Festival será nesta semana; artistas receberão cachê "simbólico" de R$ 30 mil
Por Yumi Kuwano
O Festival Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza teve as atrações divulgadas nesta terça-feira (12). O evento, que começa nesta quinta (14) e vai até sábado (16) no centro do Rio de Janeiro, faz parte da programação do G20 Social.
O festival foi apelidado de "Janjapalooza", por ter a primeira-dama, Janja Lula da Silva como principal nome à frente do evento. Ao todo, 30 artistas nacionais farão shows — que serão gratuitos — confirmados.
As três noites de evento serão temáticas. No primeiro dia (14), o tema será "Muito Obrigado Axé", com inspiração na ancestralidade e herança africana, com apresentações de nomes como Daniela Mercury, Diogo Nogueira e Seu Jorge.
Na sexta (15) será dia de samba, com o tema "O show tem que continuar" e artistas como Maria Rita e Zeca Pagodinho. No último dia de festa, sobem ao palco Ney Matogrosso, Alceu Valença e Fafá de Belém, entre outros. Os shows acontecem a partir das 17h.
Nos três dias, a abertura e o encerramento ficarão por conta do grupo carioca Baile Black Bom.
De acordo com o governo, os artistas receberão um cachê "simbólico" de R$ 30 mil. O evento antecede a Cúpula de Líderes do G20 marcada para os dias 18 e 19 de novembro.
Programação completa:
14/11 (quinta-feira)
Muito obrigado axé
Atrações: Afrocidade, Aguidavi do Jêje, Daniela Mercury, Diogo Nogueira, Ilessi, Larissa Luz, Mateus Aleluia, Rachel Reis, Rita Benneditto, Roberto Mendes, Seu Jorge
15/11 (sexta-feira)
O show tem que continuar
Atrações: Marcelle Mota, Maria Rita, Mariene de Castro, Pretinho da Serrinha, Roberta Sá, Teresa Cristina, Zeca Pagodinho
16/11 (sábado)
Pro dia nascer feliz
Atrações: Alceu Valença Fafá de Belém, Jaloo, Jota.Pê, Jovem Dionísio, Kleber Lucas, Lukinhas, Maria Gadú, Ney Matogrosso, Romero Ferro, Tássia Reis
No acumulado de 12 meses, taxa inflacionária da faixa chegou a 4,99%
DA AGÊNCIA BRASIL
A inflação acelerou em outubro para quase todas as faixas de renda, na comparação com o mês de setembro. A exceção foi para as famílias de renda alta. Para os domicílios com renda muito baixa, a taxa de inflação avançou de 0,58%, em setembro, para 0,75%, em outubro, enquanto as famílias de renda mais alta passaram de 0,33% para 0,27% no mesmo período.
Os dados são do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta terça-feira (12) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A faixa de renda baixa é a que registrrou a maior alta inflacionária no acumulado do ano (4,17%), enquanto o segmento de renda alta tem a taxa menos elevada (3,20%). Já no acumulado em 12 meses, as famílias de renda alta apresentam a menor taxa de inflação (4,44%), ao passo que a faixa de renda muito baixa aponta a taxa mais elevada (4,99%).
“Embora os grupos alimentos e bebidas e habitação tenham sido os principais pontos de descompressão inflacionária para todos os estratos de renda, o impacto de alta vindo destes dois segmentos foi proporcionalmente mais forte nas classes de rendas mais baixas, dado o maior percentual do gasto com esses bens e serviços no orçamento dessas famílias."
Mesmo com as deflações registradas em diversos alimentos in natura, como tubérculos (-2,5%), hortaliças (-1,4%) e frutas (-1,1%), os impactos da forte alta das carnes (5,8%), do frango (1,0%) e do leite (2,0%), além dos reajustes do óleo de soja (5,1%) e do café (4,0%), explicam a contribuição positiva desses grupos à inflação de outubro.
"Já o baixo nível dos reservatórios fez com que fosse adotada a bandeira vermelha patamar 2 nas tarifas de energia elétrica em outubro, gerando um reajuste de 4,7% e contribuindo para a pressão do grupo habitação”, diz a nota do Ipea.
Em contrapartida, houve melhora no desempenho do grupo transportes, refletida principalmente pelas quedas das tarifas de transporte público, como ônibus urbano (-3,5%), trem (-4,8%) e metrô (-4,6%), além da deflação de 0,17% dos combustíveis. Com isso, houve um alívio inflacionário para todas as classes em outubro.
As famílias de renda alta sentiram uma descompressão inflacionária ainda mais forte da inflação dada a queda de 11,5% das passagens aéreas e de 1,5% no transporte por aplicativo, anulando, inclusive, a pressão exercida pelo grupo despesas pessoais, refletindo, especialmente, os reajustes de 1,4% dos serviços de recreação e lazer.
No primeiro dia de um evento esvaziado de líderes mundiais, debates sobre financiamento e mercados de carbono dominaram a COP29
Por Paloma Oliveto
Com a difícil missão de chegar a um acordo sobre o novo mecanismo de financiamento climático, representantes de 197 países mais a União Europeia começaram, no dia 10 de novembro, as discussões da COP29, em Baku. "Estamos nos encaminhando para a ruína. E não se trata de problemas futuros. A mudança climática já está aqui", disse, na cerimônia de abertura, o presidente da conferência, Mukhtar Babaiev, ministro da Ecologia do Azerbaijão. "Chegou o momento da verdade." Uma das primeiras medidas foi a aprovação das regras dos mercados de carbono, transação acusada pela sociedade civil de falta de transparência.
Esvaziada de líderes mundiais, como Luiz Inácio Lula da Silva, Joe Biden, Emmanuel Macron e Olaf Scholz, a reunião anual da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) acontece em um momento chave, quando o mundo bate mais um recorde de calor — segundo o Instituto Copérnico, da UE, 2024 será o ano mais quente já registrado. Soma-se aos alertas da ciência a eleição de Donald Trump à presidência norte-americano. O republicano nega que o aquecimento global seja consequência da queima de combustível fóssil, e deve retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris e da própria UNFCCC.
"Quero dizer-lhes que, embora o governo federal dos Estados Unidos, sob Donald Trump, possa colocar a ação climática em segundo plano, o trabalho continuará, com paixão e compromisso", discursou John Podesta, atual enviado especial para o clima do governo Joe Biden. "Os Estados Unidos são uma democracia que escolheu um presidente cuja relação com as mudanças climáticas é dominada pelas palavras 'fraude' e 'combustíveis fósseis'", acrescentou.
Simon Stiell, secretário-executivo da UNFCCC, destacou, no discurso, que a "COP29 deve demonstrar que a cooperação mundial não está em ponto morto". O entendimento de especialistas é de que o governo Trump não poderá abandonar a agenda do clima, especialmente com as estimativas de perdas econômicas desencadeadas por extremos climáticos, como secas, enchentes e furacões. "Cada vez mais, temos impactos na agricultura, na segurança hídrica, essencial aos processos industriais. E os Estados Unidos não estão fora dessa equação", comenta Karen, diretora de Políticas Públicas e Relações Governamentais da The Nature Conservancy (TNC) Brasil.
Dinheiro
Na chamada "COP do financiamento", países e blocos econômicos tentam definir o Objetivo Coletivo Quantificado para o Financiamento Climático (NCQG), mecanismo de financiamento que substituirá o fundo anterior. Em Paris, há quase uma década, foi decidido que os países desenvolvidos destinariam US$ 100 bilhões anuais a ações de mitigação e adaptação das nações em desenvolvimento. O valor, considerado simbólico — para passar a ideia da importância que os signatários do acordo davam ao tema —, mostrou-se irreal.
O desafio, agora, é encontrar cifras factíveis e, principalmente, definir os critérios de distribuição do dinheiro, algo que o fundo anterior não trazia. Os blocos econômicos têm entendimentos diferentes sobre a composição do NCQG, e os Estados Unidos querem que a China contribua também (veja quadro).
O dinheiro é essencial para que os países consigam elevar o nível de ambição de suas contribuições determinadas nacionalmente (NDCs), os planos que cada um tem para garantir que o planeta não chegue ao fim do século 1,5ºC mais quente do que nos tempos pré-industriais. Essa meta já é considerada impossível, mas há uma expectativa de, ao menos, evitar um aquecimento maior de que 2ºC, o que já causaria catástrofes ambientais.
Irreversíveis
O Grupo de Consultoria sobre a Crise Climática (CCAG) divulgou, hoje, um relatório sobre os princípios orientadores para elaborar as NDCs. O documento ressalta que as contribuições existentes eliminam a possibilidade de se atingir o 1,5ºC e colocam o mundo no caminho de um aquecimento maior que de 3ºC até 2100. "As NDCs de Alta Ambição devem refletir cotas justas, com os países desenvolvidos assumindo maior responsabilidade por meio de cortes mais profundos e um aumento no apoio a nações em desenvolvimento", disse, em nota, Mercedes Bustamante, membro do CCAG e professora da Universidade de Brasília (UnB). " Estamos à beira de mudanças irreversíveis, mas também diante de uma oportunidade sem precedentes para redefinir nossa abordagem à ação climática".
O Brasil se antecipou e, na sexta-feira, divulgou, três meses antes da data limite, suas novas NDCs: reduzir as emissões líquidas de gases de efeito estufa de 59% a 67% em 2035, comparado aos níveis de 2005. Para Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, o compromisso não vai ao encontro da meta do 1,5ºC, pois, em números absolutos, significa emitir 984 milhões e 792 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente. "Também estão desalinhados com os compromissos já adotados pelo governo e com a promessa do presidente da República de zerar o desmatamento no país — em conjunto, essas políticas levariam a uma emissão líquida menor do que 650 milhões de toneladas em 2035."
Empresário suspeito de ter mandado matar narcotraficante do PCC falou em entrevista passada temer por sua vida
Com rádio Itatiaia
Antonio Vinícius Lopes Gritzbach, o empresário que foi executado no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, denunciou um suposto esquema de corrupção da polícia de São Paulo. Entrevista feita por Roberto Cabrini em fevereiro deste ano mostra relatos do empresário, que disse temer sua morte, mas que estava em busca de “justiça”.
Vinícius Gritzbach, de 38 anos, foi morto a tiros de fuzil na tarde da última sexta-feira (8) no aeroporto. Quatro homens fugiram em um carro preto, que depois foi abandonado. A polícia investiga o caso.
Em fevereiro, um mês antes de assinar acordo de delação premiada, o empresário recebeu Cabrini em sua luxuosa casa. Ao repórter, ele explicou quem teria interesse em sua morte. “Empresários, pessoas que querem me calar”, afirmou à época.
Gritzbach passou de homem de confiança do PCC para traidor quando decidiu detalhar ação da organização criminosa que atua dentro e fora dos presídios para lavar dinheiro do crime.
Sobre a compra de imóveis para traficantes, o empresário alegou que apenas intermediou a “venda” para clientes que “batiam” à sua porta. “Se nas intermediações eu cometi alguma coisa errada, que eu venha a pagar”, afirmou.
Cabrini insiste se ele terá que pagar algo. “Alguma intermediação junto à milícia. Uma venda de um valor e uma escritura em outro valor”, responde.
Quem é o motorista de aplicativo morto durante ataque no aeroporto de Guarulhos
Depois, ele faz uma grave denúncia sobre um suposto envolvimento de policiais civis de São Paulo em crimes de extorsão. Ele lista: “Delegado do caso, chefes dos investigadores, os tiras, tenho áudios, tenho mensagens [...] Sim, [tenho consciência da gravidade dessa acuação”, afirma.
O patrimônio do empresário era de R$ 18 milhões a R$ 19 milhões. Ao ser questionado sobre a porcentagem do patrimônio obtida por meio do crime organizado, ele diz: “Fica um pouco aberto isso Cabrini, porque nunca me foi aberto que eram criminosos, sempre se passaram por empresários.”
Ele também é perguntado sobre os R$ 6 milhões obtidos em apenas um ano. “Acredito que muita gente na pandemia ganhou dinheiro. Na pandemia trabalhei dia e noite”.
Nos últimos anos, nove integrantes do PCC foram mortos, sendo quatro ligados a Vinicius. Dentre eles, está Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, e seu motorista. Vinicius é acusado de encomendar o duplo homicídio.
“Nenhum momento o Anselmo me incomodou Cabrini. A minha atribuição era intermediar a compra e venda de imóveis. Disse que queria investir, fez uma compra de R$ 12 milhões”, afirmou.
Ele afirma não saber que Anselmo era um narcotraficante. “Não tinha essas informações e tratava todos os clientes igualmente [...] Não tenho poder investigativo. Puxo as certidões.”
Perguntado sobre o vídeo em que aparece abraçando Anselmo, ele dá sua versão. “Não tinha animosidade, descontentamento, cobrança alguma.” Ele volta a defender que não mandou matá-los, e nega ter qualquer tipo de participação na morte deles.
Cabrini enfatiza: “Lavava dinheiro, se apropriou de parte desse dinheiro, enriqueceu ilicitamente e ao ser cobrado mandou matar quem cobrava”. No entanto, ele volta a negar. “Onde está esse dinheiro? Aqui [em casa] tudo tem origem, posso afirmar e comprovar.”
O repórter questiona sobre o mercado de criptomoedas, negócio que mantinha com Anselmo. “Teria que ter tido investigações sérias para se chegar num determinado mandante.”.
PF investiga ligação entre PCC e funcionários do aeroporto de Guarulhos
Graves denúncias
Posteriormente, Vinicius mostra um áudio para Cabrini, que seria do delegado Fábio Baena Martin. “Na audiência, eu já falei, se precisar de mim, a gente vai conversar com o advogado e eu te ajudo lá", diz a voz.
Vinicius acrescenta: “Disse que não vai acontecer nada na corregedoria porque a tia dele é atual corregedora.”
“Eles ligam dizendo estarem arrependidos e que iriam me ajudar. Causa estranheza, né? A pessoa prende e depois quer ajudá-la [...] Da mesma forma que se eu cometer algum crime quero ser julgado, quero que a polícia os investigue. Por que a polícia não investiga a questão patrimonial deles? Como que um policial pode ter helicóptero? Como que ele vai trabalhar de carro blindado? Como que ele faz viagens? Por que a polícia não investiga o sistema?”.
Em seguida, Cabrini exibe a resposta de Fábio Baena, que foi dada em nota. “Toda investigação foi feita com base na lei, contraditório e ampla defesa. Todos os atos ele estava acompanhado de advogados. Enquanto estive presidindo o processo houve acompanhamento do MP e judiciário. Não há de nenhum arrependimento das ações de investigação. Todas pautadas na lei.”
Última delação foi feita há 15 dias
Nos últimos seis meses, Vinicius fez várias delações ao Ministério Público, sendo a última 15 dias antes de sua morte. Segundo Cabrini, essa ele não chegou a assinar.
Questionado se temia morrer, Vinicius respondeu: “Temo minha vida, mas quero que a verdade venha à tona. Que a polícia investigue e encontre os reais mandantes, a pessoa que matou”.
No dia da sua morte, quatro policiais militares deveriam buscar Vinicius e a namorada, porém o carro teria apresentado falhas mecânicas no meio do caminho.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística anunciou nesta sexta-feira que a inflação no Brasil acelerou em outubro para 4,76% em 12 meses, impulsionada pelo aumento dos preços da eletricidade e dos alimentos devido a uma seca histórica no país
Com site Terra
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostra que os preços subiram 0,56% em outubro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta foi, mais uma vez, impulsionada pela forte alta na energia elétrica residencial, que avançou 4,74%. Em outubro, os preços das carnes também pesaram na inflação, com uma alta de 5,81%.
Com o resultado, o IPCA acumula uma alta de 3,88% em 2024 até aqui, se aproximando do teto da meta de inflação para este ano. A meta é de 3,0% e será considerada formalmente cumprida se a inflação ficar dentro de um intervalo de 1,5% a 4,5%.
Já em 12 meses, o índice acumula alta de 4,76%, acima do limite da meta. Em outubro de 2023, o índice de preços registrou alta menos expressiva, de 0,24%.
Energia elétrica e alimentação continuam pesando na inflação
Mais uma vez, a energia elétrica residencial foi uma grande vilã para a inflação, com uma alta de 4,74% e um impacto de 0,20 ponto percentual sobre o IPCA cheio — o maior impacto de um subitem em outubro.
A conta de luz também foi o principal contribuinte para a alta do grupo de Habitação, que avançou 1,49%. A alta foi causada pela mudança da bandeira tarifária, que foi para o patamar vermelho 2, gerando uma cobrança de R$ 7,877 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Além da energia, as carnes também tiveram um grande impacto no IPCA de outubro, de 0,14 ponto percentual, o segundo maior do mês. Em outubro, os preços das carnes avançaram, em média, 5,81%, depois de avançar 2,97% em setembro. No acumulado em apenas dois meses, as carnes já apresentam alta de 8,95%.
Segundo André Almeida, gerente da pesquisa do IPCA, o avanço expressivo das carnes é consequência de três principais fatores: mudanças climáticas, menor número de animais para abate e um aumento das exportações, que reduziram a oferta no mercado interno.
As carmes também foram o item com o maior peso no grupo de Alimentação e bebidas, que avançou 1,06%. A alimentação dentro do domicílio acelerou para uma alta de 1,22% em outubro, enquanto a alimentação fora do domicílio subiu 0,65%.