Lula se encontra com governadores nesta quinta (31) para discutir PEC de segurança pública
Com Agências
O governo federal pretende participar mais da formulação e implementação das políticas públicas sobre o tema, em especial, o combate ao crime organizado
Nesta quinta-feira (31), o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva se reúne com governadores de todos os estados do Brasil para discutir propostas de segurança pública. O encontro será realizado no Palácio do Planalto.
O governo federal pretende participar mais da formulação e implementação das políticas públicas sobre o tema, em especial, o combate ao crime organizado.
A reunião terá também representantes do Congresso Nacional e do Judiciário para o encontro, além de secretários estaduais de segurança. Lula pretende enviar ao Congresso uma proposta da emenda à Constituição (PEC) para ampliar a atuação da União na área.
A intenção do governo é unificar mais as polícias, reforçar o Sistema Público de Segurança Pública (SUSP) e dar mais responsabilidades à União. Além disso, Lula pretende criar uma nova polícia comandada pelo governo federal com mais poderes de policiamento ostensivo a partir da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Há mais de um mês, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski trabalho no texto da proposta.
Presidente do Senado comentou ainda o resultado das eleições municipais e considerou “previsível” a vitória de partidos como o seu próprio, o PSD, e outras legendas de centro-direita e do chamado “centrão”
Por Fábio Matos
Às vésperas de concluir seu período como presidente do Senado e do Congresso Nacional, com a proximidade das eleições para o comando da Casa, em fevereiro do ano que vem, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) indicou que, se a eleição presidencial fosse hoje, apoiaria a candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em entrevista ao UOL, Pacheco comentou, ainda, o resultado das eleições municipais deste ano e considerou “previsível” a vitória de partidos como o seu próprio, o PSD, e outras legendas de centro-direita e do chamado “centrão”.
“Considero esse resultado previsível. Já se antevia o fortalecimento dos partidos de centro e de centro-direita. Isso é um indicativo de 2026, mas não é determinante. É um indicativo de que o eleitor vai observar a moderação, a eficiência, e estará menos vulnerável aos extremismos, ao radicalismo e a lacração própria de rede social. E isso é bom para o Brasi”, afirmou Pacheco, que participou, na última terça-feira (29), de um evento promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em Londres.
“Independentemente se alguém preferir a direita ou a esquerda, a preponderância da racionalidade, do equilíbrio e da política que enfrenta os problemas da população, considero muito positivo”, disse o presidente do Senado.
Pacheco afirmou que Lula é uma figura “muito agregadora” e tem condições de reunir o apoio da maioria desses partidos em torno de seu governo e de uma eventual candidatura à reeleição, apesar das diferenças ideológicas em relação ao PT.
“A figura de Lula é muito agregadora. Se consideramos ele inserido dentro de um contexto de esquerda, pode gerar algum tipo de dificuldade. Mas Lula hoje se destaca dessa segmentação de direita, esquerda, centro-direita, centro-esquerda e pode receber o apoio de diversos atores e partidos políticos, sobretudo se seu governo gerar resultados. Se a população perceber que o Brasil está crescendo, que estamos combatendo nossas vulnerabilidades sociais e ambientais, há uma tendência de favoritismo do presidente e dele ter apoios impensáveis”, analisa.
Questionado sobre quem o PSD deve apoiar em 2026, Pacheco disse que se trata de uma decisão a ser tomada mais adiante, mas indicou sua preferência pessoal, neste momento, por Lula.
“Essa é uma decisão que será feita lá na frente, considerando tanto a realidade do governo quanto a vontade das lideranças do partido. Hoje o PSD tem quem já se dedica pelo apoio a Lula, quem defenda o contrário, e há um meio-termo que pode ser decisivo no futuro. Eu me filio à linha de que seria interessante para o Brasil ter a continuidade por mais quatro anos do presidente Lula no governo”, afirmou.
“Pode haver uma compreensão de que o governo está bem, de que há avanços, de que há um favoritismo pleno do presidente Lula e a política então ser atraída a uma candidatura mais óbvia.”
Futuro político
Na entrevista, Rodrigo Pacheco voltou a ser indagado sobre seu futuro político. Nos bastidores de Brasília, o nome do presidente do Senado vem sendo especulado como possível ministro do governo Lula a partir do ano que vem. Ele também já foi cogitado como uma eventual futura indicação do presidente da República para o Supremo Tribunal Federal (STF).
“É óbvio que, quem é advogado como eu, alguém já disse que, se falar do Supremo Tribunal Federal, é algo que você não trabalha, mas também não recusa. Brincadeiras à parte também não há nenhum tipo de planejamento sobre isso. E não há planos da minha parte sobre ministério de Estado”, despistou. “Minha missão é permanecer no Senado até o fim do mandato e realizar algumas missões que considero importantes, como reformas do Código Civil e o Código Penal.”
Segundo Pacheco, o momento de se pensar no futuro político é apenas “após fevereiro do ano que vem”. “Mas me sinto profunda e plenamente realizado com meu mandato de senador, tendo a honra de ter sido presidente do Senado duas vezes com a idade que eu tenho. Quando entrei na política, tenho falas de quem tinha data de entrada e data de saída. É provável que eu cumpra isso”, concluiu.
Governo está fazendo contas para ajustar medidas
POR WELLTON MÁXIMO
As conversas entre a equipe econômica e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em torno do corte de gastos obrigatórios estão avançando, disse nesta terça-feira (29) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele, no entanto, afirmou que não há números nem previsão de data para o anúncio das medidas.
“Estamos fazendo as contas para ele [o presidente Lula] para fazer uma coisa ajustadinha”, revelou o ministro ao sair para reunião com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Haddad disse que voltará a se reunir com Lula mais vezes nesta semana. Nesta segunda-feira (28), o ministro conversou por cerca de 2 horas com Lula sobre as medidas de revisão e de corte de gastos.
Segundo Haddad, a reunião foi “realmente boa”, e o presidente não vetou nenhuma medida até agora. Apenas pediu esclarecimentos, cujas respostas os ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento estão preparando.
O ministro informou desconhecer uma estimativa publicada pelo jornal O Globo na semana passada, segundo a qual as medidas de corte de gastos resultariam em uma economia de R$ 30 bilhões a R$ 50 bilhões. “Não sei de onde saiu esse número. Nunca divulguei um número para vocês. Não divulgo número por que número você só divulga depois da decisão tomada”, ressaltou Haddad.
Embora tenha dito que a reunião com Lula ocorreria nesta quarta (30), o encontro foi antecipado para o início da noite de hoje no Palácio da Alvorada. O ministro está acompanhado do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo; do secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan; e do secretário de Política Econômica da pasta, Guilherme Mello. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, também chegou ao Palácio.
Torcedores organizados palmeirenses armaram uma emboscada para os cruzeirenses da Máfia Azul no último fim de semana
Por Fabio Diamante
A Polícia Civil de São Paulo solicitou a prisão temporária de Jorge Luis Sampaio, presidente da torcida organizada Mancha Verde, e de mais cinco torcedores do Palmeiras. Os envolvidos são suspeitos de participação em uma emboscada contra torcedores do Cruzeiro, ocorrida no último fim de semana, na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na Grande São Paulo. O SBT traz as informações com exclusividade.
O ataque resultou na morte do cruzeirense José Victor Miranda, de 30 anos, e deixou 17 pessoas feridas, incluindo um torcedor que está internado em estado grave.
O pedido de prisão e as investigações
As investigações levaram a polícia a identificar seis suspeitos de participação no ataque, incluindo Jorge Luis Sampaio, com base em vídeos gravados pelos próprios agressores e nas câmeras da Guarda Civil de Mairiporã.
O sinal do celular de Jorge indicava que ele estava na região no momento do ataque. De acordo com a Polícia Civil, a emboscada teria sido motivada por um conflito entre as torcidas em 2022, quando o presidente da Mancha Verde foi agredido e teve seu RG exibido nas redes sociais como "troféu".
As imagens mostram que os torcedores da Mancha Verde usaram carros e motos particulares, estacionados nas proximidades, o que facilitou a captura das placas pelos sistemas de monitoramento. Promotores do Gaeco, especializado em crimes organizados, estão colaborando com o inquérito. A decisão judicial sobre os pedidos de prisão deve ocorrer nesta quarta-feira (30).
O velório e a revolta
O corpo de José Victor Miranda foi velado em um ginásio de esportes em Sete Lagoas, Minas Gerais, reunindo familiares e membros da torcida organizada Máfia Azul. Durante o velório, a indignação com a violência foi evidente. Um torcedor expressou descrença na Justiça paulista, declarando: "esses caras fazem o que querem toda vez e nunca dá em nada".
Valdívia, ex-Palmeiras, é preso acusado de abuso sexual no Chile
Outro familiar, de costas para as câmeras, revelou a gravidade das lesões de seu filho, que também foi vítima da emboscada: "ele ainda está com a face quebrada, vai fazer cirurgia. Quebrou o pulso, escoriações por todo o corpo, todo roxo. Na cabeça ele tomou pontos porque levou muitas pancadas de ferro".
Em toda eleição municipal, PL venceu disputa em quatro capitais; partido também levou melhor em confronto direto com PT
Com SBT
Em segundo turno disputado e com derrotas, o Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, vai comandar prefeituras de quatro capitais entre 2025 e 2028, enquanto o Partido dos Trabalhadores (PT), do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fica à frente de apenas uma: Fortaleza (CE).
A disputa pelos próximos quatro anos terminou neste domingo (27) após a apuração dos resultados do segundo turno. O PL sofreu derrota na maior parte das capitais a que concorria - perdeu em sete, de um total de nove.
No primeiro turno, o PL venceu em duas capitais: Maceió (AL), com JHC, e Rio Branco (AC), com Tião Bocalom.
O saldo no segundo turno foi o mesmo: em Aracaju, com Emília Corrêa, e em Cuiabá, em confronto direto com o PT, entre Abilio Brunini (PL) (PL) e Lúdio Cabral (PT).
Já o Partido dos Trabalhadores, que disputou em quatro capitais no segundo turno, termina essas eleições com apenas um prefeito eleito em uma capital - Fortaleza (CE). A disputa foi entre o petista Evandro Leitão e o bolsonarista André Fernandes.
Desempenho do PL no 2º turno
Aracaju (SE) - Emília Corrêa (PL) venceu Luiz Roberto (PDT);
Cuiabá (MT) - Abílio Brunini (PL) venceu o candidato Lúdio Cabral (PT);
Belém - Belém (PA) - Igor Normando (MDB) venceu delegado Éder Mauro (PL);
Belo Horizonte (MG) - Fuad Noman (PSD) venceu Bruno Engler (PL);
Fortaleza (CE) - Evandro Leitão (PT) venceu André Fernandes (PL);
Goiânia (GO) - Sandro Mabel (União) venceu Fred Rodrigues (PL);
João Pessoa (PB) - Cicero Lucena (PP) vence Marcelo Queiroga (PL);
Manaus (AM) - David Almeida (Avante) venceu Capitão Alberto Neto (PL);
Palmas (TO) - Eduardo Siqueira Campos (Pode) venceu Janad Valcari (PL).
Números totais
Ao todo no país, o PL elegeu 509 prefeitos nas eleições municipais no primeiro turno. O número foi mais do que o dobro do alcançado pelo PT, que elegeu 248 candidatos.
Já no segundo, o partido de Bolsonaro elegeu seis prefeitos, alcançando 515 no total. O partido do presidente Lula conquistou quatro prefeituras, totalizando 252 para comandar no próximo mandato.