Entendimento foi que em liberdade eles poderiam atrapalhar as investigações da Operação Spoofing
Com iG
O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, decretou nesta quinta-feira (1) a prisão preventiva (sem prazo) dos quatro hackers alvos da Operação Spoofing , Walter Delgatti Neto, Gustavo Henrique, Suelen Oliveira e Danilo Marques, suspeitos de ataques ao Telegramde autoridades públicas.
O juiz acolheu pedido da Polícia Federal, que argumentou que, caso fossem colocados em liberdade, os hackers poderiam apresentar risco para as investigações.
Delgatti admitiu em seu depoimento que foi autor dos ataques ao Telegram do ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro , e do coordenador força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol . Ele também afirmou que copiou as conversas do celular de Deltan e as repassou de forma anônima ao site The Intercept Brasil , que vem publicando reportagens sobre o assunto. Os demais são suspeitos de terem conhecimento das invasões e de serem o elo financeiro com possíveis pagamentos pelos atos — o que Delgatti nega que tenha ocorrido.
Os quatro haviam sido presos temporariamente na terça-feira da semana passada, depois que a PF conseguiu rastrear os endereços eletrônicos, conhecidos como IP, de onde se originaram os ataques ao Telegram do ministro da Justiça Sergio Moro. A prisão temporária terminaria à meia-noite desta quinta-feira.
Com a conversão para preventiva, a praxe é que agora eles sejam encaminhados para um presídio. Até então, os quatro estavam detidos na carceragem da Superintendência da PF no Distrito Federal.
A PF ainda está analisando o conteúdo dos celulares e aparelhos eletrônicos dos hackers , que foram apreendidos na operação. Também aguarda a chegada de informações sobre movimentações financeiras, tanto das contas bancárias como de operadoras de criptomoedas. A suspeita ainda não descartada é que eles possam ter recebido pagamentos pelas invasões.
Gleydson Nato assume vaga do deputado Eduardo Siqueira Campos, que se licenciou para tratamento de saúde
Por Élcio Mendes
O governador do Estado do Tocantins, Mauro Carlesse, recebeu na tarde desta quinta-feira, 1º de agosto, o pedido de exoneração de Gleydson Nato, então presidente da Junta Comercial do Estado do Tocantins (Jucetins). Gleydson Nato assumirá nos próximos dias o mandato de deputado estadual no lugar de Eduardo Siqueira Campos, que solicitou licença do cargo para tratamento de saúde.
“O agora deputado Gleydson Nato estava fazendo um excelente trabalho na Jucetins, mas foi convocado para esta missão de representar Gurupi e a região sul na Assembleia e isso também é positivo para o Estado, pois a nossa região ganha um representante. E quanto ao deputado Eduardo Siqueira, que é também nosso companheiro, espero que corra tudo bem em seu tratamento para que retorne e continue dando a sua contribuição ao nosso Estado”, afirmou o Governador.
Nova presidente
Em seguida, o governador Mauro Carlesse nomeou a gestora pública, Thais Coelho de Souza Amaral Monteiro como a nova presidente da Jucetins. Além da formação superior em Gestão Pública, Thais Coelho possui experiência no setor privado atuando em área comercial e operacional. No Governo do Estado, Thais Coelho já atuou nas Secretarias da Fazenda e Planejamento, de Ciência e Tecnologia e na Fundação de Radiodifusão Educativa, nas áreas: administrativa, financeira, operacional e planejamento.
A decisão de Alexandre de Moraes que suspendeu apurações da Receita sobre ministros do Supremo blinda no total 133 pessoas, incluindo autoridades que estavam na mira do órgão. O ministro também determinou o afastamento de dois servidores do Fisco.
Com Agência Brasil
Na decisão, tomada em segredo de Justiça, o magistrado paralisa apurações que atingem 133 contribuintes. O despacho ocorreu em meio a um polêmico inquérito, aberto no início deste ano, para apurar "fake news, ameaças e outros ataques" contra o STF.
Para suspender as ações, Moraes indica que estão "presentes graves indícios de ilegalidade no direcionamento das apurações em andamento". Além disso, ele decidiu pelo "afastamento temporário de dois servidores da Receita Federal, por indevida quebra de sigilo noticiada em procedimento administrativo disciplinar".
No documento, o ministro afirma que ocorreu investigação, por parte da Receita, sem que houvesse indício de ilegalidade. "Considerando que são claros os indícios de desvio de finalidade na apuração da Receita Federal, que, sem critérios objetivos de seleção, pretendeu, de forma oblíqua e ilegal investigar diversos agentes públicos, inclusive autoridades do Poder Judiciário, incluídos Ministros do Supremo Tribunal Federal, sem que houvesse, repita-se, qualquer indicio de irregularidade por parte desses contribuintes", escreveu o ministro.
"Crise sem precedentes no Judiciário"
Desde que os diálogos foram revelados pelo The Intercept, em parceria com a Folha de S. Paulo, ministros do Supremo se mostraram indignados com o teor das conversas. Os diálogos sugerem que Dallagnol buscou informações sobre finanças pessoais de Tofolli e sua esposa, Roberta Rangel, que os aproximassem de empresas envolvidas na Lava-Jato. O procurador teria ido ao banco de dados da Receita Federal buscar informações sobre o escritório de advocacia da esposa de Toffoli e informes sobre a reforma de uma casa do ministro, em Brasília.
Marco Aurélio Mello classificou a postura de Dallagnol como inconcebívele disse esperar que o Conselho Nacional do Ministério Público apure as denúncias. Outro que fez críticas foi Gilmar Mendes. Ao chegar ao Supremo, ele disse que o episódio cria uma crise sem precedentes no Judiciário. "É a maior crise que se abateu sobre o aparato judicial do Brasil desde a redemocratização. A Justiça Federal está com o seu prestígio muito abalado e a Procuradoria Geral da República está com seu prestigio muito abalado", destacou Gilmar.
Ele afirmou, também, que independente da forma em que as mensagens foram reveladas, os fatos são de extrema gravidade. O hacker Walter Delgatti, preso pela Polícia Federal, confessou ter invadido o celular de procuradores, de juízes e repassado as informações para o The Intercept. "Independentemente do meio que nos permitiu saber disso, claro, ninguém deve saudar hackeamentos e iniciativas desse tipo, mas as reverberações são extremamente graves e mostra que é um modelo que não tinha limites. Trapezista morre quando pensa que voa. Está ai o resultado", completou.
Presidente afirmou que pretende enviar ao Congresso um projeto legalizando garimpos em áreas privadas e em terras indígenas
Com Agências
Durante transmissão ao vivo no Facebook, nesta quinta-feira (1), o presidente Jair Bolsonaro voltou a falar sobre a possibilidade de regulamentação de garimpo. Ele já havia mencionado o assunto ao comentar o pedido de ajuda dos indígenas da aldeia Wajãpi, no Amapá, após uma invasão em suas terras.
De acordo com Bolsonaro, o governo deve enviar ao Congresso um projeto para que donos de terra possam fazer esse tipo de exploração. "Por que o nosso garimpeiro, de forma legal, não pode peneirar a terra em um lugar qualquer e tirar seu sustento?", questionou.
O projeto, disse Bolsonaro, deve incluir também as terras indígenas. Mas a exploração, ressaltou, caberá aos próprios indígenas. "No que depender de mim, índio, se quiser garimpar na terra dele, poderá. Tudo é polêmica. Deixa o índio explorar a sua terra, se quiser plantar também que plante", completou. "O índio brasileiro, se depender dos ambientalistas, fica de cara para cima como se fosse um homem pré-histórico."
Atualmente, a exploração de minérios é permitida desde que feita por cooperativas e que leve em conta a proteção do meio ambiente e a promoção econômica e social dos operários. Para justificar as mudanças na legislação, Bolsonaro citou a exportação do metal. Como exemplo, ele usou o roubo de um carregamento de ouro recentemente no Aeroporto de Guarulhos. “Essa empresa pega o ouro do Brasil, leva embora, pagando o que de imposto?
Conforme reportagem da Folha de S.Paulo e do The Intercept Brasil, o procurador teria incentivado colegas a investigarem autoridades
Com Folha de S.Paulo
A força-tarefa à frente da Operação Lava-Jato em Curitiba afirmou nesta quinta-feira (1º) que seu coordenador, o procurador Deltan Dallagnol, nunca pediu à Receita Federal que investigasse ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ou seus familiares e não conhece os auditores responsáveis por investigações de contribuintes.
Como a Folha de S.Paulo e o site The Intercept Brasil indicaram nesta quinta, mensagens supostamente trocadas pelos procuradores da Lava-Jato em 2016 mostram que Deltan incentivou colegas em Brasília e Curitiba a investigar o ministro Dias Toffoli, atual presidente do STF, o escritório de advocacia de sua esposa e a esposa do ministro Gilmar Mendes.
Um dos diálogos, que teria ocorrido em 21 de agosto de 2016, sugere que o chefe da força-tarefa teve acesso a informações da Receita Federal sobre pesquisas em andamento nas contas do escritório da esposa de Toffoli, Roberta Rangel.
De acordo com as mensagens, que foram obtidas pelo Intercept, nesse dia o procurador Orlando Martello sugeriu aos colegas que fizessem um levantamento sobre pagamentos que a empreiteira OAS teria feito ao escritório da mulher de Toffoli.
Em resposta ao colega, Deltan teria afirmado que a Receita Federal já estava pesquisando o assunto, mas disse que não sabia dos pagamentos que teriam sido feitos pela OAS. "A RF tá olhando", diz a mensagem. "Mas isso eu não sabia".
As mulheres de Toffoli e Gilmar fizeram parte de um grupo de 133 contribuintes investigados por uma equipe especial criada pelo fisco em 2017. Nesta quinta, o ministro Alexandre de Moraes mandou suspender todas as investigações conduzidas pelo grupo de auditores.
Na nota distribuída nesta quinta, a força-tarefa afirma que as investigações conduzidas pelo grupo sempre se restringiram aos assuntos de sua competência e aos casos sujeitos à jurisdição da 13ª Vara Federal de Curitiba, onde estão os processos ligados ao esquema de corrupção descoberto na Petrobras.
"As informações sobre detentores de foro privilegiado que chegaram ao grupo sempre foram repassadas à Procuradoria-Geral da República, como determina a lei", diz a nota. "Algumas dessas informações chegaram à força-tarefa porque ela desempenha o papel de auxiliar da PGR na elaboração de acordos, mas nunca por causa de investigações."
As mensagens analisadas pela Folha de S.Paulo e pelo Intercept indicariam que Deltan buscou informações sobre Toffoli, sua esposa e a esposa de Gilmar Mendes antes que houvesse qualquer registro formal das suspeitas que os procuradores decidiram examinar.
Ministros do STF não podem ser investigados por procuradores da primeira instância, como Deltan e os outros integrantes da força-tarefa. A Constituição diz que eles só podem ser investigados com autorização do próprio tribunal, onde quem atua em nome do Ministério Público Federal é o procurador-geral da República.
Segundo as mensagens, Deltan parecia especialmente interessado na participação da OAS numa reforma feita por Toffoli em sua casa em Brasília, mas os advogados da empreiteira diziam que não havia nada de errado no episódio.
As conversas com a OAS foram suspensas depois de um vazamento que expôs a história da reforma numa reportagem publicada pela revista Veja, numa etapa das negociações em que os procuradores ainda não tinham recebido nenhum relato por escrito sobre o assunto.
"Sempre que foram identificados elementos apreendidos pela força-tarefa que contiveram menções a autoridades com foro especial, foi formalizado o devido encaminhamento", diz a nota que a força-tarefa divulgou nesta quinta.
"Os procuradores da República confiam nas instituições e respeitam os integrantes do STF", acrescenta. "Além disso, eles não reconhecem as mensagens oriundas de crime cibernético e que têm sido usadas, de forma editada ou fora de contexto, para embasar acusações e intrigas que não correspondem à realidade."