Procuradores de Curitiba alegavam que ministro do STF tem relação de amizade com Aloysio Nunes, investigado em processo ligado ao ex-diretor da Dersa; PGR disse que não ficou comprovada "amizade íntima" entre os dois
Com Agências
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, mandou arquivar representação dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba contra a atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes em casos envolvendo o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto.
Em despacho assinado nesta segunda-feira (11), Dodge rejeitou o argumento de que há relação de amizade entre Gilmar Mendes e um dos investigados em processo contra Paulo Preto, o ex-senador e ex-ministro Aloysio Nunes (PSDB).
A força-tarefa da Lava Jato pediu arguição de suspeição ou impedimento do ministro explicando que o ex-senador tem "laços de proximidade de natureza pessoal, diretos e/ou indiretos" com Gilmar.
Os procuradores apontaram ligações telefônicas e mensagens que, em tese, demonstrariam que Aloysio Nunes tentou interferir, diretamente com o magistrado, no julgamento de habeas corpus em favor de Paulo Preto .
Nessas ligações, ocorridas em fevereiro, Aloysio pediu o número do celular do ministro do STF a outro interlocutor e, segundo alegou a Lava Jato, a conversa tinha como pano de fundo um recurso do ex-diretor da Dersa no âmbito de ação penal na Justiça Federal em São Paulo.
A existência desses diálogos foi descoberta após o cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa de Aloysio Nunes na capital paulista, no âmbito da 60ª fase da Lava Jato – que culminou também na prisão preventiva de Paulo Preto , no mês passado.
Dodge ponderou em seu despacho que as informações transmitidas pelos procuradores não se enquadram em uma das situações disciplinadas na lei processual penal para a arguição de impedimento.
Em relação ao pedido de suspeição, a procuradora-geral disse que as conversas reveladas "não indicam a existência de 'amizade íntima' que poderia justificar o pedido".
Raquel Dodge disse que os fatos apresentados na representação "chamam a atenção pela ousadia" de Aloysio Nunes, mas também destacou que o próprio fato de que o tucano precisou pedir o telefone de Gilmar a um tericeiro demonstra que os dois não são assim tão próximos.
"Ainda que tenha efetivamente ocorrido, o contato com o gabinete do ministro ou com o próprio ministro não revelou amizade íntima entre ambos, nem, do ponto de vista objetivo, influiu, nem determinou o juízo valorativo do magistrado em relação ao réu ou à causa, vez que, na sequência dos fatos narrados, a decisão liminar foi revogada", disse Dodge
A decisão liminar citada pela procuradora-geral havia sido concedida por Gilmar Mendes no mês passado e determinava novas diligências no âmbito de processo sobre desvios de R$ 7,7 milhões em obras do Rodoanel em São Paulo. Após a revogação da decisão, Paulo Preto acabou condenado a 145 anos de prisão – sua segunda sentença desfavorável na Lava Jato.
Externamos nosso sentimento de pesar pelo falecimento no domingo, 10/3, do amigo pioneiro de Palmas Agnaldo Ramos. Atencioso, companheiro, Agnaldo deixa um imenso vazio em nossos corações.
À família enlutada e amigos, pedimos o fortalecimento da fé e o consolo nas mãos do Senhor. Que Deus, em sua Suprema Bondade, conforte e ilumine Agnaldo em sua Morada Eterna.
Senador Eduardo Gomes
O excesso dos órgãos do Judiciário preocupa, já que eles ainda terão de incorporar neste ano o custo do reajuste de 16,38% nos salários dos juízes
Por Estadão Conteúdo
Além da Justiça do Trabalho, outros cinco órgãos do Poder Judiciário precisaram de auxílio do Executivo para conseguirem cumprir a regra que limita o crescimento das despesas à inflação no ano passado.
Ao todo, eles consumiram R$ 1,2 bilhão em gastos que originalmente poderiam ser destinados pelo governo a outras áreas, consideradas mais prioritárias.
O Executivo cedeu R$ 2,104 bilhões de sua fatia dentro do teto de gastos para que os demais órgãos da União pudessem alocar suas despesas excedentes sem violar a regra. Mas nem tudo foi usado.
Além dos quase R$ 1 bilhão destinados à Justiça do Trabalho, também recorreram à compensação a Justiça Federal (R$ 174,8 milhões), Ministério Público da União (R$ 51,2 milhões), Defensoria Pública (R$ 7,9 milhões), Justiça Militar (R$ 2,1 milhões) e STF (R$ 1,5 milhão).
O excesso dos órgãos do Judiciário preocupa, já que eles ainda terão de incorporar neste ano o custo do reajuste de 16,38% nos salários dos juízes, aprovado em 2018 e que entrou em vigor em janeiro.
Para técnicos da área econômica, esse é um motivo adicional para a urgência dos ajustes nas despesas desses órgãos.
O Ministério da Economia minimizou o problema e disse que a compensação já foi considerada no planejamento dos órgãos e, por isso, só faria sentido em falar em descumprimento do limite caso não houvesse o espaço extra.
Nos bastidores, porém, a equipe econômica vê o tema com apreensão e há a avaliação de que alguns órgãos não estão usando o período de três anos durante o qual a compensação é permitida para se enquadrar definitivamente ao teto.
O ajuste é necessário porque os gastos com salários de servidores e benefícios de aposentados e pensionistas, justamente as mais significativas no orçamento desses órgãos, têm crescido acima da inflação, embalados por reajustes aprovados pelo Congresso Nacional nos últimos anos. Isso obriga o controle e até mesmo o corte das demais despesas.
Mais medidas
O diretor executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, Felipe Salto, alerta que o teto precisa de “medidas complementares” para ser efetivo, o que inclui o controle das despesas obrigatórias. Para ele, os órgãos podem suspender contratações e reajustes até segunda ordem.
“As despesas obrigatórias precisam entrar numa dinâmica mais condizente com esse crescimento do teto pela inflação”, diz Salto. “Há legitimidade em aprovar reajustes, o problema é que as contas públicas estão chegando a uma espécie de sinuca de bico. Se adota de um lado uma regra tão restritiva quanto o teto e, de outro, expande o gasto, uma hora essas duas coisas vão se chocar”, alerta.
O economista Manoel Pires, coordenador do Observatório Fiscal do Ibre/FGV, alerta que é preciso haver negociação política em torno das medidas de ajuste dos demais poderes. “Não tem como ter reequilíbrio só de um lado”, afirma.
Contenção
O Conselho da Justiça Federal (CJF) admite que precisará recorrer novamente à compensação para cumprir o teto de gastos neste ano, uma vez que entrará em vigor nova parcela de reajuste salarial aos servidores, mas diz que vem adotando medidas gerenciais para contenção de gastos.
Já a Defensoria Pública da União (DPU) informou que a compensação não deve mais ser necessária ao órgão neste ano, pois todos os contratos têm passado por um pente-fino.
Em Brasília, por exemplo, a mudança de sede reduziu o gasto mensal com aluguel de R$ 1,18 milhão para R$ 695 mil. Segundo a Defensoria, as medidas já ajudaram a diminuir o excesso, em relação ao limite original, de R$ 32 milhões em 2017 para R$ 7,85 milhões no ano passado.
A Justiça Militar da União informou que o reajuste nos salários dos magistrados será acomodado com “gestão orçamentária interna”. O órgão disse ainda que trabalha para racionalizar gastos e que cumprirá integralmente os limites .
O STF disse que “o teto de gastos para a administração apenas entrará em vigor, para o Judiciário, em 2020” e que as medidas de gestão e redução de custos adotadas pelo órgão têm economizado recursos em medida suficiente para que o Supremo cumpra o teto de despesas. O Ministério Público da União não respondeu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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A reforma da Previdência ainda nem começou a tramitar na Câmara e a pressão por uma mudança ministerial já ecoa na Esplanada dos Ministérios. A fervura vem de diferentes segmentos. De bancadas partidárias a temáticas, a reclamação é unânime em relação à comunicação feita até o momento pela articulação política do governo. Sem uma interlocução eficiente e uníssona, líderes e aliados avaliam que, cedo ou tarde, o presidente Jair Bolsonaro precisará substituir ministros para obter apoio capaz de aprovar agendas reformistas, como a própria Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que atualiza as regras de aposentadoria
Por: Correio Braziliense
Nem aliados da bancada evangélica poupam a articulação. No Twitter, o deputado Marco Feliciano (Podemos-SP) fez duras críticas à comunicação, em comentário direto a Bolsonaro. “Está péssima. O ego daqueles que vocês elegeram está tão inflado, que só enxergam seus umbigos. Alguns ministros estão deslumbrados com os holofotes”, reclamou. O deputado Pedro Lucas Fernandes (PTB-MA), líder do partido na Câmara, reforça o tom. “Tem muita gente falando pelo governo, e o ruído acaba saindo estranho para as lideranças e bancadas”, alertou.
A defesa por uma reforma ministerial é capitaneada pelo DEM, que lidera o bloco vencedor das eleições da Câmara com outros partidos do Centrão. A ideia é ter mais nomes ligados ao Congresso para melhorar a comunicação entre Executivo e Legislativo. Os parlamentares ainda evitam nomear publicamente os alvos, mas três ministérios são almejados. O do Turismo, gerido por Marcelo Álvaro Antônio, é o mais cobiçado. Antônio é suspeito de liberar recursos públicos do fundo partidário para candidaturas laranjas nas eleições de 2018, quando era presidente do diretório estadual do PSL em Minas Gerais. Nem Bolsonaro o defende mais. No Parlamento, a avaliação é de que a queda é uma questão de tempo.
Outra pasta cobiçada é a da Educação, do ministro Ricardo Vélez Rodríguez. Além de ter um dos cinco maiores orçamentos da Esplanada, divisões internas despertaram a atenção. Depois da repercussão negativa sobre o pedido de filmagem de crianças cantando o Hino Nacional em escolas públicas, Vélez determinou o afastamento de nomes ligados ao filósofo Olavo de Carvalho, “guru intelectual” de Bolsonaro.
A determinação do ministro repercutiu mal entre os aliados de Olavo, a ponto de o episódio ser considerado por um deles como a “maior traição” dentro do governo até agora. O próprio Olavo, que indicou Vélez, reagiu às mudanças e sugeriu que os alunos deixem o governo. O ministro da Educação ainda é protegido por aliados, como a deputada Bia Kicis (PSL-DF), mas o desgaste pode custar caro.
A bancada da bala no Congresso quer desmembrar o ministério da Justiça e Segurança Pública, de Sérgio Moro. A ideia é que o ex-juiz fique apenas com a Justiça. A indicação da especialista em segurança pública e política de drogas Ilona Szabó para um conselho de política prisional irritou parlamentares ligados a Bolsonaro. A pressão sobre o presidente desencadeou a exoneração da crítica do porte de armas e reforçou a ambição por parte da pasta comandada por Moro. A ideia de desmembrar o ministério da Justiça e Segurança Pública está prevista em uma emenda apresentada pelo senador Major Olimpio (PSL-SP) à Medida Provisória (MP) 870/2019, que reestruturou a organização dos ministérios.
É chegada a hora de enfrentar a realidade nua e crua: o Tocantins, assim como o estado de Minas Gerais, está a um passo de se ver obrigado a parcelar os salários dos servidores, atrasar repasses aos demais poderes e atrasar compromissos com fornecedores.
Após os dois primeiros meses do ano fazendo planos e sonhando com uma estabilidade econômica, o Tocantins é abalado pela notícia de que a ação impetrada pelo Sisepe será julgada no próximo dia 15. Caso o Sindicato dos Servidores Estaduais ganhe a ação, o Estado terá todos os esforços perpetrados para se enquadrar na lei de Responsabilidade Fiscal e readquirir crédito no mercado financeiro jogados no lixo por uma “vitória de Pirro”, o tipo de vitória em que nem o vencedor (Sisepe) nem o perdedor recebem algum benefício.
A ação movida pelo Sisepe com o julgamento marcado, deve acontecer virtualmente, e o embargo impetrado pelo governo do Estado deve ser rejeitado, findando as possibilidades de recursos e o Estado obrigado a pagar um aumento de 25% aos servidores, concedido por governos anteriores de forma retroativa a 2008.
PARECER SOBRE A “VITÓRIA DE PIRRO”
Em face da letalidade dos efeitos do julgamento do próximo dia 15 sobre a economia do Tocantins, O Paralelo 13 recorreu a uma fonte de alta relevância jurídica, em Brasília, que emitiu um parecer em que mostra um quadro claro de prejuízo aos cofres públicos, provocado por interpretações diferentes acerca de um mesmo assunto e pela morosidade da Justiça, enfatizando a necessidade de haver a aplicação do bom senso nos julgamentos.
“O plenário do Supremo, anos depois de impetrada ação direta de inconstitucionalidade, decidiu que a lei que revogou o aumento dos servidores é inconstitucional e, considerou legal, os efeitos da lei que concedeu o reajuste dos 25% dos servidores.
Ora, o STF, deveria ter no mínimo, modulado os efeitos de sua decisão, em homenagem a segurança jurídica e proteção da confiança, visto que a maioria dos estados, não está cumprindo, as diretrizes da lei de Responsabilidade Fiscal.
Trata- se de uma dívida antiga que, para ser paga, causará mais um rombo ao combalido Estado, que acabou de implementar medidas para reduzir seus gastos com pessoal.
Ao decidir a ADI 4013, o STF, em tese, poderia estabelecer um marco temporal, definido pelo próprio tribunal, a partir de quando os efeitos financeiros de sua decisão incidiriam.
A dívida acumulada pelo estado existe desde janeiro de 2008. Como será paga, é outra questão inquietante.
Portanto, efeitos prospectivos da decisão do STF de 2016, na ADI 4013, ajudariam não agravar o cenário de crise atual do estado agonizante das finanças públicas no TO.
Todavia, a morosidade do STF causou fortes impactos financeiros.
De outra banda, forçoso é concluir que os servidores não podem pagar o preço pela lentidão da justiça.
Criado o impasse entre os valores: interesse social e segurança jurídica há que prevalecer o bom senso de todos os envolvidos”, encerrou.
MINAS GERAIS
Em Minas Gerais, no dia seguinte à sua posse, o governador Romeu Zema reuniu assessores para discutir discutir saídas parta o caos econômico, sob a consultoria do ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco – que ainda participou da formatação da área econômica do plano de governo. Na primeira entrevista depois de eleito, Zema afirmou temer que a situação de Minas Gerais seja ainda pior que o cenário divulgado pelo governo. A previsão de déficit do estado para 2019 é de R$ 11,4 bilhões. O mesmo valor é devido aos municípios mineiros em IPVA, ICMS, verbas da saúde e transporte escolar. Também sobrou para a nova administração o 13º salário de 2018 do funcionalismo, uma conta de R$ 2,1 bilhões.
BRASIL
Jair Bolsonaro iniciou seu governo com o duro desafio de recolocar o país em um ritmo de crescimento compatível com, ao menos, a média mundial.
Desde 2011, quando o governo Dilma Rousseff tentou sem sucesso acelerar o crescimento alterando o tripé da política econômica, o PIB brasileiro tem comportamento abaixo da média mundial.
Esta diferença de desempenho foi dramática em 2015 e 2016, quando o mundo se expandiu em torno de 3% ao ano e o Brasil viveu recessão profunda.
A defasagem do crescimento brasileiro fica ainda maior quando a comparação é feita com a média dos países emergentes. Em um cenário de incerteza nos mercados globais, a projeção para a expansão destes países vem caindo, mas continua perto dos 5%, o dobro do avanço projetado para a economia brasileira neste ano, de 2,5% segundo a pesquisa Focus. O ex-ministro Delfim Netto disse à Bloomberg que o Brasil caminha para o “subdesenvolvimento relativo”.
Apesar de a inflação abaixo do centro da meta permitir ao Banco Central manter os juros em nível recorde de baixa, o desempenho da economia brasileira vem sendo prejudicado pelas incertezas fiscais. O déficit primário vem se mantendo acima dos R$ 100 bilhões ao ano desde 2015.
O mercado flertou com o otimismo de que o governo daria um grade passo para conter o déficit com a reforma da Previdência no governo Temer, mas a torcida dos investidores foi frustrada pela delação da JBS, que minou a força política do presidente.
A nova aposta do mercado é o governo Bolsonaro, que além das reformas fala em acelerar as privatizações e desregular a economia. Assim como no governo Temer, a grande dúvida é se o governo terá força política para implementar sua agenda.