Polícia Federal cumpre quatro mandados de prisão preventiva e outros 23 de busca e apreensão no Estado; operação foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes
Por Jovem Pan
A Polícia Federal do Espírito Santo cumpre quatro mandados de prisão preventiva, além de outros 23 de busca e apreensão em operação contra participantes de “atos antidemocráticos” no Estado. De acordo com informação da corporação, as medidas são cumpridas em pelo menos cinco cidades: Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim, tendo como foco pessoas identificadas pelas forças federais e por agentes locais da segurança pública. Entre os alvos, o deputado estadual Capitão Assumção (PL) falou em “censura”. “Urgente. A Polícia Federal [está] na minha casa e no meu gabinete a mando de Alexandre de Moraes. Pratiquei o terrível crime da livre manifestação do pensamento”, escreveu o parlamentar nas redes sociais.
Ele também publicou uma foto em frente a Assembleia Legislativa do Estado em que aparece com um pano na boca e segura uma placa denunciando a censura sofrida. Em postagens antigas, o deputado defendeu por diversas vezes as manifestações em frente a quartéis e que fecharam rodovias, cons
ideradas por ele “legítimas e democráticas”.
A operação desta quarta-feira, 15, no Espírito Santo foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação atende à representação da Procuradoria Geral de Justiça do Espírito Santo (PGE-ES).
Atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele também determinou o cumprimento de 81 mandados de busca e apreensão em outros sete Estados e no Distrito Federal (Acre, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Brasília) contra suspeitos de organizar manifestações e bloqueios em rodovias de vários Estados da federação brasileira contra resultado das eleições das eleições presidenciais de 2022. Entre os alvos há pessoas físicas e jurídicas identificadas pelas forças federais e locais de Segurança Pública. Tramita na Suprema Corte uma investigação sobre os bloqueios de rodovias após a proclamação do resultado das Eleições Gerais de 2022.
PF encontrou fuzil, metralhadora, rifle e munição em endereços de supostos líderes de protestos
Por: Ricardo Brandt
A Polícia Federal apreendeu armamento pesado, nesta 5ª feira (15.dez), na maior operação deflagrada contra contra suspeitos de organizar atos antidemocráticos, desde que começaram os protestos em rodovias e em frente aos quartéis, contra a derrota do presidente, Jair Bolsonaro (PL), nas eleições.
O armamento foi apreendido em Santa Catarina, um dos nove estados em que nesta 5ª a PF cumpre 103 mandados de busca e apreensão, para obtenção de provas para os processos que buscam responsabilizar as lideranças e os patrocinadores dos atos em que houve infrações, como interdição de vias, pedidos de intervenção militar ou fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF).
O STF informou que foram duas decisões do ministro Alexandre de Moraes, que determinou "103 medidas de busca e apreensão, quatro ordens de prisão, quebras de sigilo bancário, apreensão de passaportes, suspensão de certificados de registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CACs), além do bloqueio de contas bancárias e de 168 perfis em redes sociais de dezenas de indivíduos suspeitos de organizar e financiar atos pela abolição do Estado Democrático de Direito e outros crimes".
As buscas acontecem simultaneamente no Acre, Amazonas, Espírito Santo, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal - onde houve vandalismo e depredação na última 2ª feira (12.dez), com tentativa de invasão à sede da PF.
Em Santa Catarina, foram encontrados em dois endereços 11 armas: entre eles, um fuzil, uma submetralhadora e um rifle com mira de precisão. Não havia ninguém no imóvel. Foram 15 mandados cumpridos no estado.
Armamentistas
A presença de donos de clubes de tiros, de lojas de armamentos e colecionadores de armas nos núcleos de comando dos atos antidemocráticos tem sido registrada nos relatórios de inteligência e de informação policial elaborados pelos estados.
O material busca identificar as lideranças e os patrocinadores dos atos de bloqueios de rodovias e protestos nas portas dos quartéis. Os documentos têm subsidiado processo aberto no STF, sob condução do ministro Alexandre de Moraes, para responsabilizar lideranças, patrocinadores e membros ativos dos atos em que houve crime.
A megaoperação deflagrada nesta 5ª, deve levantar dados bancários e de comunicação dos alvos. Além das buscas e de quatro prisões decretadas no Espírito Santo, foi decretada a quebra dos sigilos fiscal e bancário dos investigados.
"Os documentos identificaram patrocinadores de manifestações, de financiadores de estruturas para acampamentos, arrecadadores de recursos, lideranças de protestos, mobilizadores de ações antidemocráticas em redes sociais, além de donos de caminhões e veículos que participaram de bloqueios", nota do STF.
Segundo nota do STF, a "operação autorizada se baseou em uma rede de investigação formada por relatórios de inteligência enviados pelo Ministério Público, pela Polícia Civil, pela Polícia Militar e pela Polícia Rodoviária Federal dos estados". A operação foi autorizada três dias após bolsonaristas tentarem invadir a sede da Polícia Federal, em Brasília. Ônibus e carros foram incendiados. Lojas na região central da capital federal tiveram as fachadas destruídas.
A apuração do TSE vai investigar se Bolsonaro cometeu irregularidades ao aprovar benefícios à população durante as eleições
Por por Mariana Muniz, da agência O Globo
O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, abriu nesta quarta-feira duas investigações no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). As medidas atendem a um pedido do PT, que acionou a Corte no último dia 8.
A primeira vai apurar o movimento deliberado e sem provas de lançar dúvida sobre o resultado das eleições. Já a segunda apura possíveis irregularidades ao aprovar uma série de benesses à população durante o período eleitoral.
Na primeira ação, sobre os ataques ao sistema eleitoral, são alvos da investigação:
o presidente Jair Bolsonaro (PL);
o candidato derrotado a vice-presidente e ex-ministro Braga Netto;
o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ);
o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP);
a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP);
a deputada federal Bia Kicis (PL-DF);
o deputado eleito Nikolas Ferreira (PL-MG);
o deputado eleito Gustavo Gayer (PL-GO);
o senador eleito Magno Malta (PL-ES).
Em outra frente, Bolsonaro e Braga Netto serão investigados também por suposta prática de abuso de poder político e econômico.
Na lista, entre outros, estão a antecipação de pagamentos do:
Auxílio Brasil,
Auxílio-gás,
Crédito consignado
Na ação apresentada ao TSE, a campanha de Lula pede a inelegibilidade de Bolsonaro e de Braga Netto pela suposta concessão ilegal de benefícios financeiros "decorrentes de diversos atos do Presidente da República, durante o período eleitoral, valendo-se da máquina pública para otimizar programas sociais, com o claro intuito de angariar votos e, portanto, influenciar na escolha dos eleitores brasileiros, de modo a ferir a lisura do pleito".
No despacho desta quarta, o corregedor do TSE afirma que a coligação de Lula apresentou gráficos, imagens, links de matérias jornalísticas contendo declarações públicas dos investigados e prints de postagens e lives nas redes sociais.
"Em primeira análise, a petição inicial preenche os requisitos de admissibilidade”, escreveu o ministro sobre o ataque ao sistema eleitoral. Por isso, Benedito Gonçalves deu prazo de cinco dias para que os alvos das ações apresentem defesa ao tribunal.
São citadas pela defesa de Lula , entre outras medidas supostamente exploradas para finalidades eleitoreiras:
“antecipação da transferência do benefício do Auxílio-Brasil e do Auxílio-Gás;
Aumento do número de famílias beneficiadas pelo Auxílio-Brasil;
Antecipação de pagamento de auxílio a caminhoneiros e taxistas;
Programa de negociação de dívidas com a Caixa Econômica Federal;
Liberação de FGTS futuro para financiar imóveis;
Anúncio pela Caixa Econômica Federal de crédito para mulheres empreendedoras;
Crédito consignado do Auxílio-Brasil;
Vantagens a concursados de segmentos alinhados a Jair Bolsonaro”.
Segundo a equipe jurídica do PT, Bolsonaro “aproveitou-se das atribuições e prerrogativas advindas do cargo que ocupa para fins eleitoreiros”, dispendendo recursos “na ordem de 60 bilhões de reais, conforme apurado pela mídia nacional".
"A conduta descrita na petição inicial diz respeito, em síntese, ao uso da máquina pública e das prerrogativas do Presidente da República para, durante o período eleitoral, pautar a concessão de benefícios sociais, a gestão de programas da mesma natureza e o calendário para liberação de recursos pela finalidade de render dividendos eleitorais para o candidato à reeleição. Narra-se, portanto, que teria havido desvio de finalidade no exercício do cargo público, envolvendo o emprego de vultosos recursos, em violação à isonomia, à normalidade eleitoral e à legitimidade do pleito", diz Benedito Gonçalves.
A Procuradoria Regional Eleitoral se manifestou pela desaprovação das contas do governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas. A decisão, publicada nesta segunda-feira, segue um parecer técnico da Coordenadoria de Contas Eleitorais e Partidárias, do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), que apontou recebimento direto de recursos de fontes vedadas de arrecadação, além de outras irregularidades, como divergências e omissões das despesas informadas na prestação de contas.
Por Bianca Gomes
"Seguindo o parecer técnico da Coordenadoria de Contas Eleitorais e Partidárias desse Tribunal Regional Eleitoral (ID nº 65041939), a Procuradoria Regional Eleitoral manifesta-se pela desaprovação das contas do requerente, bem como pela aplicação das sanções correspondentes", diz o parecer assinado pelo Procurador Regional Eleitoral Substituto Paulo Taubemblatt.
No documento, Taubemblatt cita uma série de irregularidades constatadas pela Coordenadoria de Contas Eleitorais e Partidárias. Uma delas é o recebimento de R$ 62 mil em doações de pessoas físicas permissionárias de serviço público, o que é vedado, segundo resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O parecer técnico também aponta omissão de R$ 8.501.303,00:
"Foram identificadas as seguintes divergências/omissões entre as informações relativas às despesas constantes da prestação de contas em exame e as da base de dados da Justiça Eleitoral, obtidas mediante circularização e/ou informações voluntárias de campanha e/ou confronto com notas fiscais eletrônicas de gastos eleitorais, no valor total de R$ 8.501.303,00 (22,82% do total de despesas contratadas), evidenciando a omissão de despesas e a utilização de recursos de origem não identificada ou de fonte vedada que as suportaram", cita o texto.
A área técnica também pede que Tarcísio apresente esclarecimentos e detalhamentos sobre os serviços prestados e documentos probatórios da contratação da empresa Beacon Comunicação Ltda., que recebeu R$ 24.385.500,00 da campanha, 66,62% do total de despesas contratadas.
O parecer técnico diz que, além de ter as contas desaprovadas, Tarcísio deve pagar R$ 63.248,30 ao Tesouro Nacional pelos recursos de fontes vedadas em sua campanha. Já pelos recursos de origem não identificada apontados no parecer, caberá ao prestador de contas recolher R$ 26 mil do governador eleito cinco dias após o trânsito em julgado da decisão da prestação de contas.
Defesa diz que já enviou notas fiscais
O documento ainda pede R$ 734.241,06 referentes aos gastos eleitorais irregulares pagos com recursos do Fundo Partidário, R$ 27.450,90 relativos aos gastos eleitorais irregulares bancados com recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, R$ 5,4 mil pelas sobras de campanha e, por fim, R$ 19.264.752,83 pelos gastos eleitorais com a empresa "Beacon Comunicações Ltda", caso o relator os julgue irregulares.
Os valores, porém, só serão devolvidos se as irregularidades forem comprovadas.
Em nota, a assessoria de imprensa de Tarcísio disse que todas as notas fiscais, contratos e comprovantes de pagamento referentes aos questionamentos feitos pelo TRE já foram anexados ao processo. "Todos estes temas foram esclarecidos e submetidos ao relator para apreciação, conforme os ditames da Justiça Eleitoral."
Projeto foi protocolado pelo Secretário de Cultura e Turismo, Hercy Filho, na Casa de Leis.
Por Seleucia Fontes
O Governo do Estado protocolou na Assembleia Legislativa, na tarde desta quarta-feira,14 de dezembro, o Projeto de Lei nº 40, que pretende instituir o Plano Estadual de Cultura do Tocantins (PEC/TO). Sua vigência prevista é de dez anos, devendo ser avaliado e reestruturado, considerando os contextos regionais, a cada renovação. A primeira está prevista para daqui a quatro anos. O projeto segue para votação dos deputados e após sua aprovação deverá ser sancionado pelo Governador Wanderlei Barbosa.
A gestão é competência do órgão gestor da Cultura do Executivo Estadual, hoje representado pela Secretaria da Cultura e Turismo (Sectur) e o Fundo Estadual de Cultura é o principal mecanismo de fomento. De acordo com a proposta, o Conselho de Políticas Culturais do Tocantins (CPC/TO) fará o acompanhamento e fiscalização da aplicação dos recursos.
“Esta é mais uma das ações que estamos desenvolvendo e será uma conquista para a cultura tocantinense, proporcionada pelo governador Wanderlei Barbosa, que é um grande defensor da preservação das nossas raízes”, comemora o secretário de Cultura e Turismo, Hercy Filho.
Proteger e preservar
Em conformidade com o parágrafo terceiro do artigo 215 da Constituição Federal, o Plano visa a proteção, preservação e valorização do patrimônio cultural do Estado; a produção, promoção e difusão de bens culturais; a formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões; a democratização do acesso aos bens de cultura; a valorização da diversidade étnica e regional.
São objetivos do Plano Estadual de Cultura do Tocantins, entre outros: reconhecer e valorizar a diversidade cultural, étnica e regional; proteger e promover o patrimônio histórico e artístico, material e imaterial; valorizar e difundir as criações artísticas e os bens culturais; promover o direito à memória; universalizar o acesso à arte e à cultura; estimular a presença da arte e da cultura no ambiente educacional; desenvolver a economia da cultura, o mercado interno, o consumo cultural e a exportação de bens, serviços e conteúdos culturais; reconhecer os saberes, conhecimentos, expressões tradicionais e os direitos de seus detentores dos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e demais comunidades; profissionalizar e especializar os agentes e gestores culturais.
O documento também ressalta as competências do poder público, que incluem a formulação de políticas públicas e programas; o fomento à cultura de forma ampla, por meio da promoção de editais e seleções públicas; a proteção e promoção da diversidade cultural, a criação artística e suas manifestações e as expressões culturais, individuais ou coletivas, de todos os grupos étnicos e suas derivações sociais, reconhecendo a abrangência da noção de cultura em todo o território nacional e garantindo a multiplicidade de seus valores e formações.
O Plano também prevê a realização da Conferência Estadual de Cultura, além de conferências setoriais e municipais, com a finalidade de debater estratégias e ações de cooperação entre os agentes públicos e a sociedade civil para a implementação do PEC/TO.