Da Assessoria
O vice-presidente do Senado e presidente do PL Tocantins, Eduardo Gomes, participou nesta terça-feira, 6, do ato de assinatura da Ordem de Serviço, promovido pelo Governo do Estado, que autoriza o início das obras do novo Hospital da Mulher e Maternidade Estadual. O evento, que aconteceu em Palmas, reuniu diversas autoridades, entre elas o governador Wanderlei Barbosa, o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos e o presidente da Assembleia Legislativa (Aleto), deputado Amélio Cayres.
Durante o evento, o prefeito de Palmas entregou pessoalmente ao governador a licença de instalação do hospital, gesto simbólico que foi celebrado por Eduardo Gomes. “Fiz questão de estar aqui por coisas importantes e simbólicas. A vida começa na maternidade. Fiquei feliz de ver o prefeito entregando a licença e feliz pelo destino nos dar essa imagem que simboliza muito para nosso Estado e para a capital”, declarou.
O senador também resgatou o legado de nomes históricos do Tocantins. “A história deu de presente para nós a repetição desse gesto e desse momento. Não posso deixar de lembrar de Siqueira Campos e de Fenelon Barbosa, figuras fundamentais na construção do Tocantins”, afirmou.
O governador Wanderlei Barbosa reforçou o compromisso do Estado com a saúde, mesmo diante das dificuldades. “Temos que fazer saúde mesmo com as dificuldades que temos. A saúde é o grande desafio do nosso governo”, disse. Ele defendeu que municípios maiores tenham seus próprios hospitais e anunciou que a atual estrutura do Hospital Dona Regina será doada ao município de Palmas após a conclusão da nova unidade – uma ideia sugerida por Eduardo Gomes.
Estrutura moderna e referência regional
Com um investimento de R$ 299 milhões, o novo Hospital da Mulher e Maternidade Estadual será viabilizado por meio da primeira Parceria Público-Privada (PPP) da área da saúde no Tocantins. A unidade substituirá o atual Hospital Dona Regina e terá capacidade ampliada em mais de 60%, com 210 leitos e 20 vagas na nova Casa da Gestante, Bebê e Puérpera.
O projeto inclui ainda uma UTI obstétrica-ginecológica – inédita no Estado – além da ampliação dos leitos de UTI Neonatal, instalação de heliponto e manutenção de serviços como o Banco de Leite Humano e o Savis, referência no atendimento a vítimas de violência sexual.
A empresa Opy Healthcare, vencedora da licitação realizada na Bolsa de Valores B3 em São Paulo, será responsável pela construção, aquisição de equipamentos e gestão administrativa do hospital por 30 anos. A gestão clínica permanecerá sob a responsabilidade do Estado. O cronograma prevê a entrega da unidade em 24 meses, com o início dos pagamentos à empresa somente após a unidade estar 100% equipada e em operação.
STF determinou que Congresso atualize número de deputados por UF
POR LUCAS PORDEUS LEÓN
O projeto de lei complementar (PLP) 177 de 2023 que prevê o aumento do número de deputados federais no Brasil entrou na pauta de votações da Câmara dos Deputados nesta semana com um requerimento de urgência que pode acelerar a tramitação do texto.
O PLP é uma resposta à exigência do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o Congresso vote lei, até 30 de junho deste ano, para redistribuir a representação de deputados federais em relação a proporção da população brasileira em cada unidade da federação (UF).
O STF acatou uma ação do governo do Pará que apontou omissão do Legislativo Federal em atualizar o número de deputados de acordo com a mudança populacional. O Pará argumentou que teria direito a mais quatro deputados desde 2010. A atual distribuição dos 513 deputados federais foi definida em 1993.
O Artigo 45 da Constituição define que o número de deputados “será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta deputados”.
Em sua decisão, o STF determina que, caso o Congresso não atualize a representação parlamentar por Estado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderá fixar, até 1º de outubro de 2025, o número deputados para a legislatura que começará em 2027. O TSE deverá usar os dados do Censo de 2022.
Mais deputados
No projeto de lei de autoria da deputada Dani Cunha (União-RJ), proíbe-se a redução do número de deputados para menos de 513, além de vetar que qualquer estado perca representação. Com isso, a correção do número de representantes por unidade da federação teria que ocorrer via aumento de parlamentares.
“Se necessário, deveremos aumentar o número de deputados da nossa Câmara, que mesmo se ocorrer em número de cerca de 3%, em nada significará, levando em conta um aumento de população e de eleitores, em média no país, superior a 240% [entre 1994 e 2022]”, diz o relatório da deputada Cunha.
Censo 2022
Apesar do STF indicar que a representação por UF deve ser feita com base no último censo de 2022, o projeto de lei complementar até então apresentado determina novo recenseamento com participação compulsória das famílias para definir o número total da população.
“[O censo de 2022] trouxe várias inconsistências que prejudicaram alguns estados e muitos municípios. Não parece crível, a quem vive no Rio de Janeiro, a redução da população em determinadas áreas do Estado, onde sabemos as dificuldades de acesso a população real, em função do domínio das áreas mais carentes”, disse a autoria do projeto.
O relator designado para o projeto foi o deputado Damião Feliciano (União-PB), que poderá apresentar alterações em relação ao projeto de autoria da deputada Dani Cunha.
A onda de fusões, incorporações e federações partidárias que agita Brasília movimenta pouco, por ora, os eleitores do Tocantins. Mas nos bastidores da política tocantinense, a zoada é grande e diz muito sobre o que vem aí em 2026. As mudanças em curso têm tudo a ver com a sucessão estadual, tempo de TV, fundo eleitoral e, acima de tudo, a sobrevivência política das siglas
Por Edson Rodrigues
No cenário nacional, o casamento entre União Brasil e Progressistas (PP) avança com força, formando a federação União Progressista. Trata-se de uma superestrutura partidária voltada à concentração de recursos e ao peso institucional. O que pouca gente percebe é que essa engenharia já produz efeitos concretos nos estados, inclusive no Tocantins.
Por aqui, o xadrez da sucessão está armado. O governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) navega em mares calmos, com aprovação superior a 80% e liderança consolidada em todas as regiões. Wanderlei é um líder nato, carismático, curraleiro, considerado “gente como a gente”, e ainda tem muito a entregar, o que deve ampliar seu prestígio e sua capacidade de transferir votos a uma candidatura ao governo. Na última legislatura, o Republicanos de Wanderlei elegeu três deputados federais e cinco estaduais no Tocantins.
Seu partido, junto ao PL de Eduardo Gomes, vice-presidente do Senado, forma hoje o bloco mais estruturado da política tocantinense, com fundo partidário robusto e tempo expressivo de rádio e TV. Mesmo sem estarem federalizados, Republicanos e PL caminham para repetir, em 2026, a dobradinha que dominou as urnas em 2022.
União Progressista
Do outro lado, a união entre União Brasil e PP promete ser o grande fator de reposicionamento da direita moderada no estado. A senadora Professora Dorinha e o deputado federal Carlos Gaguim (União), aliados ao deputado Vicentinho Júnior e ao ex-deputado Lázaro Botelho (PP), preparam o terreno para disputar espaços na chapa majoritária. A possível perda do mandato de Lázaro, em razão das novas regras sobre as sobras eleitorais, não enfraquece o grupo. A federação tende a romper a lógica de polarização entre lulistas e bolsonaristas e a formar uma frente competitiva de centro-direita.
PSDB e Podemos
Enquanto isso, PSDB e Podemos, liderados por Cinthia Ribeiro e Eduardo Siqueira Campos, vivem as tratativas finais de uma fusão. A união visa manter a relevância das siglas, bem como conquistar posição estratégica na chapa majoritária, seja como vice, senador ou suplente. O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira, comanda o maior colégio eleitoral do estado e pode ser o diferencial desse bloco, que também deve incluir o deputado estadual Eduardo Mantoan.
Na outra ponta, partidos como o PDT, de Laurez Moreira, não possuem musculatura suficiente, em fundo eleitoral ou tempo de TV, para bancar uma candidatura majoritária que alimente as proporcionais. O partido terá que buscar alianças, ou corre o risco de virar coadjuvante. Situação semelhante vivem outras siglas menores, que precisarão se coligar ou formar federações para garantir sua sobrevivência política em 2026.
O coeficiente eleitoral e as chapinhas
Uma regra que tira o sono dos dirigentes de partidos médios, pequenos e nanicos é a do coeficiente eleitoral. Para eleger um deputado federal ou estadual, será preciso atingir uma quantidade mínima de votos, o que empurra essas siglas para o estado de alerta total. A lógica “salve-se quem puder” já domina as rodas de articulação.
Nesse contexto, ganha força a estratégia das chapinhas, inspirada na fórmula de Lucas Demattos, o popular Lucas da Lins. A ideia é reunir candidaturas de médio porte sob uma única legenda de porte médio, capaz de garantir cadeiras no Legislativo. Com as sobras mais rígidas e o fim do “puxador de voto”, essa pode ser a saída para partidos que ainda não têm musculatura própria. O tempo, e as alianças, cuidarão de moldar esse novo momento das eleições de 2026.
A partir desta segunda-feira, 5 de maio, entra em cena uma nova fase do processo sucessório. Com a antecipação das articulações e o calendário apertado pelas novas regras eleitorais, especialmente quanto às sobras, dirigentes partidários e pré-candidatos precisarão tomar decisões rápidas. Em jogo: duas vagas ao Senado, o governo e a vice. Por enquanto, a movimentação é de bastidores. Mas o barulho está crescendo, e a hora das definições se aproxima.
Lula se reunirá com Putin em Moscou e participa de cúpula em Pequim
POR PEDRO RAFAEL VILELA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retoma a agenda de viagens internacional essa semana. O primeiro compromisso será em Moscou, na Rússia. A convite do presidente Vladimir Putin, Lula participará das celebrações dos 80 anos da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na segunda guerra mundial. É o feriado mais importante da Rússia, que ocorre no dia 9 de maio, com um grandioso desfile cívico-militar em Moscou. Ambos os presidentes também manterão reunião bilateral durante a visita, entre 8 e 10 de maio.
Na sequência, Lula segue para China, onde cumprirá agendas nos dias 12 e 13 de maio. A visita de Lula ao país asiático ocorrerá no contexto da Cúpula entre China e países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
O encontro bilateral previsto entre Lula e Xi Jinping ocorrerá em meio ao acirramento da guerra comercial entre Estados Unidos e China, as duas maiores economias do planeta. A imposição de tarifas mútuas, desencadeada por iniciativa do presidente norte-americano Donald Trump, vem causando sucessivas turbulências nos mercados de ações e alimenta o temor de uma recessão global.
A viagem à China será a segunda visita oficial de Lula neste terceiro mandato. A visita anterior ocorreu em abril de 2023, que foi retribuída por Xi Jinping em visita de Estado em novembro do ano passado, após a Cúpula do G20, sediada pelo Brasil. Além disso, eles haviam se encontrado outra vez em 2023 na Cúpula dos Brics, na África do Sul.
A demissão, a pedido, de Carlos Lupi do Ministério da Previdência Social vai muito além da responsabilização por falhas na gestão do INSS. Trata-se de um movimento político orquestrado, com claros objetivos eleitorais e estratégicos
Com Brasil 247
O bombardeio promovido pela imprensa corporativa, que hoje é um pilar central da oposição, tem como meta enfraquecer o projeto de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026, fragilizar a aliança com o PDT e abrir caminho para o reposicionamento político de Ciro Gomes, com uma eventual candidatura alternativa de “centro-esquerda” no próximo ano.
Ainda que Lupi não figure como investigado na operação da Polícia Federal, a narrativa construída pelos grandes veículos de comunicação foi a de um escândalo irreparável e de uma demissão inevitável. Houve uma sincronia evidente entre editoriais, colunistas e comentaristas de grandes grupos de mídia, todos empenhados em criar um clima de condenação moral. Nesse contexto, a queda de Lupi deixou de ser um fato administrativo para se converter em um ato simbólico: o início de uma tentativa de reconfiguração da base aliada de Lula, com efeitos diretos sobre o cenário eleitoral de 2026.
A engenharia política por trás da crise foi revelada por um comentário do jornalista Octavio Guedes, da GloboNews. De acordo com ele, setores ligados a Ciro Gomes interpretam a demissão como uma “oportunidade” para o rompimento do PDT com o governo. Trata-se de uma sinalização clara: há, dentro do partido, forças interessadas em reposicionar Ciro como uma candidatura “alternativa” a Lula, ainda que a serviço de interesses historicamente ligados às elites econômicas.
Com a experiência de quatro disputas presidenciais e boa retórica, Ciro Gomes tentará se colocar como alternativa nacionalista, crítica ao sistema e talvez até “à esquerda” de Lula, que seria apresentado como um presidente “neoliberal" – o que já tem sido feito por vários críticos do governo Lula que se apresentam como comunicadores progressistas.
Num ambiente de guerra que já se desenha, nem todos saberão diferenciar se Ciro será mesmo uma alternativa de centro-esquerda ou apenas um instrumento útil para as classes dominantes que desejam fragmentar o campo progressista. Seu discurso moralista e agressivo contra o PT, não difere, em essência, das estratégias utilizadas por candidatos de direita.
Desde a redemocratização, Lula e Ciro foram os políticos que mais disputaram eleições presidenciais. Lula concorreu seis vezes e venceu três pleitos. Ciro jamais chegou ao segundo turno. Mesmo assim, pesquisas de vários institutos apontam que o pedetista ainda possui recall eleitoral relevante, ultrapassando dois dígitos no primeiro turno e “roubando” parte do eleitorado do presidente. Esse fator explica o esforço das elites para reabilitá-lo como possível antagonista de Lula em 2026. Não para elegê-lo propriamente, mas para atuar como linha auxiliar do verdadeiro projeto, que é a eleição de um candidato neoliberal, como o atual governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas.
Ciro, embora sem mandato, mantém uma presença constante nas redes sociais, em entrevistas e fóruns empresariais. Seu discurso é afinado com o de uma suposta terceira via – uma miragem que não se confirmou em 2022, mas que volta a ser trabalhada por setores que rejeitam tanto o bolsonarismo quanto o projeto popular do atual presidente. O reposicionamento de Ciro depende, no entanto, de um rompimento claro com o governo. E a queda de Lupi foi o primeiro passo dessa estratégia. O segundo começará a ser desenhado já nos próximos dias.
Do lado governista, a nomeação de Wolney Queiroz para o lugar de Lupi foi uma resposta imediata do Palácio do Planalto, com o objetivo de manter o PDT dentro da base aliada. Ainda assim, a crise interna no partido é profunda. Com apenas 17 deputados, a legenda encolheu na Câmara dos Deputados, corre o risco de não atingir a cláusula de barreira em 2026 e vê sua liderança nacional dividida entre setores governistas e grupos ligados a Ciro e outras lideranças da direita.
A saída de Lupi, portanto, cumpre uma função política estratégica. Ela deve ser compreendida como parte de uma movimentação estratégica que visa mais do que um rearranjo ministerial. Ela está inserida num projeto maior: desestabilizar o governo Lula, afastar o PDT da base e viabilizar uma candidatura que, embora travestida de oposição de centro-esquerda, serve aos interesses daqueles que sempre se opuseram aos avanços sociais conquistados desde 2003.
O jogo está em curso e a sorte foi lançada. A tentativa de dividir o campo progressista se intensifica. Resta saber se o PDT resistirá à tentação do rompimento ou se será cooptado por um projeto que, na prática, fortalece os adversários históricos do trabalhismo e da soberania popular.