Ailton Gonçalves Moraes Barros fez a afirmação em mensagem enviada a Mauro Cid em 2021
Por: Guilherme Resck
Em mensagem de áudio enviada a Mauro Cid em 30 de novembro de 2021, Ailton Gonçalves Moraes Barros, que, como Cid, foi preso pela Polícia Federal (PF) nesta 4ª feira (3.mai), diz saber quem foi o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco, do Rio de Janeiro. A transcrição do áudio consta nos autos da investigação no âmbito da qual ocorreram as prisões, nesta 4ª, por suspeita de envolvimento em fraudes em carteiras de vacinação.
Ailton e Cid conversavam sobre o ex-vereador do Rio de Janeiro Marcello Siciliano quando Ailton fez a firmação. Este havia pedido que Mauro Cid intermediasse um encontro de Siciliano com o cônsul dos Estados Unidos no Brasil para resolver um problema relacionado ao visto de entrada do ex-vereador no território amaericano, devido ao envolvimento do nome dele com o caso do assassinato de Marielle - ocorrido em 14 de março de 2018.
"O assunto é visto cancelado, injustamente. Agora vou dizer, porque é injustamente. Quem é esse garoto? Esse garoto, Marcello Siciliano, era um vereador do Rio de Janeiro e que foi acusado de ser o mandante da morte da Marielle", fala Ailton em um dos áudios.
"Aí depois o camarada confessou que inventou a história (o cara da Polícia Federal), confessou que inventou a história dele, que não foi ele, aí passou a acusar o Brasão, tá tudo na conta do Brasão. E já se chegou, ele não... o, o garoto Marcelo Siciliano, ele não consta em processo nenhum", prossegue.
Num segundo áudio, então, Ailton afirma: "Você tem razão, Cid. De repente nem precisa falar com o cônsul. Na neurose da cabeça dele, que ele já vem tentando resolver isso a bastante tempo, manda e-mail e ninguém responde, entendeu? Então, ele partiu para a direção do cônsul, que ele entende que é quem dá a palavra final. Mas a gente sabe que nem sempre é assim, né?".
E conclui: "Então quem resolva o problema do garoto, entendeu? Que está nessa história de bucha. Se não tivesse de bucha, irmão, eu não pediria por ele, tá de bucha. Eu sei dessa história da Marielle, toda irmão, sei quem mandou. Sei a p... toda. Entendeu? Está de bucha nessa parada aí".
Segundo a Polícia Federal, o pedido de Ailton para Cid intermediar o encontro foi feito como contrapartida pelo êxito na inserção de dados falsos de vacinação no sistema do Ministério da Justiça em benefício de Gabriela Santiago Cid. Em mensagens de áudio enviada a Cid, ressalta a corporação, Ailton Barros afirmou que foi Marcello Siciliano quem teria intermediado a inserção.
Ailton Gonçalves Moraes Barros foi candidato a deputado estadual pelo PL do Rio de Janeiro em 2022. Ele se apresentava como "01 do Bolsonaro" durante a campanha eleitoral. Não conseguiu se eleger, tendo recebido 6.545 votos, mas ficou com a suplência. É ex-major do Exército.
A Polícia Federal e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia do esquema de fraude em cartões de vacinação da Covid-19
POR FABIO SERAPIÃO E CONSTANÇA REZENDE
Em representação encaminhada a Moraes, a PF aponta o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, como principal articulador do esquema.
Segundo a PF, Bolsonaro tinha ciência da inserção fraudulenta dos dados no sistema do Ministério da Saúde.
"Jair Bolsonaro, Mauro Cid e, possivelmente, Marcelo Câmara tinham plena ciência da inserção fraudulenta dos dados de vacinação, se quedando inertes em relação a tais fatos até o presente momento", diz a PF.
A polícia cita como indícios do conhecimento de Bolsonaro o fato de o certificado de vacinação do ex-presidente ter sido emitido nos dias 22 e 27 de dezembro do Palácio do Planalto.
Em decisão que autorizou a busca e apreensão nesta quarta-feira (3) na casa do ex-presidente e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, além da prisão contra alguns de seus mais próximos ex-assessores, Moraes disse não ser crível que Mauro Cid tenha articulado o esquema à revelia e anuência de Bolsonaro.
O ministro afirma que, no atual estágio das investigações, não daria para acreditar nessa posição, defendida pela PGR (Procuradoria-Geral da República), mesmo tendo reconhecido a existência de comprovação da materialidade da inserção de dados falsos de Bolsonaro e sua filha no sistema do Ministério da Saúde (ConecteSus).
Ele também citou como argumento "o notório posicionamento público de Jair Messias Bolsonaro contra a vacinação, objeto da CPI da Pandemia e de investigações nesta Suprema Corte".
"É plausível, lógica e robusta a linha investigativa sobre a possibilidade de o ex-presidente da República, de maneira velada e mediante inserção de dados falsos nos sistemas do SUS, buscar para si e para terceiros eventuais vantagens advindas da efetiva imunização, especialmente considerado o fato de não ter conseguido a reeleição nas Eleições Gerais de 2022", disse Moraes.
Na representação, a PF detalha minuto a minuto como foram as alterações no sistema e a emissão do cartão de vacinação de Bolsonaro.
Segundo a PF, as informações coletadas mostram como ele se uniu ao secretário de Governo de Duque de Caxias, João Brecha, que foi preso, e aos assessores Mauro Cid e Marcelo Câmara para inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no sistema.
A ação, diz a PF, configura que Bolsonaro tenha cometido o crime de inserção de dados falsos em sistema de informação.
"Tais condutas, contextualizadas com os elementos informativos apresentados, indicam que as inserções falsas podem ter sido realizadas com o objetivo de gerar vantagem indevida para o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro relacionada a fatos e situações que necessitem de comprovante de vacinação contra a Covid-19", diz a PF.
Nesta semana, novos caminhões foram adquiridos para dar apoio ao trabalho de recuperação de ruas, transporte de materiais e limpeza urbana
Com Assessoria
Desde o início da gestão Wagner Rodrigues, a Prefeitura de Araguaína já investiu na aquisição de 52 novos veículos com o objetivo de garantir a qualidade e eficiência dos serviços oferecidos à comunidade. Entre a frota que está sendo renovada pelo Município, estão máquinas, caminhões, ônibus, motos e carros de passeio que auxiliam no trabalho das secretarias e no atendimento à população.
Nesta semana, o Município recebeu novos caminhões que irão fazer parte da frota da Secretaria da Infraestrutura. Os veículos são um caminhão pipa, um caminhão para o transporte de máquinas e quatro caçambas, auxiliando no transporte de materiais utilizados nas obras da zona urbana e zona rural e no trabalho de limpeza da cidade.
De acordo com o secretário da infraestrutura de Araguaína, Frederico Prado, os caminhões vão melhorar a capacidade e agilizar o serviço de infraestrutura realizado pela Prefeitura em Araguaína, como o de recuperação de vias já pavimentadas
“Todos estes veículos são imprescindíveis no trabalho diário de infraestrutura que é realizado em Araguaína. Com os novos caminhões vão aumentar a capacidade de transporte de materiais, redirecionamento de máquinas para novos pontos de trabalho, garantindo que mais bairros sejam atendidos simultaneamente”, explica Frederico Prado.
Dentre outros os veículos adquiridos recentemente estão cinco ambulâncias para o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), dois ônibus escolares destinados ao transporte dos alunos matriculados na rede municipal de educação e uma escavadeira, que já está auxiliando no trabalho de infraestrutura da cidade. (Por Felipe Maranhão | Foto: Marcos Sandes/Ascom)
Mesmo que os desavisados persistam em navegar no desconhecimento, e os que militam na soberba das conveniências, insistam na prevalência do personalismo, o processo histórico da secular luta libertária para a criação do Estado do Tocantins não poderá jamais ser escritoutilizando os traços indeléveis da verdade, sem nele inserir os feitos rebeldes, políticos e culturais de Totó Cavalcante, que moldado politicamente nas escolas da vida e da aculturada Porto Nacional, fez ecoar sua voz soberana na Assembleia Legislativa de Goiás e no Senado Federal
Por Edivaldo Rodrigues
Totó Cavalcante é parte da argamassa e do aço que forjou grandes líderes e jovens revolucionários que frequentavam as escadarias da Catedral de Nossa Senhora das Mercês, as barrancas do rio Tocantins, e as icônicas escolas da secular Porto Nacional, que por décadas moldaram caráter, conhecimento e, naquela e muitas outras gerações, fizeram brotar neles as asas da liberdade e as armas da rebeldia.
Sua liderança foi construída, desse o princípio, alicerçada pelo pragmatismo e sustentada pelas ideias transformadoras. Foi assim que ele se elegeu Presidente do Grêmio Literário do Colégio Estadual de Porto Nacional; Presidente da CENOG – (Casa do Estudante do Norte Goiano); Presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito da Universidade Católica de Goiás; Deputado Estadual, por Goiás e, Senador Federal pelo Estado do Tocantins.
Desde muito Jovem, Totó Cavalcante abraçou a causa libertária do povo do Norte Goiano, sempre liderando as primeiras foleiras dos embates, usando os canais de comunicação disponíveis e, fazendo ouvir sua voz de descontentamento com as migalhas e os grilhões do rico sul Goiás, impostas ao desvalido, abandonado e oprimido povo tocantinense, que quedava em dor, e na desesperança, por ter os sonhos e os ideais aprisionados pelos interesses mesquinhos de parcela significativa dos poderosos, membros da elite goiana.
Totó Cavalcante, então deputado estadual por Goiás
Foi contra tudo isso que o jovem líder do povo portuense subiu o tom. Após um intenso processo de articulação, movimentos políticos espontâneos, e o posicionamento expressivo de várias entidades de classe, o Projeto de Criação do Estado do Tocantins foi por suas vezes aprovado pelo Congresso Nacional, e por duas vezes vetado pelo então Presidente José Sarney. Totó Cavalcante, então combativo deputado estadual por Goiás, fez valer sua força parlamente e então entrou em greve de fome montando trincheira no Plenário da Assembleia Legislativa, contestando, com esse ato extremo, a postura do chefe do executivo brasileiro, que negou libertar o povo do Norte Goiano.
Em “O Principe”, escrito por Nicolau Maquiavel em 1513, há um trecho, compondo alguns parágrafos, em que se alerta a um governante o perigo dele manter em seu entorno de governança, personalidades muito inteligentes, com ideias próprias, e portadoras de conquistas expressivas. Segundo o texto, esses são potenciais usurpadores de tronos, cargos e até de esposas.
Nos parece que muitos mandatários do Tocantins, do passado e de agora, tiveram ou tem essa obra como livro de cabeceira. Olharam, e ainda enxergam Totó Cavalcante como uma ameaça, como uma sombra aos seus interesses. É politicamente inadmissível que um quadro dessa envergadura, com indiscutível preparo político,adquirido numa trajetória brilhante, não tenha participado e nem participa da caminhada administrativa e da consolidação política, social, econômica e cultural do Estado do Tocantins.
Essa postura dos que desenham e moldam o poder, balizada nas métricas das conveniências, se estabelecem no nosso cotidiano como norma. Senão vejamos: em detrimento aos valorosos quadros locais, alguns mandatários preferiram entregar os mais elevados postos governamentais, do recém criado Estado do Tocantins, a múmias políticas de Goiás, que por décadas se lambuzaram nas mais questionáveis ações não republicanas naquela unidade federativa, e que, por incontáveis anos, repetiram suas maléficas atitudes em desfavor dessa gente, ainda desassistida dos valores democráticos e de cidadania prometida.
Nesse novelo de ações governamentais, que desqualifica os qualificados, Totó Cavalcante é um caso emblemático. Mesmo tendo atuações relevantes por onde passou, como a Assembleia Legislativa de Goiás, o Senado Federal, e em muitos outros relevantes cargos, muitos lhe viraram as costas, inclusive parte da imprensa, que não quis enxergar nele suas óbvias qualidades.
Qualidades essas que sempre foram medidas pela metragem da competência, o que possibilitouinserir esse aguerrido líder portuense entre as principais figuras da luta libertária tocantinense, que até hoje, mesmo sendo as pontas dos lápis que escrevem e desenham a história do Tocantins, continuam exilados politicamente em solo pátrio, e privados de participar do caminhar soberano desse Estado, que foi por eles idealizado e emoldurado com o suor, as lágrimas e o olhar da conquista voltado para o futuro de toda uma coletividade,esperançosa numa terra prometida de plena cidadania. Essa é uma história que precisa ser contada.
Ex-presidente afirmou que o tratamento recebido pelos agentes da corporação foi de 'cortesia' nesta quarta-feira (3)
Por Plínio Aguiar
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta quarta-feira (3), que não tem dúvida de que a operação da Polícia Federal (PF) da qual foi alvo tinha a intenção de esculachá-lo. O ex-chefe do Executivo ressaltou, porém, que o tratamento recebido pelos agentes foi de cortesia.
"Não há dúvida que eu chamo de operação para te esculachar. Podiam perguntar sobre vacina, cartão, eu responderia sem problema nenhum. Agora uma pressão enorme, 24 horas por dia, o dia todo, desde antes de assumir a presidência até agora, não sei quando isso vai acabar. O que eu fico emocionado é que mexer comigo sem problema, mas quando vai para a esposa, para filhos, aí o negócio, é desumano", afirmou.
A declaração foi dada pelo ex-presidente em entrevista a uma rádio. Mais cedo, Bolsonaro foi alvo de operação feita pela PF para investigar a atuação de uma associação criminosa que inseria dados falsos de vacinação nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde.
"Por volta das 6h15 da manhã, eu já estava acordado, eu acordo por volta de 4h30, no máximo 5h, e tocou a campainha. Já procurei saber o local adequado, quem estava lá fora, não ia abrir a porta da minha casa só porque tocou a campainha 6h15 da manhã. Veio o pessoal uniformizado, daí certifiquei que eram policiais mesmo", contou.
Na sequência, Bolsonaro chegou a dizer que sentiu que policiais federais que estavam trabalhando durante a operação se sentiram constrangidos com a situação. "Abri a porta, convidei para entrar e fui tratado muito bem. Em nenhum momento houve exagero, voz mais alta, falta de educação, muito pelo contrário. Acredito até que eu senti constrangimento em alguns policiais federais. Foram corteses comigo."
O ex-presidente relatou também que ligou para seu advogado e informou aos agentes que não existem senhas para entrar em seu celular, que foi apreendido pela PF. "O [celular] da Michelle [Bolsonaro] foi visto lá, tem reconhecimento facial, e deixaram com ela", disse.
"Houve apreensão de pistola minha, mas aí eu falei para o policial que, quando eu cheguei ao Brasil, tinha dois carros blindados. O que eu apurei é que foi ordem direta do presidente Lula para tirar carro blindado de mim. Eu não posso ficar na minha casa desarmado. É um local que o condomínio não oferece a devida segurança. Então, peço a vocês uma providência se é possível ficar com a minha pistola ou não. Vocês já sabem qual a numeração, certinho. Aproximadamente uma hora depois e deixaram a pistola em casa", contou.