Com 239,1 mil votos, ou 73,48% do total, ele vai suceder Gleisi Hoffman, que comandou o partido nos últimos 10 anos
COM ESTADÃO CONTEÚDO
Pelos próximos quatro anos, o Partido dos Trabalhadores (PT) será presidido por Edinho Silva. O nome foi anunciado nesta segunda-feira (7), um dia após as eleições internas para definir os novos dirigentes da sigla em todo o país.
Edinho conseguiu a vitória no primeiro turno do processo de eleição direta (PED). Ele teve 239,1 mil votos, ou 73,48% dos 342,3 mil votos de petistas de todo o país. O partido ainda precisa terminar de coletar as cédulas de Pernambuco, Bahia, Pará, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais, único Estado que não realizou a eleição interna. O PT espera uma votação total de mais de 400 mil eleitores.
Silva vai suceder Gleisi Hoffmann, que esteve à frente do PT nos últimos 10 anos. Seu mandato será válido até 2029.
Ele representa a continuidade do grupo de Lula no poder do PT, ainda que o ex-prefeito de Araraquara tenha sofrido resistência de Gleisi e seus aliados. A vontade de Lula prevaleceu, e a corrente majoritária do partido encampou a candidatura de Edinho.
Candidato da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária no PT, ele defende um PT mais moderado e a ampliação das alianças políticas para o embate de 2026.
Silva desbancou três concorrentes:
Romênio Pereira, secretário de Relações Internacionais do PT, da corrente Movimento PT: 36 mil votos, 11,06%
Rui Falcão, deputado federal, ex-presidente da sigla, ligado à corrente Novo Rumo: 36,3 mil votos, ou 11,15% do total
Valter Pomar, dirigente nacional e ex-vice-presidente do PT, representante da Articulação de Esquerda: 14 mil votos, 4,3%
Eleições nacional, estadual e municipal
Quase três milhões de filiados ao partido estavam aptos a votar. A contagem dos votos se deu manualmente, uma vez que a votação foi feita com cédulas de papel. O partido tinha pedido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o empréstimo de urnas eletrônicas, mas não conseguiu o número suficiente de máquinas.
No RS e em Porto Alegre, a decisão sobre quem comandará os diretórios locais será em segundo turno.
Partido derrubou liminar
O PT conseguiu derrubar, nesta segunda, a decisão liminar que determinava a inclusão da deputada federal Dandara Tonantzin na eleição interna da legenda em Minas Gerais. A ação judicial paralisou o pleito no Estado e arriscou interferir no andamento do processo eleitoral do comando da sigla.
Dandara havia entrado na Justiça para manter a candidatura à presidência do diretório mineiro, que havia sido negada pelo PT. O partido alega que o nome da deputada foi tirado da votação em razão do pagamento fora do prazo de uma dívida partidária de cerca de R$ 130 mil. O regulamento da eleição exigia que pendências financeiras fossem quitadas até 29 de maio, o que a parlamentar não fez.
O diretório nacional do PT decidiu adiar a realização da votação do PED em Minas para atender à Justiça. O partido apontou "impossibilidade logística" de colocar o nome de Dandara nas cédulas eleitorais enviadas a cerca de 700 municípios mineiros.
A decisão de segunda instância, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, reverteu o caso.
Norte-americano ameaçou novas tarifas a quem se alinhar ao Brics e afirmou que ex-presidente sofre ‘caça às bruxas’
Por Ana Isabel Mansur e Lis Cappi
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta segunda-feira (7) as declarações de apoio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em declaração à imprensa no encerramento da cúpula do Brics, no Rio de Janeiro (RJ), o petista chamou o norte-americano de “irresponsável e equivocado”.
Na manhã desta segunda, pelas redes sociais, Trump defendeu Bolsonaro e afirmou que o ex-presidente é vítima de uma “caça às bruxas”.
“Não vou comentar essa coisa do Trump e do Bolsonaro. Eu tenho coisa mais importante para comentar do que isso. Este país tem lei, tem regra e tem um dono chamado povo brasileiro. Portanto, deem palpite na sua vida e não na nossa”, afirmou o petista.
Bolsonaro é reú no STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de estado e abolição do Estado Democrático de Direito. Ele agradeceu o apoio do norte-americano.
Na noite desse domingo (6), Trump ameaçou, também pelas redes sociais, taxar em 10% qualquer nação que se alinhar a “políticas antiamericanas do Brics”.
Fundado em 2009 com a sigla formada por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brics reúne atualmente 11 integrantes e conta com 10 países parceiros (veja lista ao fim).
A presidência rotativa, a cargo do Brasil em 2025, tem duração anual. A cúpula de líderes, ponto alto da liderança brasileira do bloco, ocorreu neste domingo e segunda.
“Eu sinceramente nem acho que deveria comentar, porque não acho uma coisa muito responsável e séria um presidente de um país do tamanho dos EUA ficar ameaçando o mundo através da internet. Não é correto, ele precisa saber que o mundo mudou. Não queremos imperador. Somos países soberanos”, declarou Lula.
“Se ele achar que pode taxar, os países têm o direito de taxar também. Existe a lei da reciprocidade”, continuou.
Lula também criticou o uso que Trump faz das redes sociais.
“Acho muito equivocado e muito irresponsável um presidente ficar ameaçando os outros em redes digitais. Tem outros fóruns para um presidente de um país do tamanho dos EUA falar com outros países. As pessoas têm que aprender que respeito é bom, é muito bom. A gente gosta de dar e de receber. E é preciso que as pessoas leiam o significado da palavra soberania. Cada país é dono do seu nariz”, acrescentou.
Resposta indireta
Antes de criticar Trump e Bolsonaro à imprensa, Lula usou as redes sociais para rebater os comentários do norte-americano.
“A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito”, escreveu, sem citar o republicano.
Foram R$ 766 milhões captados no primeiro semestre de 2025
Com Pleno.News
O Ministério da Cultura (MinC) informou que a Lei Rouanet captou mais de R$ 765,9 milhões no primeiro semestre de 2025, montante 37,8% maior em comparação com o mesmo período em 2024, quando o valor foi de R$ 556,5 milhões. Trata-se de um recorde histórico para o semestre desde 1993.
A pasta ainda comunicou que foram R$ 223,8 milhões somente no mês de junho, o que representa o maior volume registrado desde a criação da principal política pública de incentivo à cultura no Brasil. Os meses de maio e junho também tiveram captação recorde, com R$ 128 milhões e R$ 226,2 milhões, respectivamente.
Os dados podem ser consultados por meio da plataforma Salic (Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura).
Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Cultura, Margareth Menezes Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Segundo o governo, há mais 4,6 mil projetos em execução por meio da lei em todo o território nacional. Cada estado e o Distrito Federal contam com ao menos sete projetos culturais beneficiados pela Rouanet.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, afirma que a pasta está nacionalizando e democratizando o “acesso aos recursos de fomento à cultura, sem ultrapassar os limites definidos pela Lei Orçamentária Anual”.
– Estamos cumprindo nosso papel de articular com os setores público e privado em prol do desenvolvimento do setor produtivo cultural do país – assinalou a ministra.
Se o primeiro colocado já tiver vantagem suficiente para obter a vitória sem os votos do diretório mineiro, será possível anunciar 'informalmente' o vencedor
Por Victor Ohana
O presidente interino do PT, senador Humberto Costa (PE), afirmou ao Broadcast/Estadão que o anúncio do novo presidente nacional da legenda pode ocorrer nesta segunda-feira, 7, apesar do adiamento da votação dos filiados de Minas Gerais. Segundo Costa, se o primeiro colocado já tiver vantagem suficiente para obter a vitória, independentemente dos votos de Minas Gerais, será possível anunciar "informalmente" o novo presidente.
"Na verdade, a depender da votação que exista, a gente já vai poder anunciar. Se o candidato que chegar em primeiro lugar independa dos votos de Minas para ser considerado como presidente, nós vamos anunciá-lo, embora não seja ainda o resultado oficial", declarou.
O senador Humberto Costa (à direita) foi escolhido para assumir a presidência interina do PT até o PED 2025 (Processo de Eleição Direta).
Petistas têm apontado o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, como o favorito na eleição para presidente nacional do PT. Pertencente à mesma corrente interna do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Construindo um Novo Brasil (CNB), Edinho disputa o cargo com o deputado federal Rui Falcão (PT-SP), o secretário de relações internacionais do PT, Romênio Pereira, e o diretor da Fundação Perseu Abramo, Valter Pomar.
No Processo de Eleição Direta (PED), os filiados do PT também votam em chapas para direções nacional, estaduais e municipais. Segundo Costa, o resultado da eleição para o diretório nacional pode demorar mais um pouco para ser anunciado, por conta da influência da votação de Minas Gerais na composição. As 94 cadeiras serão divididas de forma proporcional, segundo o porcentual de votos que cada chapa recebeu.
"O restante da chapa, a gente vai, primeiro, ver a apuração, que deve demorar um pouquinho mais, e quando for acontecer a (eleição) de Minas, a gente vai contabilizar", disse o presidente do PT. "A gente vai ter que fazer a conta agora e depois contabilizar esses votos de Minas. Sempre tem, também, recursos. Isso pode mudar também a composição."
O presidente do PT também disse que ainda fará reuniões com os responsáveis pela organização do PED. Há também, segundo ele, a possibilidade de realizar uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 7. Na terça-feira, 8, o diretório nacional do PT vai discutir a situação do diretório mineiro.
O partido diz ter quase três milhões de filiados (2.949.507) aptos a votar, mas o número real de votantes deve ser menor. O processo ocorre por meio de cédulas de papel. Caso as eleições não sejam decididas neste domingo, o PT pode realizar o 2.º turno de votações, com previsão para o dia 20 de julho. O PED em Minas Gerais ainda não foi remarcado.
Imblóglio em Minas
A sigla adiou a eleição da presidência da legenda em Minas Gerais, após a Justiça ordenar a inclusão da deputada federal Dandara Tonantzin na disputa. Em comunicado, o PT apontou "impossibilidade logística" de colocar o nome de Dandara nas cédulas eleitorais enviadas a cerca de 700 municípios mineiros.
Como mostrou o Estadão, o argumento do PT para a anulação da candidatura de Dandara à chefia da sigla no estado foi o pagamento fora do prazo de uma dívida partidária de cerca de R$ 130 mil. O regulamento da eleição exigia que pendências financeiras fossem quitadas até 29 de maio.
A parlamentar alegou que tentou fazer o pagamento dentro do prazo, mas a operação foi estornada pelo banco, o que a obrigou a refazer a transação dias depois.
Presidente da Câmara destacou que o IOF é um imposto que impacta todas as classes sociais
Por Luiz Gustavo Xavier
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou a "polarização social" e afirmou que não é verdadeira a narrativa que está sendo construída, de que o Congresso protege os ricos em detrimento dos pobres. Segundo ele, o Parlamento tem ajudado o governo em todas as medidas sociais e econômicas propostas, mas é natural que, quando há divergência em alguma matéria, os deputados e senadores se posicionem contrários ao tema, como no caso do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Motta destacou que o IOF é um imposto que impacta todas as classes sociais e tem um efeito difuso em toda a cadeia produtiva do país, inclusive com aumento de inflação e aumento do custo para o micro e pequeno empreendedor.
As afirmações foram feitas em entrevista ao Jornal da Record, exibida às 23h desta sexta-feira (4).
"Estimular uma polarização social num cenário e instabilidade não me parece ser o mais correto, não é disso que o Brasil precisa. Nós precisamos de diálogo, de verdade, de sabedoria para encontrar as saídas de que o Brasil precisa, sem jogar a população contra o Congresso. Sem estressar um ambiente que já não é tão satisfatório. O governo precisa entender que o Legislativo também tem uma relação de parceria e lealdade, mas pode discordar de algo que o Executivo propõe", disse o presidente.
"Não houve traição"
Motta, mais uma vez, negou que tenha havido traição ao governo na votação do projeto de decreto legislativos (PDL) que suspendeu o aumento do IOF. Segundo ele, quando o Poder Executivo fez o primeiro decreto, não foi combinado com ninguém, nem mesmo com o presidente do Banco Central.
Motta afirmou que foi uma decisão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e que mesmo com a Medida Provisória 1303/25, que compensa o aumento do tributo com a taxação de fundos de investimentos e de fintechs e de bets para melhorar a arrecadação, a rejeição ao IOF continuou, porque o Congresso não entendeu como satisfatória.
"A rejeição ao decreto do IOF continuou, a rejeição às medidas continuou. A reação ao aumento de impostos é latente, e pautamos a urgência e depois aprovamos a proposta. O Congresso não entendeu essa medida como satisfatória e isso foi decidido e colocado, e estamos prontos para retomar o diálogo", disse.
"Isso não quer dizer que não estamos prontos de sentar à mesa e buscar outas soluções para questões fiscais do País, mas temos uma ampla maioria do Parlamento contra aumento de imposto. Vamos sentar e discutir a medida e encontrar saídas para a questão fiscal e retomar a estabilidade de que o país precisa", afirmou Motta.
Justiça tributária
O presidente da Câmara afirmou que a análise da MP 1303/25 não vai ser prejudicada, e o texto tem grande chances de ser aprovado pelo Congresso. Segundo ele, muito do que o governo mandou no texto será aceito, mas algum ajuste deve ser proposto pelos deputados e senadores. "Vamos repor aquilo que seria arrecadado com o IOF sem onerar o setor produtivo e a nossa população", afirmou.
Motta também afirmou que o Projeto de Lei que concede isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil será aprovado pelo Congresso até o final do ano, por se tratar de uma medida que faz justiça tributária. Ele afirmou que tem compromisso com essa pauta e destacou que o relator do texto, deputado Arthur Lira (PP-AL), deve apresentar seu parecer nos próximos dias.
Emendas
O presidente da Câmara afirmou que a possibilidade de o STF declarar as emendas impositivas como inconstitucionais não será aceita pelo Congresso. Segundo ele, é uma questão que já foi pacificada entre os parlamentares e que tem rendido frutos positivos para o País. O presidente da Câmara disse que o Congresso conquistou essa impositividade. Para ele, dizer que a governabilidade é afetada pelas emendas impositivas não é verdadeiro.
"O que algumas pessoas querem é que os deputados voltem a ter um pires na mão, nos ministérios, numa relação de dependência, e o governo imponha sua vontade", disse Hugo Motta.
CPMI do INSS
Questionado sobre o perfil do parlamentar que deve ocupar a relatoria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que vai investigar os desvios do INSS, Motta afirmou que o ideal é que seja o mais equilibrado possível, com imparcialidade para investigação, de forma a evitar um direcionamento. Segundo o presidente, a decisão sobre o nome será feita conjuntamente com o Colégio de Líderes.
Anistia
Em relação ao projeto que concede anistia aos condenados por golpe de Estado, Hugo Motta afirmou que está sendo discutido um texto que inclua a progressão nas penas somente para as pessoas que não tiveram um papel de protagonismo no evento. Ele destacou que se trata de um projeto que pode contribuir com a pacificação do País na construção de um acordo.
"Se puder resolver, num amplo acordo, seria um problema a menos, que atrapalha a pauta do país, e seria positivo, mas não tem data, não tem texto, está sendo construído pelas duas Casas (Câmara e Senado).
Fonte: Agência Câmara de Notícias