O gabinete ministerial de Michel Temer por pouco não se esfarelou. Nas primeiras 24 horas após a divulgação da delação daJBS, aliados que davam sustentação ao presidente ameaçaram pedir demissão em bloco para se distanciar da crise
Com Informações da Folha de São Paulo
Foi “uma conspiração”, nas palavras de um auxiliar direto de Temer que relembrou a quarta-feira que incendiou a política do país, há um ano.
Em conjunto, cinco partidos começaram a articular um desembarque. Horas depois da publicação pelo jornal O Globo de informações sobre a conversa gravadaentre Joesley Batista e Temer, alguns ministros se reuniram para discutir o assunto na casa de Rodrigo Maia (DEM).
Logo na manhã seguinte, três deles telefonaram ao Palácio do Planalto para dar um aviso prévio: prometeram entregar suas cartas de demissão e alertaram que outras viriam.
Naquele 17 de maio, o governo quase explodiu. O movimento daria início a um desmanche da base congressual. Não haveria outra saída senão renunciar, admitem aliados.
A bomba foi desarmada com duas ferramentas. Primeiro, Temer jogou uma nuvem sobre a gravação e pediu aos ministros que esperassem até que detalhes viessem a público.
Na conversa, Joesley indica que fazia pagamentos a Eduardo Cunha para evitar uma delação do ex-deputado. Temer responde com a célebre frase: “Tem que manter isso, viu?”.
Para demover auxiliares da fuga em massa, o presidente cometeu um deslize que jamais repetiu. Admitiu que, sim, entendera que Joesley pagava Cunha. Ponderou que se tratava de um auxílio à família do ex-deputado e disse não ter feito objeções.
O segundo artifício foi mais simples: Temer ofereceu poder real aos aliados. Se ele caísse, quem o substituiria numa eleição indireta? Os partidos manteriam seus quinhões?
Na negociata, o presidente queimou capital político para comprar a fidelidade dos aliados. Estava enterrada a reforma da Previdência e, praticamente, o restante de seu mandato. Temer sobreviveu, mas o governo acabou em 17 de maio de 2017.
Candidaturas de Amastha e Mário Lúcio Avelar são indeferidas e Tocantins terá campanha relâmpago para definir futura eleição
Por Edson Rodrigues
Os últimos martelos foram batidos no fim da tarde desta quarta-feira. A candidatura de Kátia Abreu (PDT) teve o registro aprovado por unanimidade pelo Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins. O pedido de impugnação da candidatura foi feito pelo candidato Márlon Reis (Rede sustentabilidade) e pela coligação de Carlos Amastha (PSB).
O questionamento foi sobre o cumprimento do prazo de filiação partidária de seis meses e também porque não deixou a presidência da Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Faet) no prazo legal de quatro meses.
Segundo os juízes, o caso de Kátia é diferente dos motivos que levaram a impugnação da candidatura de Carlos Amastha. Pois no caso do ex-prefeito de Palmas, o prazo de desincompatibilização do cargo é determinado pela Constituição Federal.
CARLESSE
O governador interino Mauro Carlesse (PHS) também teve o registro de sua candidatura aprovado em julgamento foi realizado na manhã desta quarta-feira. A candidatura de Wanderley Barbosa a vice-governador também foi deferida.
O relator do caso, o juiz Adelmar Aires Pimenta, deferiu a candidatura alegando que o candidato não descumpriu o prazo para protocolo do pedido de registro. Esse era o argumento das coligações que pediram a impugnação.
MÁRLON REIS
Ontem o TRE-TO já havia aprovado a candidatura de Márlon Reis (Rede) ao governo do Tocantins, na eleição suplementar. O pedido de impugnação tinha sido feito pela coligação Reconstrindo o Tocantins da candidata Kátia Abreu (PDT) por entender que Marlón não tem vínculo com o estado.O advogado da coligação Sândalo Bueno Nascimento sustentou que Márlon Reis nunca exerceu atividade no Tocantins. "Houve uma mudança pensada para concorrer as eleições. A vida dele sempre foi no Maranhão. O único vínculo que ele tem com o estado é que ele nasceu em Pedro Afonso", argumentou.
AMASTHA E MÁRIO LÚCIO AVELAR
Quem ficou de fora FOI O EX-PREFEITO DE Palmas, Carlos Amastha. O TRE-TO indeferiu na terça-feira, 15, por 5 votos a 1, o pedido de registro de candidatura do ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB), da coligação “A Verdadeira Mudança”. Apesar do parecer favorável do relator, juiz Agenor Alexandre da Silva, e da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE), a maioria dos desembargadores e juizes da Corte concluíram que prazo constitucional não pode ser mitigado.
A impugnação de Amastha foi pedida pelo candidato Márlon Reis (Rede) e pelas coligações “É a Vez dos Tocantinenses”, de Vicentinho Alves (PR), “Reconstruindo o Tocantins”, de Kátia Abreu, e “Governo de Atitude”, de Mauro Carlesse (PHS).
Quem deu azar foi o procurador da República licenciado Mário Lúcio Avelar. O motivo é que o partido dele, o Psol, está suspenso pela Justiça Eleitoral por falta de prestação de contas de 2015 e, por esse motivo, sua candidatura foi negada pelo TRE-TO.
A coligação “A Verdadeira Mudança”, do ex-prefeito Carlos Amastha (PSB), tinha pedido a impugnação de Mário Lúcio por outro motivo, o fato de ele não ter seis meses de filiação partidária — só ingressou no Psol no dia 14 de março.
O Psol e o seu candidato a governador Mário Lúcio Avelar afirmaram que vão recorrer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da decisão do TRE-TO.
VICENTINHO ASSISTE DE CAMAROTE
O único candidato à eleição suplementar que assistiu de camarote a guerra das impugnações sem ter seu nome contestado foi Vicentinho Alves. O Pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO) deferiu ainda na terça-feira, 15, o registro de candidatura deVicentinho Alves (PR) pela coligação “A Vez dos Tocantinenses” e do seu vice, Divino Bethânia Júnior (Pros).
Vicentinho Alves tem 60 anos e é natural de Porto Nacional, na região central do Tocantins. Ele foi prefeito da cidade entre 1989 e 1992. Ficou alguns anos fora da política e voltou em 1999, quando se elegeu deputado estadual ficando no cargo até 2007.
Em 2008 foi eleito deputado federal e em 2011 ficou como suplente de senador. Alves assumiu a vaga que Marcelo Miranda não pode ocupar após ser barrado pela Lei da Ficha Limpa. Além da carreira política, Alves é piloto comercial, agropecuarista e empresário.
A eleição suplementar está marcada para o dia 3 de junho.
Sistema de propina da empreiteira, entretanto, não tem menção direta alguma a respeito do sítio usado pelo ex-presidente Lula, diz a Polícia Federal
Por iG São Paulo
Em um laudo juntado, nesta quarta-feira (16), ao processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – referente às obras no sítio de Atibaia, no interior de São Paulo –, peritos da Polícia Federal (PF) apontaram a movimentação de R$ 700 mil das contas do setor de propinas da Odebrecht.
Segundo os especialistas, esse dinheiro saiu de um caixa único da empreiteira abastecido por diversas obras, tanto no Brasil quanto no exterior, inclusive da Petrobras. O documento foi anexado à ação penal sobre o sítio de Atibaia , em que Lula é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
De acordo com a força-tarefa da Operação Lava Jato, esse imóvel pertence a Lula e as reformas foram custeadas como forma de repasse dissimulado de propina. Segundo os procuradores, o ex-presidente recebeu propina de R$ 1,02 milhão da Odebrecht , OAS e Schahin por meio de obras feitas no imóvel.
Essa acusação é baseada na delação premiada do engenheiro Emyr Diniz Costa Júnior que disse ter recebido exatamente R$ 700 mil para a compra de materiais e serviços relacionados à obra.
Costa Júnior entregou ao juiz Sérgio Moro uma planilha no mesmo valor, em novembro de 2017 e, segundo o engenheiro, o pagamento teria saído do departamento de propinas da empreiteira.
De acordo com o laudo, foram identificados realmente dois pagamentos de R$ 300 mil e R$ 400 mil que totalizam os R$ 700 mil usados em Atibaia. Os valores, de acordo com os peritos, saíram da obra “UO011203 –AQUAPOLO”.
A obra é a mesma cujo nome aparece nos documentos apresentados pelo engenheiro da Odebrecht à Justiça Federal no Paraná. Para os peritos, os valores são oriundos de dinheiro de obras da Petrobras. A defesa do ex-presidente Lula nega que ele tenha recebido benefícios ou vantagens indevidas.
Sem menções ao sítio de Atibaia
Ainda no mesmo laudo, a PF diz não ter encontrado menções ao imóvel nos sistemas usados pela Odebrecht para gerenciar o pagamento de propinas.
De acordo com o laudo, foram analisados 11 discos rígidos e dois pendrives que contêm os dados dos sistemas Drousys e MyWebDay, utilizados pelo Setor de Operações Estruturadas da empreiteira.
“Não foram encontradas, no contexto da ação penal, até a data de emissão deste laudo, nas pesquisas efetuadas no material examinado (Sistema Drousys e Sistema MyWebDay), documentos ou lançamentos que façam referências a termos tais como sítio de Atibaia , sítio, Atibaia e Santa Bárbara”, escreveram os peritos.
A cerimônia da assinatura do Termo de Lançamento da VII Unidade do Colégio da Polícia Militar do Tocantins (CPM) foi realizada nesta quarta-feira, 16, em Gurupi, sul do Tocantins. A ação é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc) e objetiva ampliar parceria com a PM, visando o fortalecimento da educação no Estado.
Por Thaís Souza
No pátio do 4º Batalhão da Polícia Militar do Tocantins (BPM), a secretária Adriana Aguiar falou de sua satisfação em poder colaborar com o município de sua origem. “Estou emocionada e grata em poder compartilhar esta conquista, que é também uma responsabilidade e um desafio. Conto com o apoio de todos, lembrando que a instalação desta unidade de ensino é resultado da mobilização da comunidade”, frisou.
Na ocasião, a professora Adriana Aguiar também destacou que a unidade passará por reforma para melhor atender alunos e professores. “Nesta obra, serão investidos mais de R$ 1,2 milhão. Esta é mais uma oportunidade de ensino para o aluno. Vale ressaltar a qualidade das escolas públicas de Gurupi, e essa implantação atende a uma reivindicação da comunidade escolar”, concluiu.
Para o coronel Marcelo Falcão, a parceria tem trazido bons resultados no processo ensino-aprendizagem. “O Colégio da Polícia Militar tem um modelo de gestão com foco na disciplina, na organização e na concentração dos alunos. Os colégios militares são destaques no Exame Nacional do Ensino Médio e referência no ensino”, ponderou.
Karina Alves de Almeida, aluna do 9º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Dr. Joaquim Pereira da Costa, frisou que pretende estudar na nova unidade do CPM, assim que estiver em funcionamento. “Meu sonho sempre foi ser policial militar. Fazer parte desta escola e conviver com esses profissionais, que admiro, contribuirão para o meu crescimento pessoal e profissional”, afirmou.
Conforme o estudante Mateus Rodrigo Pereira Lucena, de 15 anos, do Centro Educacional Paroquial Fé e Alegria Bernardo Sayão, esta é uma oportunidade a mais para que ele possa “alcançar seus sonhos e ter exemplos de profissionais para se espelhar”, enfatizou.
Colégio da Polícia Militar
Atualmente, o Tocantins conta com seis unidades de Colégio da Polícia Militar, atendendo mais de 5.500 estudantes. Estas unidades estão instaladas em Paraíso do Tocantins, Araguatins, Araguaína, Arraias e Palmas. A VII Unidade, que ofertará da 1ª a 3ª série do ensino médio, foi implantada em Gurupi, e atenderá mais de 600 alunos. A meta do Governo do Tocantins é que mais três unidades sejam implementadas ainda neste ano em Guaraí, Porto Nacional e Colinas.
Davi Abrantes, diretor Regional de Educação de Gurupi, reforçou que as escolas vêm apresentando jovens cada vez mais preparados para os exames de admissão em universidades e atuação imediata no mercado de trabalho. “Mais uma unidade educacional no município representa um ganho imenso, pois a educação é uma ferramenta transformadora da sociedade”. Após a solenidade de lançamento, a equipe técnica da Seduc visitou o prédio onde funcionará a VII Unidade Militar do Tocantins.
Com Assessoria
Em reunião com representantes do Banco Mundial, o governador Mauro Carlesse determinou aos técnicos do Governo agilidade nos processos de contratação de obras financiadas pelo Programa de Desenvolvimento Regional Integrado Sustentável – PDRIS. O encontro ocorreu nesta quarta-feira, 16, com o especialista em transporte Satoshi Ogita e o coordenador de operações no Brasil, Paul Procee. “O governador do Estado tem interesse de estender esse projeto, mas para isso acontecer precisamos de avanços. O pessoal daqui está bastante animado e vamos trabalhar em cima de um cronograma e espero que tudo dê certo”, disse Paul.
O contrato do PDRIS, no valor de US$ 300 milhões, prevê obras de infraestrutura no Estado, sendo que 60% foram realizados e os 40% restantes tem prazo até o final deste ano para ser executado. Ao ser informado de que o atraso nas obras se dá pela burocracia no governo, Carlesse demonstrou indignação. “Com o Tocantins precisando de recursos para obras e o Governo com US$ 120 milhões a disposição e muitos projetos estão parados por culpa da má gestão. Agora, com responsabilidade iremos destravar esses processos e dar andamento a esse programa”, disse o Governador.
A maior parte dos recursos do Banco Mundial financia o Contrato de Reabilitação e Manutenção (CREMA 2), em andamento no Tocantins desde 2012, para a restauração de 1.300 km de rodovias no Tocantins. O Governador disse aos executivos que pretende buscar novo financiamento junto ao Banco Mundial, para a restauração de 6 mil quilômetros de rodovias. Para tanto, disse que está trabalhando para garantir estabilidade administrativa, política e jurídica ao Estado. “Assumi o governo a poucos dias, mas estamos tratando as coisas com seriedade e não vamos dispensar qualquer recurso que venha desenvolver o nosso Tocantins”, finalizou.