Com 36 senadores e 223 deputados, pedido reúne mais de um terço de assinaturas exigidas em cada Casa
Por Leonardo Sá
Foi protocolado nesta segunda-feira (12) o pedido para a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar descontos ilegais nas folhas de benefício de segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O pedido de investigação foi apresentado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT).
O pedido tem as assinaturas de 36 senadores e de 223 deputados, mais que o mínimo exigido para requerer esse tipo de comissão, que é de 27 senadores e 171 deputados , um terço da composição de cada Casa legislativa. A criação da comissão depende da leitura do pedido pelo presidente durante sessão conjunta do Congresso.
No pedido de criação da comissão, as parlamentares lembram que as investigações da Policia Federal e da Controladoria-Geral da União apontaram, em abril, a existência de um esquema de cobrança de mensalidades irregulares descontadas dos benefícios de aposentados e de pensionistas sem autorização. Os desvios, entre os anos de 2019 e 2024, são estimados em R$ 6,3 milhões.
“A maioria das vítimas são idosos e pensionistas, grupo especialmente vulnerável a práticas abusivas. (...) Investigar e punir os responsáveis é essencial para garantir justiça a essas pessoas e evitar novas violações”, dizem as parlamentares no documento.
Para elas, a investigação é fundamental para identificar e corrigir essas falhas, além de aprimorar os mecanismos de controle e fiscalização do INSS. A confiança da população no sistema previdenciário e nas instituições públicas — diz o documento — depende da resposta efetiva a casos de corrupção e fraude, por isso é necessária a apuração e a punição dos responsáveis.
Comissão
A CPMI deve ser formada por 15 deputados e 15 senadores titulares, com o mesmo número de suplentes. O prazo previsto para os trabalhos é de 180 dias. As despesas são estimadas em R$ 200 mil.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Pau que bate em Chico bate também em Francisco
Por Ricardo Noblat do Metrópoles
Convidado, Lula foi a Moscou para celebrar os 80 anos do “Dia da Vitória”, quando a Alemanha nazista se rendeu à extinta União Soviética, comandada à época pelo ditador russo Joseph Stalin.
Lula foi o único governante de um país democrático a comparecer ao desfile militar na Praça Vermelha, ficando ao lado de autocratas que negam ser autocráticos, mas é o que são.
Vladimir Putin, o ditador russo travestido de presidente democraticamente eleito, foi o dono da festa e distinguiu Lula com uma audiência que durou cerca de uma hora e meia.
Lula diz que foi a convite de Putin, o não poderia ter sido de outra forma. E que sua intenção é fortalecer o BRICS, grupo de países com mercados emergentes do qual o Brasil e a Rússia fazem parte.
Sim, também foi para tentar vender mais carne brasileira. Hoje, o Brasil compra mais da Rússia do que vende para ela. Lula quer diminuir o nosso déficit comercial. Nada mais justo.
Acontece que não havia hora mais imprópria do que essa para ele ir à Moscou fazer negócios. A Rússia mantém desde fevereiro de 2022 uma invasão devastadora à Ucrânia com milhares de mortes.
Por sinal, às vésperas da invasão, Bolsonaro viajou a Moscou a pretexto de fortalecer nossas relações comerciais com a Rússia de Putin. E ali declarou “solidariedade ao povo russo”.
Na volta, Bolsonaro foi recebido com honras por Viktor Orbán na Hungria, outro autocrata de renome, e aproveitou a ocasião para elogiar a ditadura chilena do general Augusto Pinochet.
De Bolsonaro, que planejou um golpe para permanecer no poder enquanto fosse possível, não se esperava outra coisa. De Lula, pelo menos os democratas esperavam, e ele os decepciona.
Lula quer ser reconhecido pelo mundo como um líder político influente, e – quem sabe? – entrar para a galeria dos contemplados com o Prêmio Nobel da Paz. Legítimo que queira.
Dá-se que lhe falta estatura para tal. Como falta ao Brasil, apesar da sua extensão e do tamanho de sua economia. Melhor faria Lula se se voltasse mais para os problemas internos que enfrenta.
Não são poucos nem pequenos. E poderão lhe custar a reeleição.
Em visita à Rússia, o presidente afirmou que sua gestão está trabalhando para ressarcir os aposentados
Com Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atrelou a fraude no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) ao governo de seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL). Ele ainda disse que a demora na investigação do escândalo, suspeito de desviar R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas foir porque sua gestão não queria fazer "pirotecnia".
“Tanto a CGU quanto a Polícia Federal foram a fundo para chegar no coração da quadrilha”, disse o presidente a jornalistas neste sábado em Moscou, em entrevista coletiva após a visita oficial à Rússia.
Complementou o petista: “Se tivesse feito um Carnaval um ano atrás, possivelmente teria parado no carnaval. Como acontece em todas as denúncias. Você faz um show de pirotecnia em uma semana, na outra semana sai da pirotecnia e esquece. Não! Nós resolvemos desmontar uma quadrilha que foi criada em 2019. É importante saber que uma quadrilha que foi criada em 2019. E vocês sabem quem governava o Brasil em 2019″.
O presidente afirmou que o governo está trabalhando para ressarcir as vítimas do golpe. “Devolver ou não vai depender de você constatar a quantidade de pessoas que foi enganada, a quantidade de pessoas que teve o seu nome numa lista sem que ele tivesse assinado. Porque aqueles que assinaram, autorizaram [os descontos das mensalidades]”, explicou.
Ainda chamou o caso de assalto aos aposentados. “O que eu acho mais grave, não foi dinheiro dos cofres públicos. Esse dinheiro estava no bolso do aposentado quando alguém pediu para descontar do salário dele. Então, o crime foi um assalto aos aposentados e pensionistas deste país. Eles não foram no cofre do INSS, eles foram no bolso do povo”, disse o mandatário.
Entenda
A cobrança em folha da mensalidade associativa é permitida desde 1991, quando entrou em vigor a Lei dos Benefícios da Previdência Social. É feita com base nos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) que o INSS assina com as entidades para as quais, posteriormente, repassa o valor deduzido das aposentadorias e pensões.
Indícios de ilegalidades levaram a PF e a CGU a deflagrar, no último dia 23, uma megaoperação para aprofundar as investigações sobre um esquema nacional de descontos não autorizados. Dois relatórios que a CGU divulgou nos últimos dias demonstram que o caso já vinha sendo apurado também no âmbito administrativo, pelo menos, desde o primeiro semestre de 2024.
A Operação Sem Desconto resultou, de imediato, na exoneração do então presidente do INSS Alessandro Stefanutto, que foi substituído por Waller. Quatro dirigentes da autarquia e um policial federal lotado em São Paulo também foram cautelarmente afastados de suas funções. Poucos dias depois, o pedetista Carlos Lupi deixou o comando do Ministério da Previdência Social, ao qual o INSS está subordinado.
(Informações da Agência Brasil)
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, vai deixar o PSDB após 24 anos para se filiar ao PSD, partido comandado por Gilberto Kassab, e disputar a Presidência da República. O ato de filiação está marcado para esta sexta-feira, às 15h, no gabinete da Direção Nacional do partido, em São Paulo.
Por Bianca Gomes
“Eduardo Leite possui enorme experiência na vida pública, mesmo ainda muito jovem. É um extraordinário gestor, com enorme espírito público. Será uma grande liderança a se somar ao PSD, partido que quer oferecer os melhores quadros e as melhores políticas públicas aos brasileiros. Chega ao partido como um pré-candidato à Presidência da República, por todas as suas qualidades e experiência”, afirmou Kassab. Segundo o dirigente partidário, Leite será o presidente do PSD no Rio Grande do Sul.
O governador disse, em nota, que “as circunstâncias do cenário político e eleitoral, tanto no Rio Grande do Sul quanto no Brasil, exigem novos caminhos”. “Mesmo fora do PSDB, continuo ao lado de todos os tucanos que, como eu, acreditam na política como instrumento de transformação da realidade”.
Já o PSDB informou, em nota, que respeita a decisão de Leite “de escolher outro partido para dar continuidade à sua carreira política”. “Lamentamos que essa decisão ocorra exatamente no momento em que o PSDB está se reconstruindo e se fortalecendo para voltar a liderar um projeto nacional de centro”, diz o texto. (Leia a íntegra abaixo).
A filiação ocorre após o avanço das negociações para a incorporação do Podemos pelo PSDB. Em entrevista ao portal InfoMoney publicada nesta quinta, Leite afirmou estar preparado para disputar a Presidência da República, mas sinalizou que isso não deveria ocorrer pelo PSDB, partido que, segundo ele, está “deixando de existir”.
“O PSDB a que eu me filiei há 24 anos está deixando de existir. Tomou-se uma decisão de fazer uma fusão com o Podemos e, provavelmente, essa fusão vai ensejar um novo nome, um novo número, uma nova marca, um novo programa partidário. O PSDB, no formato que historicamente se apresentou para a população brasileira, está saindo do cenário. Vai ser um novo partido”, disse.
Leite se filia ao PSD com a expectativa de disputar a Presidência da República. Na última eleição, o partido de Gilberto Kassab foi o que mais elegeu prefeitos, governando um em cada seis municípios do País. Para se viabilizar, no entanto, Leite terá de enfrentar a concorrência interna de Ratinho Junior (PSD), governador do Paraná, que também mira o Planalto.
Em março, o PSDB já havia perdido a governadora do de Pernambuco, Raquel Lyra, para o PSD. Agora, com a saída de Leite, a legenda terá apenas um chefe de Executivo estadual para chamar de seu: Eduardo Riedel, governador do Mato Grosso do Sul.
Riedel mantém conversas com outros partidos, mas prometeu esperar o desfecho da negociação com o Podemos para tomar sua decisão. Como mostrou o Estadão, o Mato Grosso do Sul se tornou o último reduto do PSDB em meio ao apequenamento do partido nos anos recentes. Lá, os tucanos comandam mais da metade dos 79 municípios.
Leia a nota do PSDB sobre a saída de Leite da sigla
O PSDB manifesta seu respeito à decisão do governador Eduardo Leite de escolher outro partido para dar continuidade à sua carreira política.
Lamentamos que essa decisão ocorra exatamente no momento em que o PSDB está se reconstruindo e se fortalecendo para voltar a liderar um projeto nacional de centro, longe dos extremos. A fusão com o Podemos, caminho que estamos construindo para fortalecer o PSDB, contou inclusive com o voto do próprio governador Eduardo Leite.
Desde a sua fundação, o PSDB nunca escolheu o caminho mais fácil, mas o mais coerente com nossos princípios e valores.
Foi assim que transformamos o Brasil, e assim continuaremos a fazer.
O Brasil precisa voltar ao caminho da responsabilidade fiscal, da modernização da máquina pública e da sensibilidade social, longe dos extremismos e do populismo.
E por mais árdua que possa parecer a travessia, resistiremos com força, fé e com a certeza de que o Brasil ainda precisa do PSDB.
Comissão Executiva Nacional do PSDB
Os presidentes do MDB, Baleia Rossi, e do Republicanos, Marcos Pereira, se reuniram nesta terça-feira (6) para discutir a possível federação entre os dois partidos
Por Edson Rodrigues
A ideia é conseguir se contrapor à 'superfederação’ formada entre União Brasil e Progressistas na semana passada. Juntos, MDB e Republicanos somariam 88 deputados e formariam a terceira maior bancada da Câmara (União-PP somam 109 deputados e o PL tem 92 deputados).
Esse não foi o primeiro encontro entre Baleia e Marcos Pereira, que enxergam na ideia da federação, segundo interlocutores, uma chance de conquistar peso e influência para os acordos, de olho também nas eleições de 2026.
O cálculo não leva em conta apenas o pleito presidencial, mas o maior número de prefeitos e receberão as maiores fatias de recursos públicos para financiamento de campanhas eleitorais e pagamento de despesas partidárias.
TOCANTINS: O GIRO DA RODA POLÍTICA
Deputado Alexandre Guimarães e o governador Wanderlei
Não há o que discutir em termos de patrimônio político no Tocantins entre Republicanos e MDB. Cada um tem o seu. Guardando as devidas proporções, o MDB tem o “seu” deputado federal, Alexandre Guimarães, eleito no ninho Republicano, mas que, por força de uma manobra política, articulada pela família Barbalho – do senador Jader Barbalho, do Pará,que tem, ainda, ministro, deputado federal e governador no clã - , deixou de ser “cabo” para virar “coronel”, migrou para o MDB, tratorando o então presidente estadual emedebista, ex-governador Marcelo Miranda, e assumindo o comando da legenda no Estado.
Em bora tudo tenha ocorrido contando com a “boa vontade” de Marcelo Miranda, o apetite de Alexandre Guimarães mudou depois que sua ficha foi assinada no MDB, realizando o que, para alguns emedebistas tradicionais, acabou se configurando em uma “intervenção branca”.
Independente do que tenha acontecido no Tocantins – ou da forma com que cada envolvido viu ou está vendo -, as cúpulas nacionais de MDB e Republicanos parecem bem próximas de bater o martelo quanto à formação da Federação que os unirá por, pelo menos, quatro anos, como manda a legislação eleitoral. Caso essa federação realmente se concretize, há algumas perguntas sobre o que deve acontecer no Tocantins.
Por exemplo, como ficará o desejo de Alexandre Guimarães em ser candidato ao Senado? Ou, com o apetite que tem, qual será o status do próprio Guimarães dentro da formatação dessa federação no Estado, uma vez que o comando deve ficar, obviamente, com o governador Wanderlei Barbosa? E, por fim, estará Wanderlei Barbosa disposto a fazer a roda da política girar dentro dessa federação – pois ela só gira quando o comandante quer -, dando espaço para as pretensões de Alexandre Guimarães?
Respostas a serem obtidas com o tempo...
CONTA POLÍTICA NEM SEMPRE É EXATA
Fato é que o Tocantins, há tempos, não vive uma fase de harmonia política como a que passa hoje, com o governador Wanderlei Barbosa batendo na casa dos 80% de aprovação popular e sua gestão recebendo afagos do G5+, grupo recém-formado que reúne os prefeitos dos cinco maiores colégios eleitorais do Estado. Mas, até as eleições de 2026, ainda há muita água a passar por baixo da ponte.
É por isso que o Observatório Político de O Paralelo 13 não descarte que, em 2026, o governador receba uma “forcinha” para rever seu atual posicionamento, e renunciar para tentar uma das duas vagas ao Senado, mostrando que a roda da política também pode rodar ao sabor do vento soprado pelos eleitores.
Governador Wanderlei e o senador Eduardo Gomes
Aliás, esse vento virou ventania após a divulgação da pesquisa feita pelo Instituto Paraná, em que Wanderlei Barbosa lidera a corrida pelo Senado, seguido pelo atual senador e primeiro vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes, presidente estadual do PL, com 5 deputados estaduais, três deputados federais, diversos prefeitos e vereadores, e que tem vaga cativa para a sua candidatura à reeleição.
Ao que tudo indica, ao se confirmar a federação entre MDB e Republicanos, tem gente que vai ter que entrar de dieta.
Por hoje é só!