Secretaria de Polícia Civil nega qualquer irregularidade na ação que deixou 25 mortos – incluindo um agente de uma unidade especializada. MP vai investigar denúncias de abusos policiais.
Por Fábio Grellet
Chefes da Polícia Civil do Rio negam que tenha havido execuções durante a operação realizada na manhã desta quinta-feira, 6, na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio, durante a qual morreram 25 pessoas. Entre as vítimas, estão um policial civil e 24 pessoas que a corporação disse serem criminosos, mas as identidades não foram reveladas. "Se houve execução, foi do policial", afirmou o delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil. A polícia disse ainda ter seguido os protocolos exigidos na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que restringiu operações policiais em comunidades durante a pandemia.
Segundo a polícia, a operação foi para localizar e prender 21 acusados de aliciar crianças e adolescentes para o tráfico de drogas, que nessa comunidade é chefiado pela facção criminosa Comando Vermelho. A investigação está sendo realizada há meses pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima, que obteve as ordens judiciais de prisão na última sexta-feira, 30. Dos 21 procurados, três foram mortos e três presos. Os outros 21 mortos, segundo a polícia, são criminosos que reagiram à ação policial. Outras três pessoas, que não eram alvos da operação, foram presas no decorrer dela.
Segundo a polícia, foram apreendidas 16 pistolas, 12 granadas, seis fuzis, uma submetralhadora e uma escopeta, além de drogas em quantidade ainda não contabilizada. "Não há o que se comemorar, pelo número de mortos", ressaltou Oliveira. Mas, segundo ele, o número de óbitos decorreu da ousadia dos criminosos, que em função da falta de ações mais frequentes da polícia teriam tido tempo para ampliar um sistema de proteção dentro da favela. "Tínhamos quatro blindados, que não puderam entrar na comunidade, no início da operação, porque havia barricadas em todos os acessos", contou o subsecretário.
Segundo ele, o policial que foi morto estava em um grupo de oito agentes que entrou em um beco onde havia uma estrutura de concreto com buraco para apoiar o cano de um fuzil. Segundo a corporação, um criminoso atirou dali, atingindo o policial na cabeça, logo no começo da operação, iniciada às 6h.
Os confrontos se multiplicaram, levando ao mais alto número de vítimas registradas em operações policiais no Rio nos últimos anos. Segundo o subsecretário, até uma equipe de peritos foi atacada, ao colher elementos para a perícia. Nesse confronto com os peritos, dois suspeitos foram atingidos e morreram. Para Oliveira, as ações de inteligência não evitariam as mortes ocorridas nesta quinta: "A ideia de que quanto mais conhecimento, menos tiroteio, não funciona nas comunidades", afirmou.
Oliveira disse ainda ter seguido os protocolos requeridos em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que restringiu operações militares durante a pandemia. “Todos os protocolos exigidos na decisão do STF foram cumpridos, sem exceção”, ressaltou. “A simples extensão do confronto, as barricadas, as imagens geradas pelas TVs, nos geram a absoluta convicção de que a gente está tratando de algo que talvez seja até superior à questão da excepcionalidade”, afirmou, referindo-se a uma das exigências do STF para eventuais operações policiais em favelas. “Mas lamentavelmente houve muito confronto dentro da comunidade”, lamentou.
O delegado também criticou o "ativismo" de quem "está contra o serviço da polícia". "Estamos do lado da sociedade, policial não entra (na favela) para executar ninguém". Segundo ele, os traficantes têm tanta ingerência sobre a rotina da favela que chegam a determinar até se um morador pode ou não namorar determinada pessoa.
Desembargador do TRF1 atendeu a pedido de habeas corpus da defesa
Por Agência Brasil
O desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), revogou hoje (6) a prisão domiciliar do ex-deputado federal Eduardo Cunha.
O magistrado atendeu ao pedido de habeas corpus protocolado pela defesa no processo que está relacionado à Operação Sepsis, investigação que apurou o suposto pagamento de propina de empresas interessadas na liberação de verbas do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS).
Na decisão, o desembargador disse que Cunha está preso há mais de quatro anos e não há riscos para o andamento do processo.
“Ocorre que, passado mais um ano de sua prisão domiciliar, constato não haver mais necessidade de manutenção de sua prisão domiciliar, notadamente, pelo tempo que em que a medida constritiva foi determinada, em razão de não se ter notícia do descumprimento das obrigações impostas e, também, pela demora em se marcar o julgamento da apelação já interposta em favor do requerente”, decidiu.
Na semana passada, em outra decisão, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), sediado em Porto Alegre, revogou outro mandado de prisão contra o ex-deputado.
Na decisão, a 8ª Turma determinou que Cunha está proibido de deixar o país e deve entregar à Justiça todos os passaportes que possui.
O destaque desta safra tem sido para o investimento, que teve aumento de 46% em comparação à safra passada
Com Assessoria
Entre julho do ano passado a abril deste ano foram liberados R$ 201,43 bilhões aos produtores rurais e cooperativas de produção. O crescimento verificado foi de 12% em relação a igual período da safra anterior. “Decorridos dez meses da safra 2020/2021, o valor das contratações de crédito rural continua com desempenho crescente, indicativo de que todo o orçamento programado será executado” diz o diretor de Crédito e Informação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Wilson Vaz de Araújo.
A novidade, de acordo com o Balanço de Financiamento Agropecuário da Safra 2020/2021, é que nesse montante foram contabilizadas as aquisições de CPRs (Cédulas de Produto Rural) e operações com agroindústrias, que somaram R$ 10,84 bilhões entre julho e fevereiro deste ano .
O destaque desta safra tem sido para o investimento, cuja elevação percentual foi de 46%, comparativamente à safra passada, atingindo R$ 59,56 bilhões. O custeio teve um crescimento de 19% e representou R$ 102,46 bilhões. Pela primeira vez nesta safra, a comercialização aumentou o montante contratado (R$ 18,35 bilhões), e a industrialização atingiu R$ 10,22 bilhões, com crescimento equivalente a 4%.
Do total das operações contratadas no período, as fontes controladas correspondem a 60%. No caso do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp), essas fontes respondem por quase 100% do valor contratado, o que evidencia a prioridade de acesso ao crédito rural oficial aos pequenos e médios produtores.
Entre as contratações de crédito rural realizadas com recursos controlados (R$ 120,19 bilhões), destaca-se a participação da Poupança Rural Controlada (R$ 45,78 bilhões) e dos Recursos Obrigatórios (R$ 37,95 bilhões), apesar da diminuição em 16% na utilização destes comparativamente à safra passada.
Quanto à participação das fontes não controladas (R$ 81,24 bilhões), a LCA - Letras de Crédito do Agronegócio (R$ 38,29 bilhões) e a Poupança Rural Livre (R$ 25,11 bilhões) foram as mais representativas. Especialmente neste final de safra, ficou evidenciado o aumento de 6% das contratações com fontes não controladas e de 17% com fontes controladas.
Em relação aos financiamentos realizados nos programas de investimento, com recursos da fonte BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), administrados pelo Mapa, os programas que se destacaram, pelo valor contratado e respectivo aumento, foram o Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota): R$ 7,10 bilhões (9%), o Programa para Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura (Programa ABC): R$ 2,15 bilhões (10%) o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro): R$ 1,58 bilhão (27%), o Programa de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA): R$ 1,84 bilhão (63%) e o Programa de Incentivo à Irrigação e à Produção em Ambiente Protegido (Moderinfra): R$ 766 milhões (117%).
A população da Região Sudeste do Tocantins paga, no momento, pelos seus erros do passado, quando abandonou seus líderes políticos e adotou a estratégia errônea de dividir seus votos entre candidatos sem tradição, sem renome e sem capacidade, e acabou deixando de ter representantes na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa
Por Edson Rodrigues
Sem representantes no Legislativo, a Região ficou sem as emendas impositivas federais e estaduais, que são os instrumentos dos parlamentares para carrear recursos, convênios e programas sociais.
Sem representantes nativos, a Região Sudeste ficou relegada a receber e ser contemplada com valores bem menores do que poderia estar recebendo, caso tivesse escolhido candidatos da Região.
Municípios que já deram tantos bons frutos políticos para o Tocantins – e até para Goiás, por que não dizer – não pode passar pela insignificância e falta de representatividade a que se relegou na última década.
Não estamos falando de apenas de falta de infraestrutura, de saneamento básico, de apoio nos períodos de seca extrema, de hospitais e profissionais de saúde, de novos colégios ou novas instalações governamentais.
Ex-deputado Federal e estadual Hagaús Araújo
Falamos de representatividade política, em uma região que já teve os nobres Hagaús Araújo, José dos Santos Freire (estes quando ainda fazíamos parte do Norte de Goiás, sendo que Hagaús continuou, após a criação do Tocantins), Paulo Roberto, Joaquim Balduíno (que além de deputado, foi secretário estadual de Ação Social , João Oliveira, Cacildo Vasconcelos, José Salomão, Deodato Póvoa, Goianyr Barbosa, entre outros, que eram nomes reconhecidamente fortes, capazes, interessados no bem do povo, no desenvolvimento, no crescimento e buscavam um tratamento igualitário para a Região em relação às demais cercanias tocantinenses, e não se omitiam em ir às barras do Congresso Nacional, usar a tribuna e escancarar o abandono do Norte de Goiás, e continuaram a agir assim após a consolidação do Tocantins.
Não se pode precisar em qual momento o Sudeste do Tocantins parou de produzir grandes lideranças políticas, nem se foi isso mesmo o que aconteceu. A verdade é que, hoje, não há um representante da Região na Assembleia Legislativa, muito menos no Congresso Nacional. O Sudeste do Tocantins está órfão de grandes líderes políticos e quem acaba sofrendo com isso são os municípios e seus cidadãos.
“DIVIDIR” A CULPA
O pior de toda essa situação é chegar à conclusão que o grande “culpado” pela situação enfrentada pelo Sudeste tocantinense são os próprios cidadãos que, para simplificar, não souberam votar.
Ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa Cacildo Vasconcelos
Essa “culpa” pode até ser amenizada quando se observa os nomes que se colocaram à disposição para ser os representantes da Região. Realmente, o povo não tinha muitas boas opções. Mas, mesmo com poucas boas opções, o povo não se uniu para elegê-los, ou seja, distribuiu os votos entre as boas e más opções e acabou ficando sem representantes nos Legislativos estadual e federal, literalmente, ficou vendo “a banda passar”.
REVER ERROS E DETERMINAR RUMOS
O atual governo do Estado tem feito melhorias na Região, de acordo com as possibilidades financeiras e o cronograma de obras.
Se o Sudeste tivesse representatividade política durante esse período de “apagão político” por que passou, muitas coisas teriam sido evitadas, muito mais recursos federais teriam chegado aos municípios e investidos nas obras que a região tanto precisa.
Não adianta culpar os governos Federal, muito menos o Estadual, pois, sem representatividade política o Sudeste ficou a reboque e à mercê da boa vontade de representantes de outras Regiões do estado que se compadecem com a situação.
Essa correção pode ser feita nas eleições do ano que vem, que é a chance de rever erros e determinar rumos. E, caso os cidadãos do Sudeste deixem essa oportunidade passar, estarão se conformando com a situação.
2022 SE APROXIMA. É HORA DE CORRIGIR
Mas, finalmente, chegamos à grande razão deste editorial estar sendo escrito, admito eu, com certa dureza para com o povo da Região Sudeste do Tocantins. O ano de 2022 se aproxima e é a hora e o tempo de corrigir essa situação.
Ex-deputados estadual Paulo Roberto, de Taguatinga
É hora dos líderes partidários, dos vereadores, dos prefeitos e vice-prefeitos de todas as cidades assumirem seus papéis de representantes do povo, mostrar seu amor pela Região e definirem uma estratégia para afunilar os votos para o Legislativo tocantinense e o Legislativo federal para candidatos do Sudeste, que realmente os representem, para tentar voltar a ter representatividade e força nos parlamentos.
Isso não será fácil. Egos e orgulhos terão que ser colocados de lado e os interesses do povo terão que vir em primeiro lugar, em detrimento dos interesses pessoais dos políticos envolvidos.
Estarão em jogo oito vagas para deputado federal, uma para o Senado e 24 para a Assembleia Legislativa. O Sudeste já provou que é capaz não só de produzir grandes líderes políticos, mas também de elegê-los para o cargo que quiser.
Então, basta ter bom senso, união e, principalmente, boa vontade, para que a Região Sudeste do Tocantins resgate sua importância, sua força e sua representatividade política para, a partir desse momento, cobrar com propriedade pelos anos de “abandono” que, praticamente, deixaram um dos maiores celeiros de líderes políticos do Tocantins parado no tempo.
UM HOSPITAL, A GRANDE NECESSIDADE
De todas as áreas de atuação de qualquer governo, a área da Saúde Pública sempre foi a mais sensível e amais difícil de ser mantida com excelência. Na Saúde Pública a demanda nunca diminui ou estaciona, ela é sempre crescente e, por isso, precisa sempre estar atualizada e capacitada a atender quem a procura.
Pois é justamente na área da Saúde que a Região Sudeste do Tocantins tem seu pior gargalo. Há tempos o Sudeste do Tocantins precisa de um hospital capaz de atender a todos os moradores da Região e, com o advento da pandemia, ficou ainda mais claro que o próximo governo, que assumirá o Tocantins em janeiro de 2023, terá que assumir o compromisso de construir esse hospital como um “”projeto de estado” e, não, um “projeto de governo”.
O velho Hospital regional de Dianópolis, há anos já não tem capacidade para atender os pacientes de toda a Região Sudeste. Construída ainda nos tempos do Norte de Goiás, a unidade hospitalar viu muitos munícios serem criados à sua volta e suas populações crescendo exponencialmente e novas doenças surgindo, enquanto sua estrutura continua, praticamente, a mesma.
Apesar dos esforços de todos os governos estaduais que passaram, desde a criação do Tocantins, tentando solucionar os problemas de estrutura física e de profissionais de saúde, tudo o que fizeram foram paliativos que, hoje, se mostram insuficientes para manter o Hospital com um funcionamento minimamente razoável.
Dianópolis está a 400 quilômetros de Palmas e não há, no Hospital Regional, leitos suficientes para todos os tipos de pacientes, muito menos médicos especialistas. Sua equipe de profissionais é formada por heróis, mas mesmo os heróis, um dia, cansam. E os dias de cansaço têm se multiplicado com a pandemia de Covid-19.
Hospital de Dianópolis
O, antes, Hospital Regional de Dianópolis virou, hoje, um Pronto Socorro, que aplica os primeiros procedimentos e encaminha os pacientes mais graves para Palmas. Na semana passada chegou à nossa redação o relato de um adolescente de Taguatinga que necessitava de atendimento urgente no Hospital Regional de Dianópolis. Com muita febre e dor de cabeça, o jovem ficou cerca de três horas dentro da ambulância, na porta do Hospital, aguardando por um atendimento que não aconteceu.
Não por omissão da direção ou de quem quer que seja. Simplesmente porque o Hospital já estava superlotado e não havia leito para receber o adolescente. Para sorte do paciente, um enfermeiro experiente o acompanhava na ambulância e tomou a decisão de leva-lo para Palmas onde, ao chegar, foi atendido imediatamente por conta de seu estado de saúde, indo direto para a “ala vermelha”, dos pacientes mais graves.
Felizmente Deus ajudou e, hoje, o jovem já se encontra fora de perigo.
Conto esse fato para reforçar a pergunta a seguir: quantas vidas já não foram ceifadas pela falta de um atendimento de urgência no Hospital Geral de Dianópolis?
CONCLUSÃO
O sofrimento desse jovem pode ser transferido para toda a população da Região Sudeste do Tocantins. Todos estão sujeitos a passar pela mesma situação se um novo Hospital Regional não estiver na pauta do próximo governo.
Ao mesmo tempo, tanto sofrimento não pode ser jogado apenas na conta dos governantes. Boa parte dessa situação foi provocada pelos próprios moradores do Sudeste que deixaram de eleger filhos da Região para os parlamentos estadual e federal, muitas vezes em troca de migalhas, contratos temporários de emprego, cargos em comissão, muitas vezes negociados pelos próprios “chefetes” partidários que, erroneamente são chamados de “líderes”.
Beleza Naturais da região
Por isso, fica o alerta. Como já falamos anteriormente, o Sudeste do Tocantins já provou ter pessoas capacitadas e interessadas no bem comum, assim como ser capaz de eleger um ou mais representantes para a Assembleia Legislativa e para Câmara Federal.
Os prefeitos, vereadores e as verdadeiras lideranças políticas devem esquecer suas cores partidárias, se unir em torno dos melhores nomes para concorrer às eleições, e elaborar um documento com as prioridades da Região, iniciando pela construção de um novo Hospital Regional, pela reativação do Projeto Manoel Alves e pelo abastecimento total de água tratada. Se não houver cobrança, feita a quem de direito, nada disso vai cair do céu.
Só com representatividade política esse sofrimento, esse abandono, vai acabar. 2022 pode ser a luz no fim do túnel para o Sudeste do Tocantins. Cabe ao povo do Sudeste não deixar essa luz se apagar.
Fica a dica.
Denúncia foi apresentada em 2017 pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Para juiz da 12ª Vara Federal de Brasília, acusação não conseguiu comprovar crimes.
Por Márcio Falcão e Fernanda Vivas
O juiz Marcus Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal de Brasília, absolveu o ex-presidente Michel Temer e outros políticos do MDB acusados de envolvimento no chamado "quadrilhão".
Também foram absolvidos os ex-ministros Eliseu Padilha, Moreira Franco e Henrique Eduardo Alves; os ex-deputados Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima e Rodrigo Rocha Loures; o coronel João Baptista Lima, apontado como operador financeiro de Temer; o advogado José Yunes, amigo do ex-presidente; o doleiro Lúcio Funaro; e Altair Alves Pinto e Sidney Szabo.
Temer e os políticos do MDB foram denunciados em 2017 pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Bunker de Geddel: apartamento em que foram apreendidos R$ 51 milhões em dinheiro vivo, em setembro de 2017, em Salvador.| Foto: Divulgação / Polícia Federal
Para o juiz Marcus Vinícius Reis Bastos, não há elementos contra os políticos, o MPF não conseguiu comprovar o crime de organização criminosa e tentou criminalizar a atividade política (leia detalhes da decisão mais abaixo).
“A denúncia apresentada, em verdade, traduz tentativa de criminalizar a atividade política. Adota determinada suposição - a da existência de organização criminosa que perdurou entre meados de 2006 até os dias atuais apresentando-a como sendo 'a verdade dos fatos', sequer se dando ao trabalho de apontar os elementos essenciais à caracterização do crime de organização criminosa", afirmou.
Em nota, a defesa de Temer afirmou que a inocência do ex-presidente "nunca foi nem sequer maculada pelas infames acusações feitas contra ele, e a absolvição a mantém íntegra e inabalada". Os advogados de Rocha Loures disseram que ele sempre confiou na Justiça.
Michel Temer e Moreira Franco há época foram presos pela Polícia Federal acusados de envolvimento em esquema de corrupção
A defesa de Henrique Alves afirmou que "a decisão restaura uma verdade histórica e acaba com mais uma tentativa espúria de criminalização da política no Brasil". O advogado de Moreira Franco disse que a acusação tentou criminalizar o MDB e que agora as coisas estão "em seus devidos lugares".
A defesa de Eduardo Cunha afirmou que a acusação foi uma "fracassada tentativa de criminalização da atividade política que merece total repúdio". Os advogados de Geddel disseram que "a teratológica acusação não poderia ter tido outro resultado, senão a previsível absolvição sumária".
A denúncia
Quando apresentou a denúncia, a PGR afirmou que Temer liderava uma suposta organização criminosa também formada por Cunha, Henrique Alves, Geddel, Rocha Loures, Padilha e Moreira Franco.
Segundo a Procuradoria, a suposta organização foi criada para cometer crimes contra empresas e órgãos públicos.
Quando a acusação foi feita, todos os denunciados negaram a acusação.
Ainda de acordo com a denúncia, os integrantes do suposto esquema receberam valores de propina que, somados, superaram R$ 587,1 milhões, arrecadados de empresas e órgãos públicos, entre os quais ais Petrobras, Furnas, Caixa Econômica Federal, Ministério da Integração Nacional, Ministério da Agricultura, Secretaria de Aviação Civil e Câmara dos Deputados.
A decisão da Justiça
De acordo com o juiz Reis Bastos, a denúncia do MP não traz os elementos que constituem o crime de organização criminosa e não aponta, por exemplo, a existência de estrutura ordenada estável e atuação coordenada dos denunciados.
"Numa só palavra, não evidencia a subsistência do vínculo associativo imprescindível à constituição do crime", escreveu Bastos.
O juiz afirmou ainda que "a imputação a dirigentes de partidos políticos do delito de organização criminosa sem os elementos do tipo objetivo e subjetivo, provoca efeitos nocivos à democracia, entre os quais pode se mencionar a grave crise de credibilidade e de legitimação do poder político como um todo".
Íntegra
Leia a íntegra da nota enviada pela defesa de Michel Temer:
A sentença proferida pelo juiz Marcus Vinicius Reis Bastos é a confirmação de que se deve confiar no Poder Judiciário brasileiro. Se alguns ainda se entregam ao papel odioso de organizar as tropas do achincalhe, ferindo direitos e suprimindo garantias constitucionais, felizmente há, e continuará a haver em maioria os magistrados que compreendem o seu papel de garantir os direitos dos acusados diante do poder punitivo do Estado. A inocência do ex-presidente Michel Temer nunca foi nem sequer maculada pelas infames acusações feitas contra ele, e a absolvição a mantém íntegra e inabalada.
Eduardo Carnelós
Leia a íntegra da nota enviada pela defesa de Henrique Alves:
A decisão proferida pelo Juiz da 12ª Vara Federal absolvendo políticos do PMDB no chamado Quadrilhão faz justiça ao rechaçar uma acusação vazia de conteúdo que visava os holofotes e a demonização da atividade política no País.
Para o advogado Marcelo Leal de Lima Oliveira que representa HENRIQUE EDUARDO ALVES “a decisão restaura uma verdade histórica e acaba com mais uma tentativa espúria de criminalização da política no Brasil”.
Marcelo Leal
Leia a íntegra da manifestação da defesa de Moreira Franco:
Esta acusação ilustra a tentativa de criminalizar a política e em transformar um dos mais importantes partidos do país em uma organização criminosa. A decisão coloca as coisas em seus devidos lugares. A Justiça Federal reconheceu a falta de provas em relação ao ex-ministro Moreira Franco.
Fabio Tofic Simantob
Leia a íntegra da nota da defesa de Eduardo Cunha:
A defesa de Eduardo Cunha, através de seus advogados Aury Lopes Jr, e Delio Lins e Silva Jr, comemora a acertada decisão do juiz federal da 12ª Vara Federal de Brasília, que rejeita essa absurda tentativa do ministério público federal de caracterizar como organização criminosa o partido político do qual fazia parte. Uma fracassada tentativa de criminalização da atividade política que merece total repúdio.
Leia a íntegra da nota da defesa de Geddel Vieira Lima:
1.É com tranquilidade que a defesa técnica de Geddel Vieira Lima encara o resultado da desastrada Ação Penal movida pelo Ministério Público Federal. Geddel Vieira Lima sempre pautou sua vida pública pela ética, legalidade e probidade.
2.A teratológica acusação não poderia ter tido outro resultado, senão a previsível absolvição sumária.
Gamil Foppel, Gisela Borges
Leia a íntegra da manifestação da defesa de José Yunes:
A absolvição de José Yunes restabelece a verdade de um homem com mais de 40 anos de vida pública sem qualquer mancha, sem qualquer mácula na sua vida.
José Luís Oliveira Lima
Leia a manifestação da defesa de Rocha Loures:
"Recebemos a decisão com serenidade, pois Rodrigo sempre esteve à disposição e confiante na Justiça".