Tradicionalmente vazios nos feriados, hotéis de Brasília terão lotação máxima nos próximos dias. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Distrito Federal (Abih-DF) apontam para uma ocupação de quase 100% na próxima segunda-feira, 6, e no dia 7, data em que ocorrerão manifestações a favor e contra o governo federal.
Por Lauriberto Pompeu 4 horas atrás
"Em nenhum feriado de 7 de Setembro houve uma mobilização em função de desfile, comemoração da independência, nada disso", afirmou o presidente da associação, Henrique Severien, ressaltando o caráter inédito deste ano. De acordo com Henrique, são poucas as vagas disponíveis em hotéis no Plano Piloto, região central de Brasília, para os dias 6 e 7, e todas correspondem a unidades de categoria superior, como suítes presidenciais. "A previsão é de 100% (de ocupação nos dias 6 e 7). Dia 8 é queda, uns 75%, 80%", afirmou.
"Tem mais alguma coisa ou outra em algum empreendimento (disponível). O resto está tudo vendido, principalmente no dia 6 e 7. Do dia 7 para o dia 8, tem uma quedinha, mas é possível que se venda no próprio dia porque o índice de ocupação vem aumentando", declarou o presidente da Abih-DF.
Ao reforçar o ineditismo do feriado deste ano, Henrique Severien lembrou que Brasília costuma ficar vazia durante o feriado de 7 de Setembro, quando normalmente os habitantes da cidade viajam para outros Estados. "A cidade fica vazia por conta da ausência de agenda política", disse.
O presidente Jair Bolsonaro tem incentivado apoiadores a participar das manifestações, que têm como mote críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a defesa do voto impresso, proposta já derrotada na Câmara dos Deputados. Bolsonaro radicalizou o discurso e acusa o Poder Judiciário de armar um "complô" contra ele para beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Por causa dos atos bolsonaristas, neste ano a cidade vai receber caravanas de apoiadores do presidente vindas de todo o País. Brasília é, ao lado de São Paulo, as cidades onde estão sendo convocados as principais manifestações a favor de Bolsonaro e contra o STF. O presidente da República vai participar de manhã do evento na capital federal, que vai acontecer na Esplanada dos Ministérios, e depois vai seguir para São Paulo, onde seus apoiadores vão se concentrar na Avenida Paulista.
Em contraste com cenário atual, o presidente da Abih-DF apontou como era a situação em outros anos para o feriado do Dia da Independência. "Os brasilienses todos viajam, não fica ninguém, a cidade fica bem tranquila. Historicamente sempre abaixo de 40% de ocupação (dos hotéis). Pela primeira vez nós temos um cenário de esgotamento da oferta", declarou.
O representante do setor hoteleiro também afirmou que o aumento repentino da demanda fez com que os hóteis tivessem que se adaptar de última hora e aumentar o número de funcionários. "Não temos efetivo para suportar uma demanda de 100% quando vínhamos trabalhando abaixo dos 30% o ano inteiro", afirmou.
Henrique ressaltou que a pandemia do coronavírus tem afetado negativamente o setor e que, por isso, o aumento da demanda foi ainda mais inesperado.
"Levando em consideração que nós vivemos uma das maiores crises da história na hotelaria, no Distrito Federal, no Brasil e no mundo, é natural que nós tenhamos que recorrer a contratação de mão de obra extra a toque de caixa", pontuou.
O governo do Distrito Federal anunciou nesta semana algumas ações para garantir a segurança e evitar confronto nos atos do 7 de setembro. Entre as medidas estão a revista para impedir que os manifestantes entrem com qualquer tipo de arma, a ação integrada entre as diversas forças de segurança e a separação dos atos contra e a favor de Bolsonaro. Enquanto as manifestações governistas vão acontecer na Esplanada, as da oposição estão programadas para serem realizadas na região da chamada "Torre de TV", distante 3 quilômetros dos atos bolsonaristas.
Com assinatura do novo termo, são mais de 65 núcleos de identificação que foram instalados em todas as regiões do estado. 76 processos foram montados para emissão de identidades na ação desta sexta-feira
Por Walquerley Ribeiro
Durante as ações do Governo do Estado com o programa “Tocando em Frente”, nesta sexta-feira (03), em Barra da Aroeira, comunidade quilombola e distrito de Santa Tereza, o governador Mauro Carlesse, a Secretaria da Segurança Pública do Tocantins (SSP-TO), e o prefeito anfitrião, Antônio da Silva Campos, assinaram o Termo de Acordo Técnico para instalação do Núcleo de Identificação no município.
Agora, são mais de 65 Núcleos de Identificação, instalados em todas as regiões do estado. Os núcleos são vinculados à Secretaria da Segurança Pública do Tocantins (SSP-TO), por meio da Superintendência da Polícia Científica.
Com o Termo, a Prefeitura fica responsável pelo local, estrutura, equipamentos e auxílio com os atendimentos. Os treinamentos são realizados pela SSP.
Ação cidadã: processos para emissão de identidade
A comunidade quilombola de Barra da Aroeira, distrito de Santa Tereza, foi contemplada, nesta sexta-feira, durante a ação do programa “Tocando em Frente, com os serviços de emissão de documentos de Identidade.
“Veio na hora certa. Foi muito bom porque não preciso mais me deslocar para outro município para fazer a identidade da minha filha”, disse Manara Barreira Fonseca, 25 anos, que levou sua filha Maria Clara, de 6 anos, para tirar a primeira identidade.
Natural de Barra da Aroeira, o quilombola Joaquim Barreira de Macedo, 71 anos, confessou que o serviço de emissão de documento veio na hora que ele mais precisava. “Já estava procurando uma locomoção para ir em outra cidade ajeitar minha identidade”, conta o lavrador.
No total, 76 processos foram montados para emissão de identidades.
“Os prefeitos estão colaborando e participando com intuito de amenizar as dificuldades da população para emissão de seus documentos de identificação. Por meio dessa parceria, após a instalação do Núcleo de Identificação, a população de Santa Tereza não precisará mais se deslocar da cidade para emissão do documento”, explica a diretora do Instituto de Identificação da SSP/TO, Naídes César.
Barra da Aroeira
Distrito de Santa Tereza, a comunidade quilombola tem sua história registrada desde 1971. Atualmente, são 117 famílias e aproximadamente 1.200 pessoas que residem no local.
Com uma agenda poderosa nas mãos, o presidente do Congresso quer, de preferência, disputar o Palácio do Planalto como o candidato da chamada terceira via
Por Rafael Moraes Moura, Letícia Casado
Na segunda-feira 30, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), visitou a sede da Confederação Nacional do Comércio em Brasília. A pauta oficial previa um debate sobre os rumos da economia e a defesa da aprovação das reformas tributária e administrativa, que estão em tramitação no Congresso. Como já ocorreu em outras reuniões com representantes do empresariado, Pacheco foi questionado sobre um assunto que ele evita em público, mas trata com especial atenção nos bastidores: a possibilidade de concorrer à Presidência da República em 2022. Sua resposta foi a de costume. “Eu não posso falar sobre isso”, desconversou, frisando que qualquer comentário a respeito do tema poderia gerar ainda mais instabilidade entre os poderes. A novidade apareceu na emenda. “Mas vocês podem (falar sobre a candidatura)”, acrescentou o senador. Embora bem ao estilo mineiro, foi um sinal de que Pacheco, advogado de 44 anos que exerce seu primeiro mandato no Senado, quer ter papel de protagonista na sucessão presidencial — de preferência, disputando o Palácio do Planalto como o candidato da chamada terceira via.
Até aqui, a tentativa de construção de uma candidatura capaz de romper a polarização entre o ex-presidente Lula e Jair Bolsonaro, que lideram as pesquisas, não tem sido bem-sucedida. Uma dezena de nomes já foi testada e os mais competitivos entre eles alcançam no máximo 10% de intenções de voto. Levantamento da Quaest Consultoria divulgado na quarta-feira 1º mostrou Lula com porcentuais entre 44% e 47%, a depender do cenário, enquanto Bolsonaro marcou entre 25% e 26%. Os concorrentes da terceira via com melhor desempenho ficaram muito atrás. O eterno presidenciável Ciro Gomes (PDT), o governador João Doria (PSDB) e o ex-ministro Henrique Mandetta (DEM) atingiram, respectivamente, 9%, 6% e 2%. Eles ainda colheram outro dado ruim. Hoje, os três têm um nível de rejeição superior ao de Lula. “Se quiser se viabilizar, a terceira via terá de apostar num nome desconhecido e com baixa rejeição”, defende o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest. É essa lógica que alimenta os sonhos presidenciais de azarões como o governador Eduardo Leite (PSDB), a senadora Simone Tebet (MDB) e o próprio Pacheco, que são bem menos conhecidos e enfrentam rejeição inferior à de Lula.
SER OU NÃO SER - Moro: o ex-juiz faz suspense sobre sua candidatura
Embora o presidente do Senado tenha apenas 1% de intenção de voto, ele ainda é desconhecido por 60% da população e lida com uma rejeição de 31%, menor do que a do petista (40%) e metade da de Bolsonaro (62%). Essa combinação dá a Pacheco condições de garimpar votos, sobretudo entre os indecisos, que chegam a superar 50% nas pesquisas espontâneas, aquelas em que não é apresentada ao entrevistado uma lista de presidenciáveis. O maior trunfo do senador está no cargo que ocupa. Como chefe do Legislativo, ele tem se esforçado para reduzir as tensões institucionais e aprovar pautas capazes de impulsionar a economia. Recentemente, arquivou o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e foi decisivo para a aprovação do projeto de autonomia do Banco Central. Essa atuação como amortecedor político e catalisador econômico cacifou o parlamentar entre setores cansados da beligerância reinante no país e ainda levou o DEM, seu atual partido, e o PSD, que quer filiá-lo, a testar as suas possibilidades eleitorais.
“O Rodrigo Pacheco se encaixa nesse perfil de renovação. É a pessoa certa no lugar certo”, diz o presidente do PSD, Gilberto Kassab. “O crescimento do Rodrigo se dará no ano que vem. Ele não vai abandonar sua responsabilidade como presidente do Senado para entrar numa pré-campanha.” Trata-se de uma estratégia de médio prazo, uma maneira de estar no jogo sem receber pedradas enquanto se movimenta. Pacheco sabe que seu cargo pode lhe render cada vez mais aliados, principalmente se ele contribuir para a distensão política e a modernização do país. Além disso, enquanto cuida da agenda legislativa, já há uma estrutura trabalhando por ele nos bastidores. Kassab, por exemplo, está planejando candidaturas fortes do PSD a governador em grandes colégios eleitorais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Se depender dele, o partido será representado nesses estados pelo ex-governador Geraldo Alckmin (convidado a trocar o PSDB pelo PSD), pelo prefeito Eduardo Paes e pelo também prefeito Alexandre Kalil.
NA LISTA - Mandetta: boa projeção durante a pandemia do coronavírus -
Longe dos holofotes, o presidente do Senado tem se aconselhado em diversas searas. Entre seus interlocutores, destacam-se o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto e o publicitário Nizan Guanaes. Em junho, o senador jantou na casa do apresentador Luciano Huck, no Rio, depois de o global desistir de concorrer em 2022. O encontro foi organizado pelo ex-governador Paulo Hartung e serviu para que os comensais se conhecessem pessoalmente e conversassem sobre cenário político, perspectivas para a eleição e economia. De fala mansa e perfil conciliador, Pacheco não costuma comprar briga com ninguém e estende a mão ao diálogo para a direita e para a esquerda. Apoiado por Bolsonaro na eleição para o comando do Senado, ele segurou a instalação da CPI da Pandemia até que uma decisão judicial a tornasse inevitável. Com a comissão criada, nada fez para impedir o seu trabalho, exatamente como queriam os petistas, que também votaram nele para chefiar a Casa.
Apesar da carreira política construída em Minas, Pacheco nasceu em Rondônia. Caso se decida pela candidatura presidencial, ele se apresentará como mineiro. Não é à toa. Desde a redemocratização, todos os presidentes eleitos venceram no estado, o segundo maior colégio eleitoral do país, com 15,5 milhões de votos (10,6% do total), atrás apenas de São Paulo. De cada dez votos em jogo, um é de Minas. “Minas é fundamental para qualquer eleição presidencial. Junto do Rio, são dois estados que podem definir a eleição, porque é quase certo que o Centro-Oeste e o Sul vão apoiar o Bolsonaro, enquanto o Nordeste vai estar com o ex-presidente Lula. É o Sudeste que provavelmente vai virar esse jogo, na direção de um ou de outro ou alavancando uma candidatura de terceira via”, declara Felipe Nunes. Ele acrescenta que, apesar de Pacheco ter apenas 1% de intenção de voto, seu baixo conhecimento e sua baixa rejeição lhe garantem um alto potencial de crescimento. “Se ele será ou não candidato, é outra questão. Vai depender da capacidade de articulação política do próprio Kassab, de tirar outros players importantes do jogo, porque, como a gente sabe, não tem espaço para todo mundo”, arremata Nunes.
Os tais players por enquanto não dão sinais de que pretendem desistir. Doria e Eduardo Leite vão disputar as prévias tucanas. Famoso nacionalmente pela atuação durante a pandemia, o ex-ministro Mandetta quer manter sua candidatura pelo DEM. Já o Podemos abriu as portas para o ex-juiz Sergio Moro, que numa eventual campanha poderá se apresentar como o candidato que mandou Lula para a prisão e deixou a gestão Bolsonaro acusando o presidente de interferir politicamente na Polícia Federal. Moro ainda não respondeu se abraçará a nova missão. O desafio de Rodrigo Pacheco é se destacar nesse balaio centrista e, se possível, ser o único representante desse espectro político. VEJA perguntou ao senador se ele disputará a Presidência da República. “Não sou candidato. A hipótese agora é de unificação nacional e esse tipo de movimento acaba atrapalhando”, respondeu Pacheco. Não é candidato agora. Nada que o impeça de disputar a preferência do eleitorado em outubro de 2022, se a tão falada terceira via sair do papel. Os mineiros, mesmo os nascidos em Rondônia, trabalham em silêncio.
Publicado em VEJA de 8 de setembro de 2021, edição nº 2754
Data antecede feriados da Independência do Brasil e da Padroeira do Estado
Por Vania Machado
O governador do estado do Tocantins, Mauro Carlesse, decretou ponto facultativo na segunda-feira, 6, dia que antecede os feriados da Independência do Brasil e da Padroeira do Estado, Nossa Senhora da Natividade, celebrados nas datas de 7 e 8 de setembro, respectivamente. A medida consta no Decreto nº 6.304 que será publicado no Diário Oficial do Estado, edição desta sexta-feira, 3.
Conforme o Decreto, o ponto facultativo não se aplica aos serviços essenciais como saúde e segurança que já atuam em caráter de plantão, cabendo aos dirigentes dos órgãos e das entidades a preservação e o funcionamento dos mesmos.
“Pedimos total prudência aos nossos servidores para que evitem aglomerações e que mantenham todos os cuidados para que a gente continue mantendo essa baixa nos casos de covid-19. Que todos aproveitem esse merecido descanso com os seus familiares e revigorem as energias para, na próxima quinta-feira, 9, voltar ao trabalho e bem servir o cidadão tocantinense”, orientou o governador Mauro Carlesse.
Contrato assinado com a empresa Bahia Mineração será de 35 anos
Por Andreia Verdélio
O presidente Jair Bolsonaro participou hoje (3) da cerimônia de assinatura da concessão da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), no município de Tanhaçu, na Bahia. O contrato foi assinado com a empresa Bahia Mineração (Bamin) e terá duração de 35 anos.
Antes do evento, Bolsonaro visitou as obras da ferrovia, acompanhado do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, e de outras autoridades. O presidente parabenizou Freitas e seus demais ministros pelo trabalho na atração de investimentos para o país. “Essas pessoas, para poderem trabalhar, eu dei pra eles a total liberdade, porque acredito na responsabilidade de cada um deles. E formando dessa maneira [a equipe ministerial], a iniciativa privada, que é aquela que realmente leva o país pra frente, vem atrás de nós porque tem a confiança naquilo que nós fazemos”, disse.
O contrato assinado nesta sexta-feira é referente ao trecho entre Ilhéus e Caetité, na Bahia, chamado de Fiol 1, com 537 quilômetros de extensão. A expectativa é que a Fiol 1 comece a operar em 2025, transportando mais de 18 milhões de toneladas de carga.
Em um primeiro momento, 16 locomotivas e 1,4 mil vagões estarão em operação, dos quais, pelo menos, 1,1 mil serão destinados ao escoamento de minério de ferro. Em 10 anos, em 2035, a expectativa é que volume de carga supere os 50 milhões de toneladas transportadas em 34 locomotivas e 2,6 mil vagões.
Ainda nesta sexta-feira, Bolsonaro tem agendas no Recife, em Pernambuco. Na cidade, ele participa da inauguração da Escola de Formação de Luthier e Archetier da Orquestra Criança Cidadã e da solenidade de passagem do Comando Militar do Nordeste.
Leiloada em abril, a Fiol 1 receberá investimentos privados de R$ 3,3 bilhões, sendo que cerca de R$ 1,6 bilhão será usado para o término do segmento, hoje com 75% das obras concluídas.
O governo também avança com o projeto da Fiol 2, entre Caetité e Barreiras, também na Bahia. As obras do trecho de 485,4 quilômetros de extensão estão em andamento, inclusive com a participação do Exército na execução. Já a Fiol 3, de Barreiras a Figueirópolis, em Tocantins, aguarda licença de instalação.
De acordo com o Ministério da Infraestrutura, quando estiver pronta, a Fiol será um corredor de escoamento com 1.527 quilômetros de trilhos, ligando o futuro porto de Ilhéus, no litoral baiano, ao município tocantinense de Figueirópolis, ponto em que se conectará com a Ferrovia Norte-Sul e o restante do país.