O empresário e corretor de imóveis Alex Zanatta Bignotto negou à Polícia Federal ter hostilizado ou agredido o ministro do Alexandre de Moraes, Supremo Tribunal Federal (STF), no aeroporto internacional de Roma, na Itália. Ele prestou depoimento neste domingo, 16, na delegacia de Piracicaba, no interior de São Paulo. Além de Zanatta, outras duas pessoas da mesma família são suspeitas de terem proferido ofensas contra Alexandre de Moraes e agredido o filho dele.
Por Julia Affonso
Os outros dois identificados são Roberto Mantovani, sogro de Alex Zanatta, e Andréa Munarão, mulher de Mantovani. Em nota, a família confirmou que houve um “desentendimento verbal” e uma “discussão acalorada” com dois integrantes da comitiva de Moraes. O Estadão apurou que seriam o filho do ministro e a namorada do rapaz.
Contudo, na versão da família, o trio foi confundido pela comitiva de Moraes com outros brasileiros que teriam de fato ofendido o ministro. Só por isso acabou envolvido. “Dessa confusão interpretativa nasceu desentendimento verbal entre ela (Andréa) e duas pessoas que acompanhavam o ministro”, informou a família, em nota divulgada neste domingo por Ralph Tórtima Filho, advogado dos suspeitos.
A nota diz ainda que a discussão ficou “acalorada” e Roberto Mantovani “precisou conter os ânimos” de um jovem que teria ofendido sua mulher. No episódio, o filho de Alexandre de Moraes, um advogado de 27 anos, teria sido agredido com um tapa no rosto por Mantovani. O texto da família pede “desculpas pelo mal entendido” e não cita expressamente a violência física.
“Roberto, que tem mais de 70 anos, precisou conter os ânimos do jovem ofensor. Em nenhum momento ocorreram ofensas, muito menos ameaças ao ministro Alexandre, que casualmente passou por eles nesse infeliz episódio. Mesmo assim, se desculpam pelo mal entendido havido, externando o veemente respeito que nutrem pelas autoridades públicas, extensivo aos seu familiares”, disse a família.
Procurado pelo Estadão, Roberto Mantovani não quis comentar a agressão atribuída a ele. “Na minha opinião não foi nada de tão extraordinário. Não gostaria de comentar nada para evitar, sabe, ódio, um revanchismo”, disse à reportagem, no sábado, 15.
Durante a confusão, uma pessoa próxima ao ministro fez fotos do grupo. As imagens e os relatos da chegaram para a Polícia Federal em São Paulo, que abordou os brasileiros no aeroporto de Guarulhos (SP).
O Estadão publicou ainda no sábado que os suspeitos haviam falado de outros brasileiros envolvidos. E o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que o inquérito aberto para apurar o ocorrido pode chegar à identificação de mais pessoas.
Segundo a PF, a confusão começou quando Andréa Munarão passou a xingar Alexandre de Moraes de “bandido, comunista e comprado”, termos que costumam ser usados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra integrantes da Suprema Corte.Na sequência, Roberto Mantovani, marido dela, teria teria reforçado os xingamentos agredido fisicamente o filho do ministro. Alex Zanatta teria se juntado aos dois usando palavras de baixo calão contra o ministro.
Ao Estadão, o advogado Tórtima Filho contou que o Zanatta disse à Polícia Federal que “não participou do início do problema, da discussão”. Segundo o advogado, o corretor “foi chamado quando a situação praticamente já estava contornada, resolvida” e não agrediu ou ofendeu ninguém.
“Ele deixou claro que não fez qualquer ofensa ao ministro e também que os demais familiares do sr. Roberto (Mantovani), inclusive, ele, negaram as ofensas que foram ventiladas”, contou Tórtima Filho.
O caso
O advogado afirmou ao Estadão que a família acredita que “tudo tenha sido fruto de uma confusão”. Mantovani, o genro, os filhos e outros parentes passaram pelo local onde Moraes estava e teriam sido confundidos com passageiros que ofenderam o ministro. A partir daí, conforme a versão, membros da comitiva de Moraes teriam pensado equivocadamente que a família foi quem iniciou os xingamentos.
“Quando o ministro chegou para ingressar nessa sala VIP, havia realmente pessoas que chegaram a proferir ofensas, mas não familiares do meu cliente. Eles estavam apenas passando na hora”, declarou Tórtima Filho. “Em razão disso, uma moça que estava na comitiva do ministro acabou direcionando, trocando ofensas com a esposa do Roberto, com a Andreia. Depois disso, veio um moço do mesmo grupo do dr. Alexandre e também, em solidariedade a essa moça, proferiu ofensas à Andreia. Nesse momento, na presença do Roberto.”
Mantovani e Andréa devem prestar depoimento na próxima terça-feira, 18, à Polícia Federal, em Piracicaba. Um dos filhos de Roberto Mantovani, Giovani Mantovani, também deve ser ouvido pela PF. Ele foi chamado para depor, mas na condição de testemunha.
Moraes estava acompanhado por familiares no aeroporto. O ministro retornava da Universidade de Siena, onde realizou uma palestra no Fórum Internacional de Direito. De lá, ele seguiu para outros compromissos na Europa e ainda não voltou ao Brasil.
Por Antonio Coelho de Carvalho
O mês de Julho é um dos mais quentes do ano, não traz consigo nenhum feriado nacional. Esse ano em especial o dia 4 passado, ficara marcado pela morte José Wilson Siqueira Campos, que muito fez para o Tocantins e para a Federação. Julho é também o mês em que os alunos poderão desfrutar das férias de verão,costuma-se dizer que: "Julho quente, seco e ventoso trabalho sem repouso." Assim também foi mo meio político.
Perdeu
A fato que marcou o inicio do mês foi a Reforma Tributária. Seus efeitos na economia e na vida de cada um cidadão só o tempo dirá. O certo mesmo que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), perdeu e vem perdendo seu Protagonismo político, ele saiu a campos contrata a Reforma Tributária. Antes de tudo, especialistas afirmam não existe reforma tributária ideal. Não existe um modelo que assegure que todos ganharão com a mudança.
Perdemos
Não poderia deixar passar em branco a perda de José Wilson Siqueira Campos no dia 4 de Julho, ele foi deputado federal por cinco legislatura sendo a última Constituinte de 1988. Foi o primeiro governador do Tocantins, sendo eleito outras três vezes como governador e a ultima como suplente de senador na chapa com atual Eduardo Gomes. Siqueira foi um homem muito a frente de seu tempo, visionário, desbravador, ele foi antes de tudo um sonhador um líder que libertou o povo do então norte goiano do ostracismo político que se encontrava.
Ganhou
Jair Bolsonaro,interrompeu o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante uma reunião com a bancada do PL no Congresso sobre a reforma tributária, Bolsonaro era contrario a reforma e Tarcisio favorável , o resultado 382 votos favoráveis contra 118. O partido de Tarcisio o Republicamos deu 36 votos, 40 do partido, o PL de Jair deu 20 votos dos 75 deputados do partido. O que vemos e que Tarcisio esta passando de antagonista para protagonista.
Vendendo o peixe
Aproveitando-se da situação e puxando a brasa para sua sardinha, o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira , partiu em campanha na imprensa para atacar Jair Bolsonaro em defesa de seu correligionário, Tarcísio de Freitas , que foi fritado por bolsonaristas radicais. Bolsonaro que por hora esta inelegível, mas que tem um grande peso político e não deve ser desprezado. Segundo Pereira, Bolsonaro teme perder protagonismo para o governador de São Paulo. O deputado ainda associou o ex-presidente à “extrema direita“, como fizer em entrevista à Folha de S. Paulo. Na mesma linha de bate e assopra, ele emendou,: Bolsonaro sempre será um líder, mas o Brasil quer alguém mais ao centro, não de extremos, disse o presidente do Republicanos ao blog da Andréia Sadi, do G1.
Fazendo o PIX
Com o tratoraço do governo federal, liberando o pagamento de bilhões em emendas parlamentares, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base da Reforma Tributária (PEC 45/19). Por falar em emenda o presidente Lula (PT) como já vimos muitas vezes e veremos mais, não tem dó de dinheiro publico, abriu os cofres e faz a maior liberação de dinheiro público a deputados. Lula empenhou, no total, R$ 5,25 bilhões em emendas individuais de transferência especial para os parlamentares. Chamadas de “emendas PIX” ou “emendas cheque em branco”, devido a dificuldade de rastrear para onde vai o dinheiro. O governo federal liberou R$ 7,5 bilhões em emendas parlamentares nos últimos dois dias antes da aprovação.
O silencio dos inocentes
A ex-deputada estadual por São Paulo,Janaina Paschoal, PRTB, usou as redes sociais para questionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acerca da aprovação da Reforma Tributária “a custo” de mais de R$ 5 bilhões em emendas. De acordo com o petista, a reforma aprovada não é “do jeito que ele e Fernando Haddad queriam”. Como sabe que a carga tributária vai subir, Lula, inteligentemente, diz que a reforma não é a que ele queria. Se não queria, por qual razão pagou mais de R$ 5 bilhões por ela? – ironizou a jurista, nesta sexta-feira (7). Janaina questiona silêncio da ‘imprensa lulista’ sobre emendas.
"Estamos lascados!", disse a ex-deputada estadual
Conheça
Existem quatro tipos de emendas feitas ao orçamento: individual, de bancada, de comissão e da relatoria. Sobre as Emendas de Relator (orçamento secreto) cabe ressaltar que o Congresso Nacional aprovou e fixou regras para as emendas de relator ao Orçamento da União, privilegiando a distribuição dos recursos de acordo com o tamanho das bancadas partidárias. A aprovação ocorreu por 398 votos a 66 na Câmara e por 66 votos a 20 no Senado. A emenda do relator foi uma mudança drástica na maneira como o dinheiro público era usado, tornando o processo menos transparente, menos planejado e sem prestação de contas —por isso, passou a ser chamada de orçamento secreto. Já o PIX veio depois e tem nas mãos de dois personagens muito ativos da vida publica brasileira. As “emendas pix” foram criadas em 2019, por meio de uma proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria da deputada e presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann (PT-PR) e relatada pelo deputado Aécio Neves (PSDB-MG). Só gente finíssima e afiadíssimas no que fazem.
Seu bolso
Não tenha duvida você vai pagar mais imposto. A brecha aberta de última hora na Reforma Tributária, aprovada na Câmara na semana passada, para que governadores criem um tributo sobre produtos primários e semi-elaborados, poderá se estender a, pelo menos, 17 estados. A Reforma que esta no Senado vai passar por revisão e poderá aparecer alguns jabutis, nada de mais em se tratando do nosso Congresso. Outras entidades com lobista mais profissionais já estão em campo .O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), classificou o artigo 20 da Reforma como ‘desastroso para o setor produtivo e as exportações’. O artigo em questão permite instituir contribuição sobre produtos primários e semi-elaborados, produzidos nos respectivos territórios, para investimento em obras de infraestrutura e habitação, em substituição à contribuição a fundos estaduais.
Na Base
O contribuinte também poderá ver seu IPTU aumentar, um dispositivo da reforma tributária, foi aprovado pela Câmara Federa e permitirá aos prefeitos aumentar, por decreto, o valor do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) sem precisar do aval da Câmara municipal. Mesmo assim prefeitos reclamam do texto como está, e afirmam que ele retira poder das prefeituras. Apos ser revisado pelo Senado o texto voltará a Câmara ate lá e esperar para quantos outros jabutis apareceram.
Emperrada
A agenda do Governo para ser aprovada no Congresso começa a depender de uma mini reforma ministerial do presidente Lula para acomodar, ainda mais o Centrão. já estamos na metade do ano e até agora o Palácio do Planalto só aprovou o projeto Escola em Tempo Integral e na Reforma Tributária que dependerá de leis complementares. É cedo para comemorar o resultado obtido na Câmara, e já com o relator definido no Senado, será Eduardo Braga do MDB do Amazonas, a sua implementação é bastante complexa, pois ela em sua maior parte depende de leis complementares. Ai você já a viu, se não tiver uma grachazinha a maquina emperra.
De ferias
Deputados criticam a pressa na aprovação da Reforma Tributária, sem debates, sem passar pelas comissões, a toque de caixa, pela madrugada adentro. Segundo essa pequena oposição, a presa era para que o precedente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), tirasse um merecido descanso, afinal estamos no mês das ferias. Apos as confusões com seu ex assessor, que foi pego com a boca na botija pela PF. A respeito do assunto Artur Lira deu a seguinte declaração: cada um cuida do seu CPF. Lira está em um cruzeiro pelo Caribe com Wesley Safadão, desde o dia 10. Estava precisando de um descanso, uma semana antes ele foi no congresso do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes em Portugal é tudo muito cansativo. O recesso parlamentar começar apenas no dia 18 de julho. Não sei o que pode ser pior ir num cruzeiro do Wesley Safadão, ver a falta de compromisso com o Brasil.
Sintonia
Logo após o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), colocar em votação o texto da reforma tributária, seguindo a vontade do governo, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes suspendeu a investigação da operação Hefesto, que investiga Lira e aliados por supostos crimes de fraude em licitação e lavagem de dinheiro na compra de equipamentos de robótica para 43 municípios alagoanos. De acordo com a decisão de Gilmar Mendes, a Polícia Federal e o Ministério Público não podem continuar a investigação até que o STF julgue um pedido da defesa do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para anular toda a investigação.
Aqui não, o pá
A Ordem dos Advogados Portugueses (OAP) rompeu mesmo, o acordo de reciprocidade com advogados brasileiros. A decisão foi tomada por unanimidade entre os votantes após sessão plenária. O rompimento do acordo de reciprocidade com a Ordem dos Advogados do Brasil que permitia a inscrição, sem novos exames, de advogados brasileiros na advocacia de Portugal e vice-versa estava em vigor desde 2015. As entidades de Brasil e Portugal vinham negociando melhorias no convênio. Em março, os presidentes das duas organizações se reuniram para tratar do assunto. A OAP já demonstrava seu desejo em tornar mais rígidas as regras para o exercício de advogados brasileiros no país europeu. Em nota, o Conselho Federal da OAB disse que foi surpreendido com o rompimento.
O império contra-ataca
O presidente da Câmara do Deputados Arthur Lira pede na Justiça a retirada de 42 vídeos com denúncias contra ele. A ação foi protocolada na 24ª Vara Cível de Brasília, e pede ao YouTube que retirem os vídeo do canal ICL Notícias.Os vídeos jornalísticos estão publicados no YouTube; Lira ainda pede uma indenização de R$300 mil por danos morais. Lira foca mais especificamente a uma matéria publicada no dia 6 de junho. A reportagem em questão apresenta comentários acerca da suposta acusação contra o ex-assessor parlamentar, Luciano Cavalcante. O presidente da Câmara ainda pede que a entrevista cedida pela ex-esposa, Jullyene Lira, seja retirada do ar. Segundo o processo, ela o acusa de diversos crimes, como violência doméstica e uso de laranjas para ocultar patrimônio. De acordo com a defesa do deputado, as acusações foram levadas à Justiça e o parlamentar foi absolvido. O pedido de retirada imediata dos vídeos foi negado pelo juiz responsável pelo caso. Segundo ele, uma decisão liminar deste sentido poderia se encaixar em "censura à liberdade de imprensa". Agora se subi direto pro STF, sem passar por outros tribunais o entendimento pode ser outro.
Barroso assumiu
O ministro do STF Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), assume ter atuado contra Bolsonaro. Após ser vaiado no Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), ele disse “Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”. declarou. O discurso aconteceu nesta quarta-feira (12). Apos ter visto a merda que tinha feito, Barroso divulgou uma nota na qual afirma que não teve a intenção de ofender eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Anormal
Ha muito no Brasil os valores estão invertidos, isso não é normal. Um ministro do STF não pode atuar a favor ou contra um presidente da República, que tem como bandeiras, os cultos cristãos é anti-aborto, pro vida, que defende Deus, Pátria, Família, Propriedade Privada, livre iniciativa, menos Estado, liberdade de expressão essas sempre foram bandeiras do Bolsonarismo, Um ministro do STF não pode participar de eventos políticos. Recentemente quando ainda era ministro do STF Ricardo Lewandowski, também participou de evento do MST. Triste fim do tal Estado Democrático de Direito, que muitos enchem a boca para falar.
Lula na Bélgica
A previsão é que o presidente Lula chegue na tarde deste domingo, 16/7, a Bruxelas, na Bélgica, para a terceira reunião de cúpula entre a CELAC (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e a União Europeia. O Brasil e outros países latino-americanos rejeitam apoio europeu à Ucrânia na cúpula,as negociações para e elaboração de declaração final do encontro têm sido marcadas por divergências. No fim do mês passado, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que "alguns países" da América Latina se posicionaram contra sua presença na cúpula. Mas ele não revelou quais países tiveram essa postura.
Antonio Coelho de Carvalho é jornalista
O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), ressuscitou um embate com aliados de Jair Bolsonaro (PL), foi criticado pelo presidente do Congresso Nacional e virou alvo de pedidos de impeachment da oposição após afirmar "derrotamos o bolsonarismo".
POR CRISTINA CAMARGO E JULIA CHAIB
A declaração foi feita pelo magistrado em um evento da UNE (União Nacional dos Estudantes) na noite de quarta (12) e levou desgaste ao Supremo, que se mobilizou para explicar as declarações com a divulgação de duas notas oficiais em menos de 24 horas, em nome da corte e em nome do ministro, para refutar as acusações de atuação política e partidária.
Ao discursar no 59° Congresso da UNE, em Brasília, Barroso foi vaiado por uma ala de estudantes e respondeu citando o bolsonarismo, a luta contra a ditadura militar (1964-1985) e a defesa da democracia. "Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas", afirmou.
No evento da UNE, Barroso afirmou que estar no local significava reencontrar o próprio passado de enfrentamento ao autoritarismo e à intolerância.
"Só ditadura fecha Congresso, só ditadura cassa mandatos, só ditadura cria censura, só ditadura tem presos políticos", disse em um dos trechos em que o discurso não foi abafado pelo som das vaias.
Diante do protesto dos estudantes, o ministro defendeu o direito às manifestações e afirmou que "gritar ao invés de ouvir" e não colocar os argumentos na mesa é bolsonarismo.
Já nesta quinta (13), após a fala repercutir nas redes sociais e aliados de Bolsonaro criticarem o ministro, o STF, em atitude pouco comum, divulgou comunicado para dizer que a fala de Barroso "referia-se ao voto popular e não à atuação de qualquer instituição".
Após a primeira manifestação, a temperatura aumentou, com Barroso sendo criticado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que, apesar de crítico do bolsonarismo e de manter boas relações com o STF, sugeriu retratação ao citar a presença de Barroso em evento de "natureza política" com fala "infeliz, inadequada, inoportuna".
Após a fala de Pacheco, o ministro divulgou uma nota em seu nome em que disse que não quis ofender eleitores de Bolsonaro e que se referia ao "extremismo golpista".
"Jamais pretendi ofender os 58 milhões de eleitores do ex-presidente nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é perfeitamente legítima. Tenho o maior respeito por todos os eleitores e por todos os políticos democratas, sejam eles conservadores, liberais ou progressistas", disse.
Antes de divulgar nova nota se retratando da fala da noite anterior, Barroso conversou com Pacheco ao telefone. Na ligação, disse que cometeu um ato falho, que queria se referir ao "extremismo" e não ao "bolsonarismo". O presidente do Senado ficou de levar as explicações aos líderes da Casa para melhorar o clima com os parlamentares, que ameaçaram pedir o impeachment do ministro.
Nos bastidores, integrantes do Judiciário também criticaram a ida do ministro à abertura ao evento da UNE e a declaração do magistrado sobre a derrota do bolsonarismo.
Para membros de cortes superiores, Barroso errou por ter aceitado ir ao evento, que tem características políticas. A mera participação no congresso já foi considerada uma exposição desnecessária, avaliam magistrados do Supremo.
A declaração de Barroso também recebeu críticas dos pares por dar a ensejar reclamações de que o Judiciário age parcialmente em relação a Bolsonaro.
No fim de junho, o ex-presidente foi julgado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que o condenou à inelegibilidade por oito anos por ataques ao sistema eleitoral durante reunião com embaixadores em 2022.
Ministros do STF, porém, ponderam que Barroso não falou em nome do Supremo e que, se compreendida no contexto correto, a frase dava a entender que a democracia venceu diante de investidas autoritárias do ex-presidente.
As críticas que Barroso recebeu, diz um ministro, é o preço que ele paga por ter aceitado ir ao evento da UNE.
A fala do presidente do Congresso ocorreu após pressão de parlamentares ligados ao ex-presidente, que retomaram o embate com o STF e defenderam o pedido de impeachment do ministro.
Como prevê o artigo 52 da Constituição Federal, é o Senado que detém a competência privativa de processar e julgar esses pedidos de impeachment contra ministros do STF.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, foi um dos que cobraram uma resposta do Congresso à fala de Barroso.
"Que ele votou no Lula, todos já sabem! Agora enquanto ministro do STF trabalhou desde quando e de que forma para tirar Bolsonaro? Barroso errou e errou feio! Precisamos de respostas e vamos tomar as medidas cabíveis", escreveu o senador nas redes sociais.
O irmão de Flávio, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também atacou a fala e disse que se trata de "mais uma prova de que hoje, no Brasil, a lei se resume aos desejos e interesses particulares de alguns".
"Numa democracia sólida esse tipo de conduta não passaria em branco. Mas estamos na era da democracia relativa, onde os "do bem" estão acima das regras do jogo e podem tudo", afirmou.
O líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), divulgou uma nota e em vídeo afirmou que repudia a fala de Barroso.
"Acreditamos que é necessário que a magistratura do Brasil tenha um respeito à Constituição e a sua expressa determinação de que os magistrados não exercem atividade política, porque isso colide com a questão da imparcialidade", disse ele.
O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), apoiador de Bolsonaro, afirmou que a oposição entrará com processo de impeachment contra o magistrado "por cometer crime de 'exercer atividade político-partidária'".
Palco da fala de Barroso, o Congresso da UNE recebeu, também na quarta, o ministro da Justiça, Flávio Dino, e nesta quinta o presidente Lula (PT) fez um discurso no evento.
Estavam previstas também as presenças dos ministros Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e do ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica.
Ministro Luís Roberto Barroso é hostilizado durante Congresso da UNE em Brasília
POR CRISTINA CAMARGO
O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), foi vaiado por um grupo de estudantes durante a abertura do 59° Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes) nesta quarta (12), em Brasília, e respondeu citando a luta contra a ditadura militar (1964-1985) e a defesa da democracia.
"Só ditadura fecha Congresso, só ditadura cassa mandatos, só ditadura cria censura, só ditadura tem presos políticos", disse em um dos trechos em que o discurso não foi abafado pelo som das vaias. "Nós percorremos um longo caminho para que as pessoas pudessem se manifestar de qualquer maneira que quisessem."
Ele afirmou também que estar no congresso da UNE significa reencontrar o próprio passado de enfrentamento ao autoritarismo e à intolerância.
Diante do protesto dos estudantes, Barroso defendeu o direito às manifestações e afirmou que "gritar ao invés de ouvir" e não colocar os argumentos na mesa é bolsonarismo. "Esse é o passado recente do qual estamos tentando nos livrar."
A manifestação foi organizada pelo grupo Faísca Revolucionária, que faz oposição à direção da UNE e é formado por estudantes trotskistas ligados ao MRT (Movimento Revolucionário de Trabalhadores).
Eles levaram uma faixa em que chamam o ministro de "inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016". Os estudantes também carregaram cartazes em defesa do piso.
"Não nos aliamos àqueles que nos atacam e não aceitamos que a majoritária da UNE esteja junto com a direita, com quem ataca os trabalhadores, os povos indígenas e os estudantes", diz manifesto da corrente. "É fundamental batalhar por uma UNE independente do governo de frente ampla e do regime."
Em setembro do ano passado, Barroso suspendeu o valor mínimo para a enfermagem. No dia 15 de maio, no entanto, ele restabeleceu o piso salarial. A decisão foi tomada após o governo Lula (PT) publicar projeto de lei aprovado pelo Congresso que libera R$ 7,3 bilhões para o custeio da medida.
Segundo a direção da UNE, foi a primeira vez, desde a redemocratização, que o congresso da entidade recebeu um ministro do STF.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, também participou da abertura do evento e defendeu o combate à desigualdade social, o enfrentamento ao poder das grandes empresas de tecnologia que "veiculam extremismo e ódio" e a consolidação da democracia.
"A democracia ainda está em risco e temos que prosseguir na mobilização social. Mantenham a união popular contra o fascismo no Brasil", disse.
Lula vai participar do congresso nesta quinta (13), a partir das 18h, horário em que está marcado um ato político em defesa das universidades. Estão previstas também as presenças dos ministros Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e do ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica.
Os vídeos jornalísticos estão publicados no YouTube; Lira ainda pede uma indenização de R$300 mil por danos morais
Com Agências
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), apresentou um pedido de remoção do ar de 42 vídeos que fazem acusações contra ele, tratando de denúncias de corrupção envolvendo o ex-assessor do parlamentar. A ação foi protocolada na 24ª Vara Cível de Brasília, e pede ao YouTube que retirem os vídeo do canal ICL Notícias.
Lira foca mais especificamente a uma matéria publicada no dia 6 de junho. A reportagem em questão apresenta comentários acerca da suposta acusação contra o ex-assessor parlamentar, Luciano Cavalcante, que teria recebido R$ 106 mil de propina na aquisição dos kits de robótica para escolas de Alagoas.
O presidente da Câmara ainda pede que a entrevista cedida pela ex-esposa, Jullyene Lira, seja retirada do ar. Segundo o processo, ela o acusa de diversos crimes, como violência doméstica e uso de laranjas para ocultar patrimônio. De acordo com a defesa do deputado, as acusações foram levadas à Justiça e o parlamentar foi absolvido.
A ação protocolada pede a retirada de 42 vídeos e uma indenização por danos morais de R$ 300 mil. O canal ainda deve ser desmonetizado por um período de 90 dias.
O pedido de retirada imediata dos vídeos foi negado pelo juiz responsável pelo caso. Segundo ele, uma decisão liminar deste sentido poderia se encaixar em "censura à liberdade de imprensa". O ICL Notícias começou uma campanha nas redes sociais contra a censura.
A defesa de Lira levanta que as acusações de rachadinha no gabinete, o deputado foi absolvido, e que ele nunca foi réu no inquérito do superfaturamento nos kits de robótica.