Correios lideram a lista; governo argumenta que o resultado primário não é o indicador mais adequado para medir a saúde financeira de uma estatal
Por Gabriel Garcia
Das 44 estatais controladas diretamente pela União, 12 registraram resultado líquido negativo em 2024, segundo dados do MGI (Ministério da Gestão e Inovação) compilados pelo CNN Money.
Os Correios, que enfrentam uma crise bilionária e recentemente anunciaram um plano de reestruturação que inclui um pedido de empréstimo de R$ 20 bilhões, lideram a lista. A estatal fechou o ano com déficit de R$ 2,6 bilhões.
Em segundo lugar está a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), responsável por operar o sistema ferroviário urbano em diversas capitais. Em 2024, a estatal registrou prejuízo de R$ 1,1 bilhão.
Na sequência aparecem a Embrapa (R$ -375 milhões), a Infraero (R$ -229 milhões) e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (R$ -132 milhões), completando a lista dos cinco piores resultados do ano.
O governo, no entanto, argumenta que o resultado primário não é o indicador mais adequado para medir a saúde financeira de uma companhia.
O MGI argumenta, por exemplo, que se uma empresa realiza investimentos ou paga dividendos aos acionistas utilizando recursos acumulados em anos anteriores, isso pode gerar um déficit no resultado primário sem necessariamente indicar desequilíbrio financeiro.
Na prática, o governo reforça que o resultado primário é calculado sob a ótica das finanças públicas, seguindo a metodologia do Orçamento da União, e não reflete, necessariamente, a situação de caixa ou o desempenho mercadológico da empresa.
“Um déficit primário pode indicar um ciclo de investimento intensivo, financiado por recursos previamente acumulados ou por endividamento planejado, e não necessariamente uma falha de gestão ou insuficiência de receitas operacionais”, afirma o MGI.
A declaração foi feita no 16º Congresso do PCdoB, em Brasília
Com Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar em defesa da Venezuela no momento que os Estados Unidos autorizam ações no país vizinho. Lula defendeu a Venezuela, comandada pelo ditador Nicolás Maduro, ao afirmar que a população do país é dona do próprio destino e que nenhum presidente estrangeiro deve dar palpite sobre o destino do país.
"O Brasil nunca vai ser a Venezuela e a Venezuela nunca vai ser o Brasil. Cada um será ele. O que nós defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino e não é nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite de como vai ser a Venezuela ou vai ser Cuba", afirmou.
Ao destacar a boa relação com líderes esquerdistas sul-americanos nos dois primeiros mandatos à frente da Presidência, Lula disse que teve uma boa relação com Hugo Chávez.
Segundo o presidente, a "onda rosa", onde progressistas comandaram boa parte do continente, foi o "melhor momento político, ideológico e social da região"."Eu tive o prazer de viver na presidência do Brasil entre 2002 e 2010, no melhor momento político, ideológico e social da América do Sul, a minha convivência com Cristina e o (Néstor) Kirchner, da Argentina), a minha convivência com Michele Bachelet, do Chile, com Tabaré Vázquez no Uruguai e Pepe Mujica, com (Fernando) Lugo no Paraguai, com (Hugo) Chávez na Venezuela, com Evo Morales na Bolívia, isso tudo acabou", disse Lula.Na terça-feira, 14, os Estados Unidos atacaram um barco que, segundo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, carregava drogas.
Seis pessoas morreram. A ação, segundo Trump, foi feita após "a inteligência confirmar que o barco estava contrabandeando drogas, estava associado a redes narcoterroristas ilícitas e navegava em uma rota conhecida" por essas organizações".Um dia após o ataque ao barco, na quarta-feira, 15, Trump disse que considera atacar em terra cartéis de droga que operam na Venezuela.
O líder americano confirmou uma reportagem do New York Times publicada que revelou que ele autorizou operações da CIA contra Caracas.Na mesma solenidade Lula falou da política brasileira e afirmou que tem disposição para disputar mais cinco eleições e que muito provavelmente será candidato em 2026."Se eu decidisse ser candidato, obviamente a direção dos partidos que verem, se eu decidisse ser candidato, não é para disputar só, é para a gente ganhar essas eleições", disse.
Chanceler brasileiro e secretário dos EUA trataram de comércio
DA AGÊNCIA BRASIL
Em declaração conjunta, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, e o representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, informaram que "mantiveram conversas muito positivas sobre comércio e questões bilaterais em andamento".
Mauro Vieira e as autoridades norte-americanas reuniram-se nesta quinta-feira (16), na Casa Branca, em Washington, com foco principal nas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
O comunicado diz ainda que as autoridades estão empenhadas em marcar uma reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.
"O Secretário Rubio, o Embaixador Greer e o Ministro Mauro Vieira concordaram em colaborar e conduzir discussões em várias frentes no futuro imediato, além de estabelecer uma rota de trabalho conjunto. Ambas as partes também concordaram em trabalhar conjuntamente pela realização de reunião entre o Presidente Trump e o Presidente Lula na primeira oportunidade possível", diz a nota, divulgada em português e inglês.
Não foi divulgada data ou local do encontro entre os presidentes. Inicialmente, a expectativa era de que o encontro pudesse ocorrer durante a Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia, no fim de outubro.
No entanto, conforme informou o chanceler brasileiro em entrevista a jornalistas, as agendas dos presidentes devem determinar o momento mais adequado para a reunião.
A reunião entre Vieira e Rubio marca a retomada do diálogo entre os dois países após meses de tensão diplomática.
As relações entre Brasil e Estados Unidos atravessam um período de instabilidade desde que o governo Trump decidiu impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A medida foi justificada pela Casa Branca como uma resposta a uma suposta “politização” do Judiciário brasileiro e à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
Além do tarifaço, Washington também aplicou sanções financeiras e consulares a autoridades brasileiras, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. As ações foram vistas em Brasília como retaliação política.
O encontro entre Vieira e Rubio é o primeiro de alto nível desde que Trump reassumiu a Presidência dos Estados Unidos, em janeiro. A reunião sinaliza um esforço de reaproximação entre os dois países, iniciado após uma breve conversa entre Lula e Trump durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro, em Nova York.
Da Assessoria
O Projeto de Lei 1802/2024, de autoria do vice-presidente do Senado e presidente do PL Tocantins, Eduardo Gomes, deu mais um passo importante na Casa Legislativa ao ser aprovado, nesta quarta-feira, 15, na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT). A proposta autoriza a doação de produtos apreendidos por falsificação como roupas, calçados e utensílios para vítimas de desastres e situações de calamidade pública, em vez de determinar sua destruição, como ocorre atualmente.
Eduardo Gomes explicou que a medida surgiu da necessidade de dar uma resposta mais ágil e humana em momentos de crise. “Esses produtos, que hoje viram lixo, podem salvar vidas. É uma forma de transformar um problema em solidariedade e ação social”, afirmou.
O relator da proposta na CCT, senador Carlos Portinho (PL-RJ), apresentou parecer favorável ao projeto, reconhecendo o impacto social e a urgência da medida. Com a aprovação na comissão, o PL 1802/2024 segue agora para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), última etapa antes de ser apreciado pelo Plenário do Senado.
Se aprovado, o texto altera a Lei de Propriedade Industrial para permitir que produtos apreendidos em operações contra falsificação sejam reaproveitados de forma segura, respeitando critérios técnicos e sanitários, e destinados a pessoas em situação de vulnerabilidade.
Valor está sendo negociado com sindicatos bancários; estatal ainda não sabe como incentivará demissão voluntária, manobra que ainda está sendo mapeada
Por Gabriela Tunes
Os Correios anunciaram nesta quarta-feira (15) um plano de reestruturação para fechar as contas em 2025 e salvar a estatal em 2026. Para isso, os principais meios serão um empréstimo de R$ 20 bilhões e um programa de demissão voluntária.
Essas duas manobras estão sendo mapeadas pelo presidente dos Correios, Emmanoel Schmidt Rondon, que assumiu o cargo há menos de um mês.
De acordo com Rondon, o empréstimo de cerca de R$ 20 bi está sendo conversado com sindicatos de bancos. "Estamos negociando condições adequadas para cumprir os prazos de pagamentos."
O modelo proposto é de um consórcio de bancos, em que instituições financeiras atuam de maneira conjunta para buscar o capital. O valor ajudaria a salvar a estatal, que, em junho deste ano, precisava de cerca de R$ 5,6 bilhões para cumprir os compromissos de 12 meses.
Outra manobra que está sendo analisada é um Plano de Demissão Voluntária (PDV). A estatal está em busca de localidades onde não haja perda de capacidade linear para, após esse mapeamento, definir como haverá incentivo de demissão para funcionários.
Outras estratégias envolvem renegociação de contratos com fornecedores e a diversificação de receitas.
Em 2021, os Correios tiveram lucro recorde de R$ 2,2 bilhões, mas, durante esse período, segundo o presidente, não houve investimentos certos e, quatro anos depois, a estatal não conseguiu se adaptar à nova realidade econômica pós-pandemia de covid-19, o que explicaria o rombo.
Nos últimos quatro anos, os Correios tiveram um aumento de despesa de 6%. "Nos últimos anos, a perda de competitividade faz com que haja perda de receita que impacta o caixa, o que potencializa o ciclo negativo", explicou.