O vice-governador Laurez Moreira convocou entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, ocasião em que concedeu duas perguntas a cada veículo de comunicação presente.
Por Edson Rodrigues
As perguntas foram precedidas por um vídeo que elencou as principais realizações de Laurez como prefeito de Gurupi, e por um pronunciamento rápido em que o vice-governador afirmou que há tempos vem se preparando para ser candidato ao governo e que resolveu mudar de partido ante “a grandeza do PSD no cenário nacional, que tem em Gilberto Kassab (presidente nacional da legenda) um dos maiores nomes da política atual”.
Laurez aproveitou para lembrar que, embora esteja assumindo o comando do PSD, o PDT continua com ele na corrida eleitoral de 2026.
TRAIÇÕES E COMPROMISSO COM PSD NACIONAL
Senador Irajá Abreu e Marlon Reis, peças da chapa de Laurez Moreira
O Observatório Político de O Paralelo 13 questionou o vice-governador sobre o fato de que em 2018 Irajá Abreu ter, abertamente, usado o ex-juiz federal Marlon Reis, colocando-o como candidato ao governo pelo PSD, para ele, Irajá, conseguir se eleger senador. E que em 2022 ele ofereceu o posto de candidato ao governo ao ex-deputado federal Osires Damaso, mas acabou tomando de Osires a candidatura para sair, ele próprio, Irajá, candidato a governador, acabando com as chances de a sua própria mãe ser reeleita senadora. Dessa forma, nosso Observatório Político quis saber de Laurez se seria seguro mudar, justamente para o PSD, com esse histórico de Irajá.
Gilberto Kassab presidente nacional do PSD
Laurez respondeu que o primeiro convite que recebeu para ir para o PSD veio do irmão do senador Irajá, Iratã Abreu. E, em seguida, houve o contato do próprio Giloberto Kassab, presidente nacional da legenda, que lhe deu total aval e garantia para que assumisse o partido no Tocantins.
“Quando eu assumo um partido no Tocantins, a orientação é a minha. Estou recebendo a incumbência de dirigir o PSD com a liberdade de fazer composição com quem eu quiser. O Kassab, hoje, é um dos homens mais influentes da política nacional. O Kassab é o braço direito do Tarcísio (de Freitas, governador de São Paulo, filiado ao Republicanos), que hoje é um dos fortes candidatos, a presidente da república. Por outro lado, o partido tem duas pré-candidaturas, muito fortes que são a do Ratinho Júnior (governador do Paraná), e do Eduardo Leite (governador do Rio Grande do Sul), que dia 30, estará se filiando ao PSD. Meu compromisso é com o PSD nacional”, afirmou.
Com essa resposta, Laurez esclareceu, também, que um hipotético apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sua candidatura ao governo está, praticamente, descartado, mostrando que o PT tocantinense, novamente, vem sozinho nas eleições para o governo do Estado.
RELACIONAMENTO COM O GOVERNADOR
Mais enfático, o Observatório Político de O Paralelo 13 citou as palavras do próprio governador Wanderlei Barbosa, de que Laurez teria conspirado, enquanto vice-governador, junto com a ex-senadora Kátia Abreu e o senador Irajá Abreu, contra o seu mandato de governador, e quis saber se a filiação de Laurez Moreira justamente ao PSD de Irajá Abreu confirma o que disse o governador ou é apenas uma coincidência.
Laurez respondeu que “todo político tocantinense, hoje, gostaria de estar ao lado de Laurez Moreira. Eu tenho densidade política, capital político, não só o senador Irajá como qualquer outro senador. Certamente essa afirmação do governador foi apenas uma justificativa para que ele pudesse apoiar outro candidato. Jamais faria alguma coisa contra o governador com quem me elegi, não tenho tempo para perder com fofoca”, finalizou.
Laurez afirmou ainda que torce para que Wanderlei Barbosa termine o seu mandato como governador e que está aberto a fazer coligações e conversar com “todas as pessoas que queiram discutir projetos para o Tocantins”, quando perguntado sobre seu relacionamento com o governador Wanderlei Barbosa daqui pra frente.
“Quero ser governador por oito anos e, para isso, o Wanderlei tem que terminar seu segundo mandato”, finalizou em tom irônico.
Corria o ano de 1989 e o Estado do Tocantins dava seus primeiros passos como a mais nova Unidade Federativa do Brasil. Naquele instante, o Jornal O Paralelo 13, fundado um ano antes, em 1988, já registrava sua ousada e corajosa linha editorial, defendendo a trajetória histórica do então Hospital da Osego, sediado em Porto Nacional, que registrava duras e covardes agressões a seus profissionais, atacados pelo então secretário da Saúde, Dr. Antônio Coelho dos Santos
Por Edivaldo Rodrigues e Edson Rodrigues
Médicos, médicas, enfermeiros, enfermeiras, motoristas, ocupantes de serviços gerais, dentre outros servidores da então unidade de saude, ainda com vínculos com o governo goino, encontravam-se sob forte pressão e até ameaças de prisões por não permitirem o desmonte da instituição em nome de uma politica com viés ideológico.
Nós, um veiculo de comunicação em defesa dos reais interesses da sociedade tocantinense, não nos acovardamos diante da truculência que se instalava na mais respeitada unidade de saúde de todo Norte de Goiás, que passava naquele momento à administração do governo do Tocantins, e assim produzimos um editorial de capa inteira com o título, em letras garrafais: "A DERRADEIRA HORA DE UM HOSPITAL", denunciando as graves e truculentas ações contra a história de uma instituição pertencente ao povo.
Essa contextualização acima registrada tem a serventia de reafirmação da nossa luta contra as injustiças, principalmente praticadas contra os menos favorecidos. Foi assim, desde o nascimento desse histórico veículo de comunicação, que circulou antes da criação do Estado do Tocantins, e será sempre, pois sempre estaremos prontos para defender aquilo que pertence a sociedade, doa a quem doer.
Essa nossa postura de vigilância se faz necessária, pois o mesmo quadro daquele passado assustador, imposto dentro dessa unidade de saúde, em que servidores de todos os setores de atuação foram tratados como bandidos, novamente estava se repetindo agora, virando uma antidemocrática realidade, no que foi duramente repelida por nós e todos os servidores vitimados.
Sabemos minuciosamente das deficiências, dos impedimentos e das carências por que passou e passa essa importância unidade de saúde, que é o Hospital Regional de Porto Nacional, que tem uma trajetória positiva no decorrer da linha do tempo.
Mesmo com suas turbulências administrativas e contratempos políticos; com reformas e ampliações fisicas inadequadas; com a deficiência na aquisição de equipamentos modernos, com relativas intervenções técnicas e contratações de profissionais gabaritos e experientes, o Hospital Regional de Porto Nacional, tem sobrevivido e cumprido sua função social, que é de grande importância para toda uma região formada por mais de uma dezena de municípios.
Agora, após tempos de turbulências, chega para ocupar o cargo de Diretor Geral do Hospital Regional de Porto Nacional, o competente Silvio Marcos Oliveira Lira, especialista em Políticas Públicas de Saúde, e com cheiro e jeito de povo, o que é fundamental para mudar a dura realidade que essa histórica instituição atravessa.
Silvio vem se juntar e somar esforços com outro nome de alta competência, que é Vita Parrião, uma mulher de fibra, inteligente e acima de tudo comprometida com o tratar bem as pessoas. Juntos certamente irão contribuir significativamente para o fortalecimento das implementações das ações governamentais nessa importante unidade de saude publica, que se confunde com a história recente de Porto Nacional.
Para festejar uma nova etapa administrativa no Hospital Regional de Porto Nacional, no último dia 26 de agosto, profissionais da unidade recepcionaram o novo Direito Geral Silvio Marcos Oliveira Lira.
Servidores das areas administrativa, médica, enfermagem, multiprofissional e apoio logístico, deram as boas-vindas ao novo gestor em um concorrido evento
O novo diretor agradeceu a calorosa acolhida e falou da importância do trabalho em equipe, de forma integrada, resolutiva e de qualidade, e que o principal objetivo é continuar fortalecendo a referência hospitalar da Rede de Atenção à Saúde da Região Amor Perfeito e municípios pactuados.
Perfil do novo diretor do HRPN
SILVIO MARCOS OLIVEIRA LIRA é Bacharel em Direito e Especialista em Direito Sanitário
Por João Bosco Campos
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), programada para novembro de 2025 em Belém do Pará, foi anunciada como um marco histórico: a primeira vez em que o coração da Amazônia receberá líderes mundiais para debater o futuro climático do planeta. Mas, a menos de 90 dias da abertura, a realidade expõe um conjunto de dificuldades que colocam em dúvida o caráter inclusivo e transformador do evento.
O primeiro grande obstáculo é o custo da hospedagem e dos serviços. Com a especulação em torno da chegada da COP, os preços em Belém se multiplicaram de forma exorbitante, criando uma barreira quase intransponível para organizações da sociedade civil, movimentos sociais e delegações de países em desenvolvimento.
A contradição é evidente: enquanto se discute justiça climática e a inclusão de vozes historicamente marginalizadas, os próprios povos que vivem os impactos diretos da crise ambiental correm o risco de ficarem de fora do espaço oficial. Lideranças indígenas, quilombolas, extrativistas, ribeirinhas e jovens ativistas denunciam que, sem políticas públicas de apoio, a COP 30 pode se transformar em um evento elitizado, onde apenas governos e grandes corporações terão assento.
Diante desse cenário, cresce a importância da Cúpula dos Povos, evento paralelo organizado por movimentos sociais, ONGs, coletivos e redes internacionais. O espaço pretende ser um contraponto democrático ao encontro oficial, trazendo para o centro do debate as realidades concretas de comunidades que resistem à devastação da Amazônia e de outros biomas.
Para seus organizadores, a Cúpula simboliza não apenas resistência, mas também coerência: enquanto governos negociam metas muitas vezes distantes da realidade, os povos apresentam soluções baseadas em saberes tradicionais, agroecologia, justiça territorial e direitos humanos.
O discurso oficial brasileiro tem sido o de colocar o país na liderança da agenda climática mundial. No entanto, a prática aponta para contradições profundas. Dois exemplos recentes revelam o descompasso entre retórica e ação:
Essas decisões fragilizam a credibilidade do Brasil. Como exigir metas mais ambiciosas de redução de emissões de países ricos se, internamente, o país insiste em megaprojetos de impacto ambiental devastador?
A COP 30 é uma oportunidade histórica para o Brasil mostrar ao mundo que é possível conciliar desenvolvimento com preservação. Mas, até agora, o que se vê é um cenário marcado por contradições: discursos verdes diante de práticas que reforçam velhas lógicas de exploração.
Se não houver mudanças concretas — desde políticas que garantam a presença da sociedade civil até a revisão de projetos que ameaçam a Amazônia e seus povos —, Belém corre o risco de entrar para a história não como palco de uma revolução climática, mas como símbolo da distância entre o que se promete em palanques internacionais e o que se pratica no território nacional.
João Bosco Campos é Jornalista, Administrador, Eng. Agrônomo, Analista, Auditor e Perito Ambiental, Escritor, Poeta, Conferencista, Palestrante, Cronista.
Propostas de emenda à Constituição mobilizam deputados em meio a processos sobre emendas parlamentares conduzidos pelo STF
Com SBT TV
A Câmara dos Deputados deve votar nesta quarta-feira (27) duas propostas de emenda à Constituição (PECs): uma para limitar amplamente punições da Justiça a parlamentares, conhecida como PEC da blindagem ou PEC das Prerrogativas (PEC 3/2021), e outra que acaba com o foro privilegiado (PEC 333/2017) e a exclusividade de julgamento de congressistas por tribunais superiores.
Votações foram definidas após reunião de líderes dessa terça (26). O relator da PEC da blindagem, Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), deve apresentar de manhã texto que será analisado por colegas. A proposta é mudar artigo da Constituição que trata da imunidade parlamentar para restringir decisões judiciais contra congressistas.
Apresentado originalmente em 2021 pelo deputado Celso Sabino (União Brasil-PA), hoje ministro do Turismo no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o texto está em discussão na Câmara desde 2021, quando era defendido por Arthur Lira (PP-AL), então presidente da Casa.
Segundo a PEC, deputados e senadores só poderão ser presos em flagrante por crimes inafiançáveis citados pela Constituição: crimes hediondos, racismo, tortura, tráfico de drogas, terrorismo e a ações de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático de Direito.
Além de limitar possibilidades de prisão, a PEC também veta afastamento de parlamentares por determinação judicial. Ainda prevê que medidas cautelares, como prisão domiciliar e uso de tornozeleira eletrônica, sejam validadas apenas após decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Outro ponto envolve ampliação da imunidade de integrantes do Legislativo em relação a responsabilizações civis ou criminais.
De acordo com a última versão do texto, da ex-deputada Margarete Coelho (PP-PI), "deputados e senadores são invioláveis civil e penalmente por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos cabendo, exclusivamente, a responsabilização ético-disciplinar por procedimento incompatível com decoro parlamentar". Uma vez aprovada na Câmara, em dois turnos, a proposta pode seguir para o Senado.
Fim do foro
Já a outra PEC em tramitação na Câmara quer acabar com o foro privilegiado para parlamentares por crimes comuns, como corrupção, lavagem de dinheiro e roubo. O texto prevê que autoridades sejam julgadas pela primeira instância da Justiça e não mais exclusivamente por tribunais superiores, como o STF.
De autoria do ex-senador Alvaro Dias (Podemos-PR) e aprovada no Senado em 2017, a proposta está parada há anos na Câmara e foi abraçada pela oposição durante motim que paralisou trabalhos do Congresso, no início do mês.
As PECs voltam a ser discutidas em meio a dezenas de processos em andamento no STF sobre emendas parlamentares. No último domingo (24), o ministro Flávio Dino determinou que a Polícia Federal (PF) abra inquéritos para investigar emendas Pix sem planos de trabalho apresentados corretamente, em valores que chegam a R$ 694,6 milhões.
Em outro caso, o ministro Cristiano Zanin marcou para esta quinta (28) interrogatório de deputados do PL acusados de desvio de emendas: Bosco Costa (PL-SE), Josimar Maranhãozinho (PL-MA) e Pastor Gil (PL-MA). Congressistas viraram réus em março por participação em organização criminosa e corrupção passiva, após a Primeira Turma do STF aceitar denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O saudoso Tancredo Neves tinha uma comparação que ainda hoje cai como uma luva na política brasileira. Ele dizia que muitos políticos mudam de posição como as nuvens no céu, você olha de um jeito, quando volta a olhar já está de outro
Por Edson Rodrigues
É exatamente o que temos visto no Tocantins, onde a dança de partidos tem sido uma coreografia cada vez mais intensa. Entre as nuvens em movimento, ganha destaque o vice-governador Laurez Moreira, que acaba de trocar o PDT pelo PSD, partido comandado no estado pelo senador Irajá Abreu.
A mudança não passou despercebida. O ex-governador Mauro Carlesse foi direto ao ponto em entrevista à jornalista Maju Cotrim, do Gazeta do Cerrado. Segundo ele, a ida de Laurez para o PSD “é simplesmente pelo poder”. O próprio Laurez, dias antes, havia afirmado que ainda iria “consultar suas bases”. Minutos depois, o senador Irajá já divulgava um vídeo oficializando a chegada do vice ao seu partido. Consultas? Se houve, parecem ter sido tão rápidas quanto um piscar de olhos.
Laurez, que já figura entre os pré-candidatos ao governo em 2026, agora terá a oportunidade, em coletiva convocada para esta quarta-feira (27), às 8h, de explicar aos eleitores e eleitoras quais foram os verdadeiros motivos que o levaram a trocar de legenda para disputar o Palácio Araguaia.
A pergunta que não quer calar é inevitável: Laurez mudou como as nuvens, como dizia Tancredo Neves? Ou apenas repetiu o caminho apontado pelo ex-governador Mauro Carlesse, mudando para alcançar o poder a qualquer custo?
E mais: será também o momento de esclarecer um ponto delicado que ronda os bastidores políticos do Tocantins afinal, a aproximação com a família Abreu Silvestre foi apenas fruto de afinidade política ou houve, de fato, uma articulação que resultou na ruptura com o governador Wanderlei Barbosa? O próprio Wanderlei já afirmou que teria havido conspiração contra seu mandato, envolvendo ainda figuras como a ex-senadora Kátia Abreu, o senador Irajá e o vice-governador Laurez Moreira. Diante disso, fica a dúvida: a relação com os Abreu Silvestre sempre existiu, mas apenas agora ganhou contornos públicos, ou trata-se de uma coincidência de alinhamentos momentâneos que acabou levantando suspeitas?
O Observatório Político de O Paralelo 13 estará presente na coletiva. E prometemos trazer a nossos leitores todas as respostas ou, quem sabe, mais nuvens em movimento.