Zeca Dirceu defendeu que partidos de Centro também demonstrem boa vontade nas negociações
Por Naian Lucas Lopes
O deputado Zeca Dirceu, líder do PT na Câmara dos Deputados, expressou sua opinião em uma entrevista à GloboNews nesta quarta-feira (19), afirmando que todos os partidos que estão começando a ocupar espaços no governo deveriam demonstrar "generosidade e visão estratégica de ceder".
“Não pode ser só o PT a ceder. Tem que ser a maioria, o conjunto, todos os partidos que já têm espaços estratégicos. E não estamos falando só de ministérios, pois a equação nos estados ainda não se completou, com muito cargo que ainda não foi nomeado, temos secretarias de segundo escalão dentro dos ministérios, diretorias estatatais, um conjunto de cargos que são legítimos, e que acontece em todos os estados do Brasil e outros países do mundo, que esses partidos venham a ocupar", argumentou.
A declaração do deputado veio como resposta à informação de que o PP e o Republicanos poderiam indicar ministros e, ao mesmo tempo, continuarem independente. Na terça-feira (18), o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que a "tese de incorporar" o PP e o Republicanos ao governo Lula estava consolidada.
Zeca Dirceu enfatizou que a decisão sobre os ministérios cabe ao presidente Lula (PT), que está retornando ao Brasil ainda nesta quarta após uma viagem para a Europa. O deputado acrescentou que tem se reunido com membros dos partidos e com os nomes cotados para os ministérios, e a sensação que ele tem é de que não há pressa nas negociações.
"Vejo neles (líderes) que não há uma agonia, no sentido de que tem que ser tal cargo ou nada feito. Todo mundo está disponível ao diálogo, ao acordo e ao entendimento. O presidente Lula fez um gesto naquela semana que nós aprovamos cinco matérias importantes: ele levou todo mundo ao Palácio da Alvorada, a casa dele, e ali foi se consolidando uma relação que vem desde dezembro e que vai virando uma relação de confiança", concluiu.
A decisão final sobre a ocupação dos espaços no governo caberá a Lula, levando em consideração as negociações em andamento e as estratégias para ter uma base consolidada no Congresso.
Por Edson Rodrigues
Não é segredo para ninguém que as eleições municipais de 2024 servirão de bússola e de termômetro acerca da representatividade política de cada partido e de seus dirigentes, em relação às eleições majoritárias de 2026, principalmente nos 15 maiores municípios tocantinenses, onde há emissoras de Rádio e TV.
Por isso, voltamos a bater na tecla de que não haverá espaço para amadorismo nas eleições municipais, em que o horário eleitoral obrigatório de Rádio e TV terá um papel preponderante para a decisão dos eleitores. As campanhas terão, obrigatoriamente, que ter profissionais de marketing político, de comunicação e jurídicos.
O eleitorado tocantinense já amadureceu e vem dando seu recado eleição após eleição. Não existe mais o voto de cabresto, que deu lugar ao voto pensado e analisado, o que vem deixando de fora muitos figurões que, antes, se elegiam apenas com o nome. Basta ver os nomes consagrados que obtiveram votações pífias em suas tentativas de continuar em seus mandatos ou de retornar ao cenário político, mesmo que em cargos “menores” que os que já haviam ocupado.
Oe eleitores tocantinenses estão livres das amarras do passado e não se contentam, mais, com históricos políticos ou com aqueles que, uma vez eleitos, cumprem apenas o papel constitucional do cargo, sem planejar, cumprir à risca as promessas de campanha ou se mostrarem omissos com as demandas populares.
ARREGAÇAR AS MANGAS
A junção desses dois fatores – a importância das eleições municipais para as eleições majoritárias e o voto cada vez mais consciente do eleitorado – torna premente que os interessados em se manter ou iniciar na vida pública, políticos, dirigentes e lideranças, independente dos partidos que compõem arregacem as mangas e comecem a mostrar trabalho para que suas forças políticas sejam protagonistas em 2024.
Será pelo número de prefeituras e vereadores eleitos que a “régua política” vai medir, após os resultados das urnas, as agremiações e os nomes que serão convidados a sentar à mesa das decisões, negociações e articulações, sejam da base do governo Wanderlei Barbosa, sejam de oposição, sejam “muristas”. A regra valerá para todos.
Aqueles que mostrarem representatividade nos municípios estarão habilitados a definir, em conjuntos, os nomes que comporão a chapa majoritária para a sucessão estadual de 2026, lembrando que o governador Wanderlei Barbosa deve renunciar ao mandato para se candidatar ao Senado.
Há muitos chefes de comissões provisórias de partidos que se intitula “líderes”, mas que, na verdade, têm apenas o crachá com essa função. Na prática, suas forças se mostrarão insuficientes para que possam, realmente, fazer parte das mesas de decisão.
Todo cuidado é pouco diante do grande desgaste sofrido nas últimas eleições estaduais, em que os principais partidos do Tocantins acabaram perdendo representatividade na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal, como, por exemplo, MDB e PT, que não tem nenhum membro em nenhuma das duas Casas de Lei.
PREVISÃO ASSERTIVA
Senador Irajá Abreu
O Observatório Político de O Paralelo 13 previu o sepultamento coletivo de diversos líderes políticos da oposição, alguns, até, com inúmeras vitórias no currículo, mas que traçaram caminhos erráticos e errôneos na última eleição estadual. As conclusões de nossas análises, inclusive, apontaram os nomes dos que teriam insucesso nas urnas, como Kátia e Irajá Abreu, os candidatos do PT, o professor de Deus, Ronaldo Dimas e do seu filho, Tiago Dimas, do ex-governador Marcelo Miranda, de sua esposa, Dulce Miranda e do MDB, como um todo, e do ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha, dentre outros. O resultado das urnas foi enfático e eloquente para os citados.
Agora, nossa previsão – sempre baseada em análises – é a de que ou as oposições se unem e todos os candidatos profissionalizem suas campanhas ou o resultado das urnas será uma vaporização dos votos, com pouquíssimos conseguindo um número mínimo para se eleger o reeleger e a esmagadora maioria ficando de fora dos cargos que tanto almejam.
Os partidos de oposição têm ótimos nomes que pretendem disputar a eleição para prefeito, mas, como já afirmamos, não basta ter nome ou muita vontade de se eleger. Será preciso respaldo, união entre as oposições, discursos éticos e firmes, propostas palpáveis e coerentes, e preparo profissional para que possam encarar os debates na TV e no Rádio de igual para igual com seus concorrentes.
Vale ressaltar que sem infraestrutura partidária não haverá condições de se chegar à vitória e, além disso, os partidos que compõem qualquer federação e que pretendem disputar a eleição com candidatura própria, principalmente nos 15 maiores colégios eleitorais do Tocantins, precisam levar em consideração, de forma séria e concreta, a necessidade de ter uma equipe jurídica profissional e experiente, para não correrem o risco de ver suas candidaturas morrerem ainda no nascedouro.
Em política não há milagres!
Ficam as dicas...
Jullyene Lins diz ter sido agredida e estuprada em 2006; presidente da Câmara foi inocentado pela justiça após mudanças de depoimentos
Por Isadora Wandermurem - UOL
Jullyene Lins, de 48 anos, é ex-esposa do deputado federal Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados. Em novembro de 2006, ela afirmou ter sido agredida e estuprada por Lira, após ele saber que ela estava conhecendo um homem. Jullyene registrou um boletim de ocorrência na época e, nele, consta que Lira a puxou pelo cabelo e bateu nela. "Sua puta, sua rapariga, você quer me desmoralizar?", disse ele na ocasião, segundo a denúnia. As informações são do UOL.
No processo em que Jullyene movia contra Arthur Lira pela violência havia um laudo médico indicando machucados nos braços, pernas, rosto e em outras regiões do corpo. De acordo com peritos, teve "ofensa à integridade corporal e à saúde da paciente". O depoimento de quatro testemunhas também constava do processo. Em 2015, ele foi absolvido depois que Jullyene mudou o depoimento sobre a violência. Segundo ela, Lira a ameaçou para que retirasse a queixa, caso contrário, ela iria perder a guarda dos filhos, que hoje estão com 17 e 23 anos.
De acordo com o boletim, o deputado a ameaçou de morte e disse "que ia matá-la para ficar com os filhos", enquanto batia nela. O "ciúme por a mesma estar almoçando com outra pessoa" foi o motivo das agressões.
Em 2021, Jullyene falou abertamente sobre as agressões que sofreu em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Em junho deste ano, à Agência Pública, a ex-mulher de Lira falou sobre o estupro q que demorou um tempo para entender que ela tinha sofrido essa violência.
"Tive o entendimento há uns três ou quatro anos, vendo reportagens e divulgações na internet sobre o assunto. Me senti enojada, suja, horrível", contou ao UOL.
Na época, Arthur Lira ligou para ela e perguntou o que Jullyene estava fazendo em um bar. Ele disse que ia na casa dela para conversarem sobre o assunto, mas isso não aconteceu. "Quando abri a porta, ele já me deu um soco. Começou a me chutar. Foi muito humilhante", disse ela.
Segundo Jullyene, Lira a empurrou contra a parede. "Você está procurando homem? Não quer homem? Você tá vadia? Tá atrás de homem pra fu***?", disse o parlamentar antes de abusar sexualmente de Jullyene.
"Ele ficou por cima de mim. Eu esperneava, gritava, pedia socorro, enfim. Ele fez o ato e eu não consegui me desvencilhar. Só escapei no momento em que ele foi se arrumar. Mas já estava muito machucada. Corri para a cozinha. Vi a babá do meu filho e pedi para ligar para minha mãe. Mas ele me puxou pelo braço e continuou as agressões", contou ela.
Jullyene ainda disse que sua mãe foi quem tirou Lira de cima dela após chegar no local com o irmão de Jullyene. A babá confirmou a versão da ex-mulher do parlamentar em depoimento à polícia, e a mãe e o irmão também, declarando que a encontraram no chão.
Na delegacia de Maceió, Jullyene ficou com medo de denunciar o ex-marido. "Era um lugar cheio de homens, eu ia falar de uma pessoa conhecida, que era deputado estadual. Eu ia falar que tinha sido violentada sexualmente e me responderiam: 'Mas ele é seu marido. Qual o problema?'", relatou.
Arthur Lira não apareceu na Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos das Mulheres mesmo tendo sido intimado duas vezes para dar o seu depoimento. No processo, o desembargador Orlando Monteiro Cavalcanti Manso contou que Lira disse "Eu recebo já essa merda" quando um oficial de Justiça foi entregar a intimação a ele. Depois desse episódio, o deputado foi afastado de suas funções, mas não foi punido, mesmo com Manso tendo dado voz de prisão por "coação do curso do processo". "Tornou-se clarividente a personalidade violenta do réu, não só com sua ex-esposa", relatou o desembargador durante o processo.
Nove anos depois da denúncia de Jullyene, Arthur Lira foi absolvido em 2015. Os depoimentos de Jullyene, da babá e da família da vítima foram alterados. "Ele foi à minha casa, me ameaçou. Não sei nem como conseguiu entrar no condomínio. Bateu na mesa e eu até assustei. Perguntei o que estava fazendo ali, e ele falou que eu ia mudar meu depoimento, falar que me enganei, que estava medicada, alguma coisa, ou iria tirar meus filhos de mim", contou o motivo.
De acordo com Jullyene, ele dizia que iria acabar com a vida dela e tirar os filhos dela, com quem ela não tem contato atualmente. Após as ameaças, ela pediu que sua família e a babá também fizessem o mesmo e mudassem os depoimentos. "Sou responsável por isso e não me isento da minha culpa", disse ao UOL.
Sobre abrir um novo processo contra o deputado Arthur Lira, Jullyene não soube responder. "Tenho que falar com meus advogados. Eles estão vendo como podemos proceder, porque ele já foi inocentado. Então não sei se ainda dá ou se vai valer a pena", contou ela, que decidiu falar sobre o que aconteceu para que pudesse "encorajar outras mulheres" a denunciarem seus agressores.
A sucessão municipal em 2024 tem muitos empecilho para acomodar candidatura única nos principais colégios eleitorais do estado. Isso é fato concreto.
Por Edson Rodrigues
Senadores, deputados federais, deputados estaduais, dirigentes de partidos e o próprio governador Wanderlei e o vice-governador, Laurez Moreira, passarão esse mês de julho visitando as bases políticas, ouvindo as lideranças e pré-candidatos a prefeito, independente de cor partidária.
Governador Wanderlei Barbosa visita obra
Convém lembrar que cada município tem suas peculiaridades políticas. Em alguns, será possível juntar oposição e situação e construir uma candidatura única à prefeitura. Mas em outros essa condição é praticamente impossível.
Temos como exemplo Porto Nacional. Pelas características locais, é zero a chance de união entre o atual prefeito e o Palácio Araguaia. O atual prefeito, Ronivon Maciel, é filiado ao partido presidido no Estado pelo inimigo político número 1 do governador Wanderlei Barbosa, que é o senador irajá Abreu. Nas eleições majoritárias do ano passado, Ronivon apoiou o senador Irajá Abreu para governador e a reeleição da senadora Kátia Abreu.
De modo geral, não há limites para as conversações políticas em torno das sucessões municipais de 2024, em.busca de unidade.
O OBSERVATORIO POLITICO de O PARALELO13 vem observando os debates nos municípios observando, inclusive, conflitos locais dentro dos próprios grupos alinhados ao Palácio Araguaia e também da oposição. .
Bancada Federal do tocantins no Congresso Nacional
Há mais de 15 meses das eleições municipais de 2024, ninguém desponta na liderança sem estar seguido de perto por um adversário competitivo. Esse diagnóstico vale tanto para situação quanto para oposição. O quadro sucessório para as eleições municipais de 2024 ainda está muito embrionário.
Observamos que as pré-candidaturas ainda estão em formação em 99% dos municípios. Não existe imbatível ou derrotado. O momento é de muita cautela na costura para formação de chapa majoritária e proporcional nos municípios tocantinenses.
Cada pré-cadidato, no momento, está procurando demarcar território político em seu respectivo município.
É ESPERAR PARA VER OS RESULTADOS.
Presidente da Câmara culpa o ministro da Justiça pela ofensiva da PF sobre um de seus assessores e alega que o objetivo é atingi-lo politicamente
Por Daniel Pereira
A arrastada negociação entre o presidente Lula e o comandante da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para a entrada do grupo político do deputado, o Centrão, na base governista leva em consideração as tradicionais moedas de troca nesse tipo de transação: distribuição de cargos e liberação de recursos orçamentários. Longe dos holofotes, outro ponto pode ter peso decisivo no resultado final das conversas em curso: a investigação que apura se houve crimes de fraude em licitação e lavagem de dinheiro na compra de equipamentos de robótica por municípios alagoanos, inclusive com emendas indicadas por Lira.
Um dos assessores mais próximos do deputado foi alvo de uma ação da Polícia Federal, o que levou os advogados de Lira a pedirem a suspensão da investigação, sob a alegação de que o alvo verdadeiro, mesmo que oculto, era o próprio parlamentar. Por isso, o caso deveria tramitar não na primeira instância, como ocorria, mas no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Gilmar Mendes concordou com a tese e suspendeu a investigação. A vitória judicial momentânea não foi suficiente para acalmar totalmente o presidente da Câmara.
Em conversas reservadas, ele culpa o ministro da Justiça, Flávio Dino, pela ofensiva da PF sobre seu assessor e alega que o objetivo é mesmo atingi-lo. Por enquanto, restringe as críticas a Dino e poupa Lula, dando ao presidente o beneficio da dúvida. Hoje, Dino está no topo dos alvos da ira, das reclamações e das frituras do deputado, uma lista recheada de políticos de primeiro escalão.
Lira já se estranhou com o chefe da Casa Civil, Rui Costa, e com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Os dois seriam responsáveis pela desarticulação da base governista na Câmara e não conseguiriam honrar os acordos políticos fechados, frustrando, assim, os deputados. Nas conversas com o Planalto, Lira também já deixou claro o interesse do Centrão de assumir o Ministério da Saúde, comandado por Nisia Trindade. Mais recentemente, seus aliados passaram a divulgar o sonho de comandar o Ministério do Desenvolvimento Social, que toca o Bolsa Familia.
O Centrão quer a Saúde para controlar uma pasta bilionária, com atuação direta nos municípios e, por isso, com potencial de render dividendos eleitorais. No caso de Flávio Dino, o pano de fundo é outro, meramente pessoal: a raiva de Lira.