Nova aliança mira fortalecimento para as eleições de 2026; integrantes dos partidos farão anúncio na Câmara dos Deputados
Por Emilly Behnke
O partidos Solidariedade e PRD devem anunciar na próxima quarta-feira (25) a formação de uma federação partidária entre as siglas. A nova aliança será confirmada na Câmara dos Deputados, às 15h.
A decisão mira o fortalecimento das siglas para as eleições de 2026 e a superação dos critérios para receberem recursos. Os partidos avaliam que juntos terão mais chances de superar a cláusula de barreira.
Juntos, os dois partidos terão 10 deputados federais. Atualmente, cada legenda tem cinco integrantes. As federações partidárias funcionam como uma única agremiação. Elas podem apoiar qualquer candidato e devem permanecer no mesmo bloco por pelo menos quatro anos.
A aliança entre as siglas ainda deve ser oficializada junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os dois partidos já fizeram, recentemente, movimentos partidários para driblar a cláusula de desempenho e se manter relevante no cenário político.
A criação do PRD (Partido da Renovação Democrática) foi aprovada em 2023. A sigla é resultado da fusão do PTB e do Patriota. No mesmo ano, o Prós foi incorporado ao Solidariedade e deixou de existir.
O comando da nova federação ainda será anunciado. Atualmente, o Solidariedade tem como presidente nacional o deputado Paulinho da Força. Já o PRD é comandado por Marcus Vinícius, ex-deputado estadual pelo Rio de Janeiro.
Crítico do governo petista, no próximo ano, Paulinho da Força defende o apoio a uma candidatura de centro. As negociações de acordos para 2026 são um dos desafios da nova federação.
Cláusula de barreira
O TSE prevê que o acesso ao Fundo Partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão está condicionado ao preenchimento das condições impostas pela cláusula de barreira.
A regra prevê que para ter acesso aos recursos e ao tempo de propaganda as siglas ou federações devem eleger pelo menos 11 deputados federais, distribuídos em pelo menos nove unidades da federação; ou obter, no mínimo, 2% dos votos válidos nas eleições para a Câmara dos Deputados, em pelo menos nove estados, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada um deles.
Após as eleições do próximo ano, a regra deve ser ainda mais rígida e exigirá: 2,5% dos votos válidos nas eleições de 2026, distribuídos em nove unidades da federação, com um mínimo de 1,5% de votos em cada uma delas; ou a eleição de 13 deputados em nove unidades.
Neste ano, além do Solidariedade e do PRD, também anunciaram que vão compor uma nova federação o União Brasil e o PP. O PSDB e o Podemos também avançaram nas negociações para uma união, mas a articulação foi suspensa por divergências relacionadas ao comando da nova legenda.
No xadrez político do Tocantins, o jogo sucessório de 2026 promete movimentos que, por ora, se desenham mais como hipóteses do que como certezas. PSD, PSDB e Podemos surgem como forças na montagem desse tabuleiro, cada qual com líderes de peso, bases consolidadas e capacidade de articulação regional
Por Edson Rodrigues
O cenário deve ganhar contornos mais definidos nos próximos seis meses. O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, segue concentrado na gestão da capital, mas não há dúvidas de que sua popularidade e avaliação positiva farão dele uma voz importante nas articulações pela cadeira de governador ou como peça de apoio fundamental em alianças majoritárias. Palmas é hoje o maior colégio eleitoral do Tocantins.
Irajá com o prefeito de Porto Nacional Rovivon Maciel
Já o senador Irajá Abreu, presidente do PSD tocantinense, é nome que não pode ser subestimado. Sua base robusta de prefeitos, vices, vereadores e pré-candidatos a deputado estadual garante-lhe palanque, horário eleitoral expressivo e acesso considerável ao fundo partidário. Nos bastidores, é dado como articulador hábil, atento a cada movimentação que possa fortalecer seu projeto político ou pavimentar um caminho estratégico ao Senado ou ao Palácio Araguaia.
No PSDB, quem ocupa espaço relevante é a ex-prefeita de Palmas Cinthia Ribeiro Mantoã, que mesmo fora da gestão mantém interlocução ativa e capital político na capital e no interior. Presidente estadual da sigla, Cinthia carrega consigo estrutura partidária, tempo de televisão e recursos que podem pesar tanto na formação de uma candidatura própria quanto numa coalizão robusta.
Diante desses nomes, pairam perguntas que agitam rodas de conversa, grupos de WhatsApp e cafés de bastidores. O governador Wanderlei Barbosa permanecerá no cargo até o fim ou renunciará para disputar uma cadeira no Senado? O ex-governador Mauro Carlesse é de fato um projeto viável ou apenas um balão de ensaio para medir a temperatura do eleitorado? Laurez Moreira, atual vice-governador, será lançado à sucessão como candidato natural do cargo? Na verdade, a candidatura de Laurez Moreira só será viável, com musculatura, caso esteja no acento de governador, porém se depender do governador Wanderlei Barbosa isso é fake News.
Além das indefinições sobre candidaturas majoritárias, quem pleiteia vaga na Assembleia Legislativa precisa atenção redobrada e escolher o partido certo faz toda a diferença para não naufragar no cálculo do coeficiente eleitoral. A força do fundo partidário, a infraestrutura de campanha e a coesão interna de cada legenda determinarão quem chega competitivo em 2026.
Nesse ambiente de incertezas, o prazo fatal para mudanças é 5 de abril de 2026, data-limite para renúncia de chefes de Executivo que almejam outro cargo e para filiações partidárias de quem pretende disputar o pleito. Até lá, o tabuleiro sucessório estará em permanente ebulição, com alianças se costurando, traições se articulando e novas candidaturas emergindo da fumaça de bastidor.
É um jogo de paciência, estratégia e pragmatismo. Para os pré-candidatos proporcionais, cada passo é fundamental e de nada adianta popularidade local sem legenda forte, fundo robusto e nominata competitiva. O recado é claro: todo cuidado é pouco.
Que venham as peças, que se movam os reis, torres e peões. O jogo começou, mas o xeque-mate ainda está longe de ser anunciado.
Até breve.
Todos aqueles que pretendem se candidatar a um cargo majoritário nas eleições de outubro do ano quem vem, devem ter em mente que sua pretensão política só será viável se trouxer em seu bojo candidaturas proporcionais fortes. Traduzindo, os pré-candidatos a governador e senador precisam de bons nomes em suas chapas proporcionais. Exército sem soldados não ganha batalhas!
Por Edson Rodrigues
E os próximos seis meses serão decisivos para as pretensões de cada um, pois configuram tempo suficiente para que os “casamentos arranjados” ou as federações partidárias consolidadas apenas por sobrevivência política dos partidos pequenos ou nanicos estejam sacramentados, mesmo que, conforme o modus operandi das cúpulas nacionais das legendas, que “enfiam” esses acordos goela abaixo das províncias – estados – cada diretório estadual dos envolvidos tenha que digerir a federação a conta-gotas.
ARCAS DE NOÉ: TODO CUIDADO É POUCO
A verdade é que a maioria desses “casamentos arranjados” entre partidos acabam ficando mais parecidos com uma arca de Noé do que uma união de legendas, propriamente dita, pois acabam unindo políticos de ideologias contrárias, bandeiras que não conversam entre si, religiões conflitantes e segmentos classistas incoerentes, e deixam o eleitorado, até os seguidores das legendas envolvidas, mais desconfiados que satisfeitos.
É preciso ter muito cuidado na escolha de pré-candidaturas proporcionais que realmente tenham votos e tenham chances reais de crescer e cair nas graças dos eleitores. E o Tocantins tem uma pessoa extremamente escolada na hora de juntar nomes que tenham votos. Trata-se de Lucas da Lince, um articulador político de primeira, que entende de eleições proporcionais como poucos, e tem credibilidade, habilidade e reconhecimento entre a classe política e a população acerca de suas habilidades na formação de chapas proporcionais competitivas.
Os próximos seis meses serão de aparo de arestas e acordos mantidos a sete chaves, pois os “casamentos sem amor” são uma realidade e foram até regulamentados pela Justiça Eleitoral.
PSDB X PODEMOS: FIM DE NAMORO
Por falar em casamentos arranjados, a fusão entre o PSDB e o Podemos não passou do namoro e, no Tocantins, a sensação que se tem é que o destrato causou mais alívio que espanto. O PSDB é presidido pela ex-prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, enquanto que a maior liderança política do Podemos é o atual prefeito, Eduardo Siqueira Campos e uma assegurada – e imprevisível – disputa entre os dois pelo controle da federação no Tocantins já estava configurada.
Agora, fica tudo como está e cada um seguirá o seu caminho, formatando seus grupos políticos visando a eleição do ano que vem, contando apenas consigo mesmos para montar suas chapas proporcionais, capazes de obter votos suficientes para atingir o quociente eleitoral e eleger, pelo menos, um deputado federal ou um deputado estadual. Ou um de cada.
O Podemos ganhou, esta semana, o reforço de Tiago Dimas, seu presidente estadual, que ficou a vaga de deputado federal de Lázaro Botelho (PP), após a mudança de interpretação das sobras eleitorais, por parte do STF, e cumprida pelo TRE, por meio de uma recontagem dos votos, que decidiu em favor de Dimas, inclusive, já diplomado, e que tomará posse em data ainda a ser definida pela Câmara Federal.
Já o PSDB tem em Eduardo Mantoan, esposo de Cintia Ribeiro, que é deputado estadual, assim como Júnior Geo.
Tanto Dimas quanto Mantoan e Geo terão que mostrar seus patrimônios eleitorais na formação das chapas proporcionais de Podemos e PSDB, respectivamente.
OUTRA FEDERAÇÃO
Articulada pelo presidente nacional do PSB e prefeito do Recife, João Campos, a formação de uma federação com o PDT e o Cidadania começou a ser discutida nas últimas semanas. As negociações têm ocorrido de forma bilateral, e sempre partindo do PSB: a sigla mantém conversas separadas com PDT e Cidadania, mas ainda não há diálogo direto entre os outros.
Não há, contudo, sinais públicos de resistência por parte das legendas à eventual composição.
A articulação é interpretada nos bastidores como uma tentativa de reorganizar a centro-esquerda, especialmente diante das dificuldades enfrentadas por outras federações. Tanto o agrupamento formado por PT, PCdoB e PV como a aliança PSOL-Rede enfrentam disputas internas e desgastes que se acentuaram nas eleições municipais do ano passado. Filiados de siglas menores, como Rede e PV, queixaram-se de pouca influência na tomada de decisões.
Caso venha a se concretizar, essa federação pode representar várias gotas de creolina no “copo de leite” do vice-governador Laurez Moreira (PDT), uma vez que o presidente estadual do PSB é o vereador e “político pavão”, Carlos Amastha e o presidente do Cidadania é o deputado estadual Wilmar do Detran.
Nunca uma eleição estadual prometeu tanto acirramento em sua disputa. Um panorama mais claro só poderá ser obtido após abril de 2025, com fim do prazo para as filiações partidárias.
Boa sorte aos postulantes!
ANÁLISE POLÍTICA
O empresário Paulo Mourão, ex-deputado federal, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Porto Nacional, um dos políticos mais preparados e inteligentes do Tocantins, está deixando os seus amigos, seguidores, simpatizantes e correligionários em polvorosa, ao retomar a publicação de vídeos com teor político em suas redes sociais
Por Edson Rodrigues
Além de atuações de destaque na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal, Paulo M ourão deixou seu governo em Porto Nacional (não se candidatou à reeleição), com 80% de aprovação popular, todas as contas da sua gestão aprovadas sem ressalva pelo Tribunal de Contas do Estado e reconhecidamente gabaritado para alçar voos maiores.
Filiado ao PT tocantinense e amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o grande entrave de Mourão em relação ao seu futuro político é a situação interna da legenda no Estado, com um comando centralizador, que não conta com o apoio de grande parte dos filiados, a legenda não conseguiu eleger sequer um deputado estadual nas últimas eleições e viu o número de prefeitos e vereadores diminuir nas eleições de outubro passado, com três prefeitos, três vice-prefeitos e apenas 23 vereadores no universo de 139 municípios.
POLÍTICO DE QUALIDADE
Considerado um excelente político, com qualidades que o fazem um dos quadros mais preparados no Tocantins, Paulo Mourão participou, no último dia 18, de um evento em Brasília sobre estratégias de desenvolvimento econômico e social para o Tocantins com o Ministro do Desenvolvimento Social, Welington Dias, e diversos representantes das universidades e entidades da agricultura familiar, bem como empresários e líderes do Tocantins.
De acordo com Paulo Mourão “a missão dada pelo ministro Wellington Dias e também determinada pelo presidente Lula nesse encontro, é combater a pobreza e fazer isso é estimular o desenvolvimento com inclusão social, é qualificar nossos jovens das famílias inscritas no CAD Único, gerar emprego e estimular o empreendedorismo”.
Em seu vídeo, publicado em suas redes sociais, Paulo Mourão fala sobre os avanços conseguidos pelo PT, por meio da gestão Lulas III. “Andando pelas ruas, alguém me abordou dizendo que o Bolsa Família, que o governo do presidente Lula insiste em continuar aumentando a distribuição, para tantas pessoas, está deixando as pessoas com preguiça, sem querer trabalhar. Isso não é verdade! Para comprovar, um pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Dr. Marcos Dantas Heckshe, acaba de lançar um artigo dizendo o contrário, que é altamente positivo o Bolsa Família. O que ocorre agora é que as pessoas não aceitam mais serviços aviltantes, empregos, degradantes. Isso a pessoa agora não aceita mais. Isso é um efeito de cidadania mesmo nas famílias que tem o índice de pobreza ou índice da extrema pobreza. Com este apoio do Bolsa Família ainda tem outro fator mais positivo ainda que é a geração de renda, aumentando o produto interno bruto do Brasil. Observe que o Brasil está entre os cinco países que tiveram os maiores aumentos no PIB”, argumentou.
Venha candidato a qual cargo for, Paulo Mourão enriquece o cenário político tocantinense. Só precisa alinhar a condução e o papel do PT, se será capaz ou, até, se irá querer Paulo Mourão como um dos seus candidatos em 2026...
Há um desânimo generalizado com a inação de Lula, especialmente em relação à atuação de Rui Costa, Ministro-Chefe da Casa Civil
Por Luis Nassif
A nota “Da apatia à ‘bala de prata’: como um assessor de Lula vê o bastidor do governo”, publicada na coluna de Lauro Jardim, em O Globo, reflete com exatidão o estado de espírito reinante no centro do governo Lula.
Há um desânimo generalizado com a inação de Lula, especialmente em relação à atuação de Rui Costa, Ministro-Chefe da Casa Civil.
No episódio do aumento do IOF, por exemplo, Rui Costa e Alexandre Silveira foram frontalmente contrários. Nesse episódio, excepcionalmente, Lula aprovou a proposta de Haddad. Quando a proposta chegou ao Congresso, Costa sumiu de cena, Lula viajou para a França e o Canadá e Haddad ficou exposto às feras do centrão.
Os jabutis nos projetos de lei de energia – beneficiando as termelétricas – têm as impressões digitais de Silveira e o patrocínio de Carlos Suarez e da J & F.
As propostas de política industrial têm esbarrado no paroquialismo de Rui Costa. Lula está prestes a autorizar a BYD (fabricante chinês de carros elétricos) a instalar uma fábrica na Bahia no modelo SKD – no qual grandes subconjuntos do veículo, como a carroceria montada, motor, câmbio e sistema de suspensão, são enviados prontos. Ou seja, nada será fabricado no país.
Lula e Rui Costa, Ministro-Chefe da Casa Civil
Os Ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e da Fazenda estão tentando resistir, mas Costa provavelmente sairá vitorioso, inclusive obtendo a isenção de imposto de importação para a BYD, porque quer uma “entrega” relevante no estado, com vistas às próximas eleições.
O mesmo está acontecendo com a implantação de data centers, para a futura Política Brasileira de Inteligência Industrial. O Ministro da Educação, Camilo Santana, exige a instalação em uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará, para apressar a inauguração. Ou seja, irá abrir mão de qualquer interação com a economia nacional, tanto na compra de equipamentos quanto na venda de serviços. Como será tratada como exportadora, todos seus serviços – e as vantagens competitivas da energia verde brasileira – estarão exclusivamente a serviço de clientes estrangeiros e, obviamente, da campanha eleitoral de 2026.
Em todas essas discussões, Lula tem-se mantido ausente, não interferindo e, na maioria das vezes, deixando para Rui Costa a última palavra. Especialmente, aceita tudo o que vem da China, sem pensar em exigir contrapartidas para o Brasil.
Não se trata de perda de poder cognitivo. Lula tem perfeita noção do que é relevante para o país. Nas viagens para o exterior, continua demonstrando a acuidade política de sempre. De volta ao país, rende-se ao desinteresse total e subordina-se ao padrão Rui Costa de visão estratégica made in sertão.
Falta projeto de país, falta projeto de comunicação, que está restrita às tais “entregas” – inauguração de obras, precedida de um discurso de Lula. Costa continua apostando nas obras do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento). Para essas fontes, é uma ilusão. A falta de recursos não oferece nenhuma garantia de um PAC pujante.
Depois de tudo isso, só resta sonhar com a tal “bala de prata” que permitirá a Lula renascer em 2026. Seria melhor acreditar em um ditado bíblico: “Deus ajuda quem cedo madruga”.