Presidente repudiou interferência de Trump em soberania brasileira

 

 

POR PEDRO RAFAEL VILELA

 

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na noite desta quinta-feira (10), que o Brics, fórum que reúne grandes países do chamado Sul Global, seguirá discutindo mecanismos mais autônomos para impulsionar as relações comerciais. As declarações de Lula, concedidas em duas entrevistas a canais de televisão, ocorre em meio à escalada de tensões com os Estados Unidos, desde que o presidente Donald Trump anunciou tarifa comercial de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados.

 

"O Brics é um fórum que ocupa metade da população mundial e quase 30% do PIB mundial. E 10 países do Brics participam do G20 [incluindo o Brasil], onde o senhor Trump participa [pelos EUA]", destacou o presidente em entrevista exibida pelo Jornal Nacional, da TV Globo.

 

"Nós cansamos de ser subordinados ao Norte. Queremos ter independência nas nossas políticas, queremos fazer comércio mais livre e as coisas estão acontecendo de forma maravilhosa. Nós estamos discutindo, inclusive, a possibilidade de ter uma moeda própria, ou quem sabe com as moedas de cada país a gente fazer comércio sem precisar usar o dólar", acrescentou Lula.

 

Discussão civilizada

Em outra entrevista, exibida pelo Jornal da Record, da Record TV, Lula também reforçou que a ação de Trump contra o Brasil mostra a insatisfação dele com o protagonismo mundial do Brics.

 

"Eu não sou obrigado a comprar dólar para fazer relação comercial com a Venezuela, com a Bolívia, com o Chile, com a Suécia, com a União Europeia, com a China. A gente pode fazer nas nossas moedas. Por que eu sou obrigado a ficar lastreado pelo dólar, que eu não controlo? Quem tem uma máquina de produzir dólar são os EUA, não nós", criticou.

 

O presidente enfatizou que qualquer discordância deveria ser discutida em uma mesa de negociação, e não com ataques comerciais e à soberania dos países.

 

"Se ele [Trump] tivesse divergência, o correto seria numa reunião do G20 ele levantar o problema, vamos fazer uma discussão civilizada, nos convença, vamos discutir. O que ele não pode é agir como se fosse dono dos outros".

 

Ao Jornal Nacional, Lula explicou que, no momento, não pretende ligar para Trump, mas que vai sair em defesa do setor produtivo brasileiro com a abertura de novos mercados. O presidente observou que o tom de abordagem do norte-americano é desrespeitoso e que não aceitará esse tipo de comportamento.

 

"Ele, por exemplo, poderia ter ligado para o Brasil para dizer a medida que ele vai tomar. Ele não mandou nenhuma carta, nós não recebemos carta. Ele publicou no site dele, numa total falta de respeito, que é um comportamento dele com todo mundo. E eu não sou obrigado a aceitar esse comportamento desrespeitoso entre relações de chefe de Estado, de relações humanas".

 

Manutenção do IOF

Ainda na entrevista para a TV Record, Lula anunciou que vai insistir no aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo o presidente, se o governo tiver de cortar R$ 10 bilhões em despesas, como está sendo projetado, o corte também vai afetar as emendas parlamentares.

 

"O deputado sabe que, se eu tiver que cortar R$ 10 bilhões, eu vou cortar das emendas dele também. Como eles sabem e eu sei, é importante a gente chegar num ponto de acordo. Eu posso antecipar para você: eu vou manter o IOF. Se tiver um item no IOF que esteja errado, a gente tira aquele item, mas o IOF vai continuar", declarou o presidente.

 

"Fazer decreto é responsabilidade do presidente da República. E os parlamentares podem fazer um decreto-lei para eles, se tiver cometido algum erro constitucional, coisa que não cometi", completou.

 

Na semana passada, após uma derrota histórica do governo no Legislativo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, suspendeu tanto os decretos do Executivo que elevam o IOF quanto o decreto que foi aprovado pelo Congresso Nacional e que derruba essa medida. Para resolver o impasse, Moraes determinou a realização de uma audiência de conciliação entre o governo federal e o Congresso Nacional sobre o tema para o próximo dia 15 de julho, em Brasília.Lula diz que Brics seguirá discutindo alternativas ao dólar

 

 

Posted On Sexta, 11 Julho 2025 03:35 Escrito por O Paralelo 13

 

DIRETO AO PONTO

 

 

Da redação

 

 

As relações comerciais entre Brasil e Marrocos são tímidas em valores, mas poderiam ser ampliadas uma vez que a economia dos dois países são complementares na busca de oportunidades nas relações bilaterais. Esse foi o fio condutor do Lide Brazil-Morocco Fórum, que reuniu autoridades e empresários dos dois países, nesta quarta-feira (9), em Marraquexe, organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).

 

O vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes, representou a Casa Alta brasileira, e foi palestrante no painel sobre a ampliação da indústria do turismo entre Brasil e Marrocos.

 

Eduardo Gomes destacou que Brasil e Marrocos compartilham uma identidade plural e acolhedora, que se reflete na forma como recebem seus visitantes e, dessa forma, a indústria do turismo é uma ponte potencial entre as duas culturas e pode ser um motor econômico e uma ferramenta poderosa de transformação social e educacional.

 

“Debatemos oportunidades, números promissores e o fortalecimento das conexões entre os dois países, incluindo a importante rota direta entre São Paulo e Casablanca. O turismo é mais do que uma boa economia. É um caminho de desenvolvimento para todos”, disse o vice-presidente do Senado.

 

Gomes destacou, também, o potencial do setor como ferramenta de desenvolvimento econômico e inclusão social, citando exemplos do Tocantins, como o artesanato em Capim Dourado e as bonecas Karajá, que fortalecem nossa identidade cultural e impulsionam o turismo sustentável e assegurou que o Senado está comprometido em apoiar iniciativas que aproximem nossos países, ampliem parcerias estratégicas e gerem novos negócios. “Seguimos trabalhando por um Brasil mais conectado ao mundo e por um Tocantins protagonista no cenário internacional”, finalizou.

 

RECIPROCIDADE

 

O embaixador do Brasil no Marrocos, Alexandre Parola embasou as palavras do vice-presidente do Senado, afirmando que a retomada do voo direto entre Brasil e Marrocos explodiu o número de turistas brasileiros no país africano. “Ouço mais português nas ruas e é hora de os marroquinos irem mais ao Brasil”, afirmou o embaixador.

 

O presidente da Royal Air Maroc, Abdelhamid Addou, destacou que a empresa retomou os voos diretos para o Brasil interrompidos por conta da pandemia da Covid-19, e, até 2026, pretende operar, pelo menos, seis voos semanais entre os dois países. A companhia vem ampliando a frota de 50 para 200 nos próximos anos.

 

“Hoje somos a segunda maior companhia do continente africano e vamos comprar, pelo menos, mais 15 aviões por ano que vai permitir multiplicar por quatro o fluxo da empresa”, disse o executivo.

 

Vinicius Lummertz, ex-presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) e membro sênior do Instituto Milken, reforçou que o Brasil tem potencial para desenvolver turismo no Marrocos, pois existe uma estimativa de que o número de brasileiro morando no país africano deve saltar de 180 mil para 350 mil nos próximos anos.

 

Para ele, com a expectativa de ampliação da frota da Royal Air Maroc, o Brasil entra nessa rota de melhorar o turismo bilateral. “O Brasil precisa ter uma estratégia mais agressiva voltada ao turismo”, pontuou Lummertz. O executivo lembrou que, enquanto Marrocos recebe 40,2 mil turistas brasileiros, o Brasil recebeu 4 mil turistas marroquinos.

 

A participação do vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes, foi vista como uma certeza de que os esforços para o fortalecimento do turismo entre as duas nações serão mais que meras intenções, e terão um significado crucial para o estreitamento dos laços comerciais entre Brasil e Marrocos.

 

 

Posted On Quinta, 10 Julho 2025 07:21 Escrito por O Paralelo 13

O cenário político do Tocantins se aquece com força total entre agosto e dezembro deste ano. Esse será o período decisivo para os principais acertos, conchavos e a formatação final das federações partidárias que disputarão o governo do Estado em 2026. O que ficar para 2026 serão apenas ajustes pontuais, sem potencial de mudar o eixo da sucessão estadual

 

 

Por Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues

 

 

As cúpulas nacionais dos principais partidos já estão pressionando por definições. Em Brasília, a expectativa é de que o União Brasil e o Progressistas, siglas da senadora Professora Dorinha e do deputado federal Vicentinho Júnior anunciem, já no próximo dia 17 de julho, o desembarque da base do governo Lula. O movimento envolve também um distanciamento formal de figuras como Paulo Mourão e Célio Moura (PT), selando de vez o reposicionamento da oposição.

 

 

Professora senadora Dorinha e deputado Vicentinho Junior

 

A grande pergunta que segue no ar é se Dorinha será ou não candidata ao governo do Estado? A senadora não poderá mais evitar uma indefinição política e em breve precisará se pretende disputar contra Wanderlei Barbosa (Republicanos) e, indiretamente, contra a gestão federal, precisará dizê-lo em alto e bom som.

 

As chapas proporcionais e majoritárias estão em estágio avançado de costura, e a janela de desincompatibilizações e mudanças partidárias se encerra no dia 4 de abril de 2026, conforme o calendário da Justiça Eleitoral. Até lá, o xadrez político segue em movimento, mas as peças principais já estão quase todas no tabuleiro.

 

Laurez: uma pré-candidatura solitária em busca de competitividade

 

 

O vice-governador Laurez Moreira (PDT) tem, inegavelmente, uma trajetória política respeitável. Foi deputado estadual, deputado federal e prefeito de Gurupi por dois mandatos, sempre com boa avaliação administrativa e contas aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado. Seu perfil é o de um gestor sério, sem máculas, com serviços prestados e experiência acumulada.

 

Mas, até aqui, sua pré-candidatura ao Governo do Tocantins em 2026 não empolgou. Falta musculatura partidária, uma base de apoio real e estrutura. Falta, sobretudo, uma chapa proporcional consistente, uma aliança majoritária com tempo de TV e rádio, e acesso efetivo ao fundo eleitoral. Sem isso, qualquer projeto majoritário vira ilusão.

 

Laurez precisa, até dezembro deste ano, transformar sua pré-campanha em algo competitivo ou corre o risco de virar um espectador do processo eleitoral. Persistir em um projeto isolado, sem grupo, sem nominatas, e sem viabilidade concreta, pode não ser apenas um erro estratégico. Pode ser um ato de suicídio político. Quem conhece os bastidores sabe que o tempo das definições já começou. E 2026 começou ontem.

 

 

Carlesse: pré-candidatura que mais parece uma bolha d’água

 

A possível candidatura do ex-governador Mauro Carlesse ao Palácio Araguaia em 2026 mais parece uma bolha d’água. Tem volume, gera algum barulho, mas pode estourar antes mesmo de ganhar forma real.

 

Carlesse tem seus méritos administrativos, reconhecidos por aliados e registrados na crônica política do Tocantins. No entanto, seu passado recente, marcado por escândalos de gestão e ainda pendente de acertos com a Justiça Eleitoral e com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), torna extremamente difícil uma retomada competitiva ao governo.

 

A leitura nos bastidores é que, mesmo que consiga superar os obstáculos jurídicos, o voo máximo viável para Carlesse seria uma candidatura a deputado estadual e, ainda assim, com elevado custo político e financeiro. Isso sem falar da relação tensa (e volátil) com os principais veículos de comunicação do Tocantins, que oscilam entre a resistência e o silêncio calculado. Carlesse até pode testar sua força eleitoral, mas, neste momento, falta o essencial que é lastro político, autonomia e ambiente favorável.

 

Amélio Cayres: pré-candidatura que ganha corpo e estrutura

Com o silêncio de quem prefere agir a falar, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Amélio Cayres (Republicanos), vem costurando uma pré-candidatura ao governo que cresce de forma constante e sólida.

 

Longe de ataques, presente nos municípios, com forte agenda institucional e amparado por aliados de peso, Cayres avança. Conta com apoio de 20 deputados estaduais, três federais, dezenas de prefeitos e vereadores, além de sinalizações claras de siglas como PL, MDB, Republicanos e outras legendas aliadas ao Palácio Araguaia.

 

A estrutura partidária já se consolida com fundo eleitoral, tempo de TV e palanque competitivo. Soma-se a isso o lançamento iminente dos programas sociais do governo Wanderlei Barbosa, com previsão de R$ 900 milhões em investimentos até o fim de 2025, e a popularidade do governador, que ultrapassa os 85%. Com esse cenário, a pré-candidatura de Amélio Cayres se aproxima do ponto de não-retorno: se tornar inevitável.

 

 

Pré-candidaturas ao senado em terreno frágil

 

O Tocantins pode assistir, em breve, ao colapso de algumas pré-candidaturas ao Senado Federal. Sem grupo político consolidado, sem fundo partidário garantido e apostando apenas na boa vontade de financiadores incertos, alguns nomes devem repensar seus passos.

 

Muitos desses pré-candidatos sequer conseguirão viabilizar suas próprias reeleições, pois seus aliados e cabos eleitorais já estão comprometidos com chapas proporcionais concorrentes empoderadas por milhões em emendas impositivas e recursos próprios.

 

No fim, o risco é real de não conseguir nem Senado, nem reeleição. Apenas o silêncio das urnas.

 

 

Posted On Quarta, 09 Julho 2025 13:17 Escrito por O Paralelo 13

Alcolumbre vai promulgar aumento do número de deputados se Lula não sancionar

 

Com Portal R7

 

 

O presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP), disse nesta terça-feira (8) que vai promulgar o projeto de lei que aumenta de 513 para 531 o número de deputados se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não sancionar a proposta no prazo previsto.

“Se chegar às 10h [para promulgação], vai ser promulgado 10h01”, disse o presidente do Congresso.

Em 25 de junho, a Câmara e o Senado aprovaram o projeto. Lula tem até 16 de julho para sancionar, vetar ou devolver a proposta. Se vetar, o Congresso terá de realizar uma sessão para analisar o veto. Se devolver, cabe a Alcolumbre promulgar a matéria.

 

O projeto vale a partir das eleições de 2026, valendo para a legislatura que começa em 2027.

Inicialmente, a proposta previa um impacto anual de aproximadamente R$ 64,6 milhões. Contudo, o relator do Senado, Marcelo Castro (MDB-PI), acatou uma emenda que veda o aumento de despesas. Na Câmara, a mudança foi mantida.

A emenda acatada proíbe qualquer aumento de despesas decorrente da ampliação do número de deputados, seja por meio de remanejamento, transposição, transferência ou suplementação orçamentária. A ideia é que a Câmara corte gastos para evitar aumento de despesas.

Inicialmente, a proposta realocava a distribuição de 14 cadeiras de deputados federais. No entanto, o relator na Câmara, deputado Damião Feliciano (União-PB), modificou o parecer, criando 18 novas vagas conforme a nova proporção do Censo de 2022.

 

Assim, os estados que, conforme o Censo, diminuíram em tamanho populacional, não devem perder o atual número de representantes.

Desde a tramitação na Câmara, o projeto enfrentou críticas por causa do possível aumento de gastos. Deputados favoráveis à matéria, no entanto, alegavam que os valores seriam apenas realocados. Apesar disso, a versão aprovada pela Câmara não especificava de onde sairiam os recursos para custear o aumento no número de parlamentares.

Entenda a proposta

Pelo rearranjo populacional indicado no Censo 2022, foi identificada a necessidade de aumento do número de cadeiras em sete estados, o que provocaria uma mudança em 14 posições parlamentares.

Avaliação do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) projetou, inicialmente, um aumento de parlamentares no Pará (4), Santa Catarina (4), Amazonas (2), Ceará (1), Minas Gerais (1), Mato Grosso (1) e Goiás (1).

 

Segundo o instituto, caso a Câmara optasse por não ampliar o número de deputados, a saída seria reduzir as cadeiras de outras unidades da Federação. Nesse caso, sete estados perderiam vagas: Rio de Janeiro (4), Piauí (2), Paraíba (2), Bahia (2), Rio Grande do Sul (2), Pernambuco (1) e Alagoas (1). Mas isso foi descartado pelo relator.

 

O caso chegou ao STF por um pedido apresentado pelo Pará, um dos maiores beneficiados em uma eventual mudança. Os desdobramentos da ação fizeram com que a corte estipulasse um prazo de resolução por parte do Congresso até 30 de junho.

 

Se não houvesse uma decisão do parlamento dentro desse prazo, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) iria decidir sobre a redistribuição das vagas.

 

 

Posted On Quarta, 09 Julho 2025 03:52 Escrito por O Paralelo 13

Força-tarefa autorizada pelo STF também cumpriu mandados no Ceará; Justiça determinou bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas de suspeitos

 

 

 

Por Felipe Moraes

 

 

A Polícia Federal (PF) fez buscas no gabinete do deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) na Câmara, na manhã desta terça-feira (8), no âmbito da operação Underhand. A força-tarefa investiga suspeita de desvio de recursos públicos por meio de emendas parlamentares e fraudes em licitações e contratos envolvendo cidades do Ceará.

 

Autorizada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a ação também cumpriu mandados de busca e apreensão em Fortaleza e quatro municípios cearenses: Baixio, Canindé, Eusébio e Nova Russas. Ao todo, o STF expediu 15 ordens judiciais contra seis alvos, incluindo Mano.

 

"O ministro autorizou ainda a abertura de uma investigação específica para apurar, de forma aprofundada, a possível participação de autoridades com foro privilegiado na destinação e execução ilícitas de emendas parlamentares", informou o Supremo, em nota.

 

Mendes determinou, com aval da Procuradoria-Geral da República (PGR), bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas, "com o objetivo de interromper a movimentação de valores de origem ilícita e preservar ativos para eventual reparação ao erário", conforme detalhamento divulgado pela PF. Investigação permanece sob sigilo e contou com apoio técnico da Controladoria-Geral da União (CGU).

 

Mendes ainda autorizou acesso a dados de celulares apreendidos e determinou "compartilhamento integral" de provas com a CGU, "para eventual responsabilização administrativa dos agentes públicos envolvidos", segundo o STF.

 

O deputado se manifestou por meio de nota e negou irregularidades:

 

"O deputado Júnior Mano não tem qualquer participação em processos licitatórios, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos.

 

Como parlamentar, o deputado não exerce qualquer função executiva ou administrativa em prefeituras, não participa de comissões de licitação, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos.

 

O parlamentar reafirma sua confiança nas instituições, em especial no Poder Judiciário e na Polícia Judiciária Federal, e reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e o exercício probo da função pública.

 

Tem plena convicção de que, ao final da apuração, a verdade dos fatos prevalecerá, com o completo esclarecimento das circunstâncias e o reconhecimento de sua correção de conduta.

Assessoria de imprensa. Deputado Federal Júnior Mano".

 

O PSB também emitiu comunicado à imprensa:

 

"A Liderança do PSB na Câmara dos Deputados teve conhecimento hoje da operação da Polícia Federal que investiga a atuação do deputado Júnior Mano. Esperamos que todos os fatos sejam investigados e esclarecidos o mais breve possível, respeitando o devido processo legal e a ampla defesa do deputado Júnior Mano."

 

O que a PF investiga

A Polícia Federal apura existência de um núcleo suspeito de articular "direcionamento de verbas públicas a determinados municípios cearenses mediante contrapartidas financeiras ilícitas".

 

Esse grupo também seria responsável por influenciar licitações por meio de empresas vinculadas a integrantes do núcleo.

 

A PF investiga crimes de organização criminosa, captação ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com fim eleitoral.

 

Quem é Júnior Mano?

 

Nasceu em Nova Russas, a cerca de 300 km de Fortaleza, e completou 40 anos em abril de 2025. Mano foi eleito vice-prefeito da cidade em 2016, na chapa do prefeito Rafael Pedrosa (PMN). É casado com a prefeita do município, Giordanna Mano (PRD), eleita em 2024 no primeiro turno.

 

Em 2018, elegeu-se deputado federal pelo partido Patriota. Conseguiu reeleição em 2022, a bordo do PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro.

 

Foi expulso da legenda em 2024 após apoiar candidatura de Evandro Leitão (PT) para prefeitura de Fortaleza nas eleições municipais. Na ocasião, o petista superou André Fernandes (PL) no segundo turno. Desde então, Mano é filiado ao PSB.

 

 

Posted On Terça, 08 Julho 2025 13:27 Escrito por O Paralelo 13
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