Em evento promovido por centrais sindicais, ex-presidente fez críticas a situação econômica e trabalhista do País
Por Matheus de Souza e Mateus Fagundes
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliou, durante sua participação em evento promovido por centrais sindicais neste Dia Internacional de Trabalhador, que o Brasil "andou para trás" quando o assunto é a economia. "A economia brasileira encolheu e é hoje 7% menor do que em 2014. Já tivemos entre as sete maiores economia do mundo, hoje descemos ladeira abaixo, ocupando a 12º colocação", apontou o petista.
Lula culpou a atual gestão de Jair Bolsonaro pelos índices no País. Segundo ele, "o pleno emprego conquistado pelos nossos governos deu lugar a uma taxa recorde de desemprego e desalento, além dos 14 milhões de brasileiros desempregados, 6 milhões desistiram de procurar trabalho porque sabem que não vão encontrar. Trinta e oito milhões estão subempregados, sobrevivendo de bicos. São ao todo 58 milhões de trabalhadores sobrevivendo em condições precárias", declarou Lula durante seu pronunciamento.
Pequena quantidade de dinheiro apreendido em uma das fases da Lava Jato
O ex-presidente também aproveitou para mencionar o que chamou de diminuição dos direitos trabalhistas ao longo dos últimos anos e criticar a situação de informais, como os que trabalham por aplicativo. "São na maioria jovens que arriscam a vida no trânsito das grandes cidades trabalhando até 14 horas por dia, sem qualquer direito ou proteção social. Sem 13º, férias, descanso semanal, Previdência, afastamento remunerado em caso de acidente de trabalho. Enfrentam jornadas estafantes e perigosas para enriquecer patrões invisíveis, os bilionários donos dos aplicativos que se recusam a enriquecer e a honrar seus direitos trabalhistas", afirmou.
O petista também atribui à Operação Lava Jato à situação do desemprego no País. "A operação Lava Jato destruiu setores estratégicos da nossa economia, sobretudo a construção civil e a cadeia produtiva de óleo e gás, beneficiando empresas e governos estrangeiros", argumentou. "Por conta da Lava Jato, o Brasil perdeu R$ 172 bilhões de investimentos, deixou de recolher na forma de impostos diretos quase R$ 50 bilhões de reais", disse, sem mencionar a fonte dos dados.
Outra foto mostra o tamanho da robalheira de o pais vivia
O líder também atribui ao ex-juiz Sergio Moro e aos procuradores da Lava Jato a responsabilidade pelas repercussões da operação na economia do País, embora tenha evitado tocar no nome de Moro ou de qualquer um dos procuradores. "O juiz, que teve suas parcialidades declaradas pelo STF e os procuradores da força-tarefa são responsáveis também pela destruição de 4,5 milhões de postos de trabalho", disse, mais uma vez sem mencionar a fonte dos dados. Lula terminou sua declaração afirmando que já provou que existe outro jeito de governar, e num tom positivo reforçou: "nós já construímos uma vez este Brasil, e juntos vamos construir de novo".
O petista, que tem sido considerado a mais forte opção da centro-esquerda contra Bolsonaro nas eleições de 2022, participou de encontro promovido por centrais sindicais, que contou com a presença de outros dos ex-presidentes Dilma Rousseff (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e outras lideranças políticas como Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL) e o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
O evento foi organizado pela CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, Intersindical, Pública e CGTB. Este é o terceiro "1º de Maio Unitário" - como é chamado -, promovido pelas centrais. O primeiro, em 2019, foi realizado de forma presencial, já o segundo, no ano consecutivo, teve de adotar o formato virtual devido à primeira onda da pandemia de covid-19 no Brasil.
General compara senadores a 'Marcola e Beira-Mar' e diz que ministros do STF têm 'bandido de estimação'
Marcelo Godoy e Lauriberto Pompeu
Após agenda oficial do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, registrar dois encontros com militares da reserva no Rio, na sexta-feira e no domingo, o presidente do Clube Militar, general Eduardo José Barbosa, publicou na quinta-feira, 28, uma nota com críticas e ameaças aos Poderes Legislativo e Judiciário, à oposição e à imprensa. Ele diz que o Executivo (Jair Bolsonaro) é o único Poder a cumprir a Constituição e crítica a CPI da Covid, no Senado.
"O Poder Executivo, único dos três poderes que está sendo obrigado a seguir a Constituição a risca, que utilize o Art 142 da Constituição Federal para restabelecer a Lei e a Ordem. Que as algemas voltem a ser utilizadas, mas não nos trabalhadores que querem ganhar o sustento dos seus lares, e sim nos verdadeiros criminosos que estão a serviço do 'Poder das Trevas'."
Segundo o general as "trevas" são representadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "E como "as trevas" têm poder devastador, no dia 27 de abril de 2021, instalou-se uma CPI no Senado, encabeçada por um senador cuja família foi presa recentemente por acusações de esquema de corrupção no Amazonas."
O militar diz que já conhece o resultado CPI. "Culpar o Presidente por aquilo que não o deixaram fazer." Depois comparou os parlamentares com o traficante Fernandinho Beira-Mar e Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. "Temos os 'Marcolas e Fernandinhos Beira-Mar' investigando a atuação da polícia". Sobre os ministros do STF, general afirmou: "Se não conseguem inocentar o bandido de estimação, basta encontrar subterfúgios para anular processos". Em um tom messiânico, o general afirmou: "Bastou a eleição de um Presidente que acredita em Deus para que todo o inferno se levantasse contra ele".
Há 20 dias, o Clube publicou artigo em que chamava de traidor os generais que se opunham a Bolsonaro. O Estadão procurou a Defesa ontem para saber com quem o ministro se encontrou no Rio e o que foi tratado nos encontros, mas não obteve resposta. Nesta quinta-feira, 28, Braga Netto foi ouvido na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado. "Não existe politização nas Forças Armadas. Isso é uma ideia equivocada.
Houve uma troca de ministros e, por uma questão funcional, houve troca dos comandantes." Bolsonaro entrou em atrito com a antiga cúpula militar e demitiu o então ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva. O deputado federal Roberto Peternelli Junior (PSL-SP), que é general da reserva, disse não concordar com os termos da nota do Clube. "O pensamento médios de meus colegas é legalista. O Braga Netto pensa como o Fernando. Isso não muda."
Confira a nota na íntegra:
“O Brasil é a Pátria do evangelho! Natural, portanto, que o poder das trevas queira destruir nossa Nação”.
Evidente que, embora muitos acreditem literalmente nesta citação, ela abre esse nosso pensamento tão somente para sintetizar o momento que atravessa nosso País, afinal, como muitos dizem, bastou a eleição de um Presidente que acredita em Deus para que todo o inferno se levantasse contra ele.
Os acontecimentos protagonizados nos últimos dois anos pelo STF e pelo Congresso Nacional bem demonstram essas afirmações. O Estado Democrático de Direito, que pressupõe respeito às Leis vigentes, particularmente à Constituição Federal, só serve para aulas em cursos universitários porque, na prática, não é respeitado pelo Legislativo e Judiciário.
Normas processuais sofrem mudanças de interpretação para atender a réus poderosos. Se não conseguem inocentar o bandido de estimação, basta encontrar subterfúgios para anular processos, a ponto de um Ministro do STF afirmar que o combate à corrupção é prejudicial ao país pois causa prejuízos maiores que a própria corrupção. Esquece esse Senhor, que com sua capa preta bem lembra as trevas que representa, que o prejuízo não contabilizado nesse seu nefasto voto diz respeito à investidores que retiram seus recursos de países onde impera a corrupção.
Esse mesmo Tribunal, que ignora a Constituição, conferiu poderes para governadores e prefeitos usarem a pandemia para desviarem dinheiro público e não tratar adequadamente a população, agora culpando o Presidente que eles impediram de coordenar as ações.
E como “as trevas” têm poder devastador, no dia 27 de abril de 2021, instalou-se uma CPI no Senado Federal, encabeçada por um senador cuja família foi presa recentemente por acusações de esquema de corrupção no Amazonas, composta por aliados dos governantes corruptos e tendo como relator um dos campeões em denúncias de corrupção, cujos processos acumulam mofo e traças nas gavetas dos “foros privilegiados”. O resultado dessa “investigação” todos já sabemos: culpar o Presidente por aquilo que não o deixaram fazer. Ou por não usar as máscaras utilizadas por alguns para se esconder da população. Utilizando uma expressão usada nas mídias sociais, temos os “Marcolas e Fernandinhos beira mar” investigando a atuação da polícia no combate ao tráfico de drogas.
Um certo ex-presidente, condenado por corrupção, mas que está em campanha, representando “as trevas”, acostumado a mentir mundo afora, declarou que nossa Suprema Corte é acovardada. Claro que é mais uma de suas mentiras. Os integrantes têm muita coragem pois criaram sua própria constituição federal e se auto elegeram presidentes da república. Acovardados, por conveniência de terem seus processos engavetados, são nossos Senadores que não iniciam processos contra aqueles Ministros que cometem crimes de responsabilidade, como escrito na Constituição oficial vigente.
Acovardados são os nossos congressistas, que também por interesse próprio, não aprovam prisão em primeira ou segunda instância, como ocorre no mundo inteiro.
Acovardada é a população que aceita o cerceamento de suas liberdades pétreas passivamente.
Acovardada é a extrema mídia que, para ajudar o “poder das trevas”, tenta destruir a reputação de um presidente democraticamente eleito disseminando notícias distorcidas e as vezes falsas.
Acovardados são os que defendem a liberdade de expressão desde que o dito seja favorável à ideologia destrutiva que pregam.
Acovardados são os que usam suas canetas de luxo para tentar calar os apoiadores da verdadeira democracia, que lutam pelos seus direitos listados no artigo 5º da Constituição oficial vigente, garantia inquestionável de um país genuinamente democrático.
Acovardados são aqueles que, não satisfeitos com a facada, querem sangrar o Presidente eleito até a morte.
Portanto, se neste cenário atual, o Poder Executivo, único dos três poderes que está sendo obrigado a seguir a constituição a risca, que utilize o Art 142 da Constituição Federal (vigente) para restabelecer a Lei e a Ordem. Que as algemas voltem a ser utilizadas, mas não nos trabalhadores que querem ganhar o sustento dos seus lares, e sim nos verdadeiros criminosos que estão a serviço do “Poder das Trevas.”
“Brasil acima de tudo”
Os senadores Jorginho Mello (PL-SC), Marcos Rogério (DEM-RO) e Eduardo Girão (Podemos-CE) pedem a saída do parlamentar do MDB
Por Pepita Ortega e Rayssa Motta
Os senadores Jorginho Mello (PL-SC), Marcos Rogério (DEM-RO) e Eduardo Girão (Podemos-CE), parlamentares alinhados com o Palácio do Planalto, acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a corte retire o senador Renan Calheiros (MDB-AL) da CPI da Covid em razão de suposta "suspeição". Caso o pedido principal não seja atendido, os governistas pedem que a corte ao menos declare o "impedimento" de Renan e casse sua indicação para a relatoria do colegiado.
No mandado de segurança protocolado no STF na noite desta terça-feira, 27, os parlamentares vinculam a suposta "suspeição" de Renan ao "parentesco sanguíneo com um possível investigado" - o governador de Alagoas, Renan Filho. A CPI foi proposta inicialmente com o objetivo de investigar apenas as ações e omissões do governo federal na pandemia, mas após pressão do Palácio do Planalto, o alvo do colegiado foi ampliado e passou a incluir eventuais desvios de recursos federais enviados a Estados e municípios.
Renan já havia abordado o assunto na sexta-feira, 23, quando avisou pelo Twitter que se declarava "parcial" para tratar qualquer tema na CPI que envolva Alagoas. "Não relatarei ou votarei. Não há sequer indícios quanto ao Estado, mas a minha suspeição antecipada é decisão de foro íntimo", disse ele.
Além disso, os governistas argumentam que Renan já manifestou "posicionamento antecipado contra a Presidência da República e sua gerência" no combate à pandemia da covid-19. Levantamento do Estadão mostrou que a maioria dos senadores da CPI acredita que a gestão de Jair Bolsonaro errou na condução da crise sanitária no País.
"A antecipação de convencimento e julgamento consubstancia afronta à imparcialidade necessária para procedimento do tipo, e tal preconcepção do Senador Renan impõe uma desonestidade a todo o trabalho da Comissão, assim como significa um agir que deturpa os princípios republicanos", registra o documento enviado ao Supremo.
Aliados do presidente Jair Bolsonaro já fizeram outras tentativas para impedir que Renan assumisse a relatoria da CPI conforme haviam acordado senadores independentes e da oposição. Nas redes sociais, bolsonaristas têm feito pressão contra o senador porque ele não apenas é crítico de Bolsonaro como apoia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na instalação da Comissão, na manhã desta terça-feira,o senador Jorginho Mello apresentou uma questão de ordem sobre a suposta suspeição de Renan, questionando ainda o parlamentar indicado como suplente, Jader Barbalho (MDB) - cujo filho é chefe do Executivo do Pará. O presidente da CPI Omar Aziz (PSD-AM) indeferiu o pedido e foi contra tal decisão que os governistas impetraram o mandado de segurança no STF.
Em outra frente, a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) havia acionado a Justiça Federal do Distrito Federal para barrar Renan na relatoria da CPI. O juiz Charles Renaud Frazão de Morais chegou a atender o pedido da parlamentar, mas a liminar foi derrubada pelo Tribunal Federal Regional da 1ª Região na mesma manhã em que a comissão foi instalada e Renan foi designado como relator.
A decisão do TRF-1 foi dada no âmbito de um recurso do Senado, sendo que o documento já contestava a alegação de que Renan estaria impedido de relatar a CPI por ser pai do governador do Alagoas. No documento, a Casa lembrou que o parlamentar afirmou não pretende relatar ou votar qualquer tema envolvendo o Estado.
Encontro, se viabilizado, será mais uma tentativa de conter a maioria oposicionista que dominou a CPI da Pandemia
Por Caio Junqueira, CNN
O governo identificou o MDB como principal responsável pelas dificuldades na CPI da Pandemia e articula uma ampla reunião com toda a bancada do partido no Senado para a semana que vem.
Por ora, não está prevista a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Apenas da ministra da Secretaria de Governo, Flavia Arruda, e do ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos. A ideia é convidar todos os 15 senadores do partido, incluindo Renan Calheiros.
O encontro, se viabilizado, será mais uma tentativa de conter a maioria oposicionista que dominou a CPI da Pandemia. Para o governo, o MDB é um dos principais responsáveis na medida em que indicou para a comissão senadores que não são alinhados ao Planalto, como Renan e Eduardo Braga.
A leitura no Palácio do Planalto é a de que isso ocorreu como retaliação pelo fato de Bolsonaro ter apoiado Rodrigo Pacheco (DEM-MG) na eleição para a presidência do Senado. O MDB foi para a disputa com Simone Tebet.
Embora fontes afirmem que, em um primeiro momento, o governo não pretende abrir espaços no primeiro e segundo escalões para atrair o partido, essa possibilidade não está descartada.
Presidente se encontrará com familiares de Levy Fidelix, que faleceu na última sexta (23), para discutir eventual filiação a sigla
Por Lauriberto Pompeu
O PRTB intensificou negociações para abrigar o projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro, em 2022. Os movimentos para filiar Bolsonaro são conduzidos por Levy Fidelix Filho após a morte do pai dele, que foi fundador da sigla.
Nesta segunda-feira, 26, o PRTB fez uma reunião em São Paulo para definir o novo comando. Levy Fidelix, que sempre dirigiu a legenda, morreu no sábado. Todos os principais cargos de direção ficaram com a viúva Aldineia, que agora é a presidente do PRTB, e com os filhos. Caberá a Levy Filho, porém, conduzir a articulação política e exercer, de fato, a função de presidir a legenda.
A possível filiação de Bolsonaro ao PRTB já é comentada abertamente por apoiadores do presidente. Para afastar a impressão de desrespeito à morte recente de Fidelix, Sandra Terena, mulher do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, afirmou que o assunto já havia sido tratado quando o dirigente estava vivo. Até setembro do ano passado, Sandra era a titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, vinculada ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, comandado por Damares Alves. Ela é filiada ao PRTB.
"Levy Fidelix nos deixou para compor uma ilustre galeria de heróis conservadores, junto com Plínio Salgado e Enéas Carneiro. Na churrasqueira de casa, ele confidenciou ao jornalista Oswaldo Eustáquio que seu sonho era que Jair Bolsonaro disputasse a reeleição em 2022 pelo PRTB”, afirmou Sandra, por meio do Twitter, na segunda-feira, 26.
Encontro
Vinte e quatro horas depois, ela postou outra mensagem dizendo que Bolsonaro receberá a “família Fidelix” na noite desta terça-feira, 27, em sua residência oficial (Palácio da Alvorada). “Deste encontro pode surgir uma aliança de duas famílias conservadoras em prol do Brasil. O PRTB tem todos os requisitos que o presidente precisa e pode ser um casamento perfeito”, escreveu Sandra na mesma rede social. Procurada, a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) não confirmou nem desmentiu a informação. “Não está na agenda oficial”, respondeu a Secom. O Estadão confirmou, porém, com auxiliares do presidente que ele receberá a família Fidelix para um jantar nesta terça.
Apesar de estar distante de Bolsonaro na política, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou que não sairá do PRTB. "Continuo no partido", disse o general ao Estadão. Mourão dá como certo que não será candidato a vice de Bolsonaro, em 2022.
Em recentes conversas com aliados, Bolsonaro observou que pretende definir até o fim desta semana o partido pelo qual vai concorrer à reeleição. De acordo com auxiliares do presidente ouvidos pelo Estadão, o PRTB está, de fato, entre as opções avaliadas. O fator que vai determinar a futura filiação de Bolsonaro é a disposição da legenda em dar carta branca a ele para alterar o comando de diretórios estaduais e ter peso nas decisões da Executiva Nacional.
Ainda não há definição se a família Fidelix está disposta a fechar um acordo nesses termos. De qualquer forma, Levy Filho decidiu viajar com mais frequência a Brasília, com o objetivo de fazer essas articulações.
O Partido da Mulher Brasileira (PMB), que mudou o nome para Brasil 35, e o Democracia Cristã (DC) demonstraram querer dar carta branca a Bolsonaro. As direções do Patriota e do PTB também conversam com o presidente, mas resistem a entregar o poder para o chefe do Executivo.
Antes de dizer que definiria seu destino partidário até o fim de abril, Bolsonaro havia dado o mês de março como prazo para sua decisão. As frustradas negociações para o retorno ao PSL, no entanto, contribuíram para o atraso na escolha do partido. O vice-presidente do PSL, Antonio Rueda, era quem liderava o diálogo com Bolsonaro.
Auxiliares do presidente disseram ao Estadão que a volta dele ao PSL está descartada. A avaliação foi a de que Rueda fez várias promessas de entregar o comando do partido a Bolsonaro, mas recuou na hora de se comprometer e firmar um acordo sobre isso.
Bolsonaro deixou o PSL em novembro de 2019 após desavenças com o presidente da sigla, o deputado Luciano Bivar (PE). O principal motivo para a saída foi a briga por causa do controle do caixa da legenda. Em 2018, o PSL se tornou uma superpotência partidária ao eleger o presidente, 54 deputados, quatro senadores e três governadores, na esteira do bolsonarismo.
Com isso, a legenda deve ter neste ano a maior fatia dos recursos públicos destinados a partidos, de R$ 103,2 milhões. O Estadão ouviu de integrantes da cúpula do PSL que, para voltar à sigla, Bolsonaro cobrou um "alinhamento ideológico" e a expulsão de deputados que têm feito críticas mais fortes a ele, como Júnior Bozzella (PSL-SP), Julian Lemos (PSL-PB), Joice Hasselmann (PSL-SP) e Delegado Waldir (PSL-GO).