A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, não deve ter tido uma boa noite de sono entre a sexta-feira e o sábado, depois que teve o seu pedido de contração de empréstimos junto à entidades financiadoras, no valor de mais de 660 milhões de reais, negado por nove votos a sete, pelos vereadores da Capital
Por Edson Rodrigues
Cinthia sabia que a aprovação dos empréstimos não seria fácil. Precisava de votos de vereadores da oposição para compor a maioria necessária. Um dos empréstimos teria como destinação a compra de ônibus escolares, justamente o fator motivador da investigação da Polícia Federal que encontrou mais de dois milhões de reais em dinheiro vivo em um apartamento ligado a um de seus ex-assessores. Logo, a reação colérica da prefeita nas redes sociais não se justifica.
A não ser em duas hipóteses: se ela tinha acordos com vereadores oposicionistas para votar em seu favor ou se essa verba dos empréstimos era essencial para que ela conseguisse tocar os últimos meses do seu mandato.
Imagens das redes Sociais
A verdade é que a “Mamis Poderosa” simpática e agradável das redes sociais deu lugar à “Mamis Descontrolada”, que não poupou saliva (dedo, no caso) para detonar os vereadores de Palmas: “Palmas foi vendida no crédito, no débito e na nota promissória. Vereadores comparsas e a serviço de uma quadrilha. Coação, ameaça e suborno. Uns devem a casa, outros a alma. Pisa é pouco, rolou até ameaça de morte. Não sei quem é pior: quem se vende, quem os compra ou quem foge.”
ERRO DE CÁLCULO
Ao destilar seu ódio e sua frustração contra a Câmara Municipal de Palmas, Cinthia Ribeiro Mantoan, cometeu um enorme erro de cálculo ao esquecer algumas coisas importantes que terá, obrigatoriamente, que passar até o fim do seu mandato.
A primeira é o seu relacionamento com a Câmara Municipal, principalmente com seus aliados. Ao falar em “vereadores”, ela generalizou, tratou a todos como iguais, esquecendo que teve sete votos favoráveis, mas que, agora, passam a ser sete votos não garantidos nas próximas votações.
Prefeita Cinthia e Junior Geo
E é com esses sete vereadores que Cinthia terá que trabalhar para eleger o deputado estadual Júnior Geo o seu sucessor. Geo, inclusive, vem crescendo nas pesquisas e sua pré-candidatura começa a ganhar musculatura política. Cinthia precisa que haja um segundo turno nas eleições municipais de outubro e sua melhor opção seria ter o “seu” candidato contra a sua arqui-inimiga Janad Valcari. Será que, depois de serem “jogados aos leões”, seus aliados na Câmara Municipal continuarão a segui-la, a corresponder às suas orientações e trabalharão em favor de Júnior Geo?
E após o fim do seu mandato, quando suas contas passarão pela análise da Câmara Municipal. Será que haverá boa vontade dos reeleitos para com a ex-prefeita? E dos novos eleitos, que podem, inclusive, ser todos da atual oposição?
Lembrando que são as Câmaras Municipais que recomendam a rejeição de prestações de contas dos prefeitos e, em caso de balancetes rejeitados, o gestor responsável pode responder criminalmente e ficar inelegível por cinco anos, proibido de exercer funções públicas.
OU COMEÇAR DE NOVO OU UTI
É bem verdade que Cinthia Ribeiro Mantoan e seu grupo de auxiliares têm méritos em sua gestão, e são capazes de fazer de Júnior Geo um candidato competitivo, que consiga chegar ao segundo turno em outubro.
Mas, a partir de agora, a prefeita de Palmas terá que começar de novo, se reinventar, fazer seu “mea culpa” aos vereadores que ofendeu, engajar ainda mais seu esposo, deputado estadual Eduardo Mantoan nessa jornada, reanimar seus companheiros de PSDB e conseguir que todos entrem, de corpo e alma, na tarefa de levara Júnior Geo ao segundo turno.
Lembrando que estão no páreo outros dois fortes pré-candidatos, Eduardo Siqueira Campos e Carlos Amastha. Caso Júnior Geo não consiga chegar ao segundo turno, restaria a Cinthia a opção de negociar apoio a um dos dois. Mas, para que esse apoio seja bem recebido, a prefeita de Palmas precisa de desarmar, trabalhar muito em favor de Júnior Geo, para que ele pontue bem nas pesquisas e faça o eleitorado cogitar votar no deputado estadual para prefeito de Palmas.
Do contrário, Janad Valcari pode levar a eleição ainda no primeiro turno, e tudo o que se falou de problemas neste panorama político, poder ser a realidade a ser vivida por Cinthia Ribeiro a partir do dia primeiro de janeiro de 2025.
Fato!
Pré-candidata à prefeitura de Araguatins, Professora Elizabete (União Brasil), recebeu o Observatório Político de O Paralelo 13 para um bate-papo descontraído, porém cheio de esclarecimentos sobre como ela pretende, em suas próprias palavras, “destravar” o progresso da cidade: “uma coisa que depende apenas de vontade política”, explicou
Por Edson Rodrigues
Natural do Paraná, Professora Elizabete reside em Araguatins desde 2003. Hoje, a professora concursada e empresária do ramo de hortaliças hidropônicas é a vice-prefeita da cidade, mas rompeu com o prefeito Aquiles da Areia ainda no início do mandato. Foi candidata à deputada federa, obtendo 4.584 votos só em Araguatins, e 15.757 votos em todo o Estado, mostrando que, mesmo alijada do dia a dia do mandato para o qual foi eleita, conseguiu desenvolver um bom trabalho, não se omitindo em criticar e cobrar ações mais efetivas do prefeito que irá enfrentar nas urnas em outubro, ressaltando que pretende fazer uma gestão sem ódio, sem perseguição política e sem rancor, visando, unicamente, a melhoria da qualidade de vida da população e o avanço social e econômico de Araguatins.
Como empresária e professora, Elizabete mostrou que sabe, não só ensinar, mas como “colocar a mão na massa” para fazer as coisas acontecerem. Em suas próprias palavras, ela demonstra o quanto está focada no desenvolvimento da cidade: “Araguatins é um município grande, uma cidade linda, bem localizada, com uma grande capacidade de crescimento e com um povo trabalhador, alegre e hospitaleiro. No entanto, apesar de todas essas qualidades, padece de problemas crônicos sociais, econômicos e de infraestrutura, que a gestão atual não deu conta de resolver, problemas esses que têm dificultado o desenvolvimento e a vida dos seus cidadãos”.
Dentre suas principais prioridades, a educadora e geradora de emprego e renda elencou as ações que pretende implantar em sua gestão, como a drenagem da Avenida Araguaia e do bairro Irial, a pavimentação dos bairros Vila Cidinha, Conjunto Vitória e Irial, a conclusão da pavimentação da Vila Miranda e da Vila Madalena , ampliação e melhoria da qualidade do abastecimento de água do município, incluindo zona urbana e zona rural, conclusão das obras das creches, que estão paradas há mais de 10 anos, investimentos em áreas de lazer, como a criação e construção do Parque do Taquari, lançamento de um programa de regularização de lotes urbanos, criar programas de assistência técnica e financeira para os produtores rurais, principalmente aos pequenos produtores, criação de um calendário de eventos tradicionais do município, (shows, eventos culturais, gastronômicos e feiras…), com o objetivo de promover o turismo e o lazer, atraindo investimentos e gerando emprego e renda, promover a valorização dos professores e profissionais da educação, proporcionando cursos de formação continuada para a constante atualização e desenvolvimento dos profissionais da área, para melhorar a qualidade da educação, ampliar a oferta de escolas de tempo integral, melhorar a qualidade e a segurança do transporte de alunos, criação do Plano de Carreiras, ( PCCR) para o funcionário público e, o mais importante, investir mais na saúde do município com a contratação de médicos especialistas em algumas áreas e ampliar o acesso a remédios e exames básicos.
Professora Elizabete, uma pré-candidata a prefeita que sai na frente de muitos outros, em todo o Estado, quando se trata de ter um planejamento e um programa de governo. E nenhuma palavra ou crítica a seus adversários.
Exemplo a ser seguido.
Sem citar Lula, presidente da Argentina criticou o que chamou de governos socialistas na América Latina; fala ocorreu durante passagem no Brasil para participar de evento conservador ao lado de Bolsonaro
Por Pedro Augusto Figueiredo e Tácio Lorran
Em sua primeira viagem ao Brasil desde que foi eleito, o presidente da Argentina, Javier Milei, criticou o que chamou de governos socialistas dos últimos 20 anos na América Latina, sem citar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Milei ainda afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é vítima de uma perseguição judicial no País e que a liberdade de expressão está questionada em grandes potencias mundiais.
Para Milei, a "liberdade de expressão, valor fundamental da democracia, se encontra questionado nas principais potencias do mundo sob a desculpa de não ferir a sensibilidade de ninguém, ou respeitar supostos direitos de algumas minorias ruidosas". Ele afirma que é cada vez mais frequente ouvir que países em que se acreditava que "respeitavam os princípios básicos da democracia, se cometem aberrações em matéria de liberdade de expressão e censura".
O presidente argentino avalia que muitas pessoas veem esses conceitos como "abstratos", mas, nas palavras dele, quem vê "o que lamentavelmente começa a ocorrer hoje no Brasil, pensa duas vezes". Milei não entrou em detalhes sobre essa menção, tampouco mencionou o governo brasileiro ou o poder judiciário, que foi alvo de várias críticas de outros participantes durante a quinta edição da Conferência de Política Ação e Conservadora (CPAC Brasil), evento que recebeu o presidente argentino para seu discurso de encerramento.
O CPAC foi realizado neste fim de semana em Balneário Camboriú, Santa Catarina. Em sua fala, Milei estava acompanhado no palco por Bolsonaro, o governador catarinense Jorginho Mello (PL), o senador Jorge Seif (PL-SC) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), organizador do evento. A irmã de Milei, Karina Milei, secretária-geral do governo argentino, o porta-voz Manuel Adorni e o ministro da Defesa, Luis Alfonso Petri, também foram chamados para assistir ao discurso ao lado dos políticos brasileiros.
Milei foi recebido pelo público com gritos de "Viva la libertad, carajo" e "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão". Ele cumprimentou Bolsonaro, chamando-o de presidente, e Eduardo pela recepção, disse que se sentiu em casa e que é "sempre um prazer estar entre os amigos".
O presidente argentino usou seu discurso para criticar o que chamou de "governos socialistas" dos últimos 20 anos na América Latina e disse que o único interesse dessas administrações é o "poder pelo poder". "[Esses governos] Constituem uma receita do desastre econômico, social, político e cultural", disse. "Uma relação de causalidade entre esses dois elementos não é coincidência".
Ele citou como exemplos Cuba, Nicaraguá e Venezuela, classificando as gestões desses países como "ditaduras sanguinárias". Disse ainda que Bolsonaro sofre uma perseguição judicial no Brasil, mas sem entrar em detalhes. Nesta semana, o ex-presidente brasileiro foi indiciado pela Polícia Federal por peculato, lavagem e associação criminosa no caso das joias sauditas, revelado pelo Estadão em março do ano passado.
Milei encerrou o discurso com três gritos de "Viva la libertad, carajo" e abraçou e deu as mãos a Bolsonar antes de deixar o palco e seguir para o aeroporto. O presidente argentino deixa o País ainda hoje.
Após Milei, Eduardo Bolsonaro ainda fez um breve discurso ao lado do americano Matt Schlapp, presidente da CPAC original. No telão, uma arte pedia anistia para Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, o ex-deputado Daniel Silveira, Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal e pessoas presas no ataque aos prédios dos Três Poderes em 8 de Janeiro. Também havia uma imagem de Cleriston da Cunha, preso por participar dos atos golpistas que morreu após ter problemas de saúde na prisão.
"Eu tenho certeza que se nós tivéssemos uma conexão mais íntima nunca teria ocorrido o 8 de Janeiro no Brasil porque nós teríamos aprendido com o 6 de Janeiro nos Estados Unidos", afirmou. Ainda segundo ele, havia pessoas bem-intencionadas que queriam evitar a depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e do STF, mas "acabaram caindo nessa armadilha do 8 de Janeiro".
"Eu me comprometo a lutar pela anistia de todos os injustiçados pelo 8 de Janeiro do Brasil", declarou Eduardo, que indicou que será candidato ao Senado em 2026.
Milei e Bolsonaro foram destaque de evento conservador em Santa Catarina
O presidente da Argentina chegou na cidade catarinense na noite desse sábado e foi recepcionado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os dois assistiram o jogo entre Brasil e Uruguai pela Copa América. A seleção brasileira foi desclassificada na disputa de pênaltis, após um empate em zero a zero com os uruguaios.
Já na manhã deste domingo, 7, Milei se reuniu a portas fechadas com Bolsonaro, os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Jorginho Mello (PL-SC) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ao fim do encontro, o presidente argentino recebeu a medalha "3is: imorrível, imbrochável e incomível" de Bolsonaro.
Milei também se reuniu com Mello e empresários catarinenses. Segundo o governador, o objetivo do encontro foi discutir relações comerciantes entre Santa Catarina e o país vizinho.
Essa é a primeira vez que o argentino vem ao Brasil desde que assumiu a Presidência do país vizinho. Milei não encontrará, contudo, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo um porta-voz de Milei, as agendas em Santa Catarina são "prioritárias" para o mandatário da Argentina.
Nas últimas semanas, Lula e Milei trocaram acusações. O presidente brasileiro disse que o argentino deveria pedir desculpas pelas "bobagens" que falou sobre ele e o Brasil. Milei voltou a repetir que o petista é "comunista" e "corrupto".
Se o encerramento ficou por conta de Milei, a abertura do CPAC Brasil, na manhã desse sábado, 6, ficou a cargo de Bolsonaro. Em seu discurso, o ex-presidente ignorou o indiciamento da Polícia Federal no caso das joias sauditas, criticou o PT, a quem chamou de "partido do trambique", e a imprensa. "Não tenho ambição pelo poder, tenho obsessão pelo Brasil, em que pese qualquer outras questões que nos atrapalhe", afirmou.
Ao fim do primeiro dia de evento, o ex-presidente voltou para o palco, para o discurso de encerramento. Na ocasião, disse que "não irá recuar" mesmo com investigações da Polícia Federal (PF) em curso contra ele. "Apesar de a PF ter ido três vezes na minha casa, hoje já tenho 300 e poucos processos ainda. Vale a pena. A gente não vai recuar"
O CPAC Brasil é organizado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro e foi inspirado no Conservative Political Action Conference (CPAC), evento que reúne nomes do conservadorismo dos Estados Unidos em congressos anuais desde 1973.
Além de Milei e Bolsonaro, a edição deste ano do CPAC Brasil contou com as presenças dos governadores de Santa Catarina, Jorginho Mello, e de São Paulo, Tarcísio de Freitas, deputados bolsonaristas e empresários.
As palestras do CPAC Brasil foram marcadas principalmente pelo tom de aconselhamento eleitoral para pré-candidatos a prefeito e vereador nas próximas eleições municipais. Deputados e lideranças bolsonaristas frisavam que um bom desempenho no pleito era fundamental para sustentar uma candidatura presidencial bolsonarista em 2026.
Um recente escândalo sacudiu a indústria láctea brasileira, envolvendo a marca Natville da Laticínios Santa Maria Ltda.
Por: Alana Carvalho
Um recente escândalo sacudiu a indústria láctea brasileira, envolvendo a marca Natville da Laticínios Santa Maria Ltda. A crise começou quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em colaboração com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), identificou severas irregularidades nas práticas de produção da empresa.
As investigações revelaram que os produtos foram fabricados sem as licenças necessárias e em condições sanitárias inapropriadas, levando à adulteração nos rótulos dos produtos. Esta situação preocupante não só compromete a qualidade do produto, mas também representa um perigo iminente à saúde pública.
Anvisa e a Identificação dos Produtos Contaminados
Entre janeiro e maio de 2023, a Anvisa realizou inspeções mais rigorosas na Laticínios Santa Maria Ltda. Essas averiguações expuseram a magnitude dos problemas, principalmente na produção de leites UHT e soro de leite em pó, que não estavam conforme as normas vigentes.
Por que o Controle de Qualidade da Anvisa é Crucial?
O controle de qualidade implementado pela Anvisa é um mecanismo essencial para prevenir que alimentos impróprios cheguem ao consumidor. Este sistema não só assegura a segurança alimentar como também garante a qualidade dos produtos disponíveis no mercado. No caso da Laticínios Santa Maria Ltda., a falta desse rigor resultou em produtos que poderiam comprometer gravemente a saúde dos consumidores.
Medidas Tomadas em Resposta aos Problemas Identificados
Imediatamente após a descoberta das irregularidades, a Anvisa exigiu a suspensão da venda, distribuição e uso dos lotes afetados. Comprometida com a correção dos erros, a Laticínios Santa Maria Ltda. começou o recolhimento voluntário dos produtos implicados. Foram afetados os seguintes itens:
É primordial que os consumidores verifiquem as datas de fabricação e as informações nos rótulos dos produtos lácteos para certificar-se da segurança dos itens adquiridos. Em caso de dúvidas ou para mais informações, a empresa disponibiliza um Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), onde podem ser obtidos esclarecimentos e assistência.
REFLEXÃO DESTE DOMINGO
Por Edson Rodrigues
A sucessão municipal deste ano iniciou uma nova fase no último dia cinco, com o impedimento dos candidatos a prefeito e a vereador de acompanhar o governador, o prefeito de sua cidade ou outras autoridades constituídas, em entrega de obras, assinaturas de ordens de serviço, inaugurações ou qualquer ato administrativo federal, estadual ou municipal.
Em outras palavras, acabou a fase da “carona”, da “garupa”, do “papagaio de pirata” ou de “fazer graça com chapéu alheio”.
Como o Observatório Político de O Paralelo 13 vem expondo desde o início do processo sucessório, as eleições municipais de 2024 não serão para amadores nem para aventureiros, principalmente nos maiores colégios eleitorais tocantinenses.
Será o primeiro pleito municipal sem as coligações proporcionais, com novas regras para as “sobras” e o quociente eleitorais, já definidas pela Justiça Eleitoral.
O candidato a um mandato eletivo este ano, seja para prefeito ou vereador, terá que estar muito bem-assessorado por profissionais de marketing político, assessoria jurídica, assessoria de comunicação, contabilistas eleitorais, cabos eleitorais inteligentes e preparados, um conselho político ativo e respeitado pelo postulante e, além disso, ter propostas boas e bem fundamentadas.
Será importante, também, que o candidato tenha empatia, simpatia e um bom relacionamento com os principais veículos de comunicação, que são os verdadeiros formadores de opinião e têm credibilidade junto à população.
DEBATES
Toda essa equipe profissional será necessária, também, para deixar os candidatos a prefeito totalmente preparados para os debates. Principalmente para a primeira questão, que será “participar ou não participar do debate”.
Os que decidirem por participar dos debates, devem estar preparados para ter seus passados virados do avesso – principalmente se já exerceram função pública e se teve algum problema com a Justiça do mais leve até casos de corrupção – seu presente em total investigação, assim como sua vida pessoal e pública. Para tudo as respostas devem ser diretas, seguras e críveis, pois isso é o “debate” na sua essência. Além dos projetos e propostas, haverá sempre o espaço para perguntas, e é nessa hora que todos ficam mais expostos. Expostos a surpresas ou expostos para dar respostas diretas, esclarecedoras e pertinentes.
Já quem decidir por não comparecer aos debates, pode até achar que se livra dos riscos de grandes desgastes. Se o candidato for devidamente “limpo” de problemas com a Justiça e de qualquer deslize em sua vida pessoal, a justificativa da ausência pode até ser “digerida” pelos eleitores.
Mas, caso contrário, os seus adversários presentes ao debate terão a oportunidade única de iniciar uma fase desgastante e com muita possibilidade de sangramento contínuo, transformando o ausente em vidraça, atacando-o de todas as formas possíveis, pois não terão quem os interpele ou negue o que quer que falem, e podem “esquartejar”, politicamente, o candidato ausente.
Negar as acusações e rebater os ataques sofridos em um debate apenas, pode até ser plausível, se o candidato tiver um bom projeto de marketing capaz de suplantar os ataques e diluir seus efeitos, mas continuar apenas arrumando desculpas e não comparecendo aos demais debates, pode ser suicídio eleitoral.
Debates sérios, com transparência e preparo, podem ser cruciais para a consolidação da imagem do candidato, criando empatia com o eleitorado e suscitando oportunidades de demonstrar suas qualidades e sua capacidade em assumir o cargo de gestor municipal.
Os eleitores estão abertos a ouvir as propostas e a debater, conjuntamente, os projetos, mas, para isso, precisam, primeiro, confiar minimamente no candidato, independente da cor partidária ou ideologia política.
Um bom desempenho em um debate pode ser definitivo para uma vitória eleitoral.
O EXEMPLO
Em 1995, Cristóvão Buarque era candidato ao governo do Distrito Federal. Sua campanha era tão pífia, que nenhuma empresa de publicidade com experiência em campanhas políticas aceitou fazer sua campanha, por conta dos meros 1,5% de intenção de votos apontados nas pesquisas.
Foi então que um tocantinense entrou para a história do marketing político nacional. O publicitário José Carlos Leitão, à época presidente da Associação dos Proprietários de Empresas de Publicidade do Distrito Federal, se juntou a um amigo da área e começou a produzir peças de marketing para Cristóvão Buarque.
Pouco mais de 40 dias depois, Cristóvão Buarque já apontava como o terceiro colocado nas pesquisas, tecnicamente empatado com o segundo colocado. Foi aí que o plano de governo de Buarque foi encorpado com pitadas pontuais de estratégias de marketing, que deram visibilidade e tornaram as qualidades do seu programa de governo mais evidentes e mais claras, e aos eleitores simplesmente “compraram” a ideia.
A partir desse ponto, veio o Programa Bolsa Família que, mais tarde foi adotado e nacionalizado pelo governo Lula, e Cristóvão Buarque tornou-se líder das pesquisas faltando pouco mais de 20 dias para o dia da eleição.
Cristóvão Buarque foi eleito, seu futuro político, tornou-se notável, com duas eleições para o Senado e José Carlos Leitão, natural de Novo Acordo, tornou-se uma celebridade na área do marketing político e, até hoje, atua na área do aconselhamento político, análise de pesquisas e é uma referência em consultoria em diversos estados do Brasil, com trânsito livre nos principais gabinetes da Capital Federal, principalmente nos do governo do Distrito Federal.
CONCLUSÃO
Com o exposto acima, fica claro que não há candidaturas imbatíveis, muito menos candidaturas sem possibilidade de êxito. Só a voz das urnas é quem decide. Temos diversos exemplos no Tocantins, como Carlos Amastha, em Palmas, Joaquim Maia, em Porto Nacional, Wagner Rodrigues, em Araguaína, e isso só para ficar nos mais recentes casos de viradas históricas em eleições municipais.
Ainda há tempo de buscar profissionalizar as campanhas nas áreas de marketing, comunicação e contábil, buscar a empatia das redações dos veículos de comunicação de credibilidade, montar um conselho político com autonomia e m coordenador de campanha experiente, que tome as decisões na hora que precisar, agradem ou não ao candidato.
A campanha precisa ser descentralizada, mas com autonomia dada a profissionais. Campanha política não pode ser embasada em opinião de baba-ovo, senão, o candidato só vai ouvir o que quer, não o que precisa ouvir.
Fica a dica...