Por Rayanderson Guerra

 

 

A Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã desta quarta-feira, 16, dez mandados de busca e apreensão em endereços nas cidades de Cabo Frio (RJ), Itaguaí (RJ), Mangaratiba (RJ), Rio de Janeiro e Juiz de Fora (MG) em um desdobramento da investigação para desarticular uma organização criminosa suspeita de obstrução da justiça, caixa dois, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro nas eleições de 2024.

 

As investigações que culminaram na Operação Teatro Invisível II apontam que o grupo produziu e propagou informações e notícias falsas relacionadas a candidatos em cidades do Rio de Janeiro. De acordo com as apurações da PF, a quadrilha já teria influenciado, no mínimo, em três eleições municipais desde 2016.

 

Operação Teatro Invisível mira 'atores' que espalhavam mentiras sobre candidatos à prefeituras de dez cidades do Rio Foto: Reprodução/PF
Operação Teatro Invisível mira 'atores' que espalhavam mentiras sobre candidatos à prefeituras de dez cidades do Rio Foto: Reprodução/PF

 

De acordo com a PF, o grupo destruiu provas armazenadas, principalmente, em meios digitais, para evitar a responsabilização criminal de seus membros. Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça determinou o bloqueio de cerca de R$ 3,5 bilhões das contas dos investigados e a suspensão das atividades de oito empresas.

 

A Polícia Federal identificou indícios de uso de recursos não declarados à Justiça Eleitoral, o caixa dois, para beneficiar candidatos nas eleições municipais de 2024. Parte dos investigados seria proprietária de empresas envolvidas em fraudes licitatórias nos municípios de Cabo Frio, Itaguaí, Mangaratiba e São João de Meriti, no Rio de Janeiro.

 

Os investigadores apontaram novas provas de lavagem de dinheiro, com transações ilegais por meio de contas de passagem, uso de dinheiro em espécie, empresas com intensa movimentação financeira e aquisição de bens de alto valor.

 

Desdobramentos

 

A operação desta quarta-feira é um desdobramento de outra ação deflagrada em setembro do ano passado. À época, quatro pessoas foram presas pela PF. Segundo a investigação, pelo menos dez cidades do Rio eram palco da atuação do grupo desde as eleições municipais de 2016.

 

A Polícia Federal suspeita que o grupo desenvolveu um “sofisticado e lucrativo esquema baseado na contratação de pessoas com o objetivo de influenciar no processo eleitoral de diversos municípios”. Os líderes chegaram a ocupar funções públicas em diversas cidades do Estado, diz a PF.

 

Segundo o inquérito da PF, as pessoas contratadas pelo grupo recebiam instruções dos coordenadores para difusão de mentiras sobre diferentes candidatos a prefeito. A partir daí, o pessoal arregimentado para essa etapa da fraude começava a circular pelas cidades espalhando informações falsas em pontos de ônibus, padarias, filas de bancos, bares e mercados.

 

 

Posted On Quarta, 16 Abril 2025 14:25 Escrito por

Em dezembro de 2024, policiais federais apreenderam o dinheiro com Alex Parente em um jatinho Learjet 60XR, emprestado a pedido do empresário José Marcos Moura

 

 

Com Jovem Pan

 

 

O piloto Alencastro da Cunha Lopes disse à Polícia Federal que era comum transportar dinheiro vivo no jatinho modelo Raytheon Hawker 400A do empresário Alex Parente, investigado na Operação Overclean por suspeita de liderar um esquema de corrupção e desvio de emendas parlamentares. Em depoimento na superintendência da Polícia Federal na Bahia, em fevereiro, o piloto afirmou que tinha conhecimento do transporte de dinheiro em espécie na aeronave de Alex Parente, mas não soube informar quantas vezes isso ocorreu.

 

Alencastro também declarou não saber se os valores transportados “eram provenientes de práticas ilícitas ou se eram destinados ao pagamento de propina”. Quando a primeira fase da operação foi deflagrada, em dezembro de 2024, policiais federais apreenderam R$ 1,5 milhão com Alex Parente em uma outra aeronave, um jatinho Learjet 60XR, emprestado a pedido do empresário José Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, que também é investigado da Overclean. O avião decolou de Salvador e havia acabado de pousar em Brasília

 

O advogado Lucas Lobão, ex-coordenador do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) na Bahia, também estava na aeronave. O dinheiro foi encontrado em uma mala de mão e uma mochila. Em razão do flagrante, o piloto foi chamado para prestar depoimento na condição de testemunha. Ele operou o voo e presenciou a abordagem da Polícia Federal. Alencastro disse que não sabia que havia dinheiro na aeronave e afirmou ter ficado “surpreso” quando Alex Parente e Lucas Lobão informaram aos agentes da PF que transportavam a quantia em espécie.

 

 

O pilotou narrou também que, quando voltou para Salvador, Marcos Moura “pediu explicações sobre a situação”. Segundo Alencastro, o empresário ficou “aborrecido” por ter sido citado como responsável pelo voo. O “Rei do Lixo” estaria tentando “se desvincular” do episódio, afirmou o piloto. Além do dinheiro, a Polícia Federal também apreendeu documentos que, segundo os investigadores, registram a contabilidade informal de propinas e de patrimônios ocultados.

 

A Operação Overclean investiga contratos suspeitos com prefeituras na Bahia, Tocantins, Amapá, Rio de Janeiro e Goiás. Só em 2024, o grupo investigado ganhou mais de R$ 825 milhões em contratos com diferentes órgãos públicos.

 

A Polícia Federal afirma que o esquema envolveu negociação de propina com servidores públicos. Os federais investigam agora se houve conluio com os deputados que indicaram as emendas. O inquérito foi enviado ao STF porque o deputado Elmar Nascimento (BA), que tem foro privilegiado, foi citado. Ele nega irregularidades e afirma que o parlamentar que indica emendas “não tem competência e nem se torna responsável pela execução das verbas e pela fiscalização das respectivas obras e serviços”.

 

*Com informações do Estadão Conteúdo

Publicado por Fernando Dias

 

 

Posted On Quarta, 16 Abril 2025 09:57 Escrito por

Com olhar voltado para o futuro das parcerias público-privadas no Brasil, o vice-presidente do Senado e presidente do PL Tocantins, Eduardo Gomes, participou nesta terça-feira, 15, do evento Futuro das Concessões e PPPs, promovido pela Agência iNFRA

 

 

Com Assessoria

 

 

A iniciativa conta com patrocínio da Via Appia Concessões — concessionária de rodovias com atuação em São Paulo e Minas Gerais —, coorganização do escritório Queiroz Maluf Reis Sociedade de Advogados e apoio do deputado federal Arnaldo Jardim, relator do PL 7.063/2017.

 

O encontro reuniu autoridades e especialistas para discutir os caminhos da infraestrutura no país, especialmente sob a ótica da modernização da legislação que rege concessões e PPPs, tema que tramita com protagonismo no Congresso Nacional.

 

 

Eduardo Gomes compôs o painel de abertura ao lado do deputado Arnaldo Jardim e do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. Em sua fala, o senador destacou a importância de um marco legal estável e com visão de longo prazo para garantir segurança jurídica e atratividade aos investimentos privados.

 

“Um processo de concessão e de PPP abraça, no mínimo, oito mandatos presidenciais. É preciso maturidade para que a legislação reflita essa visão de longo prazo”, afirmou, ao recordar que o Tocantins foi o primeiro estado brasileiro a realizar uma PPP na área de energia, ainda nos anos 80, com a antiga Celtins.

 

O senador fez um apelo por um debate legislativo mais focado, menos disperso e com maior capacidade de entrega. Segundo ele, a fragmentação excessiva de projetos e propostas enfraquece o processo legislativo e dificulta a implantação de políticas públicas duradouras. “Não podemos mais permitir que 10, 15, 20 projetos concorram entre si para resolver coisa nenhuma. Precisamos de um processo de inteligência legislativa”, enfatizou.

 

 

Eduardo Gomes também relacionou o tema à tragédia recente envolvendo o colapso de uma ponte com mais de 60 anos de uso, ligando o Tocantins ao Maranhão, que interrompeu uma importante rota de escoamento de grãos no país. Para ele, a ausência de investimentos privados e a rigidez burocrática contribuem para o agravamento de falhas estruturais. “Se ali houvesse uma PPP, com investimento e fiscalização adequados, talvez essa tragédia pudesse ter sido evitada”, afirmou.

 

Ao final, o senador defendeu maior integração entre Câmara e Senado no acompanhamento das propostas legislativas, além de atenção especial aos aspectos ambientais, em vista da próxima COP30. “Espero que a COP deste ano seja um evento de perguntas e respostas, não apenas de perguntas. Temos uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, mas seguimos sem financiamento adequado para isso”, concluiu.

 

 

Posted On Quarta, 16 Abril 2025 03:33 Escrito por

Caso Odebrecht: ex-presidente do Peru Ollanta Humala e esposa são condenados a 15 anos de prisão

 

 

Com Agências

 

 

Após um julgamento que durou mais de três anos, o tribunal de Lima proferiu seu veredicto na terça-feira (15) contra o ex-presidente peruano Ollanta Humala, de 62 anos. Ele foi condenado a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro em conexão com o escândalo de corrupção ligado à gigante da construção brasileira Odebrecht e propinas pagas a políticos, pena igualmente decretada para sua esposa Nadine Heredia, 48.

 

"Uma pena de 15 anos de prisão efetiva foi imposta ao senhor Ollanta Humala", declarou o juiz responsável pelo caso. A condenação ocorre mais de três anos após o início do julgamento do ex-presidente, que dirigiu o Peru de 2011 a 2016. 

 

O tribunal de Lima afirmou que Humala aceitou recursos ilegais da construtora brasileira Odebrecht para financiar suas campanhas eleitorais em 2006 e 2011. Sua esposa, Nadine Heredia, cofundadora do Partido Nacionalista com Humala, também foi considerada culpada de lavagem de dinheiro e condenada a 15 anos de prisão. 

 

Os promotores haviam pedido que Humala fosse condenado a 20 anos de prisão e Heredia a 26 anos e meio. 

 

Humala compareceu pessoalmente para ouvir seu veredicto, enquanto sua esposa participou por videoconferência. O ex-presidente de 62 anos e sua mulher negam qualquer irregularidade. 

 

Humala e o caso Odebrecht

 

Humala, ex-oficial do exército que lutou contra os rebeldes maoístas do Sendero Luminoso, ganhou destaque nacional pela primeira vez em 2000, quando liderou uma breve rebelião militar contra o então presidente Alberto Fujimori. Em 2006, concorreu à presidência e se tornou aliado do então presidente venezuelano, Hugo Chávez, e promotores alegaram que Humala havia aceitado financiamento ilegal de Chávez para financiar sua campanha. 

 

Em 2011, quando Humala concorreu à presidência do Peru novamente, ele disse que, em vez de emular a revolução socialista de Chávez na Venezuela, modelaria suas políticas com base nas do então presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Sua abordagem foi bem-sucedida e ele derrotou sua rival de direita, Keiko Fujimori. 

 

Mas conflitos sociais violentos no início de sua presidência rapidamente prejudicaram sua popularidade. Ele também perdeu o apoio de muitos membros do Congresso, enfraquecendo ainda mais sua posição. Seus problemas legais começaram logo após o término de seu mandato, em 2016. 

 

Naquele ano, a gigante brasileira da construção civil Odebrecht confessou ter pago centenas de milhões de dólares em propinas a funcionários do governo e partidos políticos em toda a América Latina para obter encomendas comerciais. 

 

Os promotores acusaram Humala e sua esposa de receber milhões de dólares da Odebrecht. Um ano depois, um juiz ordenou a prisão preventiva do casal. 

 

Eles foram soltos após um ano, mas a investigação sobre suas ligações com a Odebrecht continuou, culminando no veredicto desta terça-feira. 

 

 

Posted On Quarta, 16 Abril 2025 03:28 Escrito por

Projeto para contas de 2026 foi enviado ao Congresso; plano também prevê redução da inflação e dos juros nos próximos anos

 

 

Por Yumi Kuwano

 

 

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou o Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026 nesta terça-feira (15) ao Congresso Nacional, com projeção de 2,5% de crescimento da economia (PIB) e aumento no salário mínimo de R$ 112, chegando a R$ 1.630.

 

Desde 2023, o mínimo era reajustado pelo acumulado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais o crescimento do PIB de dois anos antes.

 

No entanto, no final de 2024 o governo aprovou uma nova regra que limita o crescimento acima da inflação ao ritmo de expansão de despesas previsto pelo arcabouço fiscal, que é de 0,6% a 2,5%, até 2030.

 

Inflação

A estimativa é que a inflação – medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – caia para 3,5% em 2026, 3,1% em 2027 e 3% em 2028 e 2029.

 

O texto também prevê queda na taxa Selic acumulada para 12,56% ao ano em 2026; 10,09% em 2027; 8,27% em 2028; e 7,27% em 2029. Atualmente, a Selic está em 14,25% ao ano.

 

A meta é que em 2026 haja um superávit de R$ 34,3 bilhões nas contas do governo, com flutuação de 0,25% do PIB. O limite de despesas deve ficar em R$ 2.430,6 bilhões, de acordo com o projeto enviado pelo Planalto.

 

 

Posted On Quarta, 16 Abril 2025 03:27 Escrito por
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