VEJA DESTACA MORO NO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. ISTOÉ DIZ QUE PAÍS ESTÁ EM BUSCA DO “MESSIAS” E ÉPOCA FALA DO BRASIL DE BOLSONARO
Veja
A pirueta de Moro
A convite de Bolsonaro, o juiz faz um movimento temerário e troca a Lava Jato pela política. O juiz Sergio Fernando Moro, de 46 anos, que se tornou uma estrela internacional com a Lava-Jato, acaba de fazer o movimento mais temerário de sua carreira — o equivalente a um salto triplo carpado. A convite do presidente eleito Jair Bolsonaro, Moro decidiu abandonar a
Lava Jato e entrar na política, terreno que jamais pisaria, segundo disse incontáveis vezes. Moro será o ministro da Justiça do novo governo, uma pasta que voltará a ser turbinada com a presença da Polícia Federal, que fazia parte do Ministério da Segurança Pública. Além disso, sua pasta deve ter controle sobre uma parte do Coaf, órgão que fiscaliza as transações financeiras no país. Com esses predicados, o Ministério da Justiça passa a ser uma superpasta, e Moro, um superministro. Sua missão será manter o combate sem tréguas à corrupção, como vinha fazendo na Lava-Jato, e abrir uma nova frente: o combate à criminalidade, uma chaga que se espraiou pelo país e foi uma das principais bandeiras da campanha de Bolsonaro.
Com sua experiência, sua competência e sua capacidade de trabalho, Moro está perfeitamente apetrechado para ser um ministro da Justiça altamente eficaz. Conhece os meandros da corrupção no mundo oficial, já tomou decisões jurídicas sobre assuntos ligados à criminalidade e, por tudo isso, talvez tenha um perfil particularmente adaptado ao cargo. Em nota divulgada depois de aceitar o convite, Moro disse: “A perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos, levou-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocesso por um bem maior”.
A República da Barra
A vitória de Bolsonaro reacendeu o orgulho dos moradores do bairro carioca, que, antes, nunca deram muita bola ao clã presidencial.
A Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, é um mundo à parte. Separada do resto da cidade por túneis e montanhas, a Barra cresceu isolada, autossuficiente e povoada por uma classe média e alta que virou até tema de novela pela opção preferencial por condomínios fechados, shopping centers, carrões, academias de ginástica e amor por tudo o que lembra Miami. Sem falar nas menções a vizinhos famosos, fruto da proximidade com os globais do Projac. “Aqui é a casa do Antonio Fagundes. Mais para a frente fica a do Renato Aragão. No Mansões tem a Anitta e a Juliana Paes”, vai descrevendo um morador envaidecido. A única coisa que o lugar não tinha, em matéria de orgulho barrense, era um ponto turístico que atraís se multidões. Agora tem: é a casa onde mora Jair Bolsonaro, a quem os locais apoiaram em peso.
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Istoé
Em busca de Messias
A indiscutível eleição de Jair Messias Bolsonaro o alçou a líder de massas. Mas para não incorrer no mesmo erro de outros “salvadores da pátria” que acabaram experimentando o infortúnio, o presidente eleito terá de entender um princípio elementar da democracia: ele não pode tudo.
Seu nome — Jair Messias Bolsonaro — soou quase como uma premonição. Sua atuação nesse momento conturbado do País o converteu em mito. Suas promessas e críticas ácidas aos descaminhos na política, economia e costumes lhe elevaram à condição de salvador da pátria. Não é de hoje, os brasileiros correm em busca de um mandatário que os conduza ao Olimpo político, econômico e social. Já nos anos de 1930, Getúlio Vargas revestia-se de “pai dos pobres”. Nos idos de 1960, Jânio Quadros usaria sua vassoura para “varrer do país a corrupção”. Na década de 80, o povo declarou-se “fiscal do Sarney” na defesa do Plano Cruzado. Fernando Collor encarnava o protetor dos “descamisados”, o “caçador de marajás”. Nos anos 90 e 2000, as urnas consagraram o sociólogo FHC para “salvar” a economia e o ex-metalúrgico Lula, eleito sob a bandeira de exterminar a desigualdade social e acabar com o fosso profundo existente entre ricos e pobres no Brasil. Por fim, o País escolheu como mandatária Dilma Rousseff, embalada na campanha como a “mãe do PAC”.
A história determinou de forma inexorável o destino trágico da maioria dos salvadores anteriores. Vargas suicidou-se. Jânio Quadros renunciou. Sarney deixou o governo sob a pecha de presidente mais impopular do País. Collor e Dilma experimentaram o mesmo infortúnio, o impeachment, enquanto Lula, “o cara”, foi parar atrás das grades, condenado por corrupção. Segue-se assim a sina — mais que brasileira, latino-americana — da busca de um salvador da Pátria para resolver nossos complexos problemas. Sina que, até agora, só fez gerar grandes expectativas que se frustraram com o tempo.
Agora, como num filme repetido, o País sai em busca não de um governante, mas de um Messias. Mais do que eleitores, Bolsonaro atraiu seguidores que multiplicaram sua exposição pelos recantos do Brasil. Para dar a exata medida desse crescimento exponencial, o presidente eleito possuía, em 2014, 204 seguidores no Facebook. O número pulou para 8 milhões na campanha e alcançou inacreditáveis 18 milhões no final do pleito. Para o bem da nação, espera-se que não se frustrem novamente.
O novo xerife do Brasil
Em quatro anos à frente da Lava Jato, o juiz Sergio Moro colocou mais de 140 pessoas na cadeia, entre elas o ex-presidente Lula, políticos e empreiteiros. Agora, o magistrado vai ter superpoderes para continuar o combate à corrupção.
Depois de condenar e prender Lula por corrupção, cujo processo tirou o ex-presidente da sucessão presidencial deste ano, o juiz federal Sergio Moro aceitou nesta quinta-feira 1 o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro para transformar-se em superministro do novo governo. Moro não será apenas ministro da Justiça, mas terá sob seu comando a Segurança Pública, a Polícia Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o temido Coaf, que monitora toda a movimentação financeira suspeita. A Transparência e a Controladoria-Geral da União estão em negociação. Com esse poder todo, o juiz, de 46 anos, torna-se o xerife do Brasil, a quem estarão subordinados todos os órgãos de combate à corrupção.
A nova era militar
O prestígio dos militares no governo Bolsonaro atingirá patamares inéditos desde a redemocratização, mas, numa demonstração de maturidade institucional, integrantes da caserna prometem manter uma distância regulamentar do poder e seguir estritamente as regras do jogo democrático.
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Época
O Brasil do Bolsonaro
Vender o AeroLula, acabar com cartão corporativo, incluir militares na reforma da Previdência: a conversão liberal de Jair Bolsonaro está em andamento.
Um presidente no púlpito
Renascer em Cristo: o papel das lideranças evangélicas na vitória de Bolsonaro.
O macho branco vai às urnas
O voto testosterona: raiva e masculinidade no voto de Bolsonaro.
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Embora negue movimentações, Renan Calheiros (MDB-AL) se articula para voltar a comandar o Senado pela quarta vez. Ele enfrenta resistência da ala pró-Bolsonaro e de parte do MDB
Da Redação
Tão logo as eleições de outubro se encerraram e Jair Bolsonaro (PSL) venceu a corrida pelo Palácio do Planalto, o foco nos carpetes azuis do Senado se voltou para a disputa que definirá, em fevereiro de 2019, quem comandará a Casa pelos próximos dois anos.
A derrota de Eunício Oliveira (MDB-CE) nas urnas tirou do páreo o atual presidente do Senado e abriu caminho para nomes da velha guarda da Casa, como Renan Calheiros (MDB-AL) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), e até mesmo novatos, como o ex-governador do Ceará Cid Gomes (PDT).
Porém, velhos rostos que voltam à Casa no ano que vem, como o senador eleito Esperidião Amin (PP-SC), pretendem pegar carona na onda conservadora para pleitear o posto número 1 do Senado.
Correndo por fora, a atual líder do MDB, senadora Simone Tebet (MS), aglutina votos da bancada ruralista e empolga quem gostaria de ver uma mulher comandando a Casa pela primeira vez.
A três meses da eleição interna, as movimentações no plenário, nos corredores e nos gabinetes do Senado ainda é silenciosa.
Embora alguns nomes sejam ventilados apenas para testar a viabilidade eleitoral, há quem pretenda aproveitar os meses de transição entre as legislaturas para consolidar uma candidatura e já começar a pedir votos.
Recém-reeleito para o quarto mandato consecutivo de senador, Renan Calheiros segue uma estratégia de se cacifar nos bastidores como opção para assumir, mais uma vez, o comando do Senado, posto que ele já ocupou em outras três oportunidades.
Relatos ouvidos no Senado dizem que Renan tem telefonado para senadores novatos em busca de apoio para uma eventual candidatura para a presidência da Casa. Emedebistas próximos ao parlamentar alagoano já estão, inclusive, atuando como cabos eleitorais, pedindo votos.
Em público, entretanto, ele desdenha da candidatura, afirma que há "excelentes" opções para assumir a cadeira de Eunício Oliveira em praticamente todos os partidos, mas, de forma cautelosa, destaca que não se pode "antecipar essa discussão" e é preciso "aguardar".
"Eu tenho dito: 'Eu não cogito, não quero'. Já fui presidente. Essa discussão deve ser levada para janeiro. Não podemos inverter os sinais, antecipar essa discussão (Renan Calheiros)
Renan é considerado pelos próprios colegas um dos mais hábeis articuladores políticos do Congresso. Sem assumir candidatura, ele voltou do recesso branco do período eleitoral e, imediatamente, começou a articular. No plenário, ele circula sorridente em todas as rodas de conversas, com as mãos nos ombros dos senadores.
Há, entretanto, quem enxergue nas movimentações de Renan somente um "balão de ensaio" para, mais tarde, se não conseguir viabilizar a candidatura para o comando do Senado, ao menos assegurar a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a principal da Casa.
Apesar do bom trânsito com as diferentes correntes, o ex-presidente do Senado não é unanimidade. Caso venha a se lançar à sucessão de Eunício, deve sofrer oposição dos parlamentares mais ligados ao presidente eleito Jair Bolsonaro e de integrantes do seu próprio partido, o MDB.
Absolvido da acusação de desvio de dinheiro público no caso Mônica Veloso, Renan foi citado várias vezes em delações da Lava Jato e ainda é alvo de inquéritos no Supremo Tribunal Federal.
“Eu teria muita dificuldade de votar em Renan Calheiros. Os senadores que se elegeram com o discurso da renovação e da ética também”, afirmou um senador reeleito. “Renan não dá. É o candidato do mais do mesmo”, declarou um novato.
Embora tenha se reaproximado do PT ao longo das eleições e aspire contar com votos de petistas em uma eventual disputa pelo comando do Senado, Renan não quer implodir a ponte com o novo governo. Indagado sobre a possibilidade de a oposição criar uma frente anti-Bolsonaro na Casa, ele rapidamente diz que essa não é uma prioridade.
"Defendo um esforço suprapartidário para uma agenda em favor do Brasil. Para que nós possamos retomar o crescimento da economia, gerar emprego, aliás, em primeiríssimo lugar, essa é a coisa que mais interessa aos brasileiros. Mas não uma frente contra o governo", afirmou.
Candidato dos bolsonaristas
Até então sem representação no Senado, o PSL, partido de Bolsonaro, elegeu quatro senadores na eleição de outubro, entre os quais o mais votado da Casa, Major Olímpio (SP).
Com o apoio de Bolsonaro, o novo senador paulista obteve 9.039.717 votos. Um dos filhos do presidente eleito, Flávio Bolsonaro (RJ) também vai reforçar a bancada do PSL no Senado.
Apesar da força política que obteve ao vencer a disputa pela Presidência e conquistar a segunda maior bancada da Câmara, dirigentes do PSL, até o momento, têm afirmado que não há pretensões de lançar candidato para o comando das duas casas legislativas do Congresso.
O próprio Bolsonaro disse nesta semana, em entrevista coletiva concedida no Rio de Janeiro, que recomendou ao PSL não lançar candidatos à presidência das duas casas. Em troca, espera atrair apoio de deputados e senadores de outros partidos às propostas que pretende apresentar ao Legislativo a partir de janeiro, como a reforma da Previdência.
"O que eu conversei com o meu partido é de que poderíamos apoiar outro partido para angariar a simpatia de outras legendas para os nossos projetos" (Jair Bolsonaro)
Major Olímpio afirmou que o PSL deve priorizar a governabilidade de Bolsonaro apoiando no Senado uma candidatura que possa dar maior sustentação ao presidente eleito. Ele reafirmou que não será candidato nesta eleição.
Um nome visto com simpatia pela ala mais próxima a Bolsonaro é o do senador eleito Esperidião Amin, que retorna ao Senado depois de dois mandatos consecutivos como deputado federal.
Figura influente há décadas na política de Santa Catarina – estado que deu uma das maiores votações proporcionais ao presidente eleito –, Amin manifestou voto em Bolsonaro durante a campanha e mantém bom trânsito com a ala mais conservadora do parlamento.
Ex-governador catarinense, o novo senador é filiado ao partido Progressista, sigla do Centrão que pode assegurar, no Senado, até cinco votos ao Planalto na análise de reformas e de leis ligadas a costumes, que devem ser apresentadas no ano que vem pelo novo governo.
Amin disse que, atualmente, não tem nenhum vínculo com o futuro governo, apesar de ter apoiado a candidatura de Bolsonaro.
O senador eleito afirmou que não é candidato à presidência do Senado, mas admitiu que já foi procurado por futuros colegas que o sondaram para o posto como candidato do governo.
"Eu sou candidato? Não. Não estou pedindo votos. Meu nome está sendo especulado? Bota pra frente, espalha", disse Amin.
"Sempre digo: 'não descarto' [ser candidato à presidência do Senado]. Agradeço com muito carinho. Se o sujeito me diz que estou sendo cogitado, é uma pequena medalha que você recebe", afirmou.
Dono da maior bancada do Senado, embora tenha encolhido de 18 para 12 senadores, o MDB está com receio de ficar de fora da presidência da Casa pela primeira vez nos últimos 11 anos.
Os emedebistas têm se reunido nos últimos dias para tratar da sucessão de Eunício Oliveira.
De acordo com integrantes do partido, a palavra de ordem nesses encontros é tentar convencer a bancada a votar no mesmo nome na eleição secreta que escolherá o novo presidente do Senado.
A atual líder do MDB na Casa, Simone Tebet, é um dos nomes do partido cotados. Filha do ex-presidente da Casa Ramez Tebet, a parlamentar sul-matogrossense conta com o apoio, inclusive, de senadores de outros partidos.
"Para a instituição, seria importante que uma mulher viesse a assumir esse honroso cargo. A líder do MDB Simone Tebet tem todas as condições. É mulher, muito preparada e experiente. [...] Assim, o MDB daria mostra de contemporaneidade", argumentou a senadora Ana Amélia (PP-RS).
Uma das lideranças da bancada ruralista, a senadora gaúcha não poderá votar em Simone Tebet caso se confirme a candidatura da colega porque abriu mão da tentativa de reeleição para disputar o cargo de vice-presidente da República na chapa derrotada do tucano Geraldo Alckmin.
Frente de esquerda e PT isolado
O nome de Renan Calheiros para a presidência do Senado agrada especialmente ao PT.
Na campanha deste ano, o emedebista – que comandava a Casa à época em que os senadores aprovaram o impeachment de Dilma Rousseff – se reconciliou com o PT mirando os votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Nordeste.
Ele chegou a subir no palanque ao lado de Fernando Haddad (PT) e criticou duramente o presidenciável do MDB, Henrique Meirelles.
Nas eleições de 2018, a participação do PT no Senado diminuiu (de nove para seis senadores). Entre os petistas que deixarão o Senado no ano que vem estão a presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann (PT-PR), eleita deputada federal, e o vice, Lindbergh Farias (PT-RJ), derrotado na disputa pela reeleição no Rio de Janeiro.
Ex-governador da Bahia e ex-chefe da Casa Civil do governo Dilma, o senador eleito Jacques Wagner deve se tornar a principal referência do PT no Senado a partir de 2019.
Ele, contudo, ainda não pretende entrar em uma disputa pelo comando da Casa, informou um dos interlocutores do petista.
Wagner está de olho na presidência da Comissão de Assuntos Econômicos, uma das mais influentes do Senado.
Parceiros históricos como PDT e PSB se afastaram do PT após as eleições de outubro. As duas siglas de esquerda negociam a construção de uma frente parlamentar de oposição ao governo Bolsonaro na Câmara e no Senado, mas não querem contar com os petistas no bloco.
O PCdoB, legenda que integrou a coligação encabeçada por Fernando Haddad (PT), candidato derrotado a presidente, não elegeu senadores em 2018 e ficará fora da Casa a partir do ano que vem.
No Senado, há uma movimentação embrionária para tentar viabilizar a candidatura de Cid Gomes para a presidência.
O PDT conversa com PSB, Rede e PPS a fim de montar a frente parlamentar que daria musculatura à intenção de lançar o ex-governador do Ceará.
Irmão de Cid, o presidenciável derrotado do PDT, Ciro Gomes, saiu da disputa eleitoral ressentido com o PT e está disposto a liderar um movimento de oposição a Bolsonaro sem a participação de petistas.
"Não vamos formar frente com o PT nem na Câmara nem no Senado. O PT sempre quer tudo ao redor dele, e nós cansamos disso", disse ao G1 o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.
"Vai ter muita coisa para acontecer até fevereiro. Ainda vamos ter muitas emoções", declarou o dirigente pedetista.
A direção do PT convocou uma reunião para o final do mês a fim de discutir o cenário político. As eleições da Câmara e do Senado estarão em pauta.
Segundo integrantes do partido, há possibilidade de apoio a uma eventual candidatura do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), adversário histórico da sigla, mas considerado por petistas um parlamentar "com quem é possível dialogar".
Petistas disseram que o partido priorizará no Senado o comando de comissões temáticas. Embora não acreditem que o diálogo com as outras legendas de esquerda esteja inviabilizado, o PT está disposto a fazer concessões e apoiar até mesmo um tucano, se for necessário, para garantir a presidência de comissões importantes.
“Falar qualquer nome, neste momento, só daria confusão. Agora, sabemos que passamos a ser a quarta bancada [empatada com o DEM, com seis senadores] e que vamos ter que dialogar com todos os partidos para que haja uma chapa que atenda à expectativa de forma unitária”, reconheceu o senador Paulo Paim (PT-RS).
"O PT quer tentar garantir protagonismo nas comissões, mas pode se juntar à frente de esquerda quando os ânimos da eleição se acalmarem", destacou um petista da equipe de Jacques Wagner, referindo-se ao fato de que o PDT de Ciro Gomes se sentiu traído por Lula na disputa presidencial.
Com informações do G1.
Por Antônio Coelho de Carvalho
O título acima, foi de um fato ocorrido na semana passada em Salgueiro estado de Pernambuco. Além dos 5 mortos a PF apreendeu 6 fuzis e uma metralhadora de calibre ponto 50 (com poder antiaéreo) ao impedir assalto a avião, na quarta-feira (26). A aeronave pertence a uma empresa de valores e transportava dinheiro para abastecer um banco da cidade.
Infelizmente notícias como essa tem se tornado quase que corriqueiras, que não deveria ser. Em vários Estados a relatos de uma nova forma de crime denominado como Novo Cangaço. Uma das marcas dos delinquentes é de usarem reféns como escudos humanos para fugirem logo após o cometimento do roubo. Aqui na cidade de Gurupi uma quadrilha colocou moradores no capôs e na carroceria de caminhonetes e fogem deixando o pânico e a destruição.
Denominado por agentes de segurança como “Novo Cangaço”, as ações desses bandos e ou quadrilhas que fortemente armadas costumam fechar acessos à cidades, atacar bases policiais e explodir caixas eletrônicos de agências bancárias assaltar postos de gasolina, carros forte e agora o abate de aeronaves. O que se nota na ação é a ousadia o fator surpresa. Segundo um agente de segurança: O que favorece um assalto são as possibilidades de êxito dos ladrões; Os ladrões executam um assalto considerando a segurança deles...
A denominação do terno para “classificar” em esses criminosos se divide. Não quero aqui entrar nesse mérito, e sim como o poder público e população podem enfrentar de modo preventivo essas ações que muito prejuízos trazem para todos.
Em um contexto histórico Cangaceiros e Jagunços têm suas diferenciações. Os Cangaceiros eram tipos paramilitares, que contavam com o apoio e a simpatia da população miserável do agreste nordestino, vítimas da seca e da desestrutura regional, originalizou-se com transferência da Capital de Salvador para o Rio de Janeiro e a rebeldia em forma de banditismo, foi a forma de protesto diante das injustiças sociais. Os Jagunços, eram uma espécie de seguranças dos Coronéis e fazendeiros para proteção e expansão das propriedades e até mesmo o trato com funcionários.
Mas voltando a nossa realidade, esses grupos criminosos que aterrorizam principalmente o interior do Brasil, devem ser tratados como organizações criminosas, diferentemente do contexto histórico eles não estão pautados em questões de honra e justiça, perseguição política e etc; muito pelo contrário, está fundado no que há de pior no mundo capitalista selvagem (dinheiro fácil) e a grande possibilidade de liberdade. Veja que deve-se em casos como esses aplicar-se-á a Lei Antiterrorismo ou as mais severas Leis.
As leis e as penas previstas no Código Penal Brasileiro é demasiadamente brandas, são a maior causa do descontrole da criminalidade. O legislativo a Câmara Federal e Senado devem debater o tema com urgência. Quanto ao judiciário ele merece não um capitulo fora aparte.
É preciso penalidades mais rigorosas, aqui vemos premiar o criminoso habitual ou profissional unificando-se todas as penas a que foi condenado em uma só, seguida de pequeno acréscimo, por meio da distorção do conceito de crime continuado. Também cabe ao legislativo rever a maneira como são tratados os criminosos reincidentes, a forma de tratamento dada aos menores de 18 anos que praticam crimes violentos e a quantidade de pena aplicada, pois infelizmente vemos fatores como os mencionados acaba sendo uma garantia de impunidade justamente para criminosos mais perigosos.
Durante a campanha presidencial vimos um acentuado tom no discurso para o enfretamento da violência, a constatação é que a população é vítima desses grupos criminosos e que está abandonada ao relento. Com os aparelhos necessários a polícia tem condições de adotar estratégias mais sofisticadas contra as novas quadrilhas, que são especializadas e promovem ações estrategicamente planejadas, diferente do governo, que não tem estratégia nem planejamento. Quanto a nós cidadãos cabe fazer a nossa parte ajudando no que se podermos, afinal a segurança pública é dever de todos e não só do Estado. E enquanto isso vamos aqui orando, rezando e torcendo para dias melhores.
"Nós recrutamos juízes no Brasil que são recém-formados, 23, 24, 25 anos, sem experiência de vida, sem socialização"
Com Estadão Conteúdo
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, afirmou nesta sexta-feira, 2, que os juízes brasileiros assumem o cargo ainda jovens "sem ter socializado" e antes de adquirir "conhecimento da realidade". "Nós recrutamos juízes no Brasil que são recém-formados, 23, 24, 25 anos, sem experiência de vida, sem socialização, o que significa que o juiz se socializa, conhece o mundo já tendo uma caneta com peso enorme de poder, mas ainda sem a socialização que lhe dá a devida responsabilidade", afirmou Toffoli.
Como presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Toffoli defendeu a ênfase no diálogo com universidades e a formação dos bacharéis de direito que vão assumir cargos públicos, especialmente dos juízes. "Aquele garoto se torna uma autoridade aos 25 anos de idade, que ainda não tem conhecimento geral do que é a realidade, ele ainda está se formando e passa a ter o poder de afastar uma lei, um contrato, em nome de princípios constitucionais sem ter ideia do impacto daquele ato para toda a sociedade e não só para as partes que estão ali em um específico litígio", afirmou o ministro, em Nova York.
Ele participa nos Estados Unidos do evento II Law and Economics, organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com a Universidade de Columbia, com apoio do jornal Financial Times, do Brazilian American Chamber of Commerce e da CLS Brazil. Ele não comentou nos seus discursos a indicação do juiz Sérgio Moro para o Ministério da Justiça no futuro governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
"Fico imaginando um magistrado formado em direito no Brasil quando pega a revista da Universidade de Chicago, cheia de fórmulas. Quando eu recebi a primeira revista, eu não entendi 'lhufas'", disse Toffoli. "Mas que maluquice é essa? Direito com economia e com fórmula matemática? Praticamente todos os artigos têm uma fórmula matemática", afirmou o presidente do Supremo, em referência à sua reação ao ler a revista de Chicago pela primeira vez e ao citar que "fórmulas" e "inteligência artificial" são usadas para medir a eficiência do judiciário.
Segundo ele, a inteligência artificial será cada vez mais utilizada para monitorar as consequências das decisões judiciais para a sociedade. "No Brasil temos que começar a nos acostumar com essa ideia de que o direito não é mais ensimesmado, o direito não é feito só para nós, é feito para toda a sociedade. E a sociedade terá cada vez mais instrumentos de fiscalização", afirmou ele, voltando a falar que o Judiciário deve se pautar por transparência, eficiência e "accountability" - no que definiu como a responsabilidade perante a sociedade.
Na quinta-feira (1º) Toffoli defendeu, também em Nova York, que a política "volte a liderar o desenvolvimento do País" em substituição ao que considerou como o protagonismo do Judiciário desde 2014. "É necessário que, com a renovação democrática ocorrida nas eleições, a política volte a liderar o desenvolvimento nacional. Passamos por vários anos com o judiciário sendo protagonista, é necessário restaurar a confiança da política", disse Toffoli, se dizendo um otimista. "Não só sou um otimista, como estou otimista", afirmou.
O evento é gratuito e acontecerá nos dias 21 e 22 de novembro na Biblioteca do campus de Palmas da UFT
Da Assessoria
Aproximar pesquisas e trabalhos acadêmicos das demandas de mercado voltadas aos pequenos negócios e a indústria. Esse é o objetivo da primeira Feira Tecnológica Universidade e Empresa – Unitec, promovida pelo Sebrae e Fieto, Ceulp Ulbra, Faculdade Católica, IFTO, ITPAC, UFT, Unirg e Unitins. Voltado para empresários e estudantes, o evento é gratuito e acontecerá nos dias 21 e 22 de novembro, no hall da Biblioteca do campus de Palmas da UFT, das 17 às 22 horas.
Foram selecionados cerca de 40 projetos acadêmicos aplicáveis a demandas empresariais nas áreas de Energia, Educação, Turismo, Saúde, Agronegócios, Logística e Construção Civil. Os projetos são de autoria de professores e alunos das instituições de ensino parceiras da UNITEC. Na programação, também estão previstas apresentações culturais de estudantes e uma praça de alimentação com Food Trucks.
De acordo com o gerente Institucional do Sebrae Tocantins, Roberto Morais, a UNITEC será um ambiente de oportunidade para aproximar o conhecimento científico e empresários. “Para os acadêmicos, o volume e o impacto de suas produções é essencial para a construção de suas carreiras. Muitas dessas pesquisas podem ser soluções tecnológicas e inovadoras que atendam demandas das empresas. Queremos conectar os Professores, Pesquisadores e Estudantes aos Empreendedores e incentivar novas pesquisas pontuais para o desenvolvimento em parcerias e promover a interação entre a teoria do ambiente universitário e a prática vivenciada pelos empresários”, destacou.
Segundo o superintendente do Sebrae Tocantins, Omar Henemann, a interação entre a academia e a indústria é um importante mecanismo para o desenvolvimento tecnológico relativo à inovação em produtos e processos. “ É por isso que o Sebrae e a Fieto se uniram para fazer essa aproximação. Os resultados estão na geração de conhecimento e inovação, geração de propriedade intelectual, por meio de patentes e publicações, maior entendimento, por parte das universidades, das necessidades das empresas e a criação de uma cultura de aprendizagem organizacional dentro dessas empresas” justificou Hennemann.
Balcão UNITEC
Para os empresários que visitarem a UNITEC e não encontrarem projetos que atendam sua demanda, a equipe do Sebrae disponibilizará um balcão de atendimento. No local, esses visitantes irão cadastrar as necessidades de suas empresas e esses itens serão encaminhados as universidades como sugestão de novas pesquisas.