A principal mudança das novas regras é a adoção de mandatos de quatro anos para o presidente e diretores da autarquia federal
Por Ligia Tuondo
Por oito votos a dois, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a validade lei de autonomia do Banco Central nesta quinta-feira (26).
O plenário retomou nesta tarde o julgamento de ação movida pelo PT e pelo PSOL, que questiona o projeto aprovado pelo Congresso Nacional em fevereiro deste ano. Com dez votos esperados, já que o ministro Marco Aurélio se aposentou e ainda não foi substituído, eram precisos seis para definir o placar.
Relator da ação, o ministro Ricardo Lewandowski votou contra a autonomia do BC na quarta-feira. Segundo ele, “houve alteração na medida que busca tirar este órgão da órbita da presidência da república. A lei ao dispor sobre nomeação e exoneração dos presidentes e diretores, por ter vindo de iniciativa parlamentar, violou a Constituição.”
A ministra Rosa Weber votou com o relator quanto à inconstitucionalidade formal da lei. “Entendo vício de iniciativa, da aprovação de proposição parlamentar. Por isso, e na inviabilidade de entender sanado o vício detectado em tema insuscetível à Constituição, declaro a inconstitucionalidade formal da lei complementar sem emitir juízo de valor quanto à escolha efetuada pelo parlamento”.
O ministro Luís Roberto Barroso discordou do relator ao dizer que a lei em questão é constitucional e que as instituições devem servir ao país e não a governos. Nesta quinta, os ministros Dias Toffoli, Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Carmem Lúcia, Gilmar Mendes e Luiz Fux concordaram com Barroso.
O que muda?
A principal mudança das novas regras é a adoção de mandatos de quatro anos para o presidente e diretores do BC, que ocorrerão em ciclos não coincidentes com a gestão do presidente da República.Hoje, sem um prazo definido, o líder do Executivo pode nomear o presidente do BC e retirá-lo do cargo quando quiser.
Para os defensores da proposta, essa regra blinda a política monetária de influências político-partidárias e traz mais credibilidade ao BC frente aos investidores estrangeiros.
A discussão vem enquanto o país passa por um momento de escalada da inflação, o que exige da autarquia federal ação por meio da política monetária, para tentar controlar os preços. A ferramenta usada nesses casos é a alta da taxa básica de juros, visando reduzir a quantidade de dinheiro em circulação.
O medo de investidores é que, diante da necessidade de subir os juros, o BC seja influenciado a não fazê-lo, como já aconteceu no passado. Uma interferência do tipo desancoraria as expectativas do mercado e acabaria prejudicando a economia.
O BC já não tem autonomia?
O BC brasileiro já é visto internacionalmente como uma instuição sólida, que vem consolidando sua autonomia, sobretudo depois do estabelecimento do regime de metas, há vinte anos. Porém, passou por alguns episódios duvidosos, a exemplo do que aconteceu na instituição sob a longa gestão de Alexandre Tombini, na presidência de 2011 a 2016, durante o governo de Dilma Rousseff.
Tombini foi duramente criticado pelo mercado financeiro na época por ceder à pressão do Executivo para cortar juros num momento em que a inflação, que acumulou mais de 10% em 2015, estourava o teto da meta, de 6,5%. Um cenário como esse não era visto desde 2003.
No mandato seguinte, com Ilan Goldfjan à frente da instituição, a institucionalização da autonomia do BC voltou a ganhar força. Goldfjan assumiu o cargo com a Selic em seu maior patamar, a 14,25% ao ano, e com uma inflação anualizada de 9,28%, e deixou a posição pouco mais de dois anos depois, com inflação girando em torno dos 4% ao ano e Selic de 6,5%.
Isso permitiu que a política de redução de juros combinada com uma inflação controlada continuasse, culminando na taxa em sua mínima histórica, a 2% ao ano, em 2020, e com a inflação oficial respeitando a meta no longo prazo por um período considerável. Esse cenário confortável, porém, se deteriorou rapidamente influenciado pelo descontrole entre oferta e demanda trazido pela pandemia. Hoje, a inflação se encontra bem acima do teto da meta e a Selic começou a subir neste ano, chegando a 5,25% e, para o mercado, depende do poder e fogo do BC — e sem influências políticas.
(*Com Neila Guimarães)
LAUREZ SÓ QUER O GOVERNO
O ex-prefeito de Gurupi, Laurez Moreira, procurou O Paralelo 13 para reafirmar confiança em sua candidatura ao governo do Estado em 2022 e que não pensa em disputar nenhum outro cargo.
Apesar de não estar filiado a nenhum partido, no momento, ter seu candidato á prefeitura de Gurupi derrotado por Josi Nunes, apoiada pelo Palácio Araguaia, e não liderar nenhum grupo político, Laurez diz estar focado em sua candidatura e discordou, taxativamente da nota veiculada por esta coluna, que aventava a sua possível filiação ao PL, do deputado federal Vicentinho Jr., para disputar uma vaga na Câmara Federal.
Segundo Laurez, o “burburinho” não procede.
FUSÃO PARTIDÁRIA
Nesta quinta-feira, 26, vários parlamentares e líderes de partidos de porte pequeno e nanicos se reuniram em Brasília para discutir futuras fusões de legendas. As conversas devem tomar corpo maior a partir deste fim de semana.
Vários deputados federais presentes nesse primeiro contato entre as lideranças, admitiram a possibilidade cada vez maior das regras das eleições do ano que vem não sofrerem modificações, permanecendo as mesmas aplicadas às eleições municipais do ano passado, sem as coligações proporcionais.
O temor é que o Senado só volte a se reunir para qualquer votação após o dia 17 de setembro, ou após a data limite – dia dois de outubro – para que a reforma política, se aprovada, seja válida já para as eleições de 2022.
ARLINDO DA REBRAM E MARCELO MIRANDA
O presidente do MDB portuense, Arlindo da Rebram, fará um giro pela região de Porto Nacional, acompanhando o presidente do MDB estadual, ex-governador Marcelo Miranda.
O giro será composto por visitas de trabalho para ouvir as bases, amigos, companheiros e a população, sobre sucessão estadual proporcional, para a Assembleia Legislativa para a Câmara Federal, para o Senado e Presidência da República.
Arlindo já está em contato com as principais lideranças da região para deixar tudo acertado na agenda, uma vez que Marcelo Miranda deve estar acompanhado por outros membros da cúpula estadual do partido.
RECADO: DESLEALDADE GERA DEMISSÕES
O Palácio Araguaia não aceitará mais, a partir de agora, que nenhum de seus aliados “reze para dois santos”.
Três deputados estaduais, considerados da base aliada, votaram contra os interesses do governo do Estado na votação da concessão do Projeto Jalapão à iniciativa privada. Um deles chegou a discursar contra a aprovação da concessão, que acabou recebendo 16 votos favoráveis e quatro contrários.
O Diário Oficial do Estado trouxe, ainda ontem, 47 demissões de apadrinhados desses três deputados, e o próximo Diário Oficial pode trazer ainda mais.
Esse é o “recado” enviado pelo palácio Araguaia, para quem esteja pensando em “rezar para dois santos”.
HERCY FILHO MOSTRA PRESTÍGIO
O ex-prefeito de Dianópolis, Hercy Filho, deu uma demonstração do seu prestígio no governo Federal ao gravar dois vídeos parabenizando sua cidade natal pelo seu 137º aniversário.
Um vídeo traz a mensagem do ministro do Turismo, Gilson Machado Neto e o outro ninguém menos que o presidente da República, Jair Bolsonaro.
Hercy Filho é chefe de gabinete do Ministério do Turismo, Hercy Filho, e um dos políticos tocantinenses de grande destaque nacional, mesmo sem ter mandato. Ele está na pasta desde o governo Dilma Rousseff, quando chegou pelas mãos do então secretário executivo do ministério e ex-deputado federal do Tocantins, o saudoso Júnior Coimbra. Depois continuou no governo Michel Temer e se manteve na gestão Jair Bolsonaro.
Como é sabido por todos do meio político, para ter Bolsonaro em seus vídeos, tem que ter muito prestígio. Ele falando, então, mandando mensagem para a população, é coisa de gente grande!
LULA QUER “REGULAR IMPRENSA”
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a ser notícia no cenário político brasileiro. Em mais um arroubo autoritário, o petista repetiu que, se eleito em 2022, vai ‘regular’ a imprensa no país. A informação é da coluna Radar.
“Todo dia me perguntam: quando é que você vai fazer uma autocrítica? Tenho que fazer uma autocrítica. Nós não tratamos a reforma da comunicação, a regulação [da mídia], como deveria ser tratada. Aprovamos um programa para que a gente pudesse regulamentar os meios de comunicação. Eu não sei por que cargas d’água não foi colocado no Congresso esse projeto”, disparou.
“Eu gostaria que a Rede Globo pedisse desculpas pra mim”, acrescentou.
Após ter sido considerado “ficha limpa” pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-condenado parece estar se sentindo cada vez mais solto para ser o velho Lula de sempre. De olho nas eleições do ano que vem, ele nega corrupção na Petrobras e resgata um antigo desejo da cúpula petista em ‘regular’ a mídia brasileira.
ENERGIA MAIS CARA VAI “DOER NO BOLSO”
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou nesta quinta-feira (26) que, a partir de outubro, a capacidade atual do país de geração de energia elétrica será insuficiente para atender à demanda. Na avaliação do órgão, é "imprescindível" aumentar a oferta de energia em cerca de 5,5 GW a partir de setembro.
As conclusões constam de uma atualização da nota técnica de monitoramento das condições do setor elétrico até novembro.
Entre as soluções que o ONS sugere para aumentar a oferta estão aumentar a importação de energia e a colocar em operação mais usinas termelétricas — que geram energia mais cara, o que, juntando com os preços dos alimentos e dos combustíveis, vai “doer com força” no bolso do pobre cidadão brasileiro.
FORÇA NACIONAL NOS ESTADOS
Discute-se no governo federal ressuscitar a tese de que a Força Nacional pode ser usada para intervenções em estados e no Distrito Federal sem a anuência de governadores, bastando uma ordem ministerial - interpretação que já foi rechaçada pelo Supremo Tribunal Federal.
A avaliação é que o uso da Força Nacional seria mais simples que o das Forças Armadas caso Jair Bolsonaro queira colocar tropas nas ruas sob a justificativa de conter "revoltas" da população em nome da "preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas". Por exemplo, protestos violentos de bolsonaristas após o próprio presidente acusar as eleições de fraudulentas em outubro de 2022.
Bolsonaro conta com simpatia de uma boa parte dos policiais militares, base da Força Nacional. Sem contar que o atual ministro da Justiça, Anderson Torres, é próximo de sua família e o comandante da Força, o coronel da PM do Ceará Antônio Aginaldo de Oliveira, é marido de Carla Zambelli (PSL-SP), da tropa de choque bolsonarista na Câmara dos Deputados.
“DEMOCRACIA E LIBERDADE”
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira, 26, em entrevista à Rádio Jornal Pernambuco, que as manifestações em favor do governo previstas para o dia 7 de setembro terão como agenda "democracia e liberdade acima de tudo". A crescente politização das forças de segurança, sobretudo nas Polícias Militares, e a animosidade na relação entre os Poderes têm gerado temor de que haja tentativas de ruptura institucional durante esses atos.
Bolsonaro reafirmou o compromisso de comparecer ao ato na Avenida Paulista, em São Paulo, onde deverá discursar aos presentes. "Pretendo, sim, participar do evento na Paulista, onde devo chegar por volta das 15h30. E aí, sim, em um pronunciamento mais demorado, falar com a população, dar uma mensagem de esperança e também mostrar para o mundo o quanto o povo está preocupado com o seu futuro".
“ROUPAGEM DE AMEAÇA”
Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luiz Fux deu uma resposta contundente nesta quinta-feira (26) à tentativa do presidente Jair Bolsonaro de retirar da Suprema Corte o ministro Alexandre de Moraes, plano já frustrado pela rejeição do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), ao pedido de impeachment.
Fux afirmou que os juízes não devem ter "medo de decidir" e portanto precisam ter sua independência preservada. Do contrário, o País ficaria sob pena de uma "ditadura sectária inadmissível numa democracia". Para Fux, um pedido de impeachment nesse cenário tem "roupagem de ameaça".
"A democracia está consolidada e ela não admite que juízes trabalhem sobre o páreo de pena de sofrer impeachment. O impeachment é um remédio extremo", afirmou Fux durante participação em evento promovido pela XP Investimentos. "Juiz não pode decidir com uma espada de Dâmocles na cabeça. Não é possível que numa democracia as decisões judiciais sejam criminalizadas", afirmou o presidente da Corte.
Por Eduardo Gayer, Daniel Galvão e Pedro Caramuru
Com Estadão
Ainda que o governo federal se recuse a falar em racionamento, o presidente Jair Bolsonaro reconheceu, nesta quinta-feira, 26, a gravidade da crise hídrica e pediu à população que reduza o consumo de energia elétrica. "Em grande parte das represas, estamos em 10%, 15% (da capacidade). Estamos no limite do limite", declarou Bolsonaro na live tradicional. "Vamos fazer um apelo para você que está em casa. Apague um ponto de luz", acrescentou. Segundo o presidente, algumas represas do País vão deixar de existir se a crise não der trégua.
O secretário de energia elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME), Christiano Vieira, pediu na quarta à sociedade "esforço na economia de energia" e disse que o governo dará uma premiação pela redução no consumo. Ainda assim, o chefe da pasta, Bento Albuquerque, disse não entender as medidas como um racionamento.
Durante a live, Bolsonaro ainda tentou explicar o aumento da conta de luz dos brasileiros. "Quando a gente decreta bandeira vermelha, não é maldade, é para pagar outras fontes de energia, no caso termelétricas", disse o presidente. As termelétricas são abastecidas com combustíveis fósseis, como óleo diesel, e tornam a produção de energia mais cara e poluente.
Depois de perguntar qual o problema de a conta de luz ficar "um pouco mais cara", o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a taxa extra deverá ser novamente aumentada por causa da crise hídrica. "Não adianta ficar sentado chorando", disse Guedes, em audiência pública no Senado.
Como mostrou o Estadão, novos cálculos internos do governo apontam para a necessidade de que a bandeira vermelha nível 2, hoje em R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora (kWh), seja elevada para algo entre R$ 15 e R$ 20. Há ainda um cenário-limite de até R$ 25, mas é improvável que ele seja adotado.
Na live, Bolsonaro adotou com a energia a mesma retórica utilizada com o aumento dos preços dos combustíveis e do botijão de gás - tentou dividir o ônus com governadores e pediu aos líderes estaduais a redução do ICMS cobrado sobre a bandeira vermelha, que é decidida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Guedes disse que sugeriu "moderação" no aumento de preço das bandeiras tarifárias cobradas nas contas de luz. "É melhor subir bandeira pouco por mais tempo, do que muito por três meses", afirmou, em participação no evento Expert XP.
Programa prevê investimentos na ordem de mais de R$ 2,9 bi
Por Sara Cardoso
O governador do Estado do Tocantins, Mauro Carlesse, reuniu sua equipe de governo, secretários de Estado e presidentes de Autarquias para alinhar ações, analisar projetos em execução e dar prioridade no cumprimento das metas estabelecidas dentro do programa Tocando em Frente. O programa tem chegado aos 139 municípios do Estado levando obras, investimentos e geração de emprego e renda.
Durante a reunião, o governador Carlesse destacou que o momento pede ainda mais união e alinhamento de ações para que os benefícios cheguem a todo o Tocantins. “O Tocando em Frente traz uma realidade de investimentos. Vemos que o governo tem trabalhando firmemente, com muito empenho e seriedade para oferecer o melhor ao povo tocantinense, mas sempre podemos melhorar. Cada secretário tem seu jeito de trabalhar, mas todos fazem parte de uma só gestão, uma gestão que visa o desenvolvimento, uma gestão que já organizou a casa e agora tem que mostrar ao que veio, oferecendo ao povo muito mais obras e serviços dentro desse grande programa”, disse o Governador.
O secretário-chefe da Casa Civil, Rolf Vidal, e o titular da Fazenda, Sandro Armando, reforçaram que a gestão sempre foi uma equipe coesa, com muita unidade e alinhamento e que assim tem que permanecer. “Nós planejamos tudo o que está acontecendo agora. Ninguém estava arrumando a casa por arrumar, apenas para se enquadrar na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), estávamos organizando porque, além de ser uma obrigação constitucional, é o único caminho que nos possibilitava condições de realizar as políticas públicas que todo cidadão almeja. O Tocantins atualmente é um Estado que fomenta, que dá oportunidade, que atrai investimentos e que gera emprego e renda para a população. Temos que continuar com este espírito para concluir a gestão e entregar ao povo o que ele merece e o que foi renegado por muitos anos”, ressaltou o secretário Sandro Armando.
Governador Carlesse destacou que equipe tem que trabalhar coesa com foco na concretização das ações do programa Tocando em Frente
Corroborando a fala do secretário, o gestor da Secretaria de Planejamento e Orçamento, Sergislei Moura, disse que para 2022 o Governo planeja instituir um orçamento por semestre, o que vai possibilitar que seja feito um melhor planejamento das licitações e ações específicas da gestão. “O ano de 2020 foi muito complexo e tivemos que instituir um orçamento liberado mensalmente. Em 2021, estamos liberando por quadrimestre e em 2022, com a receita reagindo, queremos trabalhar semestralmente. Neste último ano não podemos deixar dívidas, é um ano de planejar a concretização de tudo o que foi orçamentariamente instituído e que deve ser quitado ou gerado receita para o ano subsequente”, lembrou o secretário.
Já no ramo do agronegócio, o secretário da Agricultura, Pecuária e Aquicultura, Jaime Café, fez questão de destacar o excelente momento vivido pelo Tocantins. “No agronegócio, o produtor tem tido muitas boas notícias. Dentre diversas ações, podemos citar o projeto de melhoramento genético para o pequeno produtor de leite. A gente está levando melhoramento de graça para o Bico do Papagaio, para a região de Colinas do Tocantins, Guaraí. Acho que o agronegócio nunca viveu um boom tão grande como estamos vivendo agora no Tocantins e muito disso é graças ao trabalho sério e comprometido que temos feito sob a liderança do Governador”, disse o secretário.
Tocando em Frente
O programa Tocando em Frente prevê investimentos na ordem de mais de R$ 2,9 bilhões e visa o fortalecimento da economia e a geração de empregos para a população nos 139 municípios. A expectativa é que os investimentos propiciem a geração de aproximadamente 104 mil empregos e beneficiem 359 mil pessoas com programas sociais.
Os recursos são oriundos de várias fontes como as operações de crédito, convênios federais, Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que serão investidos em obras de infraestrutura, educação, saúde, além do fomento à produção e ações de inserção social
A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019 – Ciclos de Vida estima que no Tocantins, 142 mil pessoas com dois anos ou mais de idade (9,3% dessa população) tinham alguma deficiência (visual, auditiva, motora de membros superiores ou inferiores e mental ou intelectual), e cerca de 72 mil — mais da metade (50,7%) — era idosa. Considerando a população total por grupos etários, 30,8% dos tocantinenses com 60 anos ou mais de idade tinham algum tipo de deficiência. Os dados da PNS foram divulgados nesta quinta-feira, 26, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Da Assessoria
“Tendo como referência a Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, assim como a Lei Brasileira de Inclusão, entendemos que a deficiência é um conceito em evolução e é composta pela interação de três dimensões principais: os impedimentos, as barreiras e as restrições de participação dessas pessoas quando comparamos com o restante da população. E à medida que a população vai envelhecendo, impedimentos vão surgindo, como, por exemplo, menor acuidade visual, auditiva ou motora. Isso explica o alto percentual de idosos com deficiência”, afirmou a analista da pesquisa Maíra Lenzi.
De acordo com a pesquisa, cerca de 71,9% dos tocantinenses de 18 anos ou mais de idade com deficiência (97 mil pessoas) não tinham instrução ou tinham somente o fundamental incompleto, 10% (14 mil) tinham completado o ensino fundamental ou tinham o médio incompleto, 13,3% (18 mil) tinham o ensino médio completo ou superior incompleto e apenas 4,5% (6 mil) concluíram o nível superior.
“Há estudos que mostram a dificuldade que essas pessoas têm no acesso à educação desde o início de seu percurso acadêmico, seja pela falta de acessibilidade ou de tecnologias assistivas, seja pela falta de preparo das escolas para lidar com a diversidade em salas de aula. A educação é um direito da pessoa com deficiência. Daí a importância desses dados para contribuir para formação de políticas públicas adequadas para as pessoas com deficiência”, ressaltou a analista.
A inclusão no mercado de trabalho também é diferente para pessoas com deficiência. Da população com deficiência em idade de trabalhar, cerca de 137 mil, apenas 31,4% (ou 43 mil) estava ocupada em 2019, no estado. A pesquisa apontou que o baixo nível de ocupação dessa população pode estar relacionado à menor participação na força de trabalho. Somente 33,6% dos deficientes com idade acima de 14 anos estavam ocupados ou desocupados, mas procurando trabalho. Já 65,7% (90 mil) estavam fora da força de trabalho.
Paternidade
A PNS 2019 – Ciclos de Vida pela primeira vez apresentou indicadores sobre a fecundidade dos homens. No Tocantins, 64,5% dos homens com 15 anos ou mais de idade já tinham pelo menos um filho. A paternidade varia conforme o grupo etário do homem. Entre os jovens tocantinenses de 15 a 29 anos, 23,4% eram pais; enquanto na faixa de 30 a 39 anos esse percentual era de 70,4%; entre 40 a 59 anos era 85,8% e com 60 anos ou mais alcançou 91,1%.
O número médio de filhos também foi alvo da pesquisa. No Tocantins, os homens acima de 15 anos tinham em média 2,1 filhos – número acima do índice nacional, que registrou média de 1,7, e o maior da Região Norte. As unidades da federação em que homens tinham em média mais filhos foram Alagoas e Maranhão, as duas com índice de 2,2. O Tocantins ficou na terceira posição, empatado com Piauí e Bahia.
Outro ponto observado em relação à paternidade foi a idade média do homem no momento do nascimento de seu primeiro filho. Considerando todas as faixas etárias, os homens tocantinenses tinham, em média, 24,4 anos quando foram pais pela primeira vez. No Norte, os homens, em média, tiveram o primeiro filho mais cedo (24,3 anos), enquanto no Sudeste, a média de idade foi a mais elevada (26,6 anos).
Saúde da mulher
Neste volume, a PNS também investigou aspectos específicos da saúde da mulher. Conforme a pesquisa, estima-se que 75,4% das mulheres tocantinenses entre 25 e 64 anos realizaram o exame preventivo para câncer de colo de útero, também conhecido como Papanicolau, há menos de três anos da data da entrevista. O Tocantins apresentou o menor percentual da Região Norte e situou-se abaixo da média nacional (81,3%).
A proporção de mulheres tocantinenses de 50 a 69 anos que haviam feito mamografia há menos de dois anos foi de aproximadamente 44,2%, em 2019. Os dados mostram que esse indicador também ficou abaixo da média nacional (58,3%), por outro lado, foi o segundo melhor da Região Norte, perdendo apenas para o Amazonas (51,5%).
Em 2019, no Tocantins, 81,1% das mulheres de 15 a 49 anos que eram sexualmente ativas disseram usar algum método de esterilização para evitar filhos. Esse foi o maior percentual da Região Norte e superou a média nacional (80,5%). A pesquisa aponta que a utilização de métodos contraceptivos aumenta conforme a faixa etária. Entre as tocantinenses mais novas, de 15 a 24 anos, o percentual era de 73,2%; para as mulheres entre 25 e 34 anos, 82,2% e para o grupo mais velho, de 35 anos ou mais, 85,8%.
Quanto aos métodos contraceptivos utilizados, o levantamento apurou que 31,5% das mulheres tocantinenses sexualmente ativas tinham feito a laqueadura ou contavam com a vasectomia do parceiro; 7,9% usavam a injeção; 35,5%, pílula anticoncepcional e 19,2%, camisinha masculina.