TO-247 começou a receber processo conhecido como imprimação
Por Erica Lima
O Governo do Tocantins, por meio da Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto), iniciou a aplicação da capa asfáltica no trecho da TO-247, entre Lagoa do Tocantins e São Felix.
A rodovia, que dará acesso ao Jalapão, está recebendo obras de drenagem e pavimentação e, nesta semana, começou a ser realizado o processo conhecido como imprimição, ou seja, a aplicação da primeira capa de material asfáltico responsável por realizar a impermeabilização do segmento.
A população da região tem comemorado a chegada do asfalto. O agricultor familiar Edson Cerqueira Dias, conhecido como Riquinho, morador do Jalapão desde 1963, destacou que a rodovia vai tirar a população do isolamento. “O povo aqui é isolado e muito carente, com o asfalto acredito que essa região vá desenvolver, porque a gente vai poder levar nossas coisas pra vender com mais facilidade na cidade”, frisou.
A Ordem de Serviço da obra foi efetivada no final de maio. Os trabalhos ocorrem de maneira acelerada. De acordo com a secretária da Infraestrutura e presidente da Ageto, Juliana Passarin, duas frentes de serviço atuam no trecho. “Estamos trabalhando com celeridade para garantir o cumprimento do cronograma pré-estabelecido para a obra”, explicou.
Essa primeira etapa de pavimentação beneficiará 50 km da rodovia. Com a conclusão das obras, a TO-247 será mais uma opção de acesso aos atrativos do Jalapão, além das rodovias TO-030, TO-110 e TO-255. O acesso à rodovia é feito pelo município de Santa Tereza do Tocantins, de lá até Lagoa do Tocantins a pista já é pavimentada.
A rota para o Jalapão por esse caminho, depois de pavimentado, deve facilitar o acesso e encurtar o tempo de viagem para turistas e moradores da região. “A rodovia trará muitos benefícios para o turismo, mas também dará acesso a população da região que sairá do isolamento e terá acesso fácil aos serviços públicos”, destacou a secretária.
O valor foi alcançado com exportações de US$ 5,913 bilhões e importações de US$ 4,044 bilhões, durante o período
Com Agência Estado
A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 1,869 bilhão na quarta semana de julho (dias 19 a 25). De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (26) pela Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Economia, o valor foi alcançado com exportações de US$ 5,913 bilhões e importações de US$ 4,044 bilhões.
Em julho, até o dia 25, a balança comercial acumula saldo superavitário em US$ 6,939 bilhões, com exportações em US$ 20,473 bilhões e importações de US$ 13,534 bilhões. No acumulado do ano, o saldo comercial é superavitário em US$ 43,670 bilhões.
As exportações registraram aumento de 42,7% na média diária de julho ante o mesmo período do ano passado, com crescimento de 13,5% na Agropecuária, avanço de 68,9% na Indústria Extrativa e alta de 43,9% nas vendas de produtos da Indústria de Transformação.
Já as importações subiram 55,0% no período, com crescimento 50,3% na Agropecuária, alta de 75,8% na Indústria Extrativa e avanço de 54,7% em produtos da Indústria de Transformação.
Apesar dos problemas causados pela pandemia, como a escassez e aumento do preço da matéria-prima e da energia elétrica, entre outros, empresário mantém otimismo e confiança para os próximos seis meses
Por Júnior Veras
Dados da Sondagem Industrial, levantamento realizado periodicamente pela Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (FIETO), revelam que no 2º trimestre de 2021 os indicadores de Satisfação com a Margem de Lucro Operacional e Situação Financeira alcançaram 54 e 56 pontos, respectivamente. Esses resultados, acima da linha divisória dos 50 pontos, indicam que os empresários tocantinenses mostraram satisfação com o cenário financeiro de seus negócios no período.
O estudo mostra que o indicador de Evolução da Produção ficou em 56 pontos, 10 pontos acima do resultado alcançado no mês de março. Já o índice Evolução do Número de Empregados passou de 52 pontos para 56, de março para junho deste ano.
Os dois indicadores ultrapassaram a linha divisória dos 50 pontos, confirmando o crescimento da produção e mão de obra empregada no segmento no mês de junho. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) ficou em 69% em junho, ou seja, a capacidade máxima de produção da indústria tocantinense operou com 69%.
O indicador de Evolução de Estoques registrou 50 pontos em junho, ficando estável no período em análise. Já o índice de Estoque Efetivo Planejado atingiu 47 pontos, o que significa que os estoques ficaram abaixo do planejado para o mês de junho.
Dentre os principais gargalos ao desenvolvimento do setor industrial tocantinense a falta e o alto custo da matéria-prima aparecem em primeiro lugar, com 53,62% das respostas, seguido da falta e alto custo da energia elétrica, que passou do 4º para o 2º lugar, representando 31,88% dos entrevistados. Em terceiro ficou a elevada carga tributária com 27,54% das assinalações.
“Os números da pesquisa mostram que a indústria no Tocantins já está reagindo à crise causada pela pandemia, retomando o crescimento da produção e gerando mais empregos. O problema ainda é com a matéria-prima, que ficou escassa e mais valorizada no mercado. A estiagem também fez o valor da energia elétrica subir e impactou nos custos de produção da indústria. São desafios que teremos que superar com cautela para mantermos a produção em alta”, observa o presidente da FIETO, Roberto Pires.
A Sondagem Industrial revela ainda que não está nada fácil conseguir empréstimo no Tocantins. O indicador de Acesso ao Crédito atingiu 47 pontos no 2 º trimestre, o maior valor de toda série histórica. Apesar disso, segue abaixo dos 50 pontos. Aponta ainda que os empresários tocantinenses seguem otimistas em relação a demanda, compra de matéria-prima e número de empregados para os próximos seis meses, bem como em relação a demanda por seus produtos no mercado externo.
ICEI
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) referente ao mês de julho atingiu 64,6 pontos, ficando praticamente estável em comparação com junho ao apresentar uma pequena variação de 0,4 ponto. Já em relação ao mesmo período do ano anterior, o índice teve aumento de 8,8 pontos. Resultado acima dos 50 pontos indica que os empresários seguem confiantes para os próximos seis meses.
No que se refere aos indicadores que formam o ICEI, o de Condições Atuais passou de 58,3 pontos para 56,5 de junho para julho deste ano. E o de Expectativas, que em junho atingiu 68,4 pontos, em julho passou para 68,6. Valores acima dos 50 pontos revelam que na avaliação dos empresários consultados houve uma melhoria nas condições atuais da economia brasileira e de seus negócios em comparação com os últimos seis meses, e que as expectativas são otimistas. No relatório nacional o ICEI atingiu 62 pontos, ficando 2,6 pontos abaixo do resultado alcançado pelo Tocantins no período em análise.
Com Assessoria
Na manhã desta segunda-feira (26/7), os juízes auxiliares da presidência do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO), Manuel de Faria Reis Neto e Océlio Nobre da Silva, ao lado do juiz Márcio Soares, que coordena o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec), receberam o titular da Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), Heber Luís Fidelis Fernandes, e o Superintendente do Procon Tocantins, Walter Viana, para uma discussão inicial sobre a Lei 14.181/21, que entrou em vigor nesse mês de julho e atualiza o Código de Defesa do Consumidor (CDC) para incluir regras de prevenção ao superendividamento dos consumidores e prever audiências de negociação entre credor e devedor.
O superintende do Procon-TO explicou alguns pontos da nova lei e ressaltou que a ideia do órgão é criar uma parceria com o Poder Judiciário para apoio técnico-jurídico e capacitação de conciliadores e mediadores, que atuarão, em um primeiro momento, de forma administrativa para evitar processo judicial e auxiliar o consumidor a não voltar ao endividamento.
“A lei traz o conceito do que é uma pessoa superendividada e a possibilidade de mecanismos de tratamento através de audiências administrativas. Por meio da Seciju, buscamos criar ações em conjunto com o Poder Judiciário que são as duas esferas que vão tratar o superendividado. O intuito é trazer a resolução da demanda administrativamente primeiro. Dessa forma, o consumidor já vai ter o problema resolvido na audiência administrativa e de forma rápida. Se por ventura não for resolvida, o caminho próximo será a audiência judicial, por isso a importância do TJTO para auxílio técnico e capacitação dos conciliadores, já que possui expertise e tem uma estrutura pronta voltada para conciliação”, lembrou Walter Viana.
Tratativas
Coordenador do Nupemec, o juiz Márcio Soares pontuou que o primeiro encontro marca o início das tratativas para que o Poder Judiciário preste auxílio ao Procon na qualificação dos conciliadores e que o órgão sempre seguiu a linha do diálogo como solução consensual de conflitos.
“Nesse primeiro encontro, buscamos dialogar sobre possíveis tratativas referentes ao cumprimento da lei direcionada ao consumidor superendividado. Ficou encaminhado a possibilidade do Tribunal de Justiça, por meio do Nupemec, poder auxiliar na qualificação dos profissionais, tanto dos conciliadores e mediadores do Procon, quanto os conciliadores e mediadores do Poder Judiciário no que tange às especificidades da Lei do Superendividamento. O Procon sempre foi e vai continuarsendo uma das alternativas de solução consensual de conflitos”, destacou o magistrado.
Texto: Samir Leão / Fotos: Thaise/Procon-TO
Equipe de Filipe Barros fez gravação com cibercriminoso preso. Vídeo com informações falsas já foi visto mais de 500 mil vezes
Com Agência Estado
No fim de 2019, o hacker Marcos Roberto Correia da Silva foi preso pela primeira vez, em Uberlândia (MG), por atacar sites governamentais e aplicar golpes de internet. Foi pego enquanto visitava um amigo, mas se preocupou menos com o constrangimento e mais com a repercussão do fato. A todo tempo, com entusiasmo, perguntava aos policiais quando teria o nome e a imagem estampados. A publicidade dos feitos reforça a reputação de cibercriminosos como VandaTheGod, como é conhecido, e a divulgação - que não ocorreu - seria uma espécie de prêmio às avessas.
A propaganda que o jovem não obteve há um ano e meio agora lhe foi dada por um deputado bolsonarista interessado em usá-lo para colocar em xeque a credibilidade das urnas eletrônicas. Filipe Barros (PSL-PR) mandou uma equipe ao presídio Professor Jacy de Assis, em Minas, para que o hacker falasse para as redes sociais sobre as supostas habilidades capazes de derrotar a Justiça Eleitoral.
O vídeo enfeitado com trilha de suspense e com a indicação de ser “bombástico” foi visto 500 mil vezes. Reproduzido por canais e sites bolsonaristas como suposta prova de fragilidade das urnas, ele é repleto de informações falsas e enganosas. Fontes com acesso às investigações a que ele responde garantem que suas capacidades são muito menos sofisticadas do que o jovem quer fazer parecer.
Computador apreendido pela PF
Marcos Roberto foi perguntado se com tempo e estrutura conseguiria “invadir o sistema eleitoral”. Algemado, afirmou: “Conseguiria”. E disse que poderia inserir votos artificialmente em servidores: “Manipularia tudinho”. Há anos a Justiça Eleitoral usa tecnologia de ponta e recebe especialistas para testes públicos de segurança. Nenhum atestou o que Marcos declarou.
Com 25 anos, o jovem até pouco tempo usava um velho notebook Samsung e morava com uma companheira no assentamento Glória, na área de Uberlândia. Sem formação acadêmica, aprendeu sozinho a interagir com computadores e a programar. O vídeo foi ao ar em 16 de julho, dia em que Filipe Barros por pouco não amargou uma derrota. Perto de ver a proposta do voto impresso ser sepultada na comissão especial, ele e os governistas adiaram a análise até agosto. O presidente Jair Bolsonaro tem insistido que a urna eletrônica é passível de fraude.
No dia em que foi gravado pela equipe do deputado, o hacker contou ter sido chamado para conceder “entrevista a uma empresa de cibersegurança”. O jovem foi levado ao cartório da prisão, onde duas pessoas o aguardavam com câmera. Uma terceira fez perguntas por meio do celular de um dos presentes.
Os advogados do hacker tomaram ciência da gravação só após ela ir ao ar. Para eles, houve claro prejuízo à defesa e às garantias do preso, uma vez que o rapaz foi submetido a um contexto que pode implicá-lo em processos a que responde sem que tenha tido orientação técnica. “O deputado usou o Marcos como boneco de manobra política”, diz o advogado André Coura.
Cela individual
Questionada sobre o vídeo, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais frisou que as questões deveriam ser feitas ao deputado. Acrescentou que o jovem “aceitou ser entrevistado” sem o advogado. A pasta é comandada pelo bolsonarista Rogério Greco, ex-procurador de Justiça de Minas Gerais. A pedido do deputado, o sistema prisional “ampliou a segurança” do hacker, que agora está em cela individual. A equipe fez o preso assinar declarações em que atesta que a entrevista foi espontânea. Os documentos não citam o deputado. Apenas que as filmagens seriam usadas “no âmbito do debate da PEC 135/2019”.
Duas aparições
O nome de Marcos apareceu em dois crimes cibernéticos recentes: o ataque ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nas eleições de novembro, e o vazamento de dados da Serasa de mais de 200 milhões de CPFs. Ele também esteve envolvido em invasões anteriores, como à página do Senado. O ataque ao TSE, explorado pelo deputado, não gerou prejuízo ao sistema de votação e à contagem de votos. Os dados vazados eram administrativos.
No depoimento à equipe de Barros, o hacker mudou a versão em que negava a invasão do TSE. Disse que entrou no tribunal e passou informações a outra pessoa. Até então, a responsabilidade por esse ataque era do hacker português Zambrius, que foi preso em Portugal e afirmou ter agido sozinho.
Operação Deepwater
Procurado, o deputado declarou, por meio da assessoria, que eram assessores dele as pessoas que foram ao presídio. “Em nenhum momento restou ocultado o fato de estarem vinculados ao Congresso”. Barros afirmou não haver “espaço para especular as razões pelas quais Marcos dispensou” o contato com seus advogados”. Ele está preso preventivamente desde 19 de março, quando a PF deflagrou a Operação Deepwater. Os advogados afirmam que ele é investigado por receptação qualificada das informações roubadas.
Segundo o hacker, o “ativismo” é o que o motiva. Ele é conhecido por ser “defacer”, um tipo de hacker que acessa servidores de sites e altera as informações visíveis por quem os acessa - substituindo, por exemplo, o site por alguma mensagem sobre uma tela preta. Entre os alvos preferenciais estão sites de órgãos públicos. O “defacement” de páginas é visto por cibercriminosos como protestos contra o sistema.
Ativista e estelionatário
No vídeo de Barros, Marcos é apresentado como um hacker ativista. O bolsonarista desprezou uma parte do passado do jovem. Ao ser preso em 2019, Marcos era alvo de inquérito por estelionato. A denúncia da promotoria de Uberlândia cita mais de 200 tentativas de compras de produtos na internet a partir de cartões de crédito de terceiros obtidos por fraude. Ele saiu da prisão e passou a usar tornozeleira eletrônica. Nas redes, anunciava a venda de bancos de dados roubados em troca de bitcoins. Em entrevista pouco antes de ser preso pela segunda vez, confirmou que costumava confiscar informações e pedir resgate por elas. As vítimas preferenciais seriam de fora do Brasil.