Pacote ficou na embaixada e foi enviado ao Planalto; assessoria diz que presente não era da ex-primeira-dama e foi devolvido
Por Bruna Lima
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro esqueceu joias embaixo da cama na Embaixada do Brasil em Londres durante viagem para participar do funeral da rainha Elizabeth 2ª, em setembro de 2022, segundo troca de emails de ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro. Os itens, que estavam dentro de uma caixa de papelão, foram encontrados embaixo da cama onde ela e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficaram hospedados. A assessoria de Michelle nega que os objetos pertenciam a ela.
O email — que compõe parte da documentação em mãos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro — narra que "caixa de papelão, contendo joias da PM [primeira-dama], foi esquecida embaixo da cama do quarto do PR [presidente da República]" em 18 de setembro. Os itens foram enviados ao Palácio do Planalto e entregues a uma assessora de Michelle, procedimento "devidamente autorizado" pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Troca de emails de ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro
A assessoria de Michelle negou que joias tenham sido esquecidas pela ex-primeira-dama e alegou que o relatório com essas informações foi redigido de forma "equivocada". "Informamos que, ao que tudo indica, trata-se de um embrulho (junto com um papel escrito) que teria sido entregue em Londres a uma das assessoras da primeira-dama, durante a rápida dinâmica de deslocamento e comparecimento da comitiva aos eventos, por uma pessoa que, salvo engano, se encontrava na multidão próxima ao local por onde passaria o casal presidencial", narra a assessoria.
A defesa é que se tratava de um presente destinado ao príncipe Charles e não a Michelle, mas que a assessora, "num gesto de gentileza e consideração, apenas recebeu o embrulho e o levou para Embaixada do Brasil para que, posteriormente, fossem adotadas as medidas cabíveis pelos servidores responsáveis".
A assessoria não detalhou como o embrulho chegou ao quarto do presidente. O pacote, segundo a nota, continha um "adereço artesanal" e foi trazido para o Brasil por engano e entregue a um dos diplomatas que serviam à Presidência para ser levado à Embaixada do Brasil em Londres, assim que o equívoco foi percebido. "A partir desse momento, nem as assessoras nem dona Michelle receberam mais informações sobre o caso", finaliza a nota.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro esqueceu joias embaixo da cama na Embaixada do Brasil em Londres durante viagem para participar do funeral da rainha Elizabeth 2ª, em setembro de 2022, segundo troca de emails de ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro. Os itens, que estavam dentro de uma caixa de papelão, foram encontrados embaixo da cama onde ela e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficaram hospedados. A assessoria de Michelle nega que os objetos pertenciam a ela.
O email — que compõe parte da documentação em mãos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro — narra que "caixa de papelão, contendo joias da PM [primeira-dama], foi esquecida embaixo da cama do quarto do PR [presidente da República]" em 18 de setembro. Os itens foram enviados ao Palácio do Planalto e entregues a uma assessora de Michelle, procedimento "devidamente autorizado" pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Troca de emails de ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro
A assessoria de Michelle negou que joias tenham sido esquecidas pela ex-primeira-dama e alegou que o relatório com essas informações foi redigido de forma "equivocada". "Informamos que, ao que tudo indica, trata-se de um embrulho (junto com um papel escrito) que teria sido entregue em Londres a uma das assessoras da primeira-dama, durante a rápida dinâmica de deslocamento e comparecimento da comitiva aos eventos, por uma pessoa que, salvo engano, se encontrava na multidão próxima ao local por onde passaria o casal presidencial", narra a assessoria.
A defesa é que se tratava de um presente destinado ao príncipe Charles e não a Michelle, mas que a assessora, "num gesto de gentileza e consideração, apenas recebeu o embrulho e o levou para Embaixada do Brasil para que, posteriormente, fossem adotadas as medidas cabíveis pelos servidores responsáveis".
A assessoria não detalhou como o embrulho chegou ao quarto do presidente. O pacote, segundo a nota, continha um "adereço artesanal" e foi trazido para o Brasil por engano e entregue a um dos diplomatas que serviam à Presidência para ser levado à Embaixada do Brasil em Londres, assim que o equívoco foi percebido. "A partir desse momento, nem as assessoras nem dona Michelle receberam mais informações sobre o caso", finaliza a nota.
Investigações sobre supostas vendas ilegais de joias colocaram o ex-presidente Bolsonaro e a esposa dele na mira da corporação
Por Natália Martins
A Polícia Federal pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro junto com os do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), informou à Record TV uma fonte na corporação. Nos últimos dias, investigações sobre supostas vendas ilegais de joias presenteadas por autoridades estrangeiras puseram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a esposa dele na mira da PF.
Apesar de o ex-chefe do Executivo e Michelle não terem sido alvos da última operação sobre o caso, relatório de investigação mostra que pode haver relação direta deles com o caso. O uso de avião público para transportar bens a serem vendidos nos Estados Unidos e as mensagens que organizam a entrega de US$ 25 mil "em mãos" ao ex-presidente estão entre os indícios encontrados.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), vê "determinação" de Bolsonaro para o esquema. A defesa do ex-presidente afirmou que ele "jamais se apropriou ou desviou quaisquer bens públicos". Em nota, a defesa diz também que Bolsonaro entregou joias "voluntariamente e sem que houvesse sido instado" ao Tribunal de Contas da União (TCU), episódio que ocorreu em março deste ano. Entre os itens de luxo devolvidos estão abotoaduras, um anel, um relógio, uma caneta e uma masbaha, objeto religioso.
A operação de sexta-feira (11) teve como alvo o general da reserva Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid, o tenente do Exército Osmar Crivelatti e o ex-advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef.
A Polícia Federal recebeu nesta sexta-feira (24/3), após determinação do Tribunal de Contas da União, as armas presenteadas pelos Emirados Árabes Unidos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
Na avaliação de Moraes, que liberou as buscas e apreensões de sexta, os dados analisados pela PF indicam a possibilidade de o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal da Presidência da República — órgão responsável pela análise e definição do destino de presentes oferecidos por uma autoridade estrangeira ao presidente da República — "ter sido utilizado para desviar, para o acervo privado do ex-presidente da República, presentes de alto valor, mediante determinação de Jair Bolsonaro".
Entenda a operação
A Polícia Federal cumpriu nessa sexta-feira quatro mandados de busca e apreensão em uma operação de combate a crimes de peculato e lavagem de dinheiro ligados ao caso das joias recebidas pelo ex-presidente Bolsonaro de Estados estrangeiros. Os investigados são suspeitos de ter vendido joias e presentes oficiais ganhos por ele.
De acordo com a PF, eles teriam utilizado "a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado, por meio da venda desses itens no exterior".
A Polícia Federal prendeu o ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques por suspeita de uso da máquina pública para interferir no segundo turno das Eleições 2022. Em depoimento, Vasques passou mal duas vezes e negou que tenha agido para mudar o resultado do pleito vencido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva
As quantias obtidas com essas operações "ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados por meio de pessoas interpostas e sem usar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, a localização e a propriedade dos valores". A Polícia Federal não informou o lucro que os suspeitos teriam obtido com a venda das joias e dos presentes.
A Polícia Federal quer saber o destino e a origem do dinheiro do ex-presidente para apurar sua relação com a venda das joias sauditas
Por Natália Martins
A Polícia Federal solicitou nesta sexta-feira (11) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra dos sigilos fiscal e bancário do ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a apuração da Record TV, o objetivo do pedido é saber se o dinheiro das joias sauditas chegou a Bolsonaro e se o valor da recompra de alguns itens saiu da conta dele, já que o destino e a origem podem evidenciar lavagem de dinheiro.
O pedido vem na esteira da operação da PF de busca e apreensão no caso das joias, que teve como um dos alvos o pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid. Além do general Mauro César Lourena Cid, o tenente do Exército Osmar Crivelatti e o ex-advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef são investigados.
A PF identificou o rosto do general Lourena Cid no reflexo de uma foto (veja a imagem abaixo) utilizada para negociar, nos Estados Unidos, esculturas recebidas como presente oficial. A imagem foi anexada ao documento de decisão do ministro Alexande de Moraes, do STF.
Os três são suspeitos de ter vendido joias e presentes oficiais recebidos pelo ex-presidente. De acordo com a PF, eles teriam utilizado "a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado, por meio da venda desses itens no exterior".
Além da proximidade com a família do ex-presidente, Lourena Cid ocupou importantes cargos no Exército brasileiro antes de ser transferido para a reserva, em 2019. Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que chegou à CPMI do 8 de Janeiro informa que o general e a esposa — pais do tenente-coronel Mauro Cid — movimentaram cerca de R$ 2,5 milhões em transações atípicas em um período de 15 meses.
Assessores Osmar Crivelatti e Marcelo Câmara, o tenente-coronel Mauro Cid, e o advogado Frederick Wassef também estariam envolvidos
Por Letícia Cotta
O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), seus assessores Osmar Crivelatti e Marcelo Câmara, o tenente-coronel Mauro Cid, e o advogado Frederick Wassef teriam agido “em conluio” para esconder das autoridades brasileiras a evasão e venda ilícita de bens no exterior, em especial o chamado Kit Ouro Branco. É o que aponta a investigação da Polícia Federal e consta na petição do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que determinou busca e apreensão nesta sexta-feira (11/8) em endereços ligados ao general da reserva Mauro César Lourena Cid e outras pessoas próximas ao ex-presidente.
O general Lourena é pai do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. O próprio Mauro Cid, o também ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e tenente do Exército Osmar Crivelatti e o advogado Frederick Wassef foram alvo da operação.
A partir de dados analisados, a PF destaca que há indícios de que o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal da Presidência da República foi utilizado para “desviar, para o acervo privado do ex-Presidente da República, presentes de alto valor, mediante determinação de Jair Bolsonaro”.
Na Petição nº 11.645, na página 99, a investigação feita pela Polícia Federal (PF) chama de “esquema criminoso” a recuperação do relógio Rolex Day-Date, vendido pela empresa Precision Watches. Lá, consta que Wassef viajou para os EUA a fim de reaver o bem no dia 14 de março deste ano e, depois, no dia 29, trouxe para o território nacional em sua viagem ao Brasil, onde o entregou para o tenente-coronel Mauro Cid.
O documento ainda considera que as provas colhidas demonstram que a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro criou uma estrutura para desvio de bens de alto valor, presenteados por autoridades estrangeiras, para “serem posteriormente evadidos do Brasil, por meio de aeronaves da Força Aérea brasileira e vendidos nos Estados Unidos”.
Ainda há a constatação de que existe “total desprezo pelo patrimônio histórico brasileiro e desrespeito ao Estado estrangeiro”, já que os presentes representam uma cortesia e hospitalidade ao Brasil.
A reportagem entrou em contato com a defesa de Mauro Cid e a assessoria de Jair Bolsonaro, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.
Nesta sexta, a PF deflagrou a Operação Lucas 12:2, por determinação do ministro do Supremo Alexandre de Moraes. A ação trata da relação de presentes recebidos no exterior pelo Estado brasileiro, na gestão de Bolsonaro, e depois comercializados para “lucro próprio”.
Operação foi autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes
Por Paula Laboissière
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e tenente do Exército Osmar Crivelatti; o general do Exército Mauro Cesar Lorena Cid, pai do também ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cesar Barbosa Cid; e o advogado Frederick Wassef, que já defendeu a família Bolsonaro, são alvos de operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta sexta-feira (11).
Em nota, a corporação informou que cumpre quatro mandados de busca e apreensão, sendo dois em Brasília, um em São Paulo e um em Niterói (RJ). Os investigados, segundo a PF, são suspeitos de utilizar a estrutura do Estado para desviar, por meio de vendas no exterior, bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro.
“Os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”, destacou a PF.
Joias
A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no inquérito sobre as chamadas milícias digitais. O documento da Corte cita especificamente o caso das joias vindas da Arábia Saudita em outubro de 2021. As peças foram presentes para o então presidente Jair Bolsonaro e sua esposa, Michelle Bolsonaro, e entraram no país em comitiva do Ministério de Minas e Energia que esteve no Oriente Médio em eventos oficiais.
“Determino a realização de busca e apreensão de computadores, tablets, mídias externa de armazenamento (pen drive, CDs, DVDs, etc.), máquinas fotográficas, quaisquer outros meios eletrônicos de armazenamento de dados, bem como documentos físicos, fotografias e arquivos relacionados à prática delitiva que forem encontrados durante a diligência, sobretudo objetos que tenham relação com os fatos investigados.”
Na decisão, Moraes determina ainda que o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) forneça, no prazo de cinco dias, todos os documentos que instruíram os processos de destinação de bens ao acervo privado de Bolsonaro.
A operação, batizada pela PF de Lucas 12:2, faz alusão ao versículo 12:2 da Bíblia, que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”. Ainda de acordo com a corporação, os fatos investigados configuram crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
Cid vendeu Rolex e Wassef o recomprou para entregar ao TCU, diz PF
Inquérito aponta “organização criminosa” com pelos menos quatro envolvidos na compra e venda de objetos valiosos da União
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, vendeu por US$ 68 mil (cerca de R$ 346 mil pela cotação atual do dólar) um relógio Rolex que era da Presidência da República. É o que mostra investigação da Polícia Federal (PF).
Segundo a PF, a venda foi em junho do ano passado, nos Estados Unidos.
Os investigadores dizem que provas colhidas apontam que Mauro Cid viajou de Miami a Willow Grove, na Pensilvânia, para ir a uma loja de relógios e “efetivou a venda do relógio que integrava o kit ouro branco presenteado ao ex-presidente Jair Bolsonaro”.
Após a venda, sustenta a PF, Cid depositou o valor da venda na conta do pai dele, o general Mauro Lourena Cid.
Uma troca de mensagens entre os dois também mostrou que o pai indicou ao filho qual conta deveria ser depositado o dinheiro em espécie.
Com a descoberta do caso e decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) determinando a inserção dos presentes ao governo brasileiro para a União, teria sido realizada uma “operação resgate” para reaver o relógio que havia sido vendido.
A PF, no inquérito, revela que o então advogado de Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, foi o responsável pela recompra do objeto valioso.