O presidente nacional do PSL, deputado Luciano Bivar (PE)

 

Por Ranier Bragon

 

Pivo do escândalo das candidaturas laranjas em 2018, quando ainda era uma legenda nanica, o PSL vive uma situação anômola também nas eleições deste ano. A sigla que ao eleger Jair Bolsonaro —hoje fora do partido— se tornou uma das maiores do país obteve a segunda maior fatia do bilionário fundo eleitoral, mas o dinheiro não resultou em sucesso nas urnas.

 

A análise de dados tabulados pelo Movimento Transparência Partidária mostra que o partido comandado pelo deputado federal Luciano Bivar (PE) direcionou mais de 80% dos recursos públicos para candidatos que não conseguiram ser eleitos.

 

De acordo com os números declarados até agora pelos candidatos —a prestação de contas final será conhecida até o dia 15—, R$ 113,6 milhões dos R$ R$ 136 milhões do dinheiro público liberado pelo PSL foram para candidatos a prefeito e vereador não eleitos, ou seja, 84%.

 

Um dado também chama a atenção: um grupo de quase 200 candidatos do partido, a maioria mulheres e negros, declarou ter recebido ao menos R$ 10 mil de verba do PSL, mas não registrou até agora ter feito qualquer tipo de gasto de campanha, tendo obtido menos de 100 votos, cada um.

 

É o caso de Jô Pimenta, inscrita para concorrer a uma vaga de vereadora em São João de Meriti (RJ). Sua prestação de contas feitas até agora mostra que a sua única receita foi uma transferência eletrônica de R$ 110 mil recebida diretamente do diretório nacional do PSL no dia 11 de novembro, ou seja, a quatro dias da realização do primeiro turno da campanha.

 

Não há nenhum centavo de gasto de campanha declarado. Em seu perfil no Facebook, ela diz ser agente administrativa na prefeitura da cidade. Jô Pimenta teve apenas 7 votos, ficando em uma das últimas posições na corrida, com fortes sinais de não ter feito campanha de fato.

 

Se for levado em conta concorrentes que receberam pelo menos R$ 10 mil de verba pública de campanha, mas obtiveram menos de 100 votos e não declararam até agora nenhum gasto eleitoral, ou seja, que reúnem fortes características de candidaturas apenas de fachada, o partido de Bivar é o líder entre as 33 legendas e tem quase 200 nomes nessa situação.

 

Desse total, 79% são mulheres e 59% são negros, índices bem distantes do quadro geral de candidatos no país, que têm apenas 33% de candidaturas femininas e 50% de negros.

 

O PT, partido que tem a maior cota da verba eleitoral, tem apenas 9 nomes nesse grupo de candidatos com muito dinheiro, pouco voto e zero gasto de campanha declarado. O MDB, o partido que mais lançou candidatos no país, 82.

Mesmo que candidatos como Jô Pimenta não declarem nenhum gasto até o prazo final e o dinheiro seja devolvido aos cofres públicos, como manda a lei nesses casos, a repetição de situações como essa também representa uma burla às regras de estímulo à participação das mulheres na política.

Desde 2018, os partidos são obrigados a distribuir a verba pública de campanha proporcionalmente ao número de candidatas que lançar, nunca em patamar inferior a 30%. A partir das eleições deste ano, a Justiça também incorporou à essa exigência a contemplação das candidaturas negras.

 

Com isso, houve recorde no número de candidatas, de pretos e de pardos lançados pelos partidos, assim como avançou o número de mulheres e negros eleitos, embora o cenário ainda esteja distante de representar a real proporção da população brasileira.

 

Assim como candidaturas laranjas que desviam para homens e brancos dinheiro de campanha, o lançamento de candidaturas que não realizam campanha, mesmo que não gastem o dinheiro público, também representa uma burla.

 

Isso porque além de fragilizar o espírito de inclusão das regras, o lançamento de candidaturas de fachada de mulheres e negros em muitos casos ocorre por necessidade imposta pelos homens brancos, que formam a maioria do status quo político dos partidos.

 

Se um partido tiver 70 homens candidatos, ele necessariamente precisa ter outras 30 mulheres candidatas. Caso só lance 20, o número de homens também terá que ser reduzido para que se cumpra a cota de ao menos 30% de um dos gêneros.

 

Em 2019, a Folha revelou em diversas reportagens que o então nanico PSL lançou candidatas laranjas em Minas Gerais, onde o partido é controlado politicamente pelo ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e em Pernambuco, terra de Bivar.

 

Uma das candidatas era secretária de Bivar e recebeu, na época, R$ 400 mil de verba pública da sigla. A Polícia Federal investigou os dois casos e indiciou o presidente do PSL e Álvaro Antônio, que também foi denunciado pelo Ministério Público.

 

PSL diz que dinheiro não garante êxito eleitoral e que prazo de prestação de contas ainda não acabou

Em nota, o PSL ressaltou que Luciano Bivar tem dito que apenas os recursos do fundo eleitoral não são suficientes para garantir o êxito eleitoral.

 

"Até porque são recursos que chegam apenas durante a campanha. Outros fatores, como emendas parlamentares e a própria presença em postos de comando estaduais e municipais são muito mais eficazes para o bom desempenho eleitoral, por abrangerem períodos mais longos de atuação política. Por isso, na essência, a presença no poder muitas vezes é mais eficiente do que apenas os recursos eleitorais", afirmou o partido, por meio de sua assessoria.

 

Dos 20 candidatos que mais receberam dinheiro público da legenda, só o 20º foi eleito —Gustavo Nunes, para a Prefeitura de Ipatinga (MG). Dois foram para o segundo turno e 17 perderam, entre elas a campeã de verba, Joice Hasselmann, 7ª na corrida à Prefeitura de São Paulo.

 

Sobre as candidaturas ainda sem declaração de gasto e com pouquíssimos votos, mesmo tendo recebido mais de R$ 10 mil do fundo eleitoral, o PSL afirmou que adotou medidas concretas para definir o repasse dos recursos eleitorais.

 

"No caso das candidaturas masculinas, os recursos foram repassados aos diretórios estaduais que fizeram a distribuição dos mesmos. No caso das candidaturas femininas, os dirigentes estaduais encaminharam ao diretório nacional a lista das candidatas com os respectivos valores pleiteados. E o repasse foi feito diretamente para a conta das candidatas. E cada candidato precisava emitir um recibo comprovando o recebimento dos recursos", disse a sigla.

 

O partido ressalta que o prazo de prestação de contas ainda não se esgotou e que e diz que se empenhou em cumprir todas as exigências da legislação em relação às cotas de gênero e racial.

 

"No caso das candidaturas femininas, distribuímos mais de 32,5% dos recursos totais –o percentual mínimo definido por lei é de 30%. No caso da distribuição pelo conceito de etnia, o PSL também se enquadrou nos parâmetros legais. Por isso, em princípio, não estamos prevendo devolução de recursos aos cofres públicos por parte das candidaturas", diz a nota.

 

Sobre a situação da candidata Jô Pimenta, a sigla reafirmou apenas que "os prazos para prestação de contas ainda estão em curso".

 

Jô não atendeu ligação ou respondeu ao pedido de informação enviado, por mensagem de texto, ao telefone que cadastrou em seu pedido de registro de candidatura.

 

A Folha conversou com Paloma Gomes, cujo número também consta no pedido de registro e que se identificou como sua advogada. Ela é presidente do PSL de São João de Meriti e sócia da empresa Gomes Assessoria Contábil e Eleitoral.

 

"Meu amor, infelizmente não sabemos o que se passa na cabeça dos eleitores. Não sei se você tem conhecimento, mas a eleição de 2020 foi verdadeiramente uma zona, compra de votos rolou solta aqui no município", afirmou Paloma.

 

"Quanto ao dinheiro ter chegado tarde, isso você deve questionar a nacional do partido. Quanto aos gastos eleitorais, todos serão comprovados junto ao TRE, que é o órgão fiscalizador responsável pela prestação de contas. Esse sim é o órgão julgador", disse ainda, acrescentando ser contadora especializada em contabilidade eleitoral, com serviços não só para o PSL, mas para outros partidos e do estado.

 

NÚMEROS DO PSL NAS ELEIÇÕES 2020

R$135.694.992,06
Receita de verba pública eleitoral declarada por candidatos do partido 
R$113.575.476,33
Receita declarada por candidatos derrotados 
R$16.594.454,33
Verba declarada por candidatos eleitos ou que foram para o 2º turno

 

Posted On Segunda, 23 Novembro 2020 04:43 Escrito por

Por Hugo Marques

 

O Ministério Público de Pernambuco cobra da candidata à Prefeitura de Recife, Marília Arraes (PT), a devolução de 156 mil reais aos cofres públicos. Marília foi denunciada pela 43ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania por improbidade administrativa, em dezembro do ano passado, juntamente com quatro ex-assessoras.

 

Antes de ajuizar a ação civil, a Promotoria pediu à Polícia Civil do Recife a instauração de inquérito para apurar denúncia de irregularidades no pagamento de servidores do gabinete da então vereadora entre 2014 e 2017. O inquérito concluiu que Marília nomeou quatro assessoras para cargos comissionados que recebiam seus salários e não prestavam serviços ao gabinete.

 

A irregularidade foi descoberta depois que a Polícia Civil cruzou os contracheques das servidoras com o Relatório Anual de Informações Sociais-RAIS e descobriu que as funcionárias tinham outros empregos. As funcionárias e a vereadora foram indiciadas pelo crime de peculato. Segundo a denúncia do MP, Marília “dolosamente utilizou-se do seu cargo para favorecer as demais demandadas que, embora não tendo prestado serviço regularmente à Câmara Municipal do Recife, receberam remuneração indevida dos cofres públicos, contribuindo decisivamente para o enriquecimento ilícito das demandadas”. Marília Arraes figura como responsável solidária pelos prejuízos aos cofres públicos, que somam 156 mil reais.

 

As investigações começaram a partir de uma denúncia de uma colaboradora cujo nome o Ministério Público mantém em segredo até hoje. Além dos servidores fantasmas, a testemunha contou aos investigadores que funcionava no gabinete da vereadora um esquema de “rachadinha”. Os funcionários, segundo o relato, eram obrigados a devolver 60% dos salários. Na época, o MP pediu instauração de inquérito junto à Delegacia de Crimes Contra a Administração e Serviços Públicos, para investigar possível desvio de recursos públicos. O inquérito foi instaurado em 2017, mas não conseguiu comprovar a “rachadinha”.

 

O Ministério Público justificou a “falta de estrutura” para não fazer uma investigação mais aprofundada dos fatos. Não consta no inquérito quebra de sigilo dos envolvidos e nem relatórios do Coaf sobre movimentações bancárias dos investigados. VEJA não conseguiu contato com a a promotora que cuidou do caso.

 

Em seu depoimento, Marília Arraes negou que tivesse retido parte dos salários dos funcionários e informou que não havia livro de ponto no gabinete para controle de frequência dos servidoras.

 

A assessoria de imprensa de Marília Arraes informou que não vai se pronunciar sobre o caso.

 

Posted On Segunda, 23 Novembro 2020 04:39 Escrito por

“Humildade, é o crivo certo, para se medir as almas”

 

 EVAN DO CARMO

 

 Por Edson Rodrigues

 

O prefeito de Ipueiras, Caio Augusto, por apenas 24 votos de diferença, recebeu da população a responsabilidade de governar a cidade por mais quatro anos.  Essa pequena diferença de votos significa muito mais que uma cidade dividida, significa que o povo ipueirense soube avaliar e analisar as três candidaturas, e dentre elas, escolheu pela permanência do atual prefeito, como reconhecimento de seus esforços durante sua administração.

 

Caio passou dois anos e oito meses organizando a vida financeira do município, pagando dívidas e resgatando créditos inviabilizados pela situação em que recebeu a administração de seu antecessor.  Uma máquina administrativa totalmente desorganizada, com prestações de contas em atraso, rejeitadas pelos Tribunais de Contas, sem acesso ao talonário de cheques, maquinário pesado sucateado, água e energia com fornecimento cortado e prestadores de serviço e fornecedores sem receber há tempos.

Caio Augusto e apoiadores

 

Mesmo sabendo que teria pouco tempo para administrar Ipueiras do jeito que queria e que o município merecia, Caio Augusto não se poupou do trabalho hercúleo que tinha pela frente, arregaçou as mangas, montou uma equipe capacitada e competente e iniciou a peregrinação por Brasília e Palmas para colocar as contas em dia.

 

Sua determinação em organizar a vida financeira e administrativa de Ipueiras, mesmo sem saber se continuaria no comando da cidade após tanto esforço, chamou a atenção de parlamentares como o senador Eduardo Gomes, líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, do deputado federal Carlos Gaguim, da deputada federal Dorinha Seabra e do deputado estadual Toinho Andrade, que fizeram questão de levar mensagens de apoio à Caio Augusto no decorrer da campanha e garantiram apoio à sua nova administração, ajudando com o carreamento de recursos federais de emendas impositivas e convênios, para que todo o esforço do prefeito não seja em vão.

 

A vitória apertada e os novos desafios encorajaram Caio Augusto a agir com ainda mais determinação, programando, já para os próximos dias, uma viagem à Brasília para assegurar emendas impositivas junto à bancada federal tocantinense, com uma passagem por Palmas, onde visitará os gabinetes dos deputados estaduais que abraçaram a causa de Ipueiras, para garantir convênios e recursos estaduais.

 

Populares festejam o resultado

 

A vitória de Caio Augusto contra todos os seus opositores, mostra que o trabalho supera tudo.  A pequena diferença de votos revela que Deus esteve com ele e seus companheiros, que fizeram uma campanha limpa e respeitosa, a ponto de cativar os eleitores e atrair sorte.

 

Caio Augusto tem, agora, a partir do próximo dia 1º de janeiro de 2021, a responsabilidade de zelar por cada cidadão ipueirense, cada rua, cada prédio municipal e cada centavo que entrar nos cofres públicos, dando a eles a destinação correta e assertiva.  Serão quatro anos para mostrar que mereceu cada um dos votos que recebeu e fazer uma administração brilhante, repleta de obras e realizações.

 

AO PODER LEGISLATIVO IPUEIRENSE

Por outro lado, os homens e mulheres que se elegeram vereadores de Ipueiras têm o dever não só de fiscalizar a administração de Caio Augusto, mas de ajudar onde for necessário, para trazer benfeitorias e recursos para a população, esquecendo se fizeram oposição ou estiveram na campanha do prefeito eleito, pois a hora é de desempenhar suas funções de legisladores e fiscalizadores, visando sempre o bem maior para a população, tendo sempre em mente que um bom governo precisa de uma oposição consciente e leal apenas ao povo que a elegeu, nunca agindo contra os interesses da boa gente ipueirense.

 

Parabéns a todos.

Posted On Sexta, 20 Novembro 2020 05:14 Escrito por

“Unidos resistimos. Divididos caímos Não nos separemos em facções que devem destruir a união da qual depende nossa existência”

 

PATRICK HENRY

 

 

Por Edson Rodrigues

 

O Paralelo 13 vem acompanhando a evolução política da Capital, Palmas, e tem observado o desempenho e a postura ética e política de humildade, de Lucas Marques de Araújo, o popular Lucas da Lince.

Clayton Cardoso

Lucas é apaixonado pela política e se movimentou bastante nos bastidores durante as campanhas sucessórias de Palmas e, em 2008, como um dos coordenadores políticos do PTN, conseguiu eleger dois candidatos a vereador Divina Márcia e Folha.  Em 2012, como presidente metropolitano do PSL, coordenou a campanha do partido e conseguiu eleger os vereadores Cleyton Cardoso e Gérson da Mil Coisas. 

 

Gérson da Mil Coisas

 

Em 2014, na eleição estadual, Lucas ousou ao criar uma “chapinha”, que atraiu a atenção dos analistas e articuladores políticos, pois conseguiu eleger os deputados estaduais Clayton Cardoso e Júnior Evangelista.

 

Em 2016, como presidente metropolitano do PSL, e já visto como uma liderança política em ascensão, conseguiu as eleições de Vanda Monteiro e Gérson da Mil Coisas como vereadores.

Eduardo do Dertins presidente Estadual do Cidadania 

 

Em 2018, como presidente metropolitano do Cidadania, conseguiu a eleição, como deputados estaduais, de Ivory de Lira e Eduardo do Dertins, novamente se valendo do seu método de “chapinha”, dando voz e vez aos partidos pequenos e comprovando a eficácia do seu método de formação de campanhas, que coloca em evidência os representantes do “povão”.

 

E, neste ano de 2020, novamente fazendo frente aos partidos tradicionais e às campanhas milionárias, conseguiu a eleição, novamente pelo Cidadania, dos vereadores Joatan e Rubens Uchôa.

 

CURRÍCULO

Além das vitórias improváveis que vem conseguindo nas últimas eleições, Lucas da Lince é um cidadão comum, do povo, porém sério e comprometido com a comunidade da qual faz parte, dono de uma empresa importante que presta serviços a vários órgãos públicos e empreendimentos privados com a distribuição de jornais e revistas e outros serviços.

Lucas da Lince entre os vereadores eleitos pelo cidadania em 15 de  novembro, Joatan e Rubens Uchoa

 

“Eu sempre trabalhei como empresa em um meio político e eu venho vendo e ouvindo as pessoas fazendo política e, juntando esse conhecimento desenvolvi esse método, da chapinha, que é a maneira mais fácil dos pequenos partidos chegarem ao poder. A disputa eleitoral com quem está no poder, é desproporcional. Tem que haver uma articulação onde os pequenos possam, sem estrutura financeira, encarar os grandes, que trabalham com milhões. Dessa forma, os pequenos têm que vir como eu chamo, com uma chapa que forme uma constelação e não apenas com uma estrela. Nesses grupos que vimos trabalhando, elegendo sempre, no mínimo dois vereadores e dois deputados, colocamos todos no mesmo nível de igualdade.  O segredo é esse, todos disputam com as mesmas condições. Nós estamos sempre voltados para comunidade e defendendo o lado do menos favorecido, politicamente falando”, explicou Lucas.

 

CONVITES

O Paralelo 13 identificou, nesta eleição municipal recém-findada, a participação efetiva de Lucas nas articulações que culminaram nessa surpreendente eleição de dois vereadores em meio a partidos grandes e com estrutura, que falharam de forma vexatória.  Hoje, Lucas da Lince está sendo cobiçado e convidado e procurado por muitas dessas lideranças que não obtiveram o êxito esperado, buscando sua sobrevivência política por meio de uma articulação que os leve à presidência da Câmara, que seja articulada por Lucas. Na última terça-feira, inclusive, foram várias lideranças que solicitaram reuniões.

 

Sendo uma pessoa democrática, Lucas vai conversar com seus dois vereadores eleitos para saber se há a vontade de ambos em fazer essa articulação, colocando sempre à frente os interesses da população e sem prejudicar o desenvolvimento da Capital.

 

Em uma conversa anterior ás eleições, com O Paralelo 13, Lucas da Lince pontuou as prioridades que ele, como presidente de partido, considerava que deveriam constar das planilhas de todos os candidatos a prefeito e fez uma declaração contundente.

 

“Na verdade, quem tem o mandato são os vereadores, o partido deve ter a inteligência e a sabedoria de estar sempre em contato com o prefeito e, neste momento, como nós temos dois vereadores eleitos por regiões carentes de Palmas, o Joatan do Aureny III e o Rubens, no Aureny IV, setores da região Sul da Capital que nunca tiveram representantes, nós estamos com o pensamento voltado para que o Executivo da Capital priorize as ações sociais aos menos favorecidos.  Nós temos os exemplos de anos atrás, quando existiam programas sociais como os Pioneiros Mirins e o Ama.  As crianças iam primeiro para os Pioneiros Mirins e quando saíam de lá, com 13, 14 anos, iam direto para o AMA.  Hoje, nós temos grandes profissionais na Capital, que passaram por esses programas.  Então, vamos lutar para que haja mais programas sociais como aqueles.  Não é dar o peixe, mas dar a vara para pesca-lo, porque só assim as pessoas crescem com dignidade e respeito”, sentenciou.

 

RECONHECIMENTO

“Neste momento em que estamos todos voltados para o desenvolvimento de Palmas, temos dois vereadores que, de comum acordo, vão auxiliar a prefeita a ter a devida noção do tamanho de Palmas, ajudando a gerir, a administrar e a fiscalizar, reconhecendo aqueles que são pioneiros, que estão aqui desde o início e incentivando o seu aproveitamento onde for possível. Esse é o papel do nosso partido.  O partido é, simplesmente, um conjunto de pessoas e o que fortalece a sigla é a união entre essas pessoas. Nós temos hoje dois vereadores e um deputado estadual, Eduardo do Dertins, que acaba de assumir como presidente da Assembleia.  Nós entendemos que o Cidadania não teve candidato a prefeito, mas atingiu seu objetivo, que sempre foi o de eleger dois vereadores. Os demais partidos, que tinham candidato a prefeito e fizeram dois a três vereadores, precisaram de uma estrutura muito grande voltada para isso, com um gasto muito grande.  O Cidadania não teve gastos milionários e contou com o auxílio de todos os seus 26 candidatos a vereador, por isso, nos sentimos fortalecidos ante aos demais”, explicou.

Lucas da Lince finaliza afirmando que o objetivo do Cidadania, agora, é se fortalecer quanto legenda, baseado em atuações firmes de seus vereadores e do seu deputado estadual, que contarão com a participação de todos os membros orientando e ajudando os eleitos a desenvolver mandatos que tenham como prioridade o povo, mantendo a palavra e as promessas que fizeram em campanha, buscando um crescimento como representantes legítimos e leais ao povo.

 

“Nós escolhemos Palmas e o Tocantins para morar, viver e morrer, por isso, queremos que nossas futuras gerações nos vejam como pessoas que contribuíram para a melhoria de suas vidas desde o passado, que é o nosso presente, e que se encham de orgulho de nós”, acrescentou.

 

PLANOS PARA 2022

 

“Nossos planos para 2022 começaram neste ano de 2020.  Não vimos este pleito como apenas uma eleição, mas como uma preparação para o futuro.  Um projeto político tem começo, mas não pode ter fim, e o nosso projeto é usar a mesma metodologia desta eleição, formando uma chapa com 36 candidatos, pois se pelo menos 20 deles fizerem cinco mil votos, vamos eleger de três a quatro deputados estaduais, e um deputado federal, continuando a pensar nos menos favorecidos contra os candidatos milionários. Nós queremos dar chances a candidatos que nunca exerceram mandato nas câmaras municipais e no Legislativo estadual.  Nosso projeto é baseado em pessoas, mas sem pessoas não há projeto.  Ninguém é dono do Cidadania, somos todos trabalhadores coesos e unidos em busca de voz ativa junto à comunidade e ao governo do Estado”, finalizou.

 

 

Posted On Quinta, 19 Novembro 2020 05:02 Escrito por

“Não são as pessoas que nos decepcionam, geralmente nos decepcionamos com as expectativas que colocamos nas pessoas”

 SURAMA JURDI

 

Por Edson Rodrigues

 

Os resultados das urnas, no último dia 15, nada mais foi que um sinal amarelo, de alerta, para vários segmentos partidários e a seus líderes, detentores de mandatos no Congresso Nacional, na Assembleia Legislativa ou não, e ao Palácio Araguaia, na pessoa do governador Mauro Carlesse.

 

Governador Mauro Carlesse

 

As urnas simplesmente derreteram algumas lideranças, como o ex-deputado Marcelo Lelis, do PV e o candidato do Podemos, Alan Barbiero, que não conseguiram vencer nem os percentuais de votos em branco, nem de votos nulos, com um desempenho abaixo de qualquer comentário entre os candidatos mais tradicionais.

 

O “ESMAGADO”

 

O ex-prefeito de Palmas, derrotado duas vezes consecutivas no pleito para governador do Estado na eleição suplementar e na eleição geral, na qual não conseguiu nem ir para o segundo turno, derrotado pelo ex-senador Vicentinho Alves, tentou montar uma “oposição ampla” e forte, com um candidato que se submeteu até a incluir o nome de Amastha em seu registro de candidatura, foi quem sentiu mais forte o “sopro quente” das urnas, conseguindo um vergonhoso quarto lugar, com apenas 12% dos votos em Palmas e elegendo apenas um prefeito pelo seu partido, o PSB, entre 139 possibilidades no Estado que tanto deseja governar.

Ex-prefeito de Palmas Carlos  Amastha

 

O ex-prefeito da Capital, caso queira continuar na vida pública, terá uma missão hercúlea após os resultados pífios obtido nas urnas pela sua “frente oposicionista”, esmagada em Palmas, a cidade que deixou de lado para apostar em seu interesse pessoal de ser governador do Estado.  Seu desafio inclui uma mudança de 180 graus nas premissas do seu partido e na sua conduta pessoal e reconquistar credibilidade pessoal e política a ponto de promover um crescimento do seu partido, com filiações de lideranças que queiram ser comandadas por ele, e ser candidatos a deputados federais ou estaduais sempre à sombra de Amastha que, nas duas opções, sempre será o principal, de acordo com sua personalidade histriônica.

 

OS QUE DIMINUÍRAM

 

A senadora Kátia Abreu tem uma vasta folha de serviços prestados ao Estado, como deputada federal, senadora e ministra da Agricultura no governo de Dilma Rousseff, com um destaque muito grande na mídia nacional. Mas, na hora de mostrar humildade, vem à tona o seu temperamento explosivo, e Kátia acaba pecando por falta de carisma.  Talento político, a senadora tem de sobra, mas falta, ainda, saber cativar o povo mais simples.

 

Kátia marcou presença com seu PP, junto com Irajá Abreu, PSD e Vicentinho Jr. PL, apoiando a candidatura de Thiago Andrino em Palmas, mas não influenciou as sucessões de Araguaína, Gurupi e Porto Nacional.  Mas ela não deixou de dar apoio logístico ao partido do seu filho, o também senador Irajá Abreu, do PSD, que elegeu o prefeito de Porto Nacional, Ronivon Maciel. Nos municípios de médio e pequeno porte, foram 22 vitórias, um número suficiente apenas para lhes dar tempo de não se juntar ao rol dos que serão “sepultados” na vala dos que enterram sua vida política no Tocantins.

 

A partir de agora, Kátia Abreu tem o ano de 20921 para pavimentar uma candidatura, por enquanto, para deputada federal, pois os espaços estão ocupados por forças superiores à dela para as vagas de senador e governador, mas nada que a impeça de se capacitar para disputar essas vagas, também, dependendo do decorrer dos fatos, pois, como sempre falamos, nada é exato na política.

 

 Nilmar Ruiz, Carlos  Amastha, Irajá Abreu, Thiago  Amastha Andrino, Vicentinho Junior e Kátia Abreu

O governador Mauro Carlesse, apesar de ter mantido uma distância estratégica do pleito do último domingo, com exceção de Gurupi, onde foi, claramente, a favor de Josi Nunes, deixou que o Palácio Araguaia “atear fogo em muitas pontes” com a prefeita reeleita de Palmas, Cinthia Ribeiro, e com os prefeitos vitoriosos em eleger os seus sucessores, como Ronaldo Dimas e Moisés Avelino. Apesar disso tudo, governo do Estado é governo do Estado e ainda há dois anos para se reinventar, se repaginar e conseguir reconstruir essas pontes.

 

A pretensão política de Mauro Carlesse, que não pode concorrer à reeleição, é o Senado Federal.  Com a configuração deixada pelas urnas e sua atual filosofia de governo, tudo indica que precisará “calçar as sandálias da humildade”, restaurar sua aproximação com o senador Eduardo Gomes e fazer da sua administração, a partir de 2021, um governo de coalizão, municipalista, prestigiando aqueles que lhe são fiéis, principalmente os companheiros da Assembleia Legislativa, resolver sua vida partidária, compondo com a presidente do diretório estadual do DEM, deputada federal Dorinha Seabra, ou ir para outro partido, já no início do ano, que lhe dê abrigo e liderança para ser candidato ao Senado, que, em nossa humilde opinião, seria o PTB, do seu aliado leal e prestativo, Toinho Andrade, presidente da Assembleia Legislativa.

 

É bom lembrar que o governador vai precisar se desvincular do cargo para concorrer ao Senado, deixando o governo do Estado com Wanderlei Barbosa ou com Toinho Andrade.

 

O candidato natural de vários partidos, prefeitos e deputados estaduais e federais tocantinenses, com apoio do Centrão no Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, ao governo do Estado é o senador Eduardo Gomes.  Sendo assim, como ficarão Wanderlei e Toinho Andrade para 2022?

 

A saída é apostar em Eduardo Gomes como o “arquiteto” para projetar essa ponte e dar rumos sólidos para essa transição.

 

Já para os nobres deputados federais e estaduais, com raras exceções, a luz de alerta também foi ligada após o resultado das urnas.  Ninguém terá apenas dias “floridos” daqui para frente.  As próximas eleições estaduais não terão coligações proporcionais, não haverá “oba-oba” e cada partido terá que escolher minuciosamente seus candidatos, não esquecendo das cotas para candidatas do sexo feminino, candidatos negros e as regras que definiram a divisão do Fundo partidário, que deixaram muitos candidatos “na campina”, serão as mesmas e todo o Tocantins tem menos eleitores que a cidade de Goiânia. Ou seja, as regras de divisão do “bolo” serão as mesmas deste ano, ou seja, uma decepção.

 

ELI BORGES

O deputado federal Eli Borges (foto), que se autoproclamou, do leito em que convalescia de Covid-19, como o “candidato do Palácio Araguaia” à prefeitura de Palmas e recebeu um profundo silêncio do governo do estado como resposta, pois o governador Mauro Carlesse calado estava e calado ficou, ao que tudo indica descumpriu um acordo no qual ele se licenciaria do seu cargo para que o aliado palaciano Lázaro Botelho assumisse, como deputado federal, o que fez com que qualquer possibilidade de apoio real do governo do Estado fosse retirado de forma imediata, saiu dessa eleição bem menor do que entrou.

 

Sua candidatura não decolou e ele terminou num vexatório terceiro lugar, com apenas 13% dos votos e muitos apoios perdidos entre lideranças de todo o Estado que o tinham como “tábua de salvação”, comprometendo qualquer pretensão de reeleição ou candidatura a outro cargo qualquer em 2022.

 

Eli Borges, hoje, é uma figura nebulosa na política tocantinense, com um futuro incerto e um presente de desafios.

 

EDUARDO GOMES

O senador Eduardo Gomes, hoje, o político tocantinense de maior destaque nacional. Líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional e relator setorial do Orçamento do Ministério do desenvolvimento, ele foi o grande vitorioso dessas eleições municipais, elegendo 87 prefeitos nos 20 maiores colégios eleitorais do Tocantins, inclusive na Capital, Palmas, onde muitos foram opositores à sua candidata, Cinthia Ribeiro.

Eduardo Gomes com prefeito eleito de Araguaína Wagner Rodrigues 

 

Eduardo evitou fazer carreatas, barulho ou proferir bravatas. Preferiu fazer uma peregrinação de Norte a Sul, de leste a Oeste do Tocantins, gravar vídeos e entrevistas de apoio aos seus companheiros e não atacou ninguém que se opôs às suas preferências.

 

O senador nada mais fez nessa campanha que mostrar gratidão àqueles que o apoiaram na eleição para o Senado e o fizeram o mais bem votado da história política do Tocantins e, definidos os resultados, já está em Brasília, em reuniões com o presidente da República, líderes e vice-líderes partidários na Câmara e no Senado, articulando para as votações importantes que vão ocorrer na Câmara e no Senado, sempre defendendo os interesses do governo do qual é líder.

 

Ao mesmo tempo, Eduardo Gomes vem costurando milhões de reais em recursos a serem destinados aos 139 municípios tocantinenses a partir de 2021, correspondendo às responsabilidades e demandas de seus apoiadores – e dos que não o apoiaram – preparando uma grande base de aliados com dezenas de prefeitos, centenas de vereadores, ex-governadores, deputados estaduais e centenas de candidatos nas eleições de 2022, para as suas pretensões eleitorais, estando confortável para qualquer que seja sua escolha.

 

Assim transcorreram as eleições de 15 de novembro de 2020, exatamente como prevíamos, com a consolidação das lideranças que souberam jogar o jogo da boa política e o sepultamento coletivo dos que apostaram todas as suas fichas na ignorância dos eleitores.

 

A fila andou, e o eleitor é o grande protagonista, a partir de agora!

 

 

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