O artigo foi publicado em jornais da França, Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália, Japão, China, Argentina e México
Por Emilly Gondim - TVT News
"É urgente insistir na diplomacia e refundar as estruturas de um verdadeiro multilateralismo, capaz de atender aos clamores de uma humanidade que teme pelo seu futuro", afirma Lula.
Em meio a disputa com o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, o presidente Lula publicou uma carta criticando a desigualdade socioeconômica promovida pelas políticas capitalistas, o agravante dos tarifaços para o mundo, a crise ambiental e as guerras sem motivos. Em alternativa, Lula reforça o multilateralismo.
Confira a íntegra do artigo do presidente Lula publicado nesta quinta-feira (10/7) nos jornais Le Monde (França), El País (Espanha), The Guardian (Inglaterra), Der Spiegel (Alemanha), Corriere della Sera (Itália), Yomiuri Shimbun (Japão), China Daily (China), Clarín (Argentina) e La Jornada (México).
Resumo
O presidente Lula começa com uma crítica a humanidade diante as guerras que aconteceram após o fim da Segunda Guerra Mundial e o surgimento da Organização das Nações Unidas (ONU). Ele aponta que o genocídio em Gaza é inaceitável, ou pelo menos deveria ser.
Na sequência, uma indireta para o Trump. “Tarifaços desorganizam cadeias de valor e lançam a economia mundial em uma espiral de preços altos e estagnação”.
O que Trump faz é uma tentativa de controlar a mesa de negociação impondo força, encurralando o outro lado, visto por ele como inimigo. Mas o que Lula mostra é que somos todos seres humanos, habitando o mesmo planeta com o mesmo propósito: ter melhores condições de vida.
A questão é que Lula não quer prejudicar o outro. O Brasil merece e pode viver bem, mas Lula não pensa que para isso precisa destruir ou colocar o outro em situação de mediocridade.
A carta de Lula dá a entender que o problema do mundo está no capitalismo — ele não diz isso diretamente mas demonstra com os dados.
“A opção de socorrer super-ricos e grandes corporações às custas de cidadãos comuns e pequenos negócios aprofundou desigualdades”, diz Lula
O capitalismo é o sistema econômico que permite o acúmulo de dinheiro, capital. Este acúmulo permite que o 1% mais ricos do planeta tenha US$ 33,9 trilhões acumulados, quantia suficiente para acabar com a pobreza do mundo 22 vezes.
Em momentos de crise, as nações escolheram salvar as economias dos bilionários em vez da população mais prova, o que aprofundou as desigualdades, explicou Lula.
Na sequência, ele adentra na crise ambiente. Os países mais ricos, também são responsáveis por maior poluição, apesar das políticas de tentativa de reduzir.
Lembrando que os Estados Unidos é um dos países mais poluidores do mundo e que mesmo assim, Trump saiu do Acordo de Paris e está acabando com as políticas internas que pretendiam reduzir poluição, como os incentivos para carros elétricos — que desenvolveu a crise na aliança com Elon Musk.
A conclusão para todos os problemas apontados por Lula é fortalecer a diplomacia e o multilateralismo.
“É urgente insistir na diplomacia e refundar as estruturas de um verdadeiro multilateralismo, capaz de atender aos clamores de uma humanidade que teme pelo seu futuro”
Leia o artigo completo “Não há alternativa ao multilateralismo”, escrito por Lula
O ano de 2025 deveria ser um momento de celebração dedicado às oito décadas de existência da Organização das Nações Unidas (ONU). Mas pode entrar para a história como o ano em que a ordem internacional construída a partir de 1945 desmoronou.
As rachaduras já estavam visíveis. Desde a invasão do Iraque e do Afeganistão, a intervenção na Líbia e a guerra na Ucrânia, alguns membros permanentes do Conselho de Segurança banalizaram o uso ilegal da força. A omissão frente ao genocídio em Gaza é a negação dos valores mais basilares da humanidade. A incapacidade de superar diferenças fomenta nova escalada da violência no Oriente Médio, cujo capítulo mais recente inclui o ataque ao Irã.
A lei do mais forte também ameaça o sistema multilateral de comércio. Tarifaços desorganizam cadeias de valor e lançam a economia mundial em uma espiral de preços altos e estagnação. A Organização Mundial do Comércio foi esvaziada e ninguém se recorda da Rodada de Desenvolvimento de Doha.
O colapso financeiro de 2008 evidenciou o fracasso da globalização neoliberal, mas o mundo permaneceu preso ao receituário da austeridade. A opção de socorrer super-ricos e grandes corporações às custas de cidadãos comuns e pequenos negócios aprofundou desigualdades. Nos últimos 10 anos, os US$ 33,9 trilhões acumulados pelo 1% mais rico do planeta são equivalentes a 22 vezes os recursos necessários para erradicar a pobreza no mundo.
O estrangulamento da capacidade de ação do Estado redundou no descrédito das instituições. A insatisfação tornou-se terreno fértil para as narrativas extremistas que ameaçam a democracia e fomentam o ódio como projeto político.
Muitos países cortaram programas de cooperação em vez de redobrar esforços para implementar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030. Os recursos são insuficientes, seu custo é elevado, o acesso é burocrático e as condições impostas não respeitam as realidades locais.
Não se trata de fazer caridade, mas de corrigir disparidades que têm raízes em séculos de exploração, ingerência e violência contra povos da América Latina e do Caribe, da África e da Ásia. Em um mundo com um PIB combinado de mais de 100 trilhões de dólares, é inaceitável que mais de 700 milhões de pessoas continuem passando fome e vivam sem eletricidade e água.
Os países ricos são os maiores responsáveis históricos pelas emissões de carbono, mas serão os mais pobres quem mais sofrerão com a mudança do clima. O ano de 2024 foi o mais quente da história, mostrando que a realidade está se movendo mais rápido do que o Acordo de Paris. As obrigações vinculantes do Protocolo de Quioto foram substituídas por compromissos voluntários e as promessas de financiamento assumidas na COP15 de Copenhague, que prenunciavam cem bilhões de dólares anuais, nunca se concretizaram. O recente aumento de gastos militares anunciado pela OTAN torna essa possibilidade ainda mais remota.
Os ataques às instituições internacionais ignoram os benefícios concretos trazidos pelo sistema multilateral à vida das pessoas. Se hoje a varíola está erradicada, a camada de ozônio está preservada e os direitos dos trabalhadores ainda estão assegurados em boa parte do mundo, é graças ao esforço dessas instituições.
Em tempos de crescente polarização, expressões como “desglobalização” se tornaram corriqueiras. Mas é impossível “desplanetizar” nossa vida em comum. Não existem muros altos o bastante para manter ilhas de paz e prosperidade cercadas de violência e miséria.
O mundo de hoje é muito diferente do de 1945. Novas forças emergiram e novos desafios se impuseram. Se as organizações internacionais parecem ineficazes, é porque sua estrutura não reflete a atualidade. Ações unilaterais e excludentes são agravadas pelo vácuo de liderança coletiva. A solução para a crise do multilateralismo não é abandoná-lo, mas refundá-lo sobre bases mais justas e inclusivas.
É este entendimento que o Brasil – cuja vocação sempre será a de contribuir pela colaboração entre as nações – mostrou na presidência no G20, no ano passado, e segue mostrando nas presidências do BRICS e da COP30, neste ano: o de que é possível encontrar convergências mesmo em cenários adversos.
É urgente insistir na diplomacia e refundar as estruturas de um verdadeiro multilateralismo, capaz de atender aos clamores de uma humanidade que teme pelo seu futuro. Apenas assim deixaremos de assistir, passivos, ao aumento da desigualdade, à insensatez das guerras e à própria destruição de nosso planeta.
Artigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicado em 10 de julho de 2025 nos jornais Le Monde (França), El País (Espanha), The Guardian (Reino Unido) , Der Spiegel (Alemanha), Corriere della Sera (Itália), Yomiuri Shimbun (Japão), China Daily (China), Clarín (Argentina) e La Jornada (México).
Reconhecido por sua capacidade de articulação, liderança política e atuação suprapartidária, o vice-presidente do Senado e presidente do PL Tocantins, Eduardo Gomes, integra mais uma vez o ranking Cabeças do Congresso Nacional, divulgado nesta semana, pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP). A lista reúne os congressistas que mais exercem influência no Parlamento brasileiro e são protagonistas nas decisões que moldam o cenário legislativo do país.
Com Assessoriia
“É um reconhecimento que compartilho com o Tocantins e com todos que acreditam no bom debate e no papel transformador do Parlamento. Nosso foco segue firme: fortalecer os municípios e manter um trabalho de diálogo constante em benefício do Brasil”, afirmou Eduardo Gomes.
A publicação considera o desempenho parlamentar desde o início do mandato até junho de 2025 e destaca atributos como habilidade para conduzir debates, elaborar propostas, articular votações e projetar temas relevantes para o centro das discussões legislativas. Com forte atuação em pautas nacionais, como a regulamentação da Inteligência Artificial, Eduardo Gomes é apontado pelo DIAP como um dos senadores que lideram os rumos do Congresso Nacional.
Primeiro tocantinense a ocupar a vice-presidência do Senado, Eduardo Gomes mantém boa relação com todas as correntes políticas da Casa. No plano estadual, o senador se consolidou como uma das maiores lideranças municipalistas do Tocantins, sendo um dos que mais destinaram recursos para os 139 municípios tocantinenses.
Indicado também ao Prêmio Congresso em Foco 2025
Além do reconhecimento técnico do DIAP, Eduardo Gomes está entre os parlamentares indicados ao Prêmio Congresso em Foco 2025, uma das premiações mais importantes da política brasileira. A iniciativa busca valorizar os deputados e senadores que mais se destacam por sua atuação ética, transparente e comprometida com as prioridades da população.
Eduardo Gomes concorre na categoria “Melhores do Senado” e pode ser votado pelo público até o dia 20 de julho no site oficial da premiação: www.premiocongressoemfoco.com.br
O resultado será divulgado no dia 20 de agosto, em cerimônia nacional.
Presidente repudiou interferência de Trump em soberania brasileira
POR PEDRO RAFAEL VILELA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na noite desta quinta-feira (10), que o Brics, fórum que reúne grandes países do chamado Sul Global, seguirá discutindo mecanismos mais autônomos para impulsionar as relações comerciais. As declarações de Lula, concedidas em duas entrevistas a canais de televisão, ocorre em meio à escalada de tensões com os Estados Unidos, desde que o presidente Donald Trump anunciou tarifa comercial de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados.
"O Brics é um fórum que ocupa metade da população mundial e quase 30% do PIB mundial. E 10 países do Brics participam do G20 [incluindo o Brasil], onde o senhor Trump participa [pelos EUA]", destacou o presidente em entrevista exibida pelo Jornal Nacional, da TV Globo.
"Nós cansamos de ser subordinados ao Norte. Queremos ter independência nas nossas políticas, queremos fazer comércio mais livre e as coisas estão acontecendo de forma maravilhosa. Nós estamos discutindo, inclusive, a possibilidade de ter uma moeda própria, ou quem sabe com as moedas de cada país a gente fazer comércio sem precisar usar o dólar", acrescentou Lula.
Discussão civilizada
Em outra entrevista, exibida pelo Jornal da Record, da Record TV, Lula também reforçou que a ação de Trump contra o Brasil mostra a insatisfação dele com o protagonismo mundial do Brics.
"Eu não sou obrigado a comprar dólar para fazer relação comercial com a Venezuela, com a Bolívia, com o Chile, com a Suécia, com a União Europeia, com a China. A gente pode fazer nas nossas moedas. Por que eu sou obrigado a ficar lastreado pelo dólar, que eu não controlo? Quem tem uma máquina de produzir dólar são os EUA, não nós", criticou.
O presidente enfatizou que qualquer discordância deveria ser discutida em uma mesa de negociação, e não com ataques comerciais e à soberania dos países.
"Se ele [Trump] tivesse divergência, o correto seria numa reunião do G20 ele levantar o problema, vamos fazer uma discussão civilizada, nos convença, vamos discutir. O que ele não pode é agir como se fosse dono dos outros".
Ao Jornal Nacional, Lula explicou que, no momento, não pretende ligar para Trump, mas que vai sair em defesa do setor produtivo brasileiro com a abertura de novos mercados. O presidente observou que o tom de abordagem do norte-americano é desrespeitoso e que não aceitará esse tipo de comportamento.
"Ele, por exemplo, poderia ter ligado para o Brasil para dizer a medida que ele vai tomar. Ele não mandou nenhuma carta, nós não recebemos carta. Ele publicou no site dele, numa total falta de respeito, que é um comportamento dele com todo mundo. E eu não sou obrigado a aceitar esse comportamento desrespeitoso entre relações de chefe de Estado, de relações humanas".
Manutenção do IOF
Ainda na entrevista para a TV Record, Lula anunciou que vai insistir no aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo o presidente, se o governo tiver de cortar R$ 10 bilhões em despesas, como está sendo projetado, o corte também vai afetar as emendas parlamentares.
"O deputado sabe que, se eu tiver que cortar R$ 10 bilhões, eu vou cortar das emendas dele também. Como eles sabem e eu sei, é importante a gente chegar num ponto de acordo. Eu posso antecipar para você: eu vou manter o IOF. Se tiver um item no IOF que esteja errado, a gente tira aquele item, mas o IOF vai continuar", declarou o presidente.
"Fazer decreto é responsabilidade do presidente da República. E os parlamentares podem fazer um decreto-lei para eles, se tiver cometido algum erro constitucional, coisa que não cometi", completou.
Na semana passada, após uma derrota histórica do governo no Legislativo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, suspendeu tanto os decretos do Executivo que elevam o IOF quanto o decreto que foi aprovado pelo Congresso Nacional e que derruba essa medida. Para resolver o impasse, Moraes determinou a realização de uma audiência de conciliação entre o governo federal e o Congresso Nacional sobre o tema para o próximo dia 15 de julho, em Brasília.Lula diz que Brics seguirá discutindo alternativas ao dólar
DIRETO AO PONTO
Da redação
As relações comerciais entre Brasil e Marrocos são tímidas em valores, mas poderiam ser ampliadas uma vez que a economia dos dois países são complementares na busca de oportunidades nas relações bilaterais. Esse foi o fio condutor do Lide Brazil-Morocco Fórum, que reuniu autoridades e empresários dos dois países, nesta quarta-feira (9), em Marraquexe, organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).
O vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes, representou a Casa Alta brasileira, e foi palestrante no painel sobre a ampliação da indústria do turismo entre Brasil e Marrocos.
Eduardo Gomes destacou que Brasil e Marrocos compartilham uma identidade plural e acolhedora, que se reflete na forma como recebem seus visitantes e, dessa forma, a indústria do turismo é uma ponte potencial entre as duas culturas e pode ser um motor econômico e uma ferramenta poderosa de transformação social e educacional.
“Debatemos oportunidades, números promissores e o fortalecimento das conexões entre os dois países, incluindo a importante rota direta entre São Paulo e Casablanca. O turismo é mais do que uma boa economia. É um caminho de desenvolvimento para todos”, disse o vice-presidente do Senado.
Gomes destacou, também, o potencial do setor como ferramenta de desenvolvimento econômico e inclusão social, citando exemplos do Tocantins, como o artesanato em Capim Dourado e as bonecas Karajá, que fortalecem nossa identidade cultural e impulsionam o turismo sustentável e assegurou que o Senado está comprometido em apoiar iniciativas que aproximem nossos países, ampliem parcerias estratégicas e gerem novos negócios. “Seguimos trabalhando por um Brasil mais conectado ao mundo e por um Tocantins protagonista no cenário internacional”, finalizou.
RECIPROCIDADE
O embaixador do Brasil no Marrocos, Alexandre Parola embasou as palavras do vice-presidente do Senado, afirmando que a retomada do voo direto entre Brasil e Marrocos explodiu o número de turistas brasileiros no país africano. “Ouço mais português nas ruas e é hora de os marroquinos irem mais ao Brasil”, afirmou o embaixador.
O presidente da Royal Air Maroc, Abdelhamid Addou, destacou que a empresa retomou os voos diretos para o Brasil interrompidos por conta da pandemia da Covid-19, e, até 2026, pretende operar, pelo menos, seis voos semanais entre os dois países. A companhia vem ampliando a frota de 50 para 200 nos próximos anos.
“Hoje somos a segunda maior companhia do continente africano e vamos comprar, pelo menos, mais 15 aviões por ano que vai permitir multiplicar por quatro o fluxo da empresa”, disse o executivo.
Vinicius Lummertz, ex-presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) e membro sênior do Instituto Milken, reforçou que o Brasil tem potencial para desenvolver turismo no Marrocos, pois existe uma estimativa de que o número de brasileiro morando no país africano deve saltar de 180 mil para 350 mil nos próximos anos.
Para ele, com a expectativa de ampliação da frota da Royal Air Maroc, o Brasil entra nessa rota de melhorar o turismo bilateral. “O Brasil precisa ter uma estratégia mais agressiva voltada ao turismo”, pontuou Lummertz. O executivo lembrou que, enquanto Marrocos recebe 40,2 mil turistas brasileiros, o Brasil recebeu 4 mil turistas marroquinos.
A participação do vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes, foi vista como uma certeza de que os esforços para o fortalecimento do turismo entre as duas nações serão mais que meras intenções, e terão um significado crucial para o estreitamento dos laços comerciais entre Brasil e Marrocos.
O cenário político do Tocantins se aquece com força total entre agosto e dezembro deste ano. Esse será o período decisivo para os principais acertos, conchavos e a formatação final das federações partidárias que disputarão o governo do Estado em 2026. O que ficar para 2026 serão apenas ajustes pontuais, sem potencial de mudar o eixo da sucessão estadual
Por Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues
As cúpulas nacionais dos principais partidos já estão pressionando por definições. Em Brasília, a expectativa é de que o União Brasil e o Progressistas, siglas da senadora Professora Dorinha e do deputado federal Vicentinho Júnior anunciem, já no próximo dia 17 de julho, o desembarque da base do governo Lula. O movimento envolve também um distanciamento formal de figuras como Paulo Mourão e Célio Moura (PT), selando de vez o reposicionamento da oposição.
Professora senadora Dorinha e deputado Vicentinho Junior
A grande pergunta que segue no ar é se Dorinha será ou não candidata ao governo do Estado? A senadora não poderá mais evitar uma indefinição política e em breve precisará se pretende disputar contra Wanderlei Barbosa (Republicanos) e, indiretamente, contra a gestão federal, precisará dizê-lo em alto e bom som.
As chapas proporcionais e majoritárias estão em estágio avançado de costura, e a janela de desincompatibilizações e mudanças partidárias se encerra no dia 4 de abril de 2026, conforme o calendário da Justiça Eleitoral. Até lá, o xadrez político segue em movimento, mas as peças principais já estão quase todas no tabuleiro.
Laurez: uma pré-candidatura solitária em busca de competitividade
O vice-governador Laurez Moreira (PDT) tem, inegavelmente, uma trajetória política respeitável. Foi deputado estadual, deputado federal e prefeito de Gurupi por dois mandatos, sempre com boa avaliação administrativa e contas aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado. Seu perfil é o de um gestor sério, sem máculas, com serviços prestados e experiência acumulada.
Mas, até aqui, sua pré-candidatura ao Governo do Tocantins em 2026 não empolgou. Falta musculatura partidária, uma base de apoio real e estrutura. Falta, sobretudo, uma chapa proporcional consistente, uma aliança majoritária com tempo de TV e rádio, e acesso efetivo ao fundo eleitoral. Sem isso, qualquer projeto majoritário vira ilusão.
Laurez precisa, até dezembro deste ano, transformar sua pré-campanha em algo competitivo ou corre o risco de virar um espectador do processo eleitoral. Persistir em um projeto isolado, sem grupo, sem nominatas, e sem viabilidade concreta, pode não ser apenas um erro estratégico. Pode ser um ato de suicídio político. Quem conhece os bastidores sabe que o tempo das definições já começou. E 2026 começou ontem.
Carlesse: pré-candidatura que mais parece uma bolha d’água
A possível candidatura do ex-governador Mauro Carlesse ao Palácio Araguaia em 2026 mais parece uma bolha d’água. Tem volume, gera algum barulho, mas pode estourar antes mesmo de ganhar forma real.
Carlesse tem seus méritos administrativos, reconhecidos por aliados e registrados na crônica política do Tocantins. No entanto, seu passado recente, marcado por escândalos de gestão e ainda pendente de acertos com a Justiça Eleitoral e com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), torna extremamente difícil uma retomada competitiva ao governo.
A leitura nos bastidores é que, mesmo que consiga superar os obstáculos jurídicos, o voo máximo viável para Carlesse seria uma candidatura a deputado estadual e, ainda assim, com elevado custo político e financeiro. Isso sem falar da relação tensa (e volátil) com os principais veículos de comunicação do Tocantins, que oscilam entre a resistência e o silêncio calculado. Carlesse até pode testar sua força eleitoral, mas, neste momento, falta o essencial que é lastro político, autonomia e ambiente favorável.
Amélio Cayres: pré-candidatura que ganha corpo e estrutura
Com o silêncio de quem prefere agir a falar, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Amélio Cayres (Republicanos), vem costurando uma pré-candidatura ao governo que cresce de forma constante e sólida.
Longe de ataques, presente nos municípios, com forte agenda institucional e amparado por aliados de peso, Cayres avança. Conta com apoio de 20 deputados estaduais, três federais, dezenas de prefeitos e vereadores, além de sinalizações claras de siglas como PL, MDB, Republicanos e outras legendas aliadas ao Palácio Araguaia.
A estrutura partidária já se consolida com fundo eleitoral, tempo de TV e palanque competitivo. Soma-se a isso o lançamento iminente dos programas sociais do governo Wanderlei Barbosa, com previsão de R$ 900 milhões em investimentos até o fim de 2025, e a popularidade do governador, que ultrapassa os 85%. Com esse cenário, a pré-candidatura de Amélio Cayres se aproxima do ponto de não-retorno: se tornar inevitável.
Pré-candidaturas ao senado em terreno frágil
O Tocantins pode assistir, em breve, ao colapso de algumas pré-candidaturas ao Senado Federal. Sem grupo político consolidado, sem fundo partidário garantido e apostando apenas na boa vontade de financiadores incertos, alguns nomes devem repensar seus passos.
Muitos desses pré-candidatos sequer conseguirão viabilizar suas próprias reeleições, pois seus aliados e cabos eleitorais já estão comprometidos com chapas proporcionais concorrentes empoderadas por milhões em emendas impositivas e recursos próprios.
No fim, o risco é real de não conseguir nem Senado, nem reeleição. Apenas o silêncio das urnas.