Usando o próprio Twitter, Elon Musk respondeu a usuários que reclamam de suspensão de perfis bolsonaristas na rede social

 

Por Emerson Alecrim

O dono do Twitter, Elon Musk, disse neste sábado (3) achar "possível" que a equipe da empresa de mídia social tenha dado preferência a candidatos de esquerda durante as eleições brasileiras deste ano, sem fornecer provas.

 

Musk completou a compra do Twitter em 27 de outubro, poucos dias antes do segundo turno da eleição presidencial do Brasil, quando o candidato Jair Bolsonaro (PL) foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

“Vi muitos tweets preocupantes sobre as recentes eleições no Brasil”, escreveu Musk no Twitter quando questionado por um usuário sobre eleições possivelmente “manipuladas” pela gestão anterior da empresa.

 

"Se esses tweets forem precisos, é possível que o pessoal do Twitter tenha dado preferência a candidatos de esquerda", acrescentou o bilionário.

No início deste ano, Bolsonaro recebeu Musk em uma reunião em São Paulo, quando chamou a aquisição do Twitter pelo bilionário americano de "um sopro de esperança" e o apelidou de "lenda da liberdade".

 

Tanto Lula quanto Bolsonaro usaram amplamente o Twitter durante suas campanhas. Alguns aliados de Bolsonaro – incluindo o candidato mais votado à Câmara dos Deputados, Nikolas Ferreira – tiveram suas contas suspensas por ordem judicial após o segundo turno por questionarem o resultado da eleição.

 

Contas suspensas por ordem do TSE

Nos últimos dias, o Twitter suspendeu as contas de vários políticos e defensores do governo bolsonarista, por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

Em todos os casos, o TSE tenta evitar a disseminação de acusações infundadas contra o sistema eleitoral ou a incitação a atos antidemocráticos, a exemplo dos recentes bloqueios de rodovias que causaram transtornos em todo o país.

 

O órgão usa como base uma resolução estabelecida antes do segundo turno das eleições que possibilita ordens para retirada imediata de publicações com afirmações falsas ou descontextualizadas sobre o processo eleitoral.

 

As empresas envolvidas podem ter que pagar multa de R$ 100 mil por hora caso a ordem não seja atendida em até duas horas após o seu recebimento.

 

Entre os banimentos está o perfil do economista Marcos Cintra (União Brasil), que foi secretário da Receita Federal no governo de Jair Bolsonaro (PL). Em uma sequência de tweets, Cintra pôs em dúvida o mais recente pleito eleitoral.

 

O economista afirmou, por exemplo, que Jair Bolsonaro teve zero votos em centenas de urnas, e acrescentou: “se há suspeita em uma única urna, elas recaem sobre todo o sistema”.

 

À Folha de S.Paulo, Cintra disse ter ficado surpreso com a suspensão de sua conta no Twitter. “Não fiz acusação nenhuma, não me insurgi contra nada, só tive dúvidas que qualquer cidadão pode ter e pode fazer”, complementou.

 

O fato é que apoiadores de Bolsonaro têm utilizado redes sociais e serviços de mensagens para espalhar acusações de fraudes nas eleições. Nenhum deles apresentou provas de ilegalidade no pleito, porém.

 

As contas no Twitter dos parlamentares Carla Zambelli (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO) também foram banidas recentemente.

 

 

 

 

Posted On Domingo, 04 Dezembro 2022 07:01 Escrito por O Paralelo 13

Membros do PT resistem em indicar Simone Tebet para ministério de Lula por caráter independente da senadora

 

Da Redação

 

Ex-candidata à Presidência apoiou o petista no segundo turno e entrou de cabeça na campanha;

 

Petistas temem que Tebet se torne uma nova versão de Moro, que deixou o governo Bolsonaro acusando o presidente de crime de responsabilidade.

 

Membros do Partido dos Trabalhadores apresentam resistência em indicar a senadora Simone Tebet (MDB) para ocupar um dos ministérios do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito.

 

Mesmo sendo uma das principais cotadas, a emedebista é vista por muitos como independente da base petista e que pode se tornar uma nova versão do “Sérgio Moro de Lula”. As informações são do site Poder 360.

 

O senador eleito foi ministro da Justiça do presidente Jair Bolsonaro (PT), mas deixou a gestão acusando o mandatário de tentar interferir nas investigações da Polícia Federal. Depois disso, o também ex-juiz federal foi cotado para disputar a presidência da República.

 

Tebet disputou a presidência neste ano e saiu no primeiro turno como a terceira colocada na disputa, desbancando o vetereno nas eleições presidenciais, Ciro Gomes (PDT), que ficou em quarto.

 

Na segunda etapa do pleito, ela declarou apoio e participou da campanha petista, tendo colocado como condição para isso a entrada de propostas dela no programa de governo de Lula.

 

Atualmente, Tebet é a coordenadora de desenvolvimento social da transição de governo. No grupo, ela trata diretamente de temas como o combate à pobreza e à fome no Brasil. Além disso, é a responsável pelo Auxílio Brasil, a ser retomado na gestão Lula como Bolsa Família e que foi uma das principais bandeiras da campanha petista.

 

Segundo o Poder360, a chance de Tebet ser ministra é entrando como representante do MDB. Contudo, de acordo com o site, a sigla não deve tomar essa iniciativa.

 

 

 

Posted On Sábado, 03 Dezembro 2022 07:40 Escrito por O Paralelo 13

Por Sara Resende e Bianca Lima

  O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), encerrou nesta sexta-feira (2) uma semana intensa de articulações e reuniões em Brasília. Um dos eventos ocorreu na noite da quinta-feira (1º), quando Lula participou de um jantar na casa da senadora Katia Abreu (PP-TO).

 

Além de Lula e Kátia Abreu, também estavam presentes Janja da Silva, futura primeira-dama, e ministros de tribunais superiores.

 

Um dos principais temas discutidos foi a PEC da Transição, proposta que o governo eleito quer ver aprovada no Congresso nas próximas semanas para viabilizar o pagamento de R$ 600 de Bolsa Família a partir de janeiro.

 

Os convidados de Katia Abreu discutiram também o orçamento secreto e o que fazer caso o Supremo Tribunal Federal (STF) considere inconstitucional essa modalidade de pagamento de emendas parlamentares. Lula tem dito que é a favor de emendas parlamentares, desde que transparentes.

 

O cardápio, preparado pelo marido da senadora, teve arroz de açu, um prato baiano de origem africana, e moqueca de pirarucu.

 

Katia Abreu foi ex-ministra da Agricultura no governo Dilma Rousseff. Ela não fez campanha para Lula, mas integra a equipe da transição. O nome da senadora é cotado para voltar a assumir a pasta, disputada por uma série de partidos.

 

Negociações da PEC

Entre os parlamentares, estavam presentes os senadores Marcelo Castro (MDB-PI), relator-geral do Orçamento, Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, primeira etapa de tramitação da PEC da Transição, e Renan Calheiros (MDB-AL).

 

Além de ter a função de comandar a primeira etapa de votação da PEC, na CCJ, Davi Alcolumbre, pode assumir a relatoria do texto. Outro cotado é o senador Alexandre Silveira (PSD-MG). Na próxima segunda (5), o nome do escolhido para relatar a proposta será divulgado.

 

Ambos se reuniram nesta sexta (2) com Marcelo Castro para afinar detalhes da PEC. Silveira, inclusive, foi acompanhado de sua equipe técnica para discutir pontos do conteúdo do texto.

Castro disse que a PEC está sendo "amadurecida" e que o trabalho na segunda será o de "contar os votos" para a aprovação. .

 

Nos bastidores, Alcolumbre tem dito que ainda não foram reunidos votos suficientes para aprovação. A PEC precisa de ao menos 49 favoráveis em dois turnos.

 

Alcolumbre e Silveira, aliados do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), negociam com a equipe do governo petista cargos em troca da aprovação da PEC.

 

Estão na mesa a liderança do governo no Senado e o Ministério da Infraestrutura.

 

Já o MDB pode ficar com três ministérios do governo. Um ficaria a cargo de Renan Calheiros, antigo aliado de Lula. Outro teria sido reservado para Simone Tebet (MDB-MS), que participou ativamente da campanha do segundo turno. E o terceiro com algum deputado da legenda.

 

Alexandre Silveira compõe a equipe de transição de Infraestrutura e já foi diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT) durante o primeiro mandato de Lula. Ainda não está definido qual função será atribuída aos dois parlamentares. Silveira trabalhou pela reeleição de Lula. Já Alcolumbre, que foi presidente do Senado, era considerado um aliado do presidente Jair Bolsonaro no início de sua gestão.

 

O parlamentar do União Brasil pode se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), no domingo (4). Alcolumbre afirmou que a CCJ não realizou reunião esta semana para votar a PEC pois o texto ainda precisava ser "compatibilizado", ou seja, acordado com a Câmara. O senador confirmou que a comissão vai votar a proposta na próxima semana e Pacheco prevê que o plenário também. Se isso ocorrer, o texto seguirá para a Câmara.

 

O objetivo dos petistas é aprovar a PEC antes do Orçamento do ano que vem, para que ela possa balizar outros gastos.

 

Orçamento secreto

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve começar a julgar na próxima quarta-feira (7) as ações que questionam a constitucionalidade das emendas de relator, que ficaram conhecidas por "orçamento secreto" devido à falta de transparência em relação aos critérios de distribuição e à ausência de fatores técnicos no momento da alocação do dinheiro.

 

O relatório preliminar do Orçamento de 2023, aprovado em comissão do Congresso, reserva de R$ 19,4 bilhões para este tipo de emenda.

 

Marcelo Castro, que relata a peça orçamentária, informou que se o STF barrar o orçamento secreto, decidir que é inconstitucional, os R$ 19,4 serão transferidos para as emendas de bancada e de comissão.

 

Parlamentares reconhecem que a PEC da Transição pode ser usada também para desbloquear parte das emendas de relator que estão congeladas para cumprimento do teto de gastos.

 

Outros valores discutidos são referentes aos programas prioritários que o novo governo vai escolher injetar recursos liberados pela PEC. Um documento que foi apresentado por técnicos a Lula e ao vice-presidente eleito Alckmin sugere reservar, por exemplo, R$ 70 bilhões para o Bolsa Família; R$ 1,4 bilhão para merenda escolar; e R$ 970 milhões para saúde indígena.

 

Posted On Sábado, 03 Dezembro 2022 07:37 Escrito por O Paralelo 13

2º posto mais importante da pasta começou a ser ocupado por militares ainda no mandato de Dilma

 

Por: Leonardo Cavalcanti

 

Ao decidir por um civil na chefia da Defesa, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem o desafio de desmilitarizar a secretária-geral do ministério. O posto é o mais importante da estrutura burocrática da pasta e passou a ser ocupado por oficiais ainda na gestão de Aldo Rebelo (out.2015 a mai.2016), durante o governo da petista Dilma Rousseff.

 

A ex-presidente petista foi a responsável por interromper uma sequência - iniciada por ela própria - de civis na secretaria-geral da Defesa. Instituído em abril de 2013, o cargo teve como ocupante Ari Matos Cardoso na gestão do diplomata Celso Amorim (ago.2011 a jan.2015). Com a entrada do ex-governador baiano Jaques Wagner (jan.2015 a out.2015), a enfermeira Eva Maria Chiavon assumiu a secretaria-geral.

 

Ao chegar ao ministério, Aldo chamou para o cargo de secretário-geral o general Silva e Luna, que permaneceu na função durante a gestão de Raul Jungmann (mai.2016 a fev.2018), depois do impeachment de Dilma e a posse do então vice Michel Temer. Silva e Luna na sequência é escolhido para o comando do ministério, de fev.2018 a jan.2019.

 

Silva e Luna ainda atuou como um dos principais nomes do governo de Jair Bolsonaro na diretoria-geral da Itaipu Binacional e na presidência da Petrobras. Na defesa, Bolsonaro teve como ministros Fernando Azevedo e Silva (jan.2019 a mar.2021), Walter Braga Netto (mar.2021 a abr.2022) e Paulo Sérgio Nogueira Oliveira (de abr.2022 até o momento). Os três tiveram no cargo de secretário-geral o tenente-brigadeiro do ar Carlos Augusto Oliveira e o general Sérgio José Pereira.

 

Durante o governo Bolsonaro, militares passaram a ter a precedência na escolha de funções dentro do Ministério da Defesa, incluindo o cargo de secretário-geral Veja portaria de 2020.

 

Militarização

 

Para a professora do Instituto de Relações Internacionais e Defesa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Adriana Marques, o caminho para a militarização do Ministério da Defesa foi aberto na gestão de Aldo. "O processo de remilitarização na Defesa começou durante a gestão do ministro Aldo Rebelo ainda no governo Dilma Rousseff com a nomeação de militar para a secretaria-geral."

 

Para ela, de certa maneira, isso abriu um precedente para que depois Silva e Luna assumisse o cargo de ministro. "Do ponto de vista formal, o ministro era civil, mas a pasta voltou a se militarizar fortemente durante o governo Dilma, o que explica também a facilidade de contatos (políticos) que eles tiveram nesse período."

 

Procurado, Aldo Rebelo não retornou até a publicação da reportagem. O espaço segue aberto.

 

 

 

Posted On Sábado, 03 Dezembro 2022 07:31 Escrito por O Paralelo 13

Expectativa dentro do gabinete da transição é que o petista faça o anúncio junto com a indicação dos futuros comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica

 

Thais Arbex

 

Na série de conversas que tem tido em Brasília durante esta semana, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), confirmou a mais de um interlocutor que o ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro Filho será ministro da Defesa e o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA) comandará a Justiça.

 

À reportagem, esses interlocutores de Lula afirmaram que o presidente eleito fez questão de destacar a decisão em relação aos dois ministérios. Múcio Monteiro, que também foi ministro das Relações Institucionais (2007-2009), deve ter seu nome confirmado na Defesa nos próximos dias. A expectativa dentro do gabinete da transição é que o petista faça o anúncio junto com a indicação dos futuros comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

 

Múcio, que tem relação com Lula de longa data, é apontado como um habilidoso articulador político, além de ter boa relação com as Forças Armadas. A avaliação é que ele terá capacidade de reestabelecer pontes com os militares.

Em relação ao Ministério da Justiça, Lula confirmou o nome de Dino, mas segundo relatos, o presidente eleito não deixou claro se haverá, de fato, a recriação da pasta da Segurança Pública.

 

Dino é defensor de que não haja separação. A avaliação do senador eleito, um dos coordenadores do grupo de Justiça e Segurança Pública na transição, é a de que o trabalho integrado das duas áreas se dá de maneira mais efetiva.

 

Durante a campanha eleitoral, a recriação do Ministério da Segurança Pública foi defendida pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB).

 

Nesta quinta-feira (1º), o advogado Marco Aurélio de Carvalho, que também integra a transição, afirmou que a recriação da pasta não é determinante para que a segurança pública seja prioridade no terceiro governo Lula.

 

 

Posted On Sexta, 02 Dezembro 2022 06:05 Escrito por O Paralelo 13
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