com salários no orçamento do Estado. Como os funcionários do Judiciário, Legislativo, Tribunal de Contas e do Ministério Público recebem 18,6% dos recursos orçamentários paranaenses, qualquer aumento decorrente do reajuste federal terá de ser administrado dentro dessa porcentagem de repasse.
"O impacto nas contas de grande parte dos Estados é uma má notícia, justamente porque o governo federal tem acusado bastante os governos estaduais de estourarem os limites com gastos com o funcionalismo", avaliou um especialista em contas públicas ouvido pelo Broadcast. Secretários de Fazenda também avaliam que a pressão do reajuste pode colocar mais dificuldades na negociação das suas dívidas com a União. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
NAS MÃOS DO POVO
Mas, como o tempo é o senhor da razão, agora, em outubro, todos nós, brasileiros, estaremos aptos a votar. Mais que isso, estaremos aptos a mudar essa realidade, não votando em nenhum político que tenha a mínima ligação com qualquer tipo de irregularidade. Não importa se ele é seu amigo, amigo do seu irmão, se mandou asfaltar sua rua. Teve relação com corrupção, nada de voto!
Se estiverem condenados e buscando medidas liminares para poder participar das eleições, então, nem pensar! Chega de corrupção, de políticos mal intencionados e preocupados apenas com os próprios bolsos!
Se quisermos um Brasil melhor, temos que começar por baixo, pelos vereadores, cortando o mal pela raiz, impedindo que pessoas de má índole façam carreira na política, cheguem a prefeitos, deputados, senadores e a qualquer cargo onde possam se locupletar e se beneficiar do dinheiro público.
A hora da mudança é agora. Os exemplos estão nas capas dos jornais e das revistas. Já sabemos em quem não podemos confiar. Precisamos, apenas, que os partidos façam a limpa em nomes sujos e nos ofereçam opções decentes.
Afinal, “cada povo tem os políticos que merece”
Veja e Istoé trazem na capa o ex-presidente da maior empreiteira do Brasil, que faz acusações de que foi achacado pelo PT e obrigado a pagar propinas, citando, inclusive, Dilma Rousseff
VEJA
Marcelo Odebrecht: propina financiou reeleição de Dilma
O ex-presidente José Sarney sabe das coisas. Com a autoridade de seus 60 anos de vida pública e um talento nato para resistir a tormentas, Sarney disse numa conversa gravada que a delação premiada de executivos da Odebrecht provocaria um estrago digno de "uma metralhadora de ponto 100". A velha raposa externava o temor reinante na classe política com a possibilidade da revelação dos detalhes da contabilidade clandestina da maior empreiteira do país. Fazia coro com as autoridades empenhadas em melar a investigação do petrolão. A operação abafa, como se sabe, fracassou. A delação de diretores e funcionários da Odebrecht já está sendo feita. Não só ela como a colaboração do ex-chefe da OAS, que fez a reforma do sítio que servia de refúgio para o ex-presidente Lula. Em vez de uma, são duas as metralhadoras engatilhadas, ambas com munição de sobra para permitir que a Lava-Jato feche a lista de políticos beneficiados com propina e identifique a cadeia de comando do maior esquema de corrupção já investigado no país. O poder de fogo é ainda mais devastador, letal e definitivo do que imaginava o experiente Sarney.
A delação mais aguardada é a de Marcelo Odebrecht, o príncipe das empreiteiras, provedor-mor das campanhas eleitorais, doador universal do sistema político brasileiro. Preso em junho do ano passado, Marcelo, de início, declarou-se inocente e rechaçou a possibilidade de ajudar as autoridades a esquadrinhar as entranhas do petrolão. "Primeiro, para alguém dedurar, precisa ter o que dedurar. Isso eu acho que não ocorre aqui", disse o empresário, já sob a custódia da Polícia Federal, numa audiência da CPI da Petrobras. Os parlamentares presentes, sabedores de onde o calo aperta, quase pediam desculpas ao fazer perguntas a ele. "Eu talvez brigasse mais com quem dedurou do que com aquele que fez o fato", acrescentou Marcelo, criticando os delatores. Uma sucessão de fatos mudou suas convicções. Fracassaram todos os recursos jurídicos e as armações políticas de bastidores para livrá-lo da prisão. A força-tarefa da Lava-Jato descobriu que a Odebrecht tinha um setor específico para pagamento de propina que abastecia os partidos governistas e de oposição. Em março, o juiz Sergio Moro, responsável pela Lava-Jato, condenou Marcelo a dezenove anos e quatro meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Para se livrar da cadeia, o condenado finalmente aceitou exercer o papel de delator que tanto desqualificara.
O alvo principal de suas revelações será a presidente afastada Dilma Rousseff. Segundo o empresário, a reeleição de Dilma foi financiada com propina depositada em contas no exterior. A Lava-Jato já rastreou o repasse de 3 milhões de dólares da empreiteira para uma conta na Suíça do marqueteiro João Santana, mago das últimas três campanhas presidenciais do PT. Além disso, mapeou o pagamento de 22,5 milhões de reais ao marqueteiro, em dinheiro vivo, entre outubro de 2014, quando Dilma conquistou o segundo mandato, e maio de 2015. Marcelo confirmará aos investigadores que, ao remunerar Santana, bancou despesas não declaradas da campanha da petista.
ISTOÉ
O acerto de R$ 12 milhões
Entre o primeiro e o segundo turno da eleição de 2014, o tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva, cobrou de Marcelo Odebrecht uma doação “por fora” no valor de R$ 12 milhões para serem repassados ao marqueteiro João Santana e ao PMDB. Marcelo se recusou a fazer o repasse, mas diante da insistência de Edinho disse que iria procurar Dilma. Dias depois, em encontro pessoal, o empreiteiro e a presidente afastada mantiveram a conversa abaixo:
– Presidente, resolvi procurar a sra. para saber o seguinte: é mesmo para efetuar o pagamento exigido pelo Edinho?, perguntou Odebrecht.
– É para pagar, respondeu Dilma.
No acordo de delação premiada, firmado na última semana, o empreiteiro Marcelo Odebrecht fez uma revelação que, pela primeira vez, implica pessoalmente a presidente afastada Dilma Rousseff numa operação de caixa dois na eleição de 2014 – o que configura crime. Aos procuradores da Lava Jato, o empresário afirmou que a mandatária exigiu R$ 12 milhões para a campanha durante encontro privado entre os dois. A conversa ocorreu depois do primeiro turno da disputa presidencial. O recurso, segundo Odebrecht, abasteceu o caixa paralelo de Dilma e serviu para pagar o marqueteiro João Santana e o PMDB. A história narrada pelo empreiteiro é devastadora para as pretensões de Dilma de regressar ao poder. Nela, Marcelo Odebrecht atesta que a presidente afastada não apenas sabia como atuou pessoalmente numa operação criminosa. Aos integrantes da força-tarefa da Lava Jato, o empreiteiro desfiou com riqueza de detalhes a ação da presidente. O empresário contou que durante o período eleitoral foi procurado pelo então tesoureiro da campanha, Edinho Silva.
O ex-ministro da Secretaria de Comunicação parecia apreensivo e reproduzia o mesmo comportamento persuasivo identificado por outros delatores do esquema do Petrolão, quando abordados pelo tesoureiro. A tensão derivava da urgência em amealhar mais recursos para reforçar o caixa da presidente. Na conversa, em tom impositivo, Edinho cobrou do empresário uma doação por fora que extrapolava o valor já combinado com os petistas anteriormente: um adicional de R$ 12 milhões. Deste total, deixou claro Edinho, R$ 6 milhões seriam para bancar despesas com marqueteiro João Santana e R$ 6 milhões para serem repassados ao PMDB. Oficialmente, o Grupo Odebrecht já havia doado R$ 14 milhões à campanha. Como a quantia extra era alta e, com o acréscimo, o valor doado representaria quase o dobro do acerto inicial, Marcelo ficou intrigado com a abordagem do tesoureiro.
Num primeiro momento, o empreiteiro reagiu de maneira negativa. Disse que se recusaria a fazer o pagamento. Diante da insistência de Edinho, disse-lhe, então, que procuraria pessoalmente a presidente Dilma. Foi o que aconteceu na sequência. Embora estivesse em plena efervescência da campanha eleitoral, Dilma abriu um espaço em sua agenda para receber o empresário. No encontro, segundo relato aos procuradores, Marcelo Odebrecht foi direto ao ponto. Questionou se era mesmo para efetuar o repasse exigido por Edinho. Ao que Dilma respondeu, sem titubear: “É para pagar”.
Ao narrar o diálogo aos integrantes da Lava Jato, Odebrecht compromete a presidente afastada naquilo que ela alardeava como uma vantagem em relação aos demais políticos mencionados no Petrolão: a pretensa ausência de envolvimento pessoal num malfeito. No momento em que a mandatária lutava para ganhar algum fôlego a fim de tentar reverter o placar do impeachment no Senado, a delação de Odebrecht confirmando que ela exigiu R$ 12 milhões do empreiteiro – numa ação nada republicana destinada a abastecer o caixa dois de sua campanha – cai com uma bomba em seu colo. Pela letra fria da lei, utilizar-se de dinheiro não declarado na campanha eleitoral é fator decisivo para a perda do mandato presidencial. E Dilma não só se beneficiou do esquema do Petrolão como operou diretamente para que um recurso de caixa dois, portanto ilegal, irrigasse os cofres de sua campanha, conforme revelou Marcelo Odebrecht à Lava Jato. Embora não seja este o objeto do processo do impeachment em tramitação no Senado, o depoimento do empresário torna insustentável a situação de Dilma e praticamente inviabiliza o seu retorno à Presidência. Na Lava Jato, a delação de Odebrecht é tida como absolutamente verídica. Os procuradores e delegados têm certeza de que não se trata de apenas uma versão.
Agora é possível entender a razão do embaraço da presidente afastada ao discorrer sobre o tema em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, publicada no último final de semana. Instada a se manifestar sobre a possibilidade de o empreiteiro a acusar de pedir dinheiro para pagar o marketing da campanha de 2014, a presidente afastada lançou mão de um discurso que, à luz dos fatos novos expostos por Marcelo Odebrecht no acordo de delação, não pára mais em pé: “Eu jamais tive conversa com o Marcelo Odebrecht sobre isso”. “Eu paguei R$ 70 milhões para o João Santana (em 2014). Tudo declarado para o TSE. Onde é que está o caixa dois?”, perguntou ela. Na referida entrevista, Dilma já havia se encalacrado ao negar que tivesse mantido encontros com o empreiteiro no Alvorada e “não se lembrar” de reuniões com o mesmo interlocutor no Palácio do Planalto. De acordo com os arquivos eletrônicos do Planalto, Dilma recebeu Odebrecht quatro vezes desde a sua posse. Duas no Palácio da Alvorada (em 26 de março e 25 de julho de 2014, ano eleitoral) e duas no Planalto (10 de janeiro e 10 de outubro de 2013).
ÉPOCA
Delator diz que campanha de Pimentel teve R$ 45 milhões em caixa dois
Os 20 anexos obtidos por ÉPOCA da delação premiada de Benedito Oliveira Neto, o Bené, totalizam cerca de R$ 45 milhões em propinas que, segundo ele, foram usadas no caixa dois da campanha vitoriosa de Fernando Pimentel ao governo de Minas Gerais.
Duas empreiteiras juntas deram R$ 14,5 milhões. Uma delas, diz o delator, repassou R$ 11,5 milhões em dinheiro vivo, como troca de financiamento obtido. A outra pagou R$ 3 milhões pelo lobby que Pimentel fez no Uruguai, segundo Bené.
Pimentel nega e desqualifica a delação do outrora amigo.
Governador Marcelo Miranda pode dar aval para que partido regularize sua situação jurídica na cidade e participe ativamente da sucessão municipal
Por Edson Rodrigues
O PMDB de Porto Nacional pode “acender a vela da paz” ainda esta semana com iniciativa do governador Marcelo Miranda e do presidente estadual da legenda, Derval de Paiva, com o abono dos deputados estaduais Ricardo Aires, Valdemar Jr., Nilton Franco e Paulo Mourão, todos da base política de sustentação do governo Marcelo Miranda.
O clima, tudo indica, é de paz e união. Em conversas com uns 15 modebas, esta semana, em Porto Nacional, todos eles pré-candidatos a vereadores, apuramos que o pensamento é quase unânime: “temos que superar nossas divergências e organizar o partido junto à Justiça Eleitoral, sob pena de não podermos fazer parte deste pleito, nem com candidatura própria, nem em coligação”.
Já, um cacique mais velho sentenciou: "o modeba é historicamente teimoso, em nível nacional, estadual e municipal, mas na “hora h", acaba seguindo seus líderes, mesmo sendo muito desconfiados. Porém, esse mesmo cacique faz uma ressalva: “se realmente o governador vem a Porto com a intenção de unir os cacos do PMDB, isso passa a ser uma ação política do Palácio Araguaia. Nós tardamos, mas ainda há de dar tempo. Vamos ouvir com cautela e atenção. Sabemos que não podemos mais esticar a corda, agora ou vai ou racha”.
Mesmo assim ainda há um grupo, aliás, a maioria, que afirma que ninguém vai aceitar receita pronta do Palácio Araguaia, empurrada “goela abaixo” como lombrigueiros, tudo tem que ser conversado.
HISTÓRICO
O enfraquecimento do PMDB em Porto Nacional data de 7, 10 anos atrás, e, internamente sabe-se que se deve á falta de renovação das lideranças. Apesar da legenda ter participação importante e histórica na vida da cidade, estando presente na luta pela democracia, dos interesses coletivos, sua existência acabou deturpada pela má política que se implantou no Brasil, a da troca de favores e de negociatas. Mas, vale ressaltar que o grupo puro-sangue do PMDB de Porto Nacional merece todo o nosso respeito, pois sempre fez parte da discussão sobre os problemas da coletividade.
Os que hoje “comandam” o partido, só querem saber das picuinhas internas, deixando a real condução da legenda para políticos de outros partidos, detentores de cargos eletivos ou de importância. Seu “presidente” é um “ficha-suja”, chamado André Costa, condenado por improbidade administrativa, só para se ter idéia do fundo do poço onde o partido chegou em Porto Nacional.
A expectativa dessa “velha-guarda” é que, a partir dessa reunião, o partido possa regularizar a sua situação junto à Justiça Eleitoral e abonar a candidatura dos seus atuais vereadores à reeleição, coligar com outras legendas para concorrer à prefeitura ou, até mesmo, quem sabe, lançar uma candidatura própria. Afinal, Porto Nacional é a cidade que mais cresce no Estado, um verdadeiro canteiro de obras e a participação efetiva do PMDB nessas eleições seria um resgate à história do partido no município.
Para um partido que tem cinco deputados estaduais, dois federais, o presidente da Câmara Federal, o Presidente do Senado, o Presidente da República, o governador do Estado e diversas lideranças na política nacional, hoje relegar à Porto Nacional apenas cargos de “chefetes” dentro do governo estadual, sem nenhuma representatividade.
É a chance do PMDB de Porto Nacional voltar a assumir o papel de protagonista na política do Estado. Vamos aguardar os acontecimentos...