Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, estaria avaliando reunir o alto escalão do partido para deliberar sobre a entrega do ministério dos Esportes
Do site O Antagonista
A opção por uma reforma ministerial voltada para agradar à sua base pode levar o governo Lula a enfrentar o desembarque de partidos como Progressistas e União Brasil. O jornal O Globo publicou que o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, avalia reunir o alto escalão do partido para deliberar sobre a entrega do ministério dos Esportes, comandado por André Fufuca.
Caso o Partido Progressista (PP) decida abrir mão de seu ministério, Nogueira pode intensificar a pressão sobre o União Brasil, sugerindo a retirada das resistências para permitir a formação de uma federação entre as duas legendas.
Membros desses partidos acreditam que isso tornaria ainda mais difícil para Marcos Palmeira e Gilberto Kassab manterem o Republicanos e o PSD dentro da base de apoio ao governo Lula, sobretudo por sua relevância na gestão de Tarcísio de Freitas em São Paulo.
“Guinada à esquerda”
Os ministros Gleisi Hoffmann e Humberto Costa
A pressão para que os partidos do Centrão abandonem a base governista tem ganhado força, e os argumentos apontam que o presidente teria dado uma “guinada à esquerda” com a recente reforma ministerial, particularmente com a nomeação de Gleisi Hoffmann para a articulação política e a possibilidade de levar o deputado Guilherme Boulos (PSOL) para o Palácio do Planalto – embora ninguém próximo a Lula tenha confirmado essa movimentação.
Essa pressão crescente do Centrão pode levar Lula a antecipar uma nova fase na reforma ministerial, com o objetivo de acomodar melhor as exigências dessas legendas.
Contudo, até o momento, o presidente nunca abordou o tema de maneira direta e consistente com as lideranças do PSD e União Brasil, que, por sua vez, buscam garantir mais representatividade e espaço no alto escalão da administração federal.
Desconfiança
A indicação de Gleisi para o cargo foi anunciada pelo presidente Lula na última semana, gerando desconfiança do centrão, que almejava o cargo e a preocupação da oposição.
A Liderança da Oposição na Câmara dos Deputados, comandada pelo deputado Luciano Zucco (PL-RS), divulgou uma nota manifestando-se contrária à escolha do presidente Lula pela nomeação da deputada Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais. Para o colegiado, a escolha da presidente do PT dificultará ainda mais a relação entre o Congresso Nacional e o governo.
“A nomeação da deputada federal Gleisi Hoffmann para comandar a articulação política do governo é mais um sinal preocupante do caminho que o país está trilhando sob a atual gestão.O governo, que já enfrenta uma crise de credibilidade, opta por colocar à frente do diálogo com o Congresso uma figura cuja trajetória política é marcada por conflitos, radicalização ideológica e dificuldades na construção de consensos”, diz a nota enviada à imprensa.
Em entrevista a O Antagonista, a deputada Bia Kicis (PL-DF) criticou a decisão do Planalto.
“A nomeação de Gleisi Hoffmann como ministra de Lula mostra o desprezo do governo pela ética e pelo diálogo. Ela sempre teve uma postura hostil e não conseguiu construir alianças nem na própria Câmara”, afirmou.
Aprovação do presidente se manteve estável, com uma variação negativa de 0,2 ponto percentual, dentro da margem de erro
Por André Martins
O trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é aprovado por 45,7% dos brasileiros e reprovado por 53%, segundo a pesquisa Latam Pulse, do instituto AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, divulgada nesta sexta-feira, 7. Cerca de 1,3% dos entrevistados não souberam ou não responderam.
Na comparação com o levantamento divulgado em janeiro, a desaprovação de Lula manteve a tendência de alta e subiu 1,6 ponto percentual. A aprovação se manteve estável e ficou em 45,7%, com uma variação negativa de apenas 0,2 ponto percentual, dentro da margem de erro.
O levantamento mostra que a desaprovação está em alta desde outubro de 2024 e superou a aprovação pela primeira vez em novembro do ano passado. Este é o quarto mês seguido que a avaliação negativa sobe.
A avaliação geral do governo atingiu o maior patamar de percepções negativas, com 50,8% classificando a gestão como ruim ou péssima , alta de 4 pontos percentuais. As avaliações positivas tiveram variação de 0,02 p.p. , e chegou a 37,6%.
Entre os grupos que mais reprovam o presidente estão homens, pessoas com ensino médio completo e cidadãos entre 16 e 44 anos. Evangélicos e moradores das regiões Centro-Oeste, Norte, Sul e Sudeste também demonstram maior rejeição do que aprovação. No Nordeste, tradicional reduto lulista, o presidente ganhou fôlego e tem aprovação de 57,9% contra desaprovação de 41,3%.
A pesquisa AtlasIntel entrevistou 5.710 brasileiros adultos entre os dias 24 e 27 de fevereiro de 2025. A margem de erro do levantamento é de 1 ponto percentual para mais ou para menos.
Economia e crime ganham força como principais preocupações dos brasileiros
A preocupação com a economia e a inflação atingiu o maior patamar e se consolidou como o terceiro principal problema para os brasileiros. O tema cresceu 6 pontos percentuais na preocupação nacional entre janeiro e fevereiro e, desde novembro de 2024, avançou 13 pontos, saltando de 23% para 35%. O resultado reflete a inflação ainda acima da margem de tolerância da meta do Banco Central, puxada pelo aumento no preço dos alimentos básicos.
O crime segue como uma das principais preocupações para mais de 90% dos brasileiros. Cerca de 89% dizem que o nível de criminalidade está alto ou muito alto e 73% observam tendência de piora.
Mais de 80% dos brasileiros evitam áreas de seus próprios bairros ou cidades por medo da violência. Como resposta, 72% apoiam restrições a direitos humanos e liberdades civis para punir criminosos.
O desempenho do governo federal na segurança pública é avaliado negativamente por 64% da população, e 85% acreditam que organizações criminosas exercem influência sobre a política e o judiciário. Um terço dos eleitores coloca o combate à criminalidade como um dos principais fatores de decisão de voto.
Direita tem mais apoio no combate ao crime; programa do governo sofre rejeição
Para 50% dos brasileiros, a direita apresenta as melhores propostas para o combate ao crime, e 26% apontam a esquerda.
As medidas anunciadas pelo governo federal dentro do programa Pena Justa, voltado à reintegração de detentos e ex-detentos, são amplamente rejeitadas. A proposta de flexibilizar o uso de tornozeleiras eletrônicas para presos no semiaberto tem 87% de rejeição, e a redução de penas de reclusão por outras alternativas é desaprovada por 66%.
Sobe percepção de que governo Lula é pior que Bolsonaro, mas áreas sociais seguem fortes
A percepção de que o governo Lula tem um desempenho pior que o de Jair Bolsonaro aumentou entre os brasileiros. Em fevereiro, há um empate de 49% a 49% entre os que avaliam a gestão atual como melhor ou pior que a anterior. A parcela da população que considera o governo pior cresceu quase 4 pontos percentuais entre janeiro e fevereiro.
Por outro lado, na análise por áreas específicas, a gestão de Lula segue melhor avaliada em temas como direitos humanos, relações internacionais, políticas sociais e redução da pobreza e moradia. A percepção negativa se concentra em áreas como segurança pública, carga tributária e responsabilidade fiscal.
Deputado reconheceu que, "devido ao fato de estar com o nome negativado no SPC e Serasa", recorreu a um de seus assessores parlamentares
Com Estadão Conteúdo
O deputado federal André Janones (Avante-MG) fechou um acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e se comprometeu a devolver R$ 131,5 mil para encerrar a investigação sobre as suspeitas rachadinha em seu gabinete.
O Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) prevê que o valor será destinado à Câmara dos Deputados. Janones também vai pagar uma multa de R$ 26,3 mil, correspondente a 20% do prejuízo que causou ao erário.
O deputado reconheceu que, no início de 2019, “devido ao fato de estar com o nome negativado no SPC e Serasa”, recorreu a um de seus assessores parlamentares – Mário Celestino da Silva Junior – e pediu um cartão de crédito para custear despesas pessoais.
“Esse cartão foi utilizado pelo compromissário para pagamento de despesas pessoais durante os anos de 2019 e 2020. As respectivas faturas foram pagas pelo referido assessor, sem quitação, pelo compromissário, até o presente momento”, admitiu o deputado no acordo.
A Polícia Federal (PF) apresentou o relatório final do inquérito em setembro de 2024 e indiciou o deputado pelos crimes de corrupção, associação criminosa e peculato. Com a assinatura do acordo, a PGR deixou de apresentar denúncia.
A Polícia Federal afirmou no relatório final da investigação que o esquema de rachadinha começou no início do mandato de Janones na Câmara dos Deputados, em 2019. Com base na quebra de sigilo fiscal, os investigadores apontaram uma variação patrimonial suspeita. A PF também identificou o uso de cartões de crédito do assessor para pagar despesas pessoais do deputado.
Janones foi arrastado para o centro de suspeitas de corrupção depois que vieram a público áudios em que ele pede doações de assessores para compensar gastos de campanha. Ele reconheceu a autenticidade da gravação, confirmada por peritos da PF.
Os assessores foram ouvidos pela Polícia Federal. Eles disseram que a gravação está fora de contexto e negaram a devolução dos salários, mas a PF viu “inconsistências” e “contradições” nos depoimentos.
O fortalecimento das políticas públicas voltadas aos povos indígenas foi o tema central da visita da Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, à Universidade Federal do Tocantins (UFT), campus de Palmas
Da Assessoria
O encontro, realizado nesta quinta-feira,6, reuniu representantes de diversas comunidades indígenas, órgãos governamentais e instituições federais, reforçando o compromisso com a construção de um Brasil mais inclusivo e igualitário.
Presente na ocasião, o superintendente do Patrimônio da União no Tocantins (SPU/TO), Edy César, ressaltou a importância do momento para o diálogo e escuta ativa das demandas dos povos originários.
“A presença da ministra Sônia Guajajara aqui em Palmas simboliza não apenas o compromisso do Governo Federal com as comunidades indígenas, mas também a construção de um espaço democrático onde as vozes dos povos originários são ouvidas e respeitadas. Esse diálogo é fundamental para garantir políticas públicas que promovam a inclusão, a preservação cultural e a defesa dos direitos indígenas. A SPU reafirma seu compromisso em apoiar essa luta, que é essencial para a reconstrução de um Brasil mais justo e igualitário”, destacou Edy César.
Durante o evento, a ministra reforçou a necessidade de parcerias para viabilizar ações que garantam a proteção dos territórios, o fortalecimento das culturas tradicionais e a promoção da qualidade de vida das populações indígenas. “A gente tem total interesse de fortalecer essa questão da presença e permanência na universidade, e também da sociobioeconomia da produção indígena, e assim trazê-los para o mercado para gerar renda”, frisou a ministra Sônia Guajajara.
Edy César também enfatizou a importância das parcerias e aproveitou a ocasião para agradecer a todas as entidades e lideranças indígenas que participaram do encontro. “Agradeço imensamente às comunidades indígenas presentes e às instituições parceiras. Esse momento de união e diálogo reforça que estamos no caminho certo para a construção de um Brasil onde todos tenham seus direitos garantidos e respeitados”, completou.
A participação no evento reafirma o compromisso da SPU em atuar de forma integrada com as comunidades e entidades locais, contribuindo para a promoção da justiça social e da igualdade de direitos no Tocantins e em todo o Brasil.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), confirmou ao Estadão nesta quarta-feira, 5, que lançará sua pré-candidatura à Presidência da República no dia 4 de abril, em Salvador (BA), ao lado do cantor Gusttavo Lima
Por Gabriel Hirabahasi e Adriana Victorino
Na oportunidade, Caiado receberá o título de cidadão baiano na capital da Bahia. O cantor sertanejo, que passou a colocar seu nome no debate público para disputar um cargo nas eleições do ano que vem, estará ao lado do governador.
“No dia 4 de abril, vou receber o título de cidadão baiano e também farei o lançamento da minha pré-campanha (a presidente da República). Gusttavo Lima estará lá”, disse Caiado à reportagem. O governador citou uma possível chapa entre os dois, mas afirmou que essa decisão deverá ocorrer somente no próximo ano. “Quanto a chapa vamos decidir em 2026. Agora, estamos acordados que vamos andar juntos, visitando os Estados e que tomaremos em 2026 uma decisão conjunta”.
No início deste ano, Gusttavo Lima passou a indicar que gostaria de ser candidato à Presidência da República. Ele não tem um histórico na política e não tem partido até o momento.
Como disse o líder do União Brasil no Senado, Efraim Filho (PB), ao Papo com Editor, do Broadcast Político, na semana passada, as filiações de Gusttavo Lima e do influenciador digital Pablo Marçal ao União Brasil estão em estágio avançado. No entanto, ele ponderou que o União Brasil só apoiará Caiado caso comprove sua viabilidade como candidato.
Apesar da intenção de se lançar ao pleito, Caiado está inelegível. A Justiça Eleitoral de Goiás condenou o governador a oito anos de inelegibilidade e ao pagamento de uma multa de R$ 60 mil por abuso de poder político durante as eleições municipais. A decisão, em primeira instância, ainda cabe recurso. O governador nega ter utilizado a estrutura do governo estadual para beneficiar a candidatura de seu aliado Sandro Mabel (União) pela prefeitura de Goiânia.